Pneumo Flashcards

1
Q

ESPIROMETRIA

Fluxograma diagnóstico

A
  • Ordem: relação VEF1/CVF –> CVF –> resposta ao BD
  • VEF1/CVF:
    ~ reduzida / < LIN: obstrutivo (pode ser obstrutivo puro, com aprisionamento aéreo/enfisema ou misto)
    ~ normal ou aumentada: normal ou possivelmente restritivo (não pode fechar o diagnóstico de restritivo apenas com a espirometria)
  • V/C < LIN (obstrutivo) com:
    ~ CVF reduzida: distúrbio misto OU obstrutivo com aprisionamento aéreo/enfisema
    ~ CVF normal: obstrutivo puro
  • V/C normal/aumentada com:
    ~ CVF reduzida (e VEF1 reduzido proporcionalmente): possivelmente restritivo ou padrão inespecífico (PRISm) -> confirmar com pletismografia
    ~ CVF normal: espirometria normal
  • Resposta ao BD:
    ~ Positiva: aumento de 10% do predito do VEF1 ou CVF –> [%pós - %pré] // [(pós-pré)/predito]
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2
Q

PLETISMOGRAFIA E DIFUSÃO

Fluxograma diagnóstico

A

Pletismografia:

  • CPT < 0,8: confirma distúrbio restritivo
  • CPT > LSN: hiperinsuflação/enfisema
  • Relação VR/CPT > LSN: aprisionamento aéreo
  • CVF desproporcionalmente reduzida em relação à CPT: distúrbio restritivo complexo

Difusão de CO:

  • Em distúrbio restritivo confirmado por pletismografia:
    ~ Reduzida: pneumopatia intersticial
    ~ Normal: doença neuromuscular, deformidade torácica
  • Em espirometria normal:
    ~ Reduzida: anemia, doença vascular pulmonar, pneumopatia intersticial muito precoce
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3
Q

DPOC

Etiologia e fisiopatologia, suspeita clínica e confirmação diagnóstica

A

Etiologia e fisiopatologia:
- Lesão alveolar (enfisema) + inflamação de pequenas vias aéreas (bronquite), causando obstrução persistente ao fluxo aéreo

Suspeita clínica:
- Dispneia
- Tosse crônica
- Sibilos
- Infecções respiratórias de repetição (e mais graves do que em pessoais normais)
- Fator de risco (tabagismo, fogão a lenha, queima de biomassa, infecções respiratórias de repetição prévias)
~ A DPOC pode ocorrer de 2 formas: função pulmonar que se desenvolveu normalmente e cai mais rápido pelo tabagismo/biomassa/etc OU função pulmonar que não chegou a se desenvolver normalmente por infecções repetidas durante a infância/adolescência

Confirmação diagnóstica:
- Espirometria: VEF1/CVF < 0,7 após broncodilatador (ou < LIN definido para cada paciente)
~ Avaliar os parâmetros sempre após o broncodilatador
~ Em casos graves, pode haver CVF reduzida devido ao aprisionamento aéreo / enfisema

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4
Q

DPOC

Classificação e tratamento

A

Classificação:
- Baseado no VEF1:
~ I: > 80%
~ II: 80-50%
~ III: 50-30%
IV: < 30%

  • Baseado na sintomatologia/exacerbações:
    ~ A: até 1 exacerbação sem internação nos últimos 6 meses + mMRC =< 1 / CAT =< 9
    ~ B: até 1 exacerbação sem internação nos últimos 6 meses + mMRC >= 2 / CAT >= 10
    ~ E: 2+ exacerbações ou 1 internação nos últimos 6 meses (independente dos sintomas)

Tratamento:
- Cessar tabagismo
- Imunização: Covid, Influenza, pertussis, zoster e pneumo23
- Fisioterapia respiratória com reabilitação pulmonar (grupos B e E)
- O2 domiciliar (se gasometrial arterial com satO2 < 88%, PaO2 =< 54% ou =< 59% com core pulmonale ou poliglobulia)
- Grupo A: LABA ou LAMA
- Grupo B: LABA + LAMA
- Grupo E: LABA + LAMA +/- ICS (eosinofilia > 300) +/- azitromicina
~ anoro 1x/d (umeclidínio + vilanterol)
~ beclometasona ou budesonida 2x/d -> o ICS aumenta o risco de PNM, portanto se não houver melhora dos sintomas ou aumentar a incidência de pneumonia, deve ser suspenso, mesmo se houver indicação
~ azitromicina 500 mg 3x/sem -> pedir ECG e escarro, pois deve ter QT corrigido =< 450 e não pode ter colonização por MNT (o uso crônico de azitro induz resistência)

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5
Q

DPOC

Quando solicitar gasometria arterial, TC tórax, cirurgia de pneumorredução e espirometria

A

Gasometria arterial:
- SatO2 =< 92% (avaliar se há indicação de O2 domiciliar)

TC tórax:
- Exacerbações frequentes ou tosse produtiva intensa (diagnóstico diferencial com bronquiectasia - também pode se apresentar como distúrbio obstrutivo à espirometria)
- Sintomas respiratórios desproporcionais à espirometria (avaliar possíveis condições sobrejacentes)
- VEF1 < 45% (avaliar possível indicação de pneumorredução, que é a presença de enfisema em lobo superior)
- Rastreio de CA pulmão

Cirurgia de pneumorredução:
- Enfisema em lobo superior

Espirometria:
- Diagnóstico
- Acompanhamento da função pulmonar 1 vez ao ano

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6
Q

DPOC - EXACERBAÇÃO

Manejo da exacerbação da DPOC (6)

