P3. Geriatria Flashcards
Avaliação da visão – Escala Optométrica de Snellen
Avaliar a acuidade visual ao longe
doentes que não saibam ler ou nas crianças devem utilizar-se escalas com figuras ou símbolos facilmente identificáveis (Escala de Snellen de “E”)
- O doente deve estar sentado e deve-lhe ser explicado o procedimento.
- Demonstre ao doente como cobrir o olho sem comprimi-lo e lembre que ambos os
olhos devem ficar abertos. - A avaliação deve ser iniciada preferencialmente pelo olho direito.
- Para apontar o símbolo a ser visto, coloque o objeto apontador (ou o seu dedo
indicador) em posição vertical repousando-o abaixo do símbolo. - O exame deve ser iniciado com os optótipos maiores (no topo), continuando a
sequência de leitura até onde a pessoa consiga identificar os símbolos sem
dificuldade. - O profissional deve mostrar pelo menos dois símbolos de cada linha; se o doente
manifestar alguma dificuldade numa determinada linha, deve ser apontado um número maior de sinais da mesma linha. Caso a dificuldade continue, deve voltar à linha anterior. - A acuidade visual registada será o número decimal ao lado esquerdo da última linha em que a pessoa consiga identificar mais da metade dos símbolos.
Avaliação de hipotensão ortostática
hipotensão ortostática crónica / recorrente no doente idoso está associada a maior risco de queda, síncope e descompensação de doença cardiovascular
Medir TA, FC - sentado ou em decúbito dorsal
Doente para se levantar e adotar ortostatismo - 1 min
TA e FC 3 min após o levante
Uma diminuição da pressão arterial sistólica ≥20 mm Hg ou pressão arterial diastólica ≥10 mm Hg deve ser considerada anormal.
Deve ser registada e valorizada a presença de sintomas como tonturas, cefaleia, síncope / lipotímia, hipersudorese ou sensação de mal estar generalizado mesmo que a diminuição nos valores de pressão arterial observada seja inferior ao estipulado.
Avaliação de velocidade de levante (gait speed)
Timed Up and Go Test (TUG)
A avaliação da velocidade de levante (gait speed) é preditor independente de declínio funcional e mortalidade precoce no idoso. Um TUG anormal deve levantar a suspeita do estarmos perante um doente com risco de queda aumentado.
- Peça ao doente para se sentar. Se o doente recorrer habitualmente ao uso de
auxiliares de marcha, deve utilizá-los na prova (bengala, andarilho, canadiana).
Deve estar marcado no chão um percurso em linha reta com 3 metros de distância
com início na cadeira do doente; - Explique o procedimento de forma clara e precisa: “Vou pedir-lhe que:”
- Se levante da cadeira;
- Caminhe em linha reta em direção à marca no chão;
- Dê meia-volta e volte para sentar-se de novo na cadeira.
- Deve cronometrar o procedimento a partir do momento em que pede ao doente
para se levantar até ao momento em que este se senta novamente; deve observar
e acompanhar o doente em todo o percurso para evitar quedas.
Interpretação de resultados:
Qualquer adulto que complete este procedimento em mais de 12 segundos apresenta risco de queda acrescido.
Avaliação da audição – Teste do sussurro (Whispered Voice Test)
O teste de sussurro não é um teste diagnóstico mas permite identificar situações de défice de acuidade auditiva com necessidade de investigação complementar e/ou referenciação para consulta hospitalar.
A diminuição de acuidade auditiva determina aumento de risco de isolamento social, depressão e défice cognitivo.
Avaliação da cognição – Mini-Cog
O Mini-Cog é uma ferramenta de rastreio para identificação precoce de défice cognitivo no idoso, que necessitem de investigação adicional.
- Obter a atenção do doente. Pedir- lhe para memorizar três palavras não relacionadas. Pedir-lhe para repetir as palavras para garantir que a aprendizagem estava correta.
- Teste do desenho do relógio (TDR): pedir ao doente para desenhar o mostrador de um relógio. Depois dos números marcados, pedir ao doente para desenhar os ponteiros para ler 10 minutos depois das 11:00 (ou 20 minutos depois das 8:00).
- Pedir ao doente para recordar-se das três palavras do passo 1.
Rastreio de depressão – PHQ 2
PHQ-2 consiste no rastreio de perturbação depressiva para avaliar necessidade de abordagem diagnóstica complementar.
A pontuação obtida no PHQ-2 varia de 0-6 pontos. Um score superior ou igual a 3 pontos sugere uma maior probabilidade de presença de síndrome depressivo.
Doentes com score superior ou igual a 3 pontos devem ser submetidos a investigação adicional, por exemplo, através do uso da ferramenta PHQ-9 ou com a realização de entrevista clínica dirigida ao esclarecimento de presença de patologia do foro mental.