FRATURA CERVICAL ALTA Flashcards
Quais os critérios tomográficos para a avaliação de pseudartrose do Processo Odontóide?
- Angulação
- Traça-se uma paralela à cortical posterior no corpo de C2 e uma paralela à cortical posterior do Odontóide. Se > 10 graus, é critério para pseudartrose
- Desvio (principal critério)
- Traça-se uma paralela à cortical anterior do corpo de C2 e uma paralela à cortical anterior do Odontóide. Se o desvio for maior que 5mm, é critério para pseudartrose
Quais os critérios diagnósticos utilizados baseando-se na tomografia do paciente com suspeita de luxação occipitocervical? Como calculá-los?
- Razão de Potência (Power Ratio)
Distância entre o basion e parte anterior do arco posterior de C1 / distância dO Ophision*e a região posterior do arco anterior de C1
* A razão A/B deve ser aprox.1.
* Se >1: luxação anterior
* Se <1: luxação posterior - Intervalo Basion-Axis de Harris (Regra de 12 de Harris)
Distância entre o basion e a ponta do dente do Axis.
Ou: traça-se uma paralela à cortical posterior do Odontóide e uma perpendicular ào basion. mede-se a distância entre as duas linhas.
Os dois valores tem que ser abaixo de 12mm.
Se der acima de 12mm, o paciente tem uma instabilidade entre o crânio e a cervical
3.Intervalo entre o Côndilo e C1 (o mais sensível)
Distância entre o côndilo e a faceta articular de C1: em torno de 2,5mm
Quem classifica fratura do Processo Odontóide? Descreva a classificação
Anderson e D’Alonzo (D de D’Alonzo, D de Dente)
Divide-se em:
Tipo 1: Fratura da ponta do Odontoide (Estavel, conservador)
Tipo 2: Fratura do Colo/Cintura (60% DAS FRATURAS SÃO DO TIPO 2)
Tipo 3: Traço de fratura acomete o corpo de C2
Obs: o que irá definir se a fratura é do tipo 2 ou 3 será o corte coronal.
Em quais casos estará indicado o tratamento conservador na fratura do Processo Odontóide?
- Fratura sem desvio
- Fraturas tipo 2 e Tipo 3 com desvio E sem sinais de risco para PSA
Redução com tração + imobilização com Halo Craniano
OBS: proscrito para Idosos! Halo traz grande morbimortalidade para essa população.
Qual a classificação de Grauer? Descreva-a
Grauer subdividiu a classificação de Anderson e D’Alonzo Tipo 2. Subdividiu em:
2A: sem desvio ou cominuição
2B: o traço da fratura vai de anterossuperior para posteroinferior OU traço transverso
2C: traço de fratura vai de anteroinferior para posterossuperior OU fratura cominutiva
OBS 1:
2B: Favorável à osteossíntese
2C: Não favorável à osteossíntese
OBS 2: Lembrar que a articulação C1-C2 é responsável por 50% do movimento de rotação da coluna cervical, logo, se possível, é preferível a osteossíntese à artrodese, nos casos cirúrgicos.
Quando indicar o tratamento cirúrgico nas fraturas do Processo Odontóide?
Nos casos de:
- Déficit Neurológico
- Tipo 2 com desvio e fatores de risco para pseudartrose
- Tipo 2 e Tipo 3 com desvio sem conseguir redução favorável com tração + halo
Qual o tratamento de escolha para os pacientes com luxação occipitocervical?
CIRÚRGICO
(possibilidade de halo craniano como tratamento temporário - deve partir para o cirúrgico o mais breve possível)
Fusão occipitocervical posterior (Cranio-C2)
Descompressão nos casos de déficit neurológico
Acerca das fraturas do côndilo occipital, em quais pacientes está indicado o tratamento conservador?
Maioria dos casos.
