6 - Icterícia Flashcards

1
Q

Definição da icterícia

A
  • Concentração > 3mg/dL ou > 5mg/dL no recém-nascido
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2
Q

Síndrome de Gilbert - Hiperbilirrubinémia não conjugada

A

AR
Mutação no gene UGT1A1
Atividade enzimática 30% do normal

Clínica:

  • icterícia ligeira e flutuante
  • jejum, stress, cirurgia, fármacos

Dx:

  • laboratorial - bilirrubina total aumentada, bilirrubina conjugada normal e provas hepáticas normais
  • EO normal

Aumenta o risco de colelitíase, Kernicterus e hepatotoxicidade a fármacos metalizados pela UGT1A1

TTO:

  • não necessita
  • fototerapia RN
  • responde a fenobarbital
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3
Q

Crigler Najjar 1/2

  • clinica
  • dx
  • laboratorio
  • genetico
  • tto
A

Icterícia neonatal persistente grave
EO de resto normal
Risco de kernicterus (encefalopatia bilirrubínica) (+sépsis, desidratação

CN1: - ausência total da atividade enzima UGT1A1
CN2: ausência parcial da enzima UGT1A1, mutações mais subtis, diminuição da afinidade

Laboratório: hiperbilirrubinémia não conjugada grave, restantes provas hepáticas normais

Genético: AR - mutações nos expões do gene UGT1A1 ou flanking splice junctions

Histologia (não de rotina): fígado seria normal (pulgas bílis)

Tratamento:

▪ Fototerapia agressiva, exsanguineo-transfusão, plasmaferese
▪ Objectivo : bilirrubina total < 17,5 mg/dl (300 μmol/ L) - 15 horas/ dia ▪ Intercorrências
CN1
▪ Sem resposta ao fenobarbital
▪ Transplante hepático aos 3-5 anos? Excelente prognóstico
▪ Transplante células hepáticas
▪ Pode haver deterioração neurológica súbita tardia, mesmo com tratamento meticuloso
CN2
▪ Resposta parcial fenobarbital
▪ Fenobarbital (5–10 mg/kg/dia) efeito cosmético ▪ Não é obrigatório tratamento a longo prazo
▪ Kernicterus raro

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4
Q

Colestase

A

Disfunção na síntese bílis ou sua excreção

▪ Elevação da bilirrubina conjugada/ directa (> 20% bilirrubina total; > 1 ou 2 mg/dL)
▪ Elevação GGT/ FA / 5-NT
▪ Elevação colesterol
▪ Elevação sais biliare

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5
Q

Atrésia das vias biliares

  • definição
  • forma
  • clínica
  • laboratorial
  • ecografia hepática com jejum
  • colangiografia
  • cintigrafia hepato-biliar
  • colangio-RM
  • biopsia hepática
  • tto
  • complicações
A
  • definição
    Doença fibro-obliterativa dos ductos biliares intra e extra-hepáticos progressiva que ocorre nas 1as semanas de vida
- forma
não sintomática, perinatal ou adquirida (90%)
sindromática ou genética (10%): BASM - billar atresia splenic malformação síndrome
- clínica
icterícia, acolia , colúria
bebé com excelente estado geral
hepatomegália firme
esplenomegália tardia
  • laboratorial
    ▪ Hiperbilirrubinémia conjugada
    ▪ Elevação de transaminases (< 10x VR) ▪ Elevação (moderada) da GGT e FA
  • ecografia hepática com jejum
    ▪ Ausência de vesícula biliar
    ▪ Vesicula biliar rudimentar, pequena, parede espessada, não esvazia
    em pós prandial
    ▪ Quisto no hilo hepático
    ▪ Sinal da corda (triangulo luminoso na bifurcação portal)
    ▪ Não há dilatação das vias biliares
    ▪ Síndrome de poliesplenia: vários baços, veia porta pré-duodenal,
    retorno venoso pela azigos, situs inverso
    ▪ PODE SER NORMAL!

-colangiografia
Ausência de opacificação das vias biliares intra-hepáticas ou do
duodeno

  • cintigrafia hepato-biliar
    ▪ Não usada por rotina
    ▪ Falsos positivos e negativos
  • colangio-RM
    Sem sensibilidade suficiente
  • biopsia hepática
    Achados compatíveis
  • tto
    ▪ Hepatoportoenterostomia de Kasai (1os 2- 3 meses de vida) - < 2meses melhora o prognóstico
    ▪ Restaura fluxo biliar, diminui a progressão da doença ▪ Colestase – prolongamento TP – Vitamina K EV
    ▪ Reposição das vitaminas ADE
    ▪ Dieta hipercalórica, rica TCM
- complicações
▪ Cirrose biliar
▪ Hepatomegália
▪ Hipertensão portal
▪ Esplenomegália – hiperesplenismo ▪ Varizes esofágicas – hemorragia
▪ Ascite
▪ Síndrome hepato-pulmonar
▪ Síndrome hepato-renal
▪ Colestase crónica
▪ Colangites
▪ Lagos biliares
▪ Tumor hepático
▪ Insuficiência hepática
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6
Q

Toda a icterícia que persiste após 15 dias de vida deve ser investigada, urgente excluir AVB

A

.

