C4. Omalgia Flashcards
Diagnósticos mais prováveis:
- Disfunção da coluna cervical (dor referida)
- Tendinopatia da coifa dos rotadores ± rotura ligamentar (+ comum: lesões do tendão supraespinhoso)
- Capsulite adesiva
- Rotura dos lábios glenoides
Diagnósticos graves:
- Causas cardiovasculares: angina, enfarte miocárdico
- Neoplasias: primária ou secundária (mieloma ou metástases do osso) do úmero, tumor de Pancoast
- Causas infeciosas: artrite séptica, osteomielite
- Trombose da veia axilar
- Artrite reumatoide
- Patologia intra-abdominal (p.e. hemorragia)
Sinais de Alerta para Omalgia
− Febre (artrite séptica, osteomielite)
− Eritema ou edema agudo
− História de trauma (deslocação, fratura, rotura da coifa dos rotadores)
− História de artrite inflamatória
− Antecedentes pessoais de neoplasias malignas
− Perda de sensibilidade ou motricidade num dos MS
Diagnósticos frequentemente esquecidos
- Polimialgia reumática – idosos (> 60 anos) com omalgia bilateral, que é pior de manhã
- Disfunção cervical
- Gota ou pseudogota (pouco comum)
- Osteoartrose da articulação acromioclavicular
- Escápula alada (dor muscular de fadiga)
7 imitadores
- Depressão
- Diabetes (neuropatia, capsulite adesiva)
- Drogas / fármacos – corticosteroides podem levar a necrose avascular da cabeça do úmero, esteroides anabólicos podem causar osteólise da articulação acromioclavicular
- Doença tiroideia (raro)
- Disfunção medular
MOVIMENTO
• Flexão (elevação anterior) – 180º
• Extensão (elevação posterior) – 50º
• Abdução – 180º (iniciada pelo deltoide, finalizada pelos movimentos glenoumeral e escapulotorácico)
• Adução – 50º
• Rotação interna – 90º
• Rotação externa – 90º
o Testes especiais:
• Teste de diferenciação rápida do supraespinhoso / infraespinhoso (thumbs up / thumbs down test)
• Teste da cabeça longa do bicípete braquial e teste de Yergason
• Teste da tensão do plexo braquial
• Teste de impingement para lesões do supraespinhoso
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Ombro do Nadador
− Adolescentes > 12 A
− Associado a um posicionamento escapular anormal e disfunção cervicotorácica
− Ocorre no tendão supraespinhoso quando uma zona avascular é comprimida pela tuberosidade maior do úmero quando o braço está em abdução, e alivia em adução
− Apresentação clínica:
• Estadio 1: dor apenas após a atividade
• Estadio 2: dor no início e depois no fim da atividade
• Estadio 3: dor durante e após a atividade, afeta desempenho
Tendinopatia da Coifa dos Rotadores (= Impingement syndrome)
associada a inflamação (tendinite), rotura ligamentar ou impingement por baixo do acrómio
− Pode envolver um tendão (normalmente o supraespinhoso), ou mais tendões da coifa dos
jovens desportistas ou pessoas >50A
Tendinopatia do supraespinhoso
- Localização: ombro e porção externa do braço; máxima sobre a inserção do deltoide
- Radiação: cotovelo
- Qualidade: dor latejante, pode ser muito intensa
- Frequência: constante (dia e noite)
- Duração: constante
- Início: gradual ou repentino, com subluxação do ombro
- Agravamento: movimento específicos como colocar uma t-shirt, limpar após necessidades, decúbito lateral (do lado afetado)
- Alívio: analgésicos
- Características associadas: ponto de desencadeamento da dor sobre a origem do supraespinhoso
- Exame objetivo: dor à abdução resistida, arco doloroso, dor à rotação externa resistida, dor com os testes de impingement, sinal de “emptying the can” (Jobe) positivo
- Diagnóstico: ecografia de alta resolução
Bursite Subacromial
− É a associação mais severa com patologia da coifa dos rotadores e pode requerer internamento para controlo da dor
− É a única doença inflamatória peri-ombro onde a dor localizada é um sinal fiável
Capsulite Adesiva
− Inflamação aguda que afeta a articulação glenoumeral, que se torna fibrótica e contraída.
− Pode acontecer espontaneamente ou após uma lesão e pode ser parcial ou global
− Diagnóstico diferencial: artrite reumatoide monoarticular, artropatia de cristais (gota), artrite séptica
− É relativamente comum, afetando 2 a 5% da população geral e 10-20% dos diabéticos. É mais comum entre os 40 e 60 A
− Ocorre geralmente em três estadios:
1. Fase inflamatória dolorosa 2 a 9 meses (congela e descongela)
2. Fase fibrótica contraída 4 a 12 meses
3. Resolução parcial ou completa 5 a 26 meses
− Características Clínicas:
• Localização: em torno do ombro e na porção externa do braço
• Radiação: cotovelo
• Qualidade: dor latejante profunda
• Frequência: constante (dia e noite em casos severos)
• Duração: constante
• Início: espontânea, normalmente gradual, pode ser intensa o suficiente para despertar o paciente
• Agravamento: atividade, vestir, pentear cabelo, calor
• Alívio: analgésicos (alívio parcial)
• Características associadas: rigidez do braço, pode ficar “congelado”
• Exame objetivo: ombro congelado; vários movimentos ativos e passivos dolorosos e com restrição, especialmente extensão; movimentos contra resistência não despoletam dor
• Diagnóstico: ecografia de alta resolução
Tendinopatia Bicipital
− Lesão da porção longa do bicípete, que causa dor na porção anterior do ombro
− Sinais: dor na flexão do cotovelo contra resistência, dor na supinação do cotovelo fletido a 90º contra resistência, dor com a pronação do antebraço (teste de Yergason); arco doloroso se porção intrascapular estiver afetada; dor local à palpação do tendão no sulco bicipital; movimentos ativos do ombro despoletam dor
− Normalmente segue-se a distensões crónicas e repetitivas na juventude (p.e. levantador de peso, ténis, nadador…)
− Complicações: rotura completa e subluxação do tendão (que sai do sulco)
Rotura do Tendão do Bicípete
− A rotura da porção longa do bicípete acontece em pessoas mais velhas, e pode ser espontânea ou ocorrer após levantar um peso ou cair com a mão estendida
− O paciente normalmente tem uma sensação de rasgão ou estalido no ombro
− Ombro muito doloroso,
Polimialgia Reumática
− Diagnóstico: pessoas mais velhas (> 50 A) com dor bilateral e rigidez do ombro, associada ou não a dor na anca
− Pode seguir-se a uma doença influenza-like
− Características clínicas:
• Localização: ombros e porção externa dos braços (bilateralmente)
• Radiação: em direção à porção inferior do pescoço
• Qualidade: dor profunda e intensa
• Frequência: diária
• Duração: constante, mas melhora ao final da tarde
• Início: acorda com a dor na sua maior intensidade
• Agravamento: ficar na cama, inatividade
• Alívio: atividade (ligeiro alívio)
• Características associadas: rigidez matinal severa “nos músculos”, mal-estar, ± perda de peso, depressão
• Diagnóstico: aumento da VS (mas pode ser normal)