Tipo 1 e 2 de Anderson e Montesano (Tipo 1 e 2A de Tuli)
Tipo 3
Se pouco desvio e membrana tectória íntegra, pode tentar tratamento conservador com Halo Craniano
Quando a fratura do Atlas deve ser tratada de maneira conservadora?
O tratamento conservador está indicado na maioria dos casos
- Fraturas isoladas do arco posterior/anterior/massa lateral/fratura explosão estável
- Colar cervical rígido
- Fraturas desviadas (explosão instáveis desviadas)
- Redução com tração + imobilização com Halo Craniano
Quando está indicado o tratamento cirúrgico na fratura do Côndilo Occipital? Qual o principal procedimento cirúrgico?
O tratamento cirúrgico está indicado:
- Tipo 3 de Anderson e Montesano e 2B de Tuli
- Fraturas cervicais associadas
- Sintomas neurológicos (descompressão)
- Principal procedimento: Fusão occipitocervical posterior
Quem classifica luxação occipitocervical? Descreva a classificação
Traynelis. Divide-se em:
Tipo I: deslocamento anterior (40%)
Tipo II: deslocamento axial (40%)
IIB: instabilidade entre C1 e C2
Tipo III: deslocamento posterior (5%)
obs: 15% são inclassificáveis
Qual o motivo de a criança ter maior propensão à luxação occipitocervical?
A criança tem a articulação mais achatada, sendo mais propensa à luxação, além da hiperfrouxidão ligamentar
Descreva a classificação de Dickman e para que é utilizada
Classificação de Dickman é utilizada nos casos de lesão do ligamento transverso. Divide-se em:
Tipo I: Ruptura intrassubstancial - lesões mais graves do ligamento transverso
IA: central
IB: próximo da inserção na massa lateral
Tipo II: avulsão óssea da massa lateral
IIA: avulsao isolada do ligamento transverso
IIB: Avulsão devido fratura da massa lateral
Quais os mecanismos de trauma na fratura do Odontóide?
- Hiperextensão (desvio posterior do odontóide)
- Hiperflexão (desvio anterior do odontóide)
- Forças laterais/obliquas
Quem classifica fratura do Côndilo Occipital?
Anderson e Montesano
Tipo 1: Por compressão (cominuta)
Tipo 2: da base do crânio indo para o côndilo
Tipo 3: fratura/avulsão do ligamento alar
Tipo 4(modificado por Jeanneret): Avulsão em anel de todo o forame magno
Tuli
Tipo 1: Sem desvio
Tipo 2A: Com desvio e estável
Tipo 2B: com desvio e instável
Quem classifica a Espondilolistese Traumática do Áxis?
Efendi/Levine e Edwards. Divide-se em:
Tipo 1: sem desvio ou angulação - mais comum
Tipo 1A: Fratura do Corpo - Star e Eismont (pode gerar sintoma neurológico- fragmento fazer compressão medular)
Tipo 2: Com desvio (>3,5mm) e angulação (>11º)
Tipo 2A
Mínimo desvio e angulação significativa (>11º)
Tipo 3: Angulação, desvio e luxação facetária C2C3
Correlacione o mecanismo do trauma com a classificação de Levine e Edwards na Fratura do Enforcado
- Hiperextensão + compressão (mais comum) - Tipo 1
Acidente automobilístico - Hiperextensão + compressão seguido de flexão - Tipo 2
- Flexão + distração - Tipo 2A
- Flexão + Compressão - Tipo 3
Quem classifica Fratura do Atlas?
Landells. Divide-se em:
Tipo 1: Fratura bilateral do arco anterior ou posterior (fratura estável)
Tipo 2: Fratura combinada anterior e posterior (4 partes) - fratura explosão - Fratura de Jefferson
Tipo 3: Fratura da massa lateral
Quais parâmetros podem ser avaliados na radiografia para avaliar instabilidade numa possível fratura do Atlas?