A
  • SABA por 5 dias
  • Prednisona 40-60 mg/d por 5 dias
  • ATB - apenas se houver expectoração purulenta + aumento do volume / piora da dispneia OU caso grave com necessidade de VNI/IOT/UTI OU paciente sabidamente colonizado (todo paciente com DPOC deve fazer cultura de escarro periodicamente
    ~ Não precisa se PCR < 5!
    ~ Levofloxacino por 5 dias
  • Oxigênio para manter saturação entre 88-92%
  • VNI (preferência para BIPAP) se acidose respiratória (pH < 7,35 com PCO2 > 45), sinais de esforço respiratório importante ou hipoxemia persistente a despeito do CNO2
  • IOT se pH < 7,25 após 2h de VNI ou redução importante do nível de consciência
    ~ Confusão mental não é indicativo de IOT, podendo ser manejada com VNI
    ~ Tentar VNI em todo mundo, nem que seja na pré-oxigenação da IOT
    Outro: Anticoagulação profilática para TVP/TEP
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7
Q

DPOC - EXACERBAÇÃO

Diagnósticos diferenciais de exacerbação de DPOC, como diferenciar (3) e exames complementares que devem ser solicitados (2)

A
  1. PAC - diferença pela radiografia de tórax (exacerbação não apresenta alteração parenquimatosa, apenas o mesmo padrão de hiperinsuflação)
  2. IC descompensada - outros sinais e sintomas de IC, RX tórax, BNP e ecoTT
  3. TEP - D-dímero

Exames complementares:
- RX tórax
- HMG, U, Cr, eletrólitos

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8
Q

DPOC - DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

Causas de IRespA hipercápnica além de exacerbação de DPOC (4)

A

Hipoventilação alveolar da obesidade (obesidade, retenção de CO2, SAOS)

Doenças intersticiais

AVE de bulbo (centro respiratório)

Intoxicação por benzodiazepínico (depressão do SNC)

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9
Q

DPOC

Indicações de O2 domiciliar, prescrição e acompanhamento

A

Indicações:
- SatO2 =< 88%
- PaO2 < 55%
- PaO2 < 59% com core pulmonale ou policitemia

Prescrição:
- Ajustar o O2 com base na oximetria medida pelo paciente e nas atividades diárias
- Usar o máximo de tempo possível ao longo do dia

Acompanhante:
- Nova gasometria arterial após 60-90 dias - em alguns casos, pode haver melhora e desmame do O2
~ Colher gaso após 20-30 min fora do O2

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10
Q

DPOC

Fisiopatologia da carbonarcose por hiperóxia em pacientes com hipercapnia crônica

A

A hiperóxia causa reversão da vasoconstrição fisiológica das áreas pulmonares não ventiladas, que retêm apenas CO2

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11
Q

ASMA

Suspeita clínica e confirmação diagnóstica

A

Suspeita clínica:
- Sintomas de dispneia, opressão torácica, tosse e sibilos
- Curso flutuante de piora e melhora ao longo do tempo (entre os horários do dia ou entre as estações do ano)
- Desencadeados por infecções virais/bacterianas, aeroalérgenos, mudanças climáticas
- Antecedente pessoal e familiar de atopias (dermatite, rinite)

Confirmação diagnóstica:
- Espirometria: VEF1/CVF < 0,7/LIN + resposta positiva ao broncodilatador (+ 200mL E 12% OU +10% do predito)
- Outros exames: IgE aumentada ou prick test positivo, eosinofilia

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12
Q

ASMA

Tratamento: esquemas e quando iniciar em cada step

A

Step 1:
- Bud/form SOS
- Sintomas até 2x/mês

Step 2:
- Bud/form SOS
- Sintomas >= 3x/mês, mas =< 4x/sem

Step 3:
- Bud/form diário dose baixa
~ budesonida =< 200 mcg/d
- Sintomas >= 5x/sem

Step 4:
- Bud/form diário dose média
~ budesonida >= 400 mcg/d
- Sintomas >= 5x/sem + VEF1 alterado

Step 5:
- Referenciar para especialista
- Estudar o fenótipo em questão (via inflamatória predominante - eosinófilos séricos e no escarro, IgE, fração exalada de NO) para escolher o imunobiológico mais adequado

Resgate:
- Primeira linha: Bud/form (mesmo sendo LABA, o início da ação é rápido!)
- Secunda linha: SABA + ICS
~ É PROSCRITO o uso de SABA isoladamente, mesmo para resgate!

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13
Q

ASMA

O que pensar frente a um quadro de asma iniciado na vida adulta

A
  • Exposição ocupacional
  • Medicações que causam broncoespasmo (AAS, betabloqueador)
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14
Q

CRISE DE ASMA

Classificação, manejo e condições para alta

A

Classificação:
- Leve/moderada
- Grave: frases incompletas, tórax silente, confusão mental, satO2 < 90%, esforço respiratório importante

Manejo:
- Oxigenoterapia (CNO2 -> MNR -> IOT)

  • SABA:
    Salbutamol 4-8 puffs 20/20min por 1h [resgate]
    Salbutamol 4-8 puffs 1-3/1-3h [manutenção]
  • Corticoide sistêmico:
    Prednisona 40-50 mg/d VO
  • Ipratrópio:
    Considerar na leve/moderada, porém obrigatório na grave
  • Sulfato de magnésio:
    Apenas na crise grave

Alta:
- Melhora clínica
- SatO2 >= 95% em AA
- Alta com salbutamol + corticoide oral por mais 5 dias

