22 - Edema e proteinúria Flashcards
Edema
Aumento do fluido intersticial que pode ser localizado a uma determinada região ou generalizado
Se temos um doente com hipoalbuminémia sem proteinúria, com uma análise de urina normal e com sedimento normal, então já não será tão provável que a causa seja nefrológica.
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Em relação ao mecanismo físico, este tem a ver essencialmente com a dimensão das fenestrações do endotélio e tal justifica que proteínas de maior peso molecular não consigam atravessar esta barreira. Em relação ao mecanismo eletroquímico, basta recordarmo-nos que a membrana basal tem carga negativa (porque é composta maioritariamente por proteinoglicanos com carga negativa) repelindo proteínas com carga negativa no ph fisiológico, como é o caso da albumina.
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Normal excreção de proteínas
<4mg/m2/h ou <0,2mg proteína/mgcreatinina
50% consiste em proteína secretaria no epitélio tubular
50% consiste nas proteínas plasmáticas: albumina (40%) e baixo peso molecular (10%)
Proteinúria
Prot u> 4 mg/m2/h
Prot/Cru > 0,2 mg/mg
S. nefrótico
Edema + proteinúria neurótica + hipoalbuminemia (<3 g/dL) (+ hipercolesterolemia <3g/dL9
Protu> 40mg/m2/h
Protu/Cru >2.0 mg/mg
Surge a partir de infeção respiratória alta, reações alérgicas ou vacinas
TTO: Corticossensível
Histologia: Lesões mínimas (80%); glumeruloesclerose segmentar e focal (20%)
As recaídas são frequentes e há remissão com a idade
Fita teste
1 ou 2 cruzes (que já é significativo embora não seja de faixa nefrótica)
3 ou 4 cruzes que corresponde então à proteinúria de faixa nefrótica
Falsos positivos: elevada densidade urinária, a urina está mt alcalina - ex: pós ex. físico ou criança malnutrida com pouca massa muscular e que vai ter menos creatinina urinária - denominador é menor
Falsos negativos: urina mt diluída, urina com pH ácido ou qd as proteínas são outro tipo que não a albumina ou diminuição da taxa de filtração glomerular e função tubular preservada tem aumento da secreção de cretinina do sangue para a urina - creatinina aumenta falsamente
Síndrome Nutcracker
Veia renal esquerda entre a aorta e a artéria mesentérica superior, sobretudo em doentes com pouco tecido adiposo peri-visceral.
Este quadro pode ser totalmente assintomático ou originar episódios de dor lombar associado a hematúria intermitente, mais frequentemente microscópica ( mas também pode ser macroscópica), e que se pode associar ou não a episódios de proteinuria ortostática (que é mais comum ao final do dia pelo efeito da gravidade que exacerba o efeito de pinça, e sobretudo nos dias de exercício mais intenso). Esta síndrome pode também associar-se a varicocelo à esquerda precisamente pela compressão da veia renal esquerda.
Proteinúria transitória ou persistente
Podemos classificá-la como transitória (situações de fluxo hiperdinâmico: febre, exercício físico intenso, convulsões, desidratação) ou persistente (quando está presente em pelo menos 2 medições em condições ideais). A proteinúria transitória não tem significado patológico no que diz respeito à evolução para doença renal crónica.
Proteinúria ortostática ou fixa
A proteinúria ortostática só está presente quando o doente está em ortostatismo. Quando se colhe a primeira urina da manhã, que no fundo é a urina que foi produzida quando o doente esteve em decúbito, não se deteta proteinúria. É das causas mais frequentes de proteinúria em idade pediátrica.
Classificar a proteinúria quanto à origem
Glomerular (albuminuria) ou tubular (beta2 ou alfa1- microglobulina - proteínas de baixo peso molecular)
Fazer Mantoux ou IGRA em doentes com SNo que vão iniciar doses de corticoides altas
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Principais complicações de um SNo:
Dislipidémia por perda das proteínas
Risco trombótico com o aumento da síntese hepática de pró-coagulantes
Risco infeccioso, por existirem menos proteínas em circulação
SNo - causas
Primária ou secundária
- primária:
- > doença de lesões mínimas - responde a corticoides
- > glumeroesclerose segmentar focal - 1/3 evolui para doença renal crónica
- > glomerulonefrite focal primária
- > nefropatia membranosa idiopática
- secundária:
Lupus, Henoch-Schonlein purpura, infeção crónica, alergia, diabetes, amiloidose, maligno, ICC, trombose venosa renal
Congénita <3M; 1a ou 2a (TORCH)
Quando é que se faz biópsia antes de se avançar para a terapêutica?
• A idade< 1ano ou >10-12anos;
• Há história de síndrome nefrótico familiar;
• As alterações da função renal ou a hipertensão persistem ou são graves desde a
apresentação;
• Há hematúria ou cilindros sugestivos de glomerulopatia crónica, como por exemplo uma
membranoproliferativa;
- Há níveis baixos do complemento que sugerem causa reumatológica ou uma membranoproliferativa;
- Há alterações nas serologias indicando causa secundária a doença sistémica;
- O doente não responde bem à terapêutica com corticoides.