Princípios do Direito Processual Penal Flashcards
Porque é imperativa a realização de uma filtragem constitucional das disposições legais do CPP?
Porque ele é um código antigo, de 1941, criado sob a égide de outra ordem constitucional.
Quais são as três principais fontes normativas dos princípios que orientam o processo penal?
. . . . . . . . . . . 1. C\_\_\_\_ F\_\_\_\_\_ de 19\_\_ 2. T\_\_\_ i\_\_\_\_ sobre d\_\_\_ h\_\_\_\_ 3. C\_\_\_ de p\_\_\_\_ p\_\_\_ e l\_\_\_ e\_\_\_\_ . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1. CF/1988 2. Tratados internacionais sobre direitos humanos 4. Código de processo penal e legislação extravagante
Quais os sete princípios que orientam o processo penal de forma específica?
** imagem: dedos apontando para alguém caído no chão **
. . . . . . . . 1. d\_\_ p\_\_ l\_\_\_ 2. p\_\_\_ de i\_\_\_ (ou não c\_\_\_\_) 3. in\_\_\_ das p\_\_\_ o\_\_\_ por m\_\_\_ il\_\_\_ 4. v\_\_\_ à a\_\_\_\_ 5. p\_\_\_ 6. j\_\_\_ n\_\_\_ (ou direito ao julgamento imparcial) 7. b\_\_\_ da v\_\_\_r\_\_\_\_ . . . . . . . . . . . . . 1. devido processo legal 2. presunção de inocência (ou não culpabilidade) 3. inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos 4. vedação à autoincriminação 5. publicidade 6. juiz natural (ou direito ao julgamento imparcial) 7. busca da verdade real
Onde está previsto o princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos?
Na Constituição Federal, em CLÁUSULA PÉTREA:
art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos
O princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos gera limitações a quais outros dois princípios processuais penais?
- Ao princípio da BUSCA DA VERDADE REAL (processual penal). Num Estado Democrático de Direito, a busca da verdade não pode ser realizada a qualquer custo ou preço.
- ao princípio da livre motivação do juízo (processual geral).
Qual a diferença entre provas ilícitas e provas ilegítimas? Quais delas não são admitidas no processo penal?
Prova ilícita - violação a regra de direito MATERIAL
Prova ilegítima - violação a regra de direito PROCESSUAL.
O CPP, contudo, não faz tal distinção (“art. 157. São inadmissíveis, devendo ser desentranhadas do processo, as provas ilícitas, assim entendidas as obtidas em violação a normas constitucionais ou legais”). Na dicção do artigo, violou norma legal, de direito processual ou material, é prova ilícita.
O que é prova ilícita por derivação?
. . . . . . . . . . . 1. É a teoria dos f\_\_\_\_ da á\_\_\_ e\_\_\_\_\_\_. São também ilícitas as provas d\_\_\_\_\_ de uma outra prova, de outra fonte igualmente a\_\_\_\_\_. . 2. Está positivada na regra do parágrafo 1º do art. 157 do CPP ("São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o n\_\_\_ de c\_\_\_\_ entre umas e outras, ou quando as d\_\_\_\_ p\_\_\_\_ ser o\_\_\_\_ por uma f\_\_\_ i\_\_\_\_ das primeiras") . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1. É a teoria dos frutos da árvore envenenada. São também ilícitas as provas derivadas de uma outra prova, de outra fonte, igualmente, antijurídica. . 2. Está positivada na regra do parágrafo 1º do art. 157 do CPP ("São também inadmissíveis as provas derivadas das ilícitas, salvo quando não evidenciado o nexo de causalidade entre umas e outras, ou quando as derivadas puderem ser obtidas por uma fonte independente das primeiras")
Quais são as duas teorias que representam alguma forma de mitigação da vedação à prova ilícita por derivação? E qual a exceção ao princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícitos (geral, não só por derivação), admitida pelo STF?
. . . . . . . 1. Teoria da F\_\_\_\_ IN\_\_\_\_ 2. Teoria da D\_\_\_ IN\_\_\_\_ . S\_\_ admite a prova ilícita quando f\_\_\_ ao r\_\_\_\_. Princípio da p\_\_\_\_ . . . . . . . . . . . . . . . . . 1. Teoria da FONTE INDEPENDENTE 2. Teoria da DESCOBERTA INEVITÁVEL . STF admite a prova ilícita quando favorável ao réu. Princípio da proporcionalidade (ponderação entre garantias protetivas da liberdade do réu e o princípio da inadmissibilidade). .
Onde está previsto o princípio da presunção de não-culpabilidade?
- CLÁUSULA PÉTREA da Constituição. Artigo 5º, LVII: “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”
- Convenção Americana de Direitos Humanos, art. 8º
Qual a discussão acerca da nomenclatura do princípio da não-culpabilidade?