- Regra de Spence (RX AP transoral)
Somatório das duas distância entre a borda lateral de C2 e C1
Se >6,9mm(ou 8,1mm - mais atual): possibilidade de lesão do ligamento transverso - Distância Atlanto-dental (RX perfil)
Distância entre a cortical posterior do arco anterior de C1 e o dente. Essa distância no adulto é menor que 3mm e na criança é menor que 5 mm
Obs: quanto tem associação com lesão da membrana tectorial, em geral estará maior que 7mm
Qual o perfil do paciente que apresenta fratura do Atlas? Qual principal fratura associada?
Pacientes Idosos
Principal fratura associada: fratura do Odontóide
Qual o mecanismo do trauma das fraturas do Atlas?
Compressão Axial
Hiperextensão (Agua rasa)
Trauma direto (lesão dos elementos laterais - Murro)
Descreva para que serve a Linha de Swischuk e como é medida.
Linha de Swischuk é um parâmetro medido na radiografia em perfil para diferenciar pseudoluxação (hiperfrouxidão ligamentar) de uma luxação verdadeira entre C2 e C3.
Traça-se uma linha tangenciando a cortical anterior dos elementos posteriores de C1 e C3. A cortical anterior dos elementos posteriores de C2 devem distar 1-2mm da Linha de Swischuk. Se >3mm, pode ser uma luxação verdadeira
Qual a epidemiologia da Fratura do Odontóide?
Fratura mais comum da coluna cervical alta
9-18 % de todas as fraturas cervicais
Distribuição bimodal
Idosos (queda de escada, colide com a face na parede/chão)
Jovens (trauma de alta energia)
Quando deve ser realizada AngioTC ou AngioRNM nos casos de fratura de Atlas?
Quando houver fratura do processo transverso. Avaliar lesão da artéria vertebral
Quais os casos serão tratados cirurgicamente na Fratura do Enforcado?
Tipo 2/2A com desvio
Tipo 3
Déficit neurológico
sobre a fratura do Enforcado, descreva:
Conceito
Epidemiologia
Conceito
Espondilolistese Traumática do Áxis: fratura na pars articularis de C2, causando uma instabilidade entre C2 e C3.
Epidemiologia
Pacientes jovens - trauma de alta energia
30% dos pacientes tem fratura em outro sítio na coluna cervical
responsável por 5% das fraturas cervicais
Quando estará indicado o tratamento cirúrgico nas fraturas do Atlas? Quais técnicas geralmente empregadas?
O tratamento cirúrgico estará indicado:
- Instabilidade residual após tratamento conservador
- Desvio significativo após redução com tração
- Déficit neurológico
Técnicas:
Artrodese C1-C2 por via posterior
Osteossíntese do Atlas
Acerca da Luxação occipitocervical, qual o perfil epidemiológico? Qual a taxa de mortalidade?
Acomete principalmente pacientes jovens (trauma de alta energia)
20% crianças
Mortalidade de 60%
Quando estará indicado o tratamento conservador nas Fraturas do Enforcado?
2/3 dos casos vão ser tratados de maneira conservadora
Indicação:
Tipo 1/1A
Tipo 2
Tração/redução/imobilização com Halo Craniano
Tipo 2A
NÃO FAZ TRAÇÃO
Manobra de extensão/compressão/Imobilização com Halo Craniano
Quais pares cranianos podem estar acometidos na fratura do côndilo occipital?
Geralmente os pares mais baixos: VI, IX, X, XI
Qual a apresentação clínica do paciente com fratura do Odontóide?
Cervicalgia (inespecífica)
Laceração da testa/equimose periorbital em idosos (impacto frontal)
Disfagia/dispneia - presença de hematoma retrofaríngeo
Mielopatia cervical - compressão medular
Quais são as duas principais estururas para a estabilidade na fratura do côndilo occipital?
- Ligamento alar (parte da base do cranio e se insere no processo odontoide - é bilateral)
- Importante para estabilidade rotatória
- Membrana tectorial (se origina no forame magno e se insere no corpo de C2)
- Evitar hiperextensão da cervical