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15
Q

TEP

Suspeita clínica e investigação para confirmação diagnóstica

A

Suspeita:
- Dispneia súbita
- Dor torácica ventilatório-dependente
- Hemoptise
- Presença de fatores de risco (neoplasia, internação, imobilização, cirurgia, TEV prévio)
- Manifestações atípicas importantes: arritmia nova, síncope e choque sem explicação
- ECG com padrão S1Q3T3, gasometria arterial com hipoxemia + hipocapnia

Confirmação diagnóstica:
- Calcular escore de Wells:
~ Se baixo risco (=< 4): escore PERC -> se ausente, alta / se presente, solicitar d-dímero para excluir
~~ VR do d-dímero: idade x 10 com mínimo de 500 (ex: 64 anos = 640)
~~ Dd não é usado em pacientes internados (presença de muitos outros fatores que alteram seu resultado), portanto eles devem fazer angioTC mesmo se baixo risco de TEP
~ Se alto risco (5+): confirmar com angioTC ou cintilografia ventilação-perfusão
- Se paciente instável: POCUS e EcocardioTT

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16
Q

TEP

Classificação de risco e tratamento

A

Classificação de risco:
- Alto risco: instabilidade hemodinâmica
- Risco intermediário: troponina / BNP alterado OU disfunção de VD em EcoTT ou na própria angioTC
- Baixo risco: sem alteração laboratorial (troponina/BNP) ou de imagem

Tratamento:
- Alto risco: trombólise OU trombectomia mecânica (se contraindicação à trombólise)
- Risco intermediário: iniciar anticoagulação internado com HBPM -> transicionar para DOAC em 2-3 dias
~ Se intermediário com risco de evolução desfavorável para instabilidade, preferir anticoagulação com HNF (mais fácil de interromper/retomar antes e após a trombólise e antídoto mais eficaz se sangramento - protamina)
~ DOACs permitidos = rivaroxabana e apixabana
- Risco baixo: calcular escore de PESI
~ PESI =< 85 (PESI simplificado 0): anticoagulação ambulatorial diretamente com DOAC
~ PESI 86+ (PESI simplificado 1+): anticoagulação internado com HBPM -> transicionar para DOAC em 2-3 dias

[trombólise: alteplase 100 mg em 2h OU 0,6 mg/kg até 50 mg em 15min]

[rivaroxabana: 15 mg 2x/d por 21d –> 20 mg 1x/d –> após 3-6m, pode reduzir para 10 mg 1x/d]

[apixabana: 10 mg 2x/d por 7d –> 5 mg 2x/d –> após 3-6m, pode reduzir para 2,5 mg 2x/d]

[HNF: BIC com TTPa 6/6h OU ataque 333 UI/kg SC + manutenção 250 UI/kg SC 12/12h]

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17
Q

TEP

Diagnóstico de TEP em pacientes instáveis e momento da anticoagulação

A

Paciente instáveis:
- EcoTT: disfunção de VD (dilatação com VD > VE, septo retificado ou abaulado para a esquerda)

Momento da anticoagulação:
- Em geral, aguardar confirmação com angioTC
- Se for demorar > 2h no alto risco OU > 6h no médio risco, fazer anticoagulação mesmo antes da confirmação com angioTC

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18
Q

TEP

Conduta diante de contraindicação à anticoagulação ou trombólise e tempo de anticoagulação

A

Contraindicação à anticoagulação: filtro de veia cava

Contraindicação à trombólise: trombectomia mecânica

Tempo de anticoagulação:
- Mínimo de 3 meses -> pode estender para 6 meses se disfunção de VD ou TEP extenso
- Indefinida: homens com evento não provocado ou provocado por fatores menores / provocado por neoplasia ou fator de risco persistente
~ Para mulher, calcular o escore HERDOO2 - se 0 ou 1, suspender anticoagulação
- Apenas 3-6 meses: provocado por fator maior (cirurgia > 30 min, internação > 3 dias, gestação, cesárea, puerpério, uso de estrógeno)

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19
Q

TEP SUBSEGMENTAR

Manejo do TEP subsegmentar como achado de exame / paciente assintomático

A

Indicada anticoagulação nos seguintes contextos:
- 2+ subsegmentos acometidos
- Neoplasia
- TVP
- Outras: internação, gestação, evento não provocado

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20
Q

TEP

Particularidades do TEP em gestantes (3)

A
  • A investigação com escore de Wells e uso de D-dímero para descartar é igual (mesmo Dd estando aumentado em gestantes)
  • Se Wells 5+, o primeiro exame para investigar é USG MMII
  • Se USG negativo, prosseguir com cintilografia ventilação-perfusão
  • Se cintilografia indisponível, usar angioTC
  • Anticoagulação preferível com HBPM
  • Gestação NÃO é contraindicação à trombólise
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21
Q

TEP CRÔNICO

TEP crônico: fisiopatologia, doenças causadas pelo TEP crônico (2), clínica, investigação (2) e tratamento (2)

A

Trombo não totalmente eliminado, que fibrosa e deixa de responder à anticoagulação (5-10% dos pacientes)

Doença tromboembólica crônica OU Hipertensão tromboembólica crônica:
- Clínica: persistência de sintomas respiratórios (dispneia)
- Exames complementares: cintilografia ventilação/perfusão + angioTC
- Tratamento: angioplastia ou endarterectomia

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22
Q

EMBOLIA GORDUROSA

Embolia gordurosa: fator de risco (2), clínica (3) e tempo de evolução (1)

