30 - Criança com cefaleias Flashcards
Cefaleia - classificação temporal
- Cefaleia aguda
- Cefaleia aguda recorrente
- Cefaleia de tensão
- Enxaqueca (com aura; precursores de exaqueca; formas graves de enxaqueca)
- Cefaleia crónica progressiva
Cefaleia aguda - caracterização
Cefaleia inaugural
Benigna, secundária a quadro infeccioso ( Infeções respiratórias altas, síndrome gripal)
!! A cefaleia é um sintoma cardinal de infeções do SNC (como meningite) e pode também ser a manifestação de situações graves como hemorragias intracranianas e hidrocefalia aguda.
Cefaleia aguda recorrente
Periódica
Período intercrítico assintomático
Enxaqueca/cefaleia de tensao
Cefaleia aguda recorrente - Enxaqueca
Cefaleia primária
Hemicraniana (em crianças mais pequenas pode ser cefaleia bifrontal)
Pulsátil
Fatores de agravamento: exercício físico, manobras de Valsalva e mudanças de posição;
Fatores desencadenates: stress, privação de sono, período menstrual, traumatismos cranianos minor e alguns alimentos (chocolate, marisco e alguns tipos de queijo);
É acompanhada frequentemente por náuseas e vómitos, tontura, dor abdominal inespecífica periumbilical, fotofobia e/ou fonofobia, palidez e olheiras;
Existe história familiar
Cefaleia aguda recorrente - Cefaleia de tensão
Difusa
Carácter opressivo
Vespertino (final do dia)
Intensidade: ligeira a moderada e não interrompe as atividades diárias
Enxaqueca com aura
10 a 20% das enxaquecas
Conjunto de sintomas neurológicos que coexistem com cefaleia e ocorrem imediatamente antes ou nos 1os minutos: Sintomas visuais (descrição de luzes cintilantes, manchas, flashes, sensação de perda de visão central), sensitivos (sensação de parestesias ou adormecimento de uma localização corporal específica) e/ou alterações da linguagem (parafasias, trocas de palavras, linguagem pouco percetível).
Duração <1h
Reversível
DD: disseção da carótida, malformação arteriovenosa e crise epiléptica
Percursores da enxaqueca - 4
cefaleia não existe ou é uma queixa pouco dominante, e são eles: torcicolo paroxístico benigno, vertigem paroxística benigna, vómitos cíclicos/enxaqueca abdominal e enxaqueca confusional aguda
Percursores da enxaqueca - torcicolo paroxístico benigno:
Episódios paroxísticos de inclinação lateral da cabeça;
1º ano de vida
Vómitos e ataxia (ataxia que num bebé pequeno se pode avaliar por uma maior instabilidade quando está sentado
Duração de horas a dias
Não se apresenta com febre nem alterações do estado da consciência: o bebé está aparentemente bem, sendo apenas visível uma inclinação da cabeça;
Percursores da enxaqueca - vertigem paroxística benigna:
Sem cefaleia (são percursores de enxaqueca!)
1 a 4A de vida
Melhoria com o sono;
História familiar de enxaqueca;
Evoluir, em idades mais tardias, para enxaqueca típica;
Subitamente desenvolvem uma ataxia da marcha; e que, tendo a sensação de vertigem, param e passam a apresentar um ar “assustado”; os pais podem observar alguns movimentos nistagmiformes;
Diagnósticos diferenciais : epilepsia, patologia ORL, anomalias endocranianas e doenças metabólicas
Percursores da enxaqueca - vómitos cíclicos
Episódios recorrentes de náuseas e vómitos, habitualmente estereotipados (quanto à hora de início, aos sintomas acompanhantes e à duração dos mesmos);
Palidez, cefaleia e letargia associados
Duração dependente do doente, no intervalo interepisódico a criança está perfeitamente bem;
Excluam outras causas: neurológicas (epilepsia, LOE), metabólicas ou endocrinológicas, gastro-intestinais
Percursores da enxaqueca;
Suporte (hidratação ev) e anti-migranosos
Enxaqueca abdominal
Dor abdominal na linha média, com localização periumbilical; Duração variável (1-72h); Sintomas vasomotores (palidez), náuseas e vómitos acompanhantes; Não deve estar associada a outras causas: gastro-intestinais ou metabólicas. Remissão completa dos sintomas entre os episódios.
Formas graves de enxaqueca
Enxaqueca hemiplégica: hemiplegia duração horas a dias
Forma familiar (AD)
Forma esporádica
Enxaqueca basilar - adolescência
Quadro clínico em tudo semelhante a um quadro clínico de défice vascular, a nível da circulação posterior (artéria basilar)
início súbito de sintomas visuais, ataxia da marcha, dificuldade da articulação verbal (disartria), vertigem, zumbido e posteriormente a cefaleia
Cefaleia de tensão
Difusa
Carácter opressivo
Vespertino (final do dia)
Intensidade ligeira a moderada e não interrompe atividade diária
Cefaleia crónica progressiva
Difusa
Carácter opressivo
Diferença para as cefelias de tensão (caracter episódico), enquanto estas são persistentes e diárias
Agravamento da intensidade ao longo do tempo
Predomínio matinal e despertarem do sono - Sinais de alarme
Causa: Orgânica - hipertensão intracraniana (lesões expansivas como tumores, abcessos, hidrocefalia, trombose venosa ou pseudotumor cerebri)
Associam-se a vómitos/ alterações da acuidade visual
vómitos sem naúseas associadas e predomínio matinal
Alteração da acuidade visual - parésia dos pares cranianos (6º - diplopia)
Exame neurológico - sinais de hipertensão intracraniana podem ocorrer sinais focais e edema da papila
!! Cefaleia com vários meses de evoluação e com exame neurológico normal, esta dificilmente terá causa orgânica
Sinais de alarme
Cefaleia explosiva -> Evoca evento vascular (ex. rutura de aneurisma ou MAV)
Agravamento recente de cefaleia crónica -> Faz pensar em processo progressivo
(lesão ocupante de espaço: tumor, hidrocefalia…)
Cefaleia crónica progressiva -> Evoca causa orgânica
Cefaleia precipitada pelo esforço ou exercício físico
Cefaleia que desperta o sono ou diária ao acordar
Convulsões de novo
Vómitos persistentes
Outros fatores preocupantes:
Idade inferior a 5 anos (no slide está “3 anos” mas a professora considera que idade < 5 anos merece investigação para causa secundária de cefaleia)
Traumatismo crânio-encefálico (TCE) recente
Coagulopatia/anticoagulação ou antiagregação
Sistema de derivação ventricular (ex. na hidrocefalia neonatal)
Alteração recente do comportamento / rendimento escolar
Má resposta terapêutica aos analgésicos comuns
Sinais neurológicos focais
Febre
Meningismo
Edema da papila / hemorragia retiniana observáveis no fundo do olho
Fontanela anterior abaulada ou hipertensa
Hipertensão arterial
Aumento do perímetro cefálico
Sinais de doença neurocutânea
• Manchas hipo ou hipercromáticas associam-se frequentemente a lesões ocupantes de espaço intracranianas
Atraso no crescimento/puberdade precoce
Sopro craniano audível ao nível dos vasos da cabeça