Se o correto seria dizer “princípio da presunção de inocência” ou “da presunção de não-culpabilidade”.
Nossa jurisprudência costuma não diferenciar presunção de inocência de presunção de não-culpabilidade.
A superar a discussão, a Convenção Americana de Direitos Humanos faz referência, em seu artigo 8º, à presunção de INOCÊNCIA (“Toda pessoa acusada de delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto não se comprove legalmente sua culpa”)
Qual é a dúplice dimensão do princípio da presunção de inocência?
- dimensão PROBATÓRIA
2. dimensão DE TRATAMENTO
O que a dimensão probatória do princípio da presunção de inocência determina?
- o ônus da prova sobre fatos constitutivos (materialidade, autoria, tipicidade, ilicitude e culpabilidade) do fato criminoso é da acusação
- demonstração da culpa para além de qualquer dúvida razoável
- in dubio pro reo (regra de julgamento)
O que determina a dimensão de tratamento do princípio da presunção de inocência?
. . . . . . . . 1. contenção no manejo de instrumentos de rest\_\_\_ p\_\_\_\_ durante o p\_\_\_\_ e a fase inv\_\_\_\_ (p\_\_\_, b\_\_\_ e ap\_\_\_ etc.) . 2. imp\_\_\_\_ de p\_\_\_ aut\_\_\_ ou pautadas em f\_\_\_ a\_\_\_\_\_ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1. contenção no manejo de instrumentos de restrição pessoal durante o processo e a fase investigatória (prisão, busca e apreensão etc.) . 2. impossibilidade de prisões automáticas ou pautadas em fundamentos abstratos
O que são as dimensões interna e externa do princípio da presunção de inocência?
- dimensão INTERNA ao processo: ônus da prova da parte acusadora; a dúvida favorece o acusado
- dimensão EXTERNA ao processo: proteção contra publicidade abusiva e estigmatização do acusado
Qual a expressão latina para o princípio da não auto-incriminação?
N___ t______ se d_____
Nemo tenetur se detegere
O que diz o princípio da não auto-incriminação?
. . . . . . 1. AMPLA sig\_\_\_\_ norm\_\_\_\_ . 2. A\_\_\_ pode p\_\_\_ em s\_\_\_\_ durante toda i\_\_\_\_ e em j\_\_\_ 3. A\_\_\_\_ não pode ser c\_\_\_\_ a p\_\_\_\_ p\_\_\_ c\_\_\_\_ a seu int\_\_\_\_ . 4. Núcleo normativo: (a) d\_\_\_ ao s\_\_\_ + (b) inex\_\_ de obrigação de conf\_\_\_ o f\_\_\_ il\_\_\_ ou de d\_\_\_ a v\_\_\_ + (c) d\_\_\_ de não pr\_\_\_ comp\_\_\_\_ at\_\_\_ in\_\_\_\_\_ . . . . . . . . . . . . . .
. . . . . 1. Ampla significação normativa . 2. Acusado pode permanecer em silêncio durante toda investigação e em juízo 3. Acusado não pode ser compelido a produzir prova contrária a seu interesse . 4. Núcleo normativo: (a) direito ao silêncio + (b) inexistência de obrigação de confessar o fato ilícito ou de dizer a verdade + (c) direito de não praticar comportamentos ativos incriminadores .
Quais as consequências do princípio da não auto-incriminação sobre o interrogatório?
- STF declarou a inconstitucionalidade de regras sobre a condução coercitiva do acusado ou investigado para ser interrogado
- Interrogatório deve ser visto como meio de autodefesa
- Proteção de interrogatórios informais (sub-reptícios), sem cientificação do acusado a respeito de suas garantias fundamentais
Exames de raio-X para detecção de ingestão de drogas ofendem o princípio da vedação à auto-incriminação?
Não. Decisão do STJ:
Ressaltou que os exames de raios x não exigiram qualquer agir ou fazer por parte dos pacientes, tampouco constituíram procedimentos invasivos ou até mesmo degradantes que pudessem violar seus direitos fundamentais, acrescentando, ainda, que a postura adotada pelos policiais não apenas acelerou a colheita da prova, como também visou à salvaguarda do bem jurídico vida, já que o transporte de droga de tamanha nocividade no organismo pode ocasionar a morte […]
A parte pode ser penalizada penalmente caso utilize identidade falsa para se eximir da responsabilidade penal e, assim, fugir da auto-incriminação (vedada em nosso ordenamento)?
STF e STJ entendem que a atribuição de identidade falsa para se eximir da responsabilidade penal não é abarcada pelo direito contra a auto-incriminação:
Súm. 522 do STJ: a conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é típica, ainda que em situação de alegada autodefesa.