A

Fatores de risco:
- Fratura ortopédica
- Pancreatite

Clínica:
- Dispneia/hipoxemia súbita
- Confusão mental
- Rash petequial

Tempo de evolução:
- Até 3 dias após fratura

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23
Q

PNEUMONIA

O que pensar diante de “pneumonia” que não melhora e como investigar

A

O que pensar:
- Diagnóstico errado:
~ CA pulmão, linfoma
~ TB, PBmicose, histoplasmose, infecções de imunossuprimidos (criptococo)
~ Vasculites (GP, GEP), pneumopatias intersticiais (pneumonia em organização)
- Complicação da PAC (derrame pleural, abscesso)
- Microrganismo resistente / não coberto pelo ATB

Investigação:
- RX +/- TC tórax
- Baciloscopia
- Sorologias (sempre pedir em quadros estranhos que não estão melhorando)
- Se inconclusivo: broncoscopia com LBA +/- biópsia

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24
Q

INTERSTÍCIO

Pneumopatias intersticiais: etiologias e classificações

A

PI idiopáticas/primárias:
- PII crônicas:
~ Fibrose pulmonar idiopática (FPI)
~ Pneumonia intersticial inespecífica (PIIN)
~ Pneumonia de hipersensibilidade (PH)
- PII agudas/subagudas:
~ Pneumonia em organização criptogênica (POC)
~ Pneumonia intersticial aguda
~ Pneumonia de hipersensibilidade (PH)
- PII associadas ao tabagismo:
~ Pneumonia intersticial descamativa
~ Bronquiolite respiratória com doença pulmonar intersticial

PI secundárias:
- Doenças reumatológicas (colagenoses, miopatias inflamatórias, vasculites)
- Exposição a poeiras, gases, químicos e metais (sílica, asbesto, belírio)
- Medicações (QTx, MTX, amiodarona, nitrofurantoína) e radioterapia

