39 - Sinais e sintomas ortopédicos na criança Flashcards
Circulação no esqueleto e cartilagem de crescimento
- Na criança: circulação autónoma para a diáfise e outra para a face cefálica
- Adolescente: começo da fusão entre a metáfise e a cabeça
- Adulto: finalização da fusão, e uma só circulação; desaparecimento da cartilagem de
crescimento
Rigidez do cotovelo
Rigidez da anca
Rigidez de múltiplas articulações
Rigidez do cotovelo - sinostose radiocubital/radioulnar (fusão de ossos adjacentes)
Rigidez da anca - displasia do desen da anca, deformidades congénitas do fémur
Rigidez de múltiplas articulações - artrogripose (Ocorre fibrose e encurtamento do tecido muscular, o que provoca limitação dos movimentos e flexão ou extensão das articulações afetadas.)
- Parto eutócico difícil e RN macrossómico estão associados fraturas e lesão do plexo braquial congénitas
- A posição pélvica é o principal fator de risco para displasia do desenvolvimento da anca
.
Anca - testes
Teste de Galeazzi - tamanho do fémur (positivo s encurtado)
Teste de Barlow - instabilidade da anca (Positivo se desencadeia deslocamento posterior da cabeça femoral para fora do acetábulo (induz a luxação)) - flexão do joelho a 90º
Teste de Ortolani- para confirmar luxação da anca após o teste de Barlow (repõe a cabeça femoral no acetábulo) - abrir
Pé se arco for muito pronunciado (= pé cavo), indica lesão neurológica
.
Reflexo apreensão palmar
Desaparece aos 2-4 meses
Se assimétrico ou persistente >4M → paralisia cerebral o
Ausência unilateral indica paralisia flácida secundária a paralisia completa do plexo braquial
Reflexo de preensão plantar
o Desaparece aos 9-12 meses
o Se assimétrico ou persistente 12M →paralisia cerebral
Reflexo de Moro
o Desaparece aos 3-6 meses
o Diminuído → hipertonicidade severa, hipotonia ou paralisia flácida
o Se persistente → patologia neurológica como paralisia cerebral
o Ausente → lesão de estrutura nervosa
Reflexo da marcha automática
o Desaparece aos 1-2 meses
o Ausente → paralisia flácida
o Persistente → disfunção neurológica
Pseudoparalisia - incapacidade de mobilização de um membro
Etiologia
Infeção
Alteração neurológica
Fratura
Pseudoparalisia por Infeção
Características Raio X Dx TTO Complicações
Agente mais frequente: Staph Aureus
Infeções multifocais em 50% dos RN
A osteomielite pode complicar com artrite das articulações adjacentes
Raio X:
• Laxidão muscular adjacente à articulação
• Luxação ou subluxação da articulação, devido à acumulação de pus, com aumento do
espaço articular em relação ao membro contralateral
• Rarefação óssea por osteólise, principalmente ao nível das metáfises, ou reações
periosteais, num estádio um pouco mais avançado (passado cerca de uma semana)
Dx incerto
TTO:
Artrite - urgência - risco de destruição de cartilagem
Osteomielite - hemoculturas para AB dirigido
o Melhoria com AB > continuar
o Sem melhoria > provavelmente tem um abcesso, deve-se fazer RM e fazer aspiração
e drenagem cirúrgica
Complicações:
- destruição rápida da cartilagem
- destruição da fise
- dismetria dos membros
- artrite pós-infecciosa
- osteonecrose epífise
- separação epifisiária
Pseudoparalisia por paralisia do plexo braquial
FR, Dx, tipos de paralisia, TTO
FR:
- DM
- Macrossomia
- Trabalho de parto prolongado
- Fórceps
- Distócia de ombros
Dx:
- clínico: membro que não se mexe e tónus muscular diminuído, sem contrações musculares voluntárias; Reflexo Moro ausente, o que contrasta com causa infecciosa na qual o reflexo está presente mas é assimétrico
Paralisia de Erb: Sinal de garçon - C5 a C6, rotação interna do ombro, extensão do cotovelo, provação do antebraço e flexão do pulso
Síndrome de Horner:
Ptose palpaebral e midríase
Envolvimento total do plexo braquial
Raio X para se verificar paralisia diafragmática ipsilateral
TTO: fisioterapia - se não melhoram passado 3 a 6M de fisioterapia, ponderar cirurgia após 18M com pouco benefício
Pseudoparalisia por fratura
FR e MCDT
FR:
Apresentação pélvica
Macroglossima
Parto eutócico
Raio X:
Podem existir calos ósseos passados 1 M
Se não houver dor à manipulação da clavícula que parece fraturada no raio-X→ pseudoartrose da clavícula
Ecografia pode ser útil para identificar fraturas ocultas
Diagnóstico diferencial com raquitismo e osteogénese imperfeita quando são múltiplas fraturas.
Pseudoparalisia por fratura
TTO
TTO fémur:
Arnês de Pavlik
Gesso pelvi-podálico unilateral - avável, e aplica forças compressivas mais adequadas no local de fratura
TTO MS:
Imobilização do membro
Pé do RN
Metatarso aducto
Antepé em aducto, com o bordo interno curvo, calcanhar neutro e planta do pé em forma de feijão.