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7
Q

VHA

  • Clínica
  • Laboratorial
  • ECO hepática
  • TTO
A
  • Clínica
    ▪ Período incubação: 2-6 semanas
    ▪ Fase prodrómica: mal estar, nauseas, anorexia
    ▪ Dias - semana: febre, vómitos, diarreia, icterícia, acolia, colúria
    ▪ Fase recuperação: excreção fecal 3 meses
    ▪ Manifestações extra-hepáticas (raras): artrite, vasculite
    ▪ E.O: icterícia, hepatomegália dolorosa, esplenomegália, linfadenopatia cervical posterior
- Laboratorial
▪ IgM anti-VHA (4-6 meses), IgG anti-VHA
▪ ALT/ AST > 10 VR
▪ Hiperbilirrubinémia conjugada
▪ A magnitude da elevação das transaminases não está correlacionada com a gravidade ou prognóstico
▪ Coagulopatia – FHA?
  • ECO hepática
    Normal, ecogenecidade Peri-portal, hepatomegália, esplenomegália, linfadenopatias peri-portais, distensão da vesícula e edema da parede
  • TTO
    Repouso, analgesia, hidratação
    Não há evolução para hepatite crónica
    Colestase prolongada: até 120d
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8
Q

Doença de Wilson

A

▪ Hiperbilirrubinémia conjugada, elevação transaminases, hepatomegália, cirrose, falência hepática aguda
▪ Hemólise (teste Coombs negativo)
▪ Alterações renais (tubulopatia)
▪ Artrite

– Forma hepática: 3 – 12 anos
– Forma neurológica: adolescente-adulto
– Forma psiquiátrica: adolescente-adulto

Diagnóstico:
▪ Ceruloplasmina diminuida (atenção aos portadores de 1 mutação) <
200 mg/L
▪ Cobre urinário 24h aumentado: >3 mmol/24hrs
▪ Cobre urinário 24h após penicilamina (0.5 g 12-12h) : > 25 mmol/24hrs (88% doentes com DW)
▪ Cobre sérico livre aumentado: >7 mmol (Cobre total normal/ aumentado/ diminuído)
▪ Aneis Kayser Fleischer
▪ RM cerebral
▪ Sinais ecográficos hepatopatia
▪ Biopsia hepática com excesso cobre: > 250 mg/g peso seco
▪ Estudo genético – doença autossómica recessiva – 2 mutações gene ATP7B

Tratamento:

▪ Quelantes de Cu:
– D-Penicilamina – 1a linha
– Triantine (intolerantes D-penicilamina; também eficaz como tratamento inicial)
▪ Diminuem absorção de Cu:
– Zinco – manutenção; 1a linha assintomáticos/ pré- sintomáticos (irmãos); eficácia doença neurológica > hepática; baixa toxicidade, mau sabor
▪ Transplante hepático (falência hepática aguda, ausência resposta tratamento, HTP intratável)

Evolução/Complicações:
▪ Hepatite crónica wilsoniana tratada tem bom prognóstico - normalização das alterações hepáticas
▪ Cirrose – hipertensão portal
▪ Neuro-wilson – distonia – pode não haver melhoria das complicações neurológicas após transplante hepático

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9
Q

Hepatite auto-imune

A

▪ Hepatite aguda: 50% ▪ Hepatite crónica: 40%
▪ Elevação (persistente/ flutuante de transaminases) ▪ FHA: 5%
▪ Assintomática/ outra doença auto-imune: 5% ▪ DII, anemia hemolítica AI, diabetes, tiroidite
▪ Cirrose no diagnóstico: > 50% crianças

EO
Icterícia, estigmas de doença hepática crónica (eritema palmar, telangiectasias, hipocatrismo digital), hepatomegália (firme/dura), esplenomegália

Laboratorial:
▪ Elevação transaminases, GGT/ FA, bilirrubina total/
directa
▪ Electroforese proteínas séricas com: hipergamaglobulinémia (IgG)
▪ HAI tipo 1: ANA e/ou ASMA
▪ HAI tipo 2: LKM, anti-citosol
▪ 10-15% das HAI são seronegativas
▪ Provas função hepática: coagulação, albumina, glicémia, colesterol

DIAGNÓSTICO:
▪ Ecografia hepática: sinais de doença hepática crónica
▪ Colangio-RM: avaliar sinais de colangite esclerosante (irregularidade de vias biliares)

BIÓPSIA:
Infiltrado inflamatório rico linfócitos, plasmócitos Hepatite da interface (entre espaço porta e lobulo)
Inflamação lobular, necrose celular Células gigantes, multinucleadas Rosetas
Fibrose portal/ intralobular/ cirrose

TRATAMENTO:
Imunossupressão (ISS)
▪ Prednisolona - indução de remissão
▪ Azatioprina - manutenção remissão
▪ Micofenolato-mofetil
▪ Ciclosporina/ tacrólimus
▪ Transplante hepático: 10% doentes (FHA/ crónica, ausência resposta ISS
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