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25
**INTERSTÍCIO** Quando suspeitar e investigação
Quando suspeitar: - **Dispneia**, **tosse seca**, PNM que **não melhora**, estertoração **crepitante** bibasal - Antecedente de doenças **reumatológicas** OU sintomas dessas doenças (febre, lesões de pele com fotossensibilidade, serosites, Raynaud, mialgia e fraqueza, hemoptise) ~ Os sintomas respiratórios frequentes antecedem as outras manifestações da doença reumatológica - Antecedente de **tabagismo** ou **exposição** ocupacional Investigação: - Descartar causas secundárias: ~ **Provas reumatológicas**: FAN, complemento, anti-DNA / FR / CK, aldolase, anti-sintetases / ANCA ~ **anti-ro 52 e anti-dna 5** são marcadores de mau prognóstico em intersticiopatias secundárias a doenças reumatológicas (fibrose rapidamente progressiva) - **TCAR tórax** + provas de **função pulmonar** (espirometria, platismografia, difusão) ~ O padrão na TCAR pode indicar uma etiologia específica ~ A maioria causa distúrbio restritivo, mas alguns causam obstrutivo - **Broncoscopia com LBA**: mais indicado se quadro agudo/subagudo, hemoptise ou suspeita de infecção - **Biópsia** pulmonar
26
**INTERSTÍCIO** Padrões radiológicos na TCAR e principais diagnósticos diferenciais de FPI
PIU típico: - Cistos de **faveolamento** + opacidades **reticulares subpleurais** + **bronquiectasias** de tração + acometimento de **bases >>> ápices** + muito pouco vidro fosco PIU provável: - Igual o típico, mas **sem faveolamento** Indeterminado para PIU: - Aqui entram padrões de outras PII, como PINE, PH - PINE: Muito **vidro fosco** + preservação subpleural (**subpleural sparing**) + sem predomínio claro de bases sobre ápices Diagnóstico diferenciais de PIU típico: - **FPI** - **PH crônica** - Secundária a **colagenoses**
27
**FPI** Quadro clínico, diagnóstico, tratamento e prognóstico
Quadro clínico: - Homem de **60+** anos - **Tabagista** ou ex-tabagista - Dispneia, tosse seca e crepitação em **velcro** bibasal Diagnóstico: - TCAR: **reticulações** periféricas em bases posteriores / **faveolamento** / **bronquiectasia de tração** - Biópsia: **pneumonia intersticial usual** Tratamento e prognóstico: - O único tratamento curativo é o **transplante** de pulmão - Se fibrose progressiva = 2 dos 3: piora **clínica** +/- TC6 OU **imagem** OU **funcional** (espirometria e difusão) ~ **Nintendanibe** ou pirfenidona (segunda linha) ~ Estudos com inibidor da fosfodiesterase-4 parecem promissores! - A doença invariavelmente evolui com **IResp e óbito**
28
**POC** Definição, quadro clínico e diagnóstico
Definição: - Padrão de **regeneração** do tecido pulmonar frente a diversos tipos de agressão Quadro clínico: - 50-60 anos - **Dispneia, tosse, febre** baixa - tipicamente uma **pneumonia que não melhora** após ATB Diagnóstico: - TCAR: **consolidação ou vidro fosco** com acometimento múltiplo e migratório, sinal do **halo invertido** (pouco frequente, mas muito específico) - Broncoscopia com LBA: não faz diagnóstico de POC, mas é importante para descartar diagnósticos diferenciais de pneumonia que não melhora (faz parte do fluxograma) Tratamento: - **Corticoterapia** [prednisona 0,5-1 mg/kg por 2-4 sem]
29
**PNEUMONIA DE HIPERSENSIBILIDADE** Etiologia e fisiopatologia, confirmação diagnóstica e tratamento
Etiologia e fisiopatologia: - Lesão do parênquima pulmonar secundária à reação de hipersensibilidade (**alergia**) à agentes específicos inalados - Agentes: **pássaros**, **mofo**, instrumento de **sopro**, pena de **ganso**, **ar condicionado**/umidificadores, **piscinas**/saunas/banheiras Formas de manifestação: - **Aguda**/subaguda OU **crônica** - **Fibrosante** OU **não** fibrosante Confirmação diagnóstica: - Contexto clínico de exposição - TCAR: nódulos **centrolobulares** + padrão de **atenuação em mosaico** (parênquima normal / vidro fosco / aprisionamento aéreo) + fibrose com opacidades reticulares - Broncoscopia com LBA: **linfócitos > 20%** (normalmente > 50%) Tratamento: - Corticoterapia: **prednisona** 30 mg/d por 2 sem -> desmame após melhora clínica
30
**INTERSTÍCIO** Clínica, etiologias, diagnóstico e tratamento da exacerbação
Clínica: - Dispneia, tosse, febre Etiologia: - Puramente **inflamatória** - **Infecciosa** ~ Na prática, é muito difícil diferenciar, portanto quase sempre trata com corticoide + ATB! Diagnóstico: - Clínico Tratamento: - Corticoterapia altas doses ~ **Metilpred 62,5 mg 8/8h** por 3 dias -> 12/12h por 1 dia -> prednisona 40 mg/d - **ATB** com cobertura para Pseudomonas - **Oxigenoterapia**, evitando ao máximo realizar IOT -> praticamente todos os pacientes morrem
31
**HP** Suspeita clínica, exame inicial e exame confirmatório
Suspeita: - **Dispneia** - IC **direita** (estade jugular, hepatomegalia, ascite, edema MMII) Exame inicial: - **EcoTT**: VRT > 2.8 / PSAP aumentada / aumento de câmaras direitas e da artéria pulmonar / achatamento do septo Exame confirmatório: - **Cateterismo direito**: **PAPm > 20** - Outras variáveis que auxiliam na classificação/tratamento: POAP, RVP e teste da vasorreatividade
32
**HP** Classificações e diagnósticos
Grupo 1 = hipertensão arterial pulmonar - **Idiopática**, **hereditária**, **drogas**, **esclerose sistêmica**, HIV, hipertensão portal Grupo 2 = disfunção cardíaca esquerda - **IC esquerda**, valvopatia - Cate direito: **PAOP** aumentada Grupo 3 = doença pulmonar - **DPOC**, hipoventilação, restritivas - **TC tórax** e **difusão de CO** Grupo 4 = obstrução de artérias pulmonares - **TEP crônico** - **Cintilografia V/Q** Grupo 5 = miscelânea
33
**HP** Tratamento
Todos: - **Exercício** físico - **Vacinação** - Oxigenoterapia - Evitar congestão hídrica Grupo 1: - Vasorreativos (queda de 10% com valor < 40 da PAPm): **BCC** - Não vasorreativos: **ambrisentan** (antagonista do receptor da endotelina) + **sildefanil** (inibidor da fosfodiesterase) + **iloprost** (análogo de prostaciclina) Grupos 2 e 3: - Tratar doença de base Grupo 4: - **Anticoagulação** indefinida + pesquisa de **SAAF** - **Trombectomia** ou angioplastia -> alternativa medicamentosa = **riociguat**
34
**BRONQUIECTASIA** Fisiopatologia, causas, clínica e diagnóstico
Fisiopatologia: - **Infecção** -> inflamação com **alteração estrutural** da via aérea -> prejuízo do **clearance** -> infecção… - Círculo vicioso que leva à **dilatação irreversível** dos brônquios Causas: - **Idiopática** - Infecção: Pós-**infecciosa** (bacteriana - incluindo TB, viral, fungo) // **Imunodeficiências** - Inflamação e lesão estrutural: Doenças reumatológicas (**colagenoses**) // **DII** // Def. **alfa-1-antitripsina** - Comprometimento mucociliar: **Discinesia ciliar** // **Fibrose cística** Clínica: - Tosse **produtiva** crônica - **Infecções** respiratórias de repetição Diagnóstico: - **TCAR** com dilatação dos brônquios ~ brônquios > artéria correspondente (sinal do anel de sinete) ~ brônquios que não diminuem à medida em que se bifurcam ~ bronquíolos muito visíveis na periferia - Espirometria: distúrbio **obstrutivo**
35
**BRONQUIECTASIA** Investigação e tratamento
Investigação: - Dosagem de **Ig**, sorologia **HIV** - **Alfa-1-antitripsina**, **cloreto** no suor - Perfil **reumatológico** - Broncoscopia com LBA Acompanhamento: - Avaliação microbiológica do **escarro** - **Espirometria** anual Tratamento: - **Vacinação**, **O2** domiciliar (mesma indicação do DPOC) - Fisioterapia respiratória, shaker, inalação com salina hipertônica - Se 2+ exacerbações no ano: **azitromicina** 500 mg 3x/sem - Se dispneia: **LABA** (sobretudo se asma ou DPOC associados) - Se eosinofilia: **ICS** - Primoinfecção por Pseudomonas: tentar **erradicação por até 3 vezes** com cultura de controle após 2-4 sem do ATB (também pode tentar erradicação de outros germes resistentes, como S aureus) - Infecção crônica por Pseudomonas: **tobramicina** inalatória - ciclos alternados de 28 dias
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**BRONQUIECTASIA** Clínica, diagnóstico e tratamento da exacerbação
Clínica: - Piora da **tosse** e/ou **dispneia** - Aumento do **volume** de expectoração e aspecto **purulento** - **Hemoptise** Diagnóstico: - Clínico - Excluir diagnósticos diferenciais, como PAC (RX tórax), TEP (d-dímero) Tratamento: - **ATB** sempre - baseado em culturas prévias - Colher **escarro** para nova avaliação microbiológica e tratamento guiado - **Prednisona e salbutamol** se asma ou DPOC associadas
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**DERRAME PLEURAL** Quando puncionar e como diferenciar entre exsudato e transudato
Quando puncionar: - Sempre, exceto se: ~ volume muito pequeno não puncionável ~ claramente por **hipervolemia**/ICC ~ pós-operatório de **cirurgia cardíaca** Como diferenciar: - Critérios de **Light**: proteína líquido/soro >= 0,5 // LDH líquido/soro >= 0,6 // LDH líquido > 2/3 LSN - **Colesterol** líquido >= 45 - Gradiente **albumina** soro - líquido < 1,2 - **Proteína** do líquido >= 3 g - Proteína do soro - líquido < 2,5 ~ Qualquer um desses positivo = exsudato! Se IC em uso de diurético com apenas 1 valor para exsudato (possível falso positivo), a presença de um dos abaixo confirma exsudato verdadeiro: - Albumina séria - albumina pleural < 1.2 - Proteína sérica - proteína pleural < 3.1 - NT-proBNP sérico < 1500
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**DERRAME PLEURAL** Causas de transudato e exsudato
Transudato: - **ICC** - **Cirrose** - Síndrome **nefrótica** - **Mixedema** por hipotireoidismo Exsudato: - **Parapneumônico** - **TB** - **Neoplasia** - **TEP** - Doenças **reumatológicas** - Medicamentos (MTX, amiodarona) - Pancreatite - Falsos exsudatos: ~ ICC pós uso de diurético (secou o líquido e concentrou os solutos) ~ acidente de punção com muita hemácia (a hemácia produz LDH)
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**DERRAME PLEURAL** Como diferenciar as causas de exsudato
Exsudato com predomínio neutrofílico: - **Parapneumônico** Exsudato com predomínio linfocítico: - **TB** e **neoplasia** TB: - **BAAR, cultura e TRM-TM** -> sensibilidades reduzidas, frequentemente são negativos - **ADA > 40** com relação **linf/neut > 0,75** = diagnóstico presuntivo de TB, autorizado a iniciar tratamento - Avaliação de escarro para pesquisa de TB pulmonar (concomitância em alguns casos) - Se nada for indicativo = **biópsia** Neoplasia: - **Citologia oncótica** -> sensibilidade reduzida, frequentemente é negativa - ADA e linfócitos reduzidos, **LDH** aumentado - Se nada for indicativo = **biópsia** Hemotórax: - Ht pleural / Ht sérico > 50% -> < 1% sugere acidente de punção
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**DERRAME PLEURAL** Classificação dos derrames parapneumônicos e conduta e quilotórax
Parapneumônico complicado: - Empiema: aspecto de **pus** OU **cultura**/bacterioscópico/**GRAM** positivo - **pH < 7.2** // **LDH > 1.000** // **Glicose < 40** - **Multiloculado** Conduta: - Se complicado: ATB + **drenagem** - Se não complicado: apenas ATB Quilotórax: - aspecto **leitoso** - **TGL > 110** com **colesterol < 200**
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**PNEUMONIA** Decisão do local de tratamento e indicação de corticoide
Local de tratamento: - Decidir entre ambulatorial ou internação = **PSI-PORT**: ~ =< 2: ambulatorial ~ 3: observação ~ 4+: internação - Decidir entre enfermaria ou UTI = **IDSA/ATS** -> outro = CURB65 -> 0/1 ambulatorial // 2/3 enfermaria Corticoide: - Indicado nas seguintes situações: -> ventilação com **PEEP >= 5** -> **CNAF** com FiO2 >= 50% OU **MNR** + relação **P/F < 300** -> **PSI >= 130** [Hidrocortisona 50 mg 6/6h por 4-8 dias]
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**PAC** Esquemas de tratamento
Esquemas (em geral por 5-7 dias): - Ambulatorial ~ sem comorbidades: **amoxicilina** ~ com comorbidades (DM, DRC, IC, cirrose, neoplasia - HAS isolada não conta): **amoxicilina-clavulanato + azitromicina** - Enfermaria: **ceftriaxone/unasyn + azitromicina** + cobertura para SA ou PA se **cultura** prévia positiva - UTI: **ceftriaxone/unasyn + azitromicina**/quinolona + cobertura para SA ou PA se **cultura** prévia positiva OU **internação** recente OU uso recente de ATB **parenteral**
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**PAC** Manejo de complicações: abscesso e pneumatocele
**Abscesso pulmonar**: - ATBterapia (a maioria responde) - **clinda ou clavulin** - Se não melhorar em 7-10 dias, realizar drenagem (transcutânea ou via broncoscopia) **Pneumatoceles**: - **Expectante** (resolução na grande maioria dos casos)
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**PNEUMONIA** Quando solicitar cultura de escarro, hemocultura ou antígeno urinário de Legionella
HMC e escarro: - Quadros **graves / IOT / UTI** - Tratamento **empírico** com cobertura para SA ou PA: é preciso colher culturas pois, se **negativas em 48h + melhora clínica**, é possível descalonar com certa segurança ~ esses GMDR normalmente crescem em até 48h Legionella: - Quadros **graves** / IOT / UTI - Associação com: ~ **hiponatremia** ~ elevação de **AST/ALT** ~ dor abdominal, diarreia, sintomas **gastrointestinais** - Epidemiologia forte: águas termais, tubulações, encanamentos
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**PNEUMONIA** Quando cobrir anaeróbios em PNM broncoaspirativa
Cobrir anaeróbios com clindamicina nos seguintes casos: - **Abscesso** pulmonar - **Empiema** - **Dentes** em mau estado de conservação - Macroaspiração de conteúdo **gástrico** Tendência a usar menos **clindamicina**, pela menor importância dos anaeróbios na infecção e pelo risco de infecção por **Clostridioides** difficile
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**PNEUMONIA** Quando solicitar imagem de controle
Solicitar apenas nos pacientes com alto risco de **CA pulmão**, após 4-8 sem do tratamento
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**PBMICOSE** Fisiopatologia e formas de manifestação, quadro clínico e laboratorial
Fisiopatologia: - Infecção **pulmonar assintomática** pelo P lutzi ou braziliensis ~ se o hospedeiro não contiver, evolui para forma **aguda/subaguda** (até 45 dias) ~ se o hospedeiro contiver e sofrer posterior **reativação**, evolui para forma **crônica** Clínica da aguda/subaguda: - **Febre** e perda de peso - **Linfonodomegalia** e **hepatoesplenomegalia** - **Anemia** ~ raramente há acometimento pulmonar na forma aguda/subaguda Clínica da crônica: - **Tosse**, dispneia, infiltrado pulmonar bilateral simétrico - Lesão em **mucosa oral** (úlceras dolorosas), odinofagia, disfonia - Linfonodomegalia e lesão **cutânea** - Sequelas: fibrose pulmonar, microtia, estenose de orofaringe/laringe
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**PBMICOSE** Confirmação diagnóstica, tratamento e acompanhamento
Confirmação diagnóstica: - **RX ou TC** tórax com infiltrado bilateral simétrico - **Sorologia** (pode ser negativa no P lutzii) - **Micológico direto ou cultura** de escarro / aspirado linfonodal / pele (roda de leme ou mickey mouse) Tratamento: - Leve/moderada: **itraconazol** 100-200 mg/d por 6-12 meses ~ se intolerância: **bactrim** por 2 anos - Grave: **anfotericina B** 0,7-1 mg/kg/d até compensação clínica -> itraconazol ou bactrim por 2 anos Acompanhamento: - **Sorologias**: 3m -> a cada 6m - **RX**: 3m por 3x -> a cada 6m - Efeito adverso da medicação: itraconazol causa **hepatotoxicidade** -> monitorar lesão e função hepática
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**TB** Amostras e testes para diagnóstico de TB pulmonar
Testes: - **TRM-TB** ou **BAAR+cultura** - TRM é mais **sensível, específico** e avalia resistência à **rifampicina** (baciloscopia tem falso positivo com MNT, Nocardia, Actynomices) - Se TRM-TB positivo, solicitar cultura para confirmação Amostras: - 2 amostras de **escarro**: no **momento** da suspeita + na **manhã** do dia seguinte -> pode fazer uma terceira amostra, se alta suspeita - Se escarros negativos com alta suspeita -> **broncoscopia com LBA** - Se escarros e LBA negativos com alta suspeita clínica -> **biópsia** (faz os testes microbiológicos E pesquisa granuloma com necrose caseosa)
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**TB** Padrão de imagem de TB pulmonar clássica, miliar e sequela de tuberculose
Clássica: - **Cavitação** com paredes espessas + opacidades centrolobulares com **árvore em brotamento** ~ Árvore em brotamento sugere disseminação **endobrônquica** Miliar: - **Micronódulos** difusos, de distribuição **randômica**, tocando a **pleura** ~ Distribuição randômica acometendo a pleura sugere disseminação **hematogênica** Sequela: - **Estrias** verticais em ápices (opacidades lineares retráteis) + **tração dos hilos** em direção superior
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**TB LATENTE** Testes diagnósticos e opções de tratamento
Diagnóstico: - **PPD** ou **IGRA** - IGRA é mais específico, sensível e requer apenas uma ida ao médico - PPD tem reação cruzada com **BCG** (positiva até **10-15 anos** após vacinação), **MNT** e outras bactérias (Actynomices, Nocardia) Tratamento: - Escolha: **rifapentina + isoniazida** 1x/sem por 3 meses (dose semanal por menos tempo = maior aderência) - **Isoniazida** 270 doses por 6-9 meses - **Rifampicina** 120 doses por 4 meses -> rifampicina é preferível em relação à isoniazida apenas se **> 50 anos ou hepatopata**
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**TB LATENTE** Indicações de tratamento
Independente do PPD: - RN contactante - HIV contactante - HIV com CD4 < 350 - HIV com alteração pulmonar de TB prévia não tratada PPD >= 5mm: - Contactantes - HIV com CD4 > 350 - Prednisona 15 mg/d por 1m - Antes de iniciar anti-TNFa ou imunossupressão para transplante PPD >= 10mm: - Neoplasia, DM, DRC, silicose, tabagismo > 1 maço/d
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**TB LATENTE** Particularidades sobre TB latente e anti-TNF: tempo de tratamento até introdução do imunobiológico e TB prévia
- Tratar o **máximo** de tempo possível, mas se for urgente, tratar pelo menos **1-2 meses** antes de iniciar o imunobiológico - Se paciente sabidamente já teve TB, o **PPD / IGRA perdem valor** -> a indicação de tratamento depende de **nova exposição** após o tratamento prévio
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**MNT** Definição e indicação de tratamento, exemplos, clínica, diagnóstico e tratamento
Definição: - Micobactérias que não são da espécie tuberculosis e que apresentam **patogenicidade variável** - Indicação de tratamento: infecção por **MNT patogênico** = M **avium, abscessus, kansaii** Clínica: - TB like = febre, tosse, sudorese, inapetência, emagrecimento -> normalmente se diagnostica investigando TB, porém com crescimento de MNT na cultura Diagnóstico: - **2 escarros** com cultura positiva - **1 LBA ou biópsia** com cultura positiva ~ Sugestivo de MNT: *BAAR positivo com TRM-TB negativo*! Tratamento: - Geral: **R + I + E + claritromicina +/- amicacina** - Frequentemente demandam tratamento ad eternum (principalmente M abscessus - maior chance de cura é com doença localizada que permite *cirurgia higiênica*)
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**ASPERGILOSE** Etiologia e fisiopatologia, formas de manifestação e padrão do hospedeiro
Etiologia: - Aspergillus sp (mais comum: **fumigatus**) - fungo **filamentoso** - Presente no ambiente e na via aérea/pulmão de praticamente **todas as pessoas** Formas de manifestação, perfil de paciente e fisiopatologia: Aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA): - **Asma grave** não controlada (normalmente em uso de corticoide oral) ou **fibrose cística** - Resposta imune alérgica contra o microrganismo presente no pulmão (sem infecção ativa) Aspergilose invasiva: - Neutropenia grave - **TMO**, **transplante** de órgão sólido, **QTx** para neoplasia hematológica, **DPOC** com altas doses de corticoide, ATB amplo espectro e VM/IOT na UTI (casos crescentes) - Infecção invasiva pelo fungo, com **destruição do parênquima** pulmonar, **angioinvasão e disseminação** para outros tecidos (elevadíssima mortalidade) Aspergilose pulmonar crônica: - Imunocompetente ou imunossuprimido leve com alteração **estrutural pulmonar prévia** - TB, bronquiectasia, DPOC - Imunossupressão que permite a **infecção local** pelo fungo, mas não grave o bastante para permitir angioinvasão e disseminação
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**ABPA** Suspeita clínica, diagnóstico e tratamento
Suspeita: - **Asma grave** sem controle mesmo com **corticoide** oral - Espirometria com componente restritivo pelo remodelamento provocado pela inflamação persistente Diagnóstico: - TC com **bronquiectasia e plug mucoide** (secreção densa) - **Eosinofilia > 500 e IgE > 1000** (pode ser falso negativo pelo corticoide) - **IgE específico e prick test** para Aspergillus Tratamento: - **Itraconazol** - ciclos de 3-6 meses +/- corticoide (normalmente já indicado pela asma grave)
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**ASPERGILOSE INVASIVA** Suspeita clínica, diagnóstico e tratamento
Suspeita: - **Neutropenia grave** (TMO, transplante, QTx, DPOC em UTI com corticoide e ATB amplo espectro) - Sintomas de infecção pulmonar, clínica muito frustra -> muitos serviços fazem **rastreio** em paciente neutropênico grave com galactomanana sérica para tratamento preemptivo Diagnóstico: - TC tórax: infiltrado inespecífico / sinal do **halo** (mais precoce, nódulo circundado por vidro fosco) / **crescente aéreo** (mais tardio, com grande necrose pulmonar) - **Galactomanana** sérica > 0,5 ~ O ideal seria broncoscopia com LBA (pesquisa direta + cultura + galactomanana) e biópsia, porém pelo status clínico, a grande maioria tem contraindicação ao procedimento) Tratamento: - **Voriconazol** - mantido por 4-6 sem após melhora da imunossupressão - Segunda linha: anfotericina
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**ASPERGILOSE PULMONAR CRÔNICA** Fisiopatologia, suspeita clínica, diagnóstico e tratamento da bola fúngica
Fisiopatologia: - Infecção da caverna pelo fungo, com **inflamação local e alteração vascular**, causando hemoptise, mas sem destruição progressiva do parênquima Suspeita: - Alteração pulmonar **estrutural** (TB, bronquiectasia, DPOC) - **Hemoptise** Diagnóstico: - TC tórax: **bola fúngica em cavitação**, móvel com a mudança de **decúbito**, com imagem estável por **3 meses** (essencial para diferenciar da APC progressiva forma cavitária) Tratamento: - Se hemoptise grave / frequente: ressecção **cirúrgica**
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**ASPERGILOSE PULMONAR CRÔNICA** Fisiopatologia, suspeita clínica, diagnóstico e tratamento da APC progressiva
Fisiopatologia: - Infecção pulmonar pelo fungo, com **destruição progressiva** do parênquima, podendo causar **cavitação ou fibrose** Suspeita clínica: - Alteração pulmonar **estrutural** prévia - Sintomas de **TB + hemoptise** (mais frequente do que na TB) - Diagnóstico de TB com **baciloscopias negativas e sem melhora** ao tratamento Diagnóstico: - TC tórax: **infiltrado, cavitações ou fibrose** pulmonar progressivas (diferente da bola fúngica, que se mantém estável por 3 meses) - **Sorologia** positiva para Aspergillus - Broncoscopia com **LBA** (pesquisa direta, **cultura** e **galactomanana**) Tratamento: - **Itraconazol** - tratamento prolongado
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**SHO** Definição, quadro clínico, diagnóstico e tratamento
Definição: - Hipoventilação alveolar durante o dia causada pela restrição à expansibilidade pulmonar devido à obesidade Quadro clínico: - **Dispneia** - Hipoxemia / **dessaturação** - IRespA ou cor pulmonale Confirmação diagnóstica: - Gasometria arterial com **PCO2 >= 45** - **IMC >= 30** - Ausência de outros diagnósticos: ~ Espirometria, pletismografia e difusão: excluir asma, **DPOC** ou doenças **neuromusculares** (SHO geralmente causa restrição, mas não é essencial para o diagnóstico) ~ Imagem: excluir **intersticiopatia**, enfisema e deformidades da **caixa torácica