TTO:
deformidade flexível, equivalente a grau 1/2 por observação e alongamentos, visto que 90-95% resolvem sozinhos até aos 2-3 anos.
deformidades rígidas por colocação de gessos seriados pela técnica de Kyte, antes dos 4 meses.
Cirurgia em crianças a partir dos 3A para deformidades rígidas que o gesso não resolveu
Pé boto
- Cavo do pé
- Aduto do antepé
- Varo do retropé
- Equino
TTO:
- conservador - gesso seriado pelo método de Ponseti.
- bota especial até aos 4 anos devido ao risco de recidiva. - método ponseti
Calcaneovalgus
Deformidade póstero-medial da tíbia
Retropé em rotação externa e dosiflexão. Resulta também da posição intrauterina e resolve com massagem e alongamentos até aos 3 a 6 anos.
Na deformidade postero-medial congénita da tíbia, o tratamento passa também pela observação, com resolução até aos 3-6 anos. No entanto, é comum existir uma dismetria de 3-4cm,
Astrágalo vertical congénito
verticalização da articulação astrágalo- escafoideia
Dx: subluxação persistente da articulação astrágalo-escafoideia.
TTO: gesso seriados + correção cirúrgica aos 2 anos
r bons resultados em termos de aparência, mas
ficam sempre com sequelas e um pé pouco funcional.
Doença displásica da anca
FR, testes, mcdt, dx, tto
Os fatores de risco major são:
• Apresentação pélvica
• T orcicolo congénito
• História familiar de DDA
Os fatores de risco minor são:
• 1o filho
• Sexo feminino
Assimetria na altura dos joelhos no teste de Galeazzi, uma assimetria da abdução (limitação da abdução da anca luxada) e manobras de Ortolani e Barlow positivas
Teste de Klisic - o dedo médio na crista ilíaca e o polegar no trocânter. Entre ambos deve-se formar uma linha que interseta o umbigo; quando não acontece significa que a anca está deslocada posteriormente.
Luxação é irredutível e provoca limitações graves da mobilidade
Dx: Imagiológico - ECO
uando está fora, a cobertura é <50% e indica luxação da anca.
Nas primeiras 4 semanas o EO prevalece sobre a ecografia devido ao elevado número de falsos positivos durante este período.
TTO: Colocação do arnês de pavlik: flexão 100º; abdução 60º
Não se deve pôr o arnês de Pavlik a todas as crianças porque existe necrose da cabeça do fémur em 10% quando este tem abdução excessiva ou está mal colocado.
Deve-se realizar uma ecografia 2-3 semanas após o tratamento, ou uma radiografia a partir dos 3 meses.
Quando as crianças já são um bocadinho mais velhas, por volta dos 4-5 meses, usamos uma cunha de Splint, que mantém a cabeça do fémur dentro da articulação e estimula a criação de osso à sua volta.
Luxação congénita do joelho
Alterações do ligamento cruzado anterior
Joelho “ao contrário”, com hiperextensão do joelho, ausência de flexão, e palpação dos côndilos femorais na fosse poplítea.
A radiografia pode demonstrar uma subluxação e permite classificação. ECO em casos duvidosos
TTO
Conservador e passa por tração manual, seguida de gessos seriados em
flexão progressiva.
Cirurgia - a ausência de resposta ao tratamento aos 6 meses, e envolve
redução aberta da luxação com alongamento do quadricípite.
se displasia da anca, deve-se tratar primeiro o joelho.
complicações que pode decorrer da flexão progressiva é a fratura “em ramo verde
Torcicolo congénito
- definição, FR, EO, TTO
Contratura do músculo esternocleidomastoideu por fibrose intramuscular
provocada por uma isquemia intrauterina, que condiciona síndrome compartimental com consequente fibrose muscular.
FR:
Apresentação pélvica e extração/parto difícil
Displasia da anca e metatarso aducto
EO: a criança aponta com a orelha para a zona onde tem a lesão, ao contrário do torcicolo normal, e existe uma massa palpável nos primeiros 3 meses.
TTO:
Tratamento é conservador, passa por fisioterapia e alongamentos antes dos 6M
Se não resolver com fisioterapia, deve-se fazer radiografia para exclusão de síndrome de fusão das vértebras cervicais (Kippel/Feil)
Se se excluir a síndrome, deve-se então fazer secção do músculo por volta dos 5 anos. Não se deve fazer após esta idade porque a visão já está tão habituada ao desnível que a criança vai continuar com a cabeça de lado mesmo depois da operação.
Pseudoartrose congénita da clavícula
- definição, características, mcdts, dx
ausência de fusão dos centros de ossificação medial e lateral da clavícula, in utero.
Tumefação palpável não dolorosa
Diagnóstico se confirma pela
ausência de calo ósseo em radiografias subsequentes.
O tratamento é conservador, e só faz cirurgia por preocupação estética.
Reação periostal
Aumento da densidade óssea ou cartilagem
Fisiológicas - 35% dos lactentes entre o 1o e 4o mês - finas, uniformes, simétrica - fémur, tíbia e úmero
Patologias - aparecem <1M ou >4M e espessura sup a 2mm
Dx diferencial: hiperostose, alterações metabólicas, osteogénese imperfeita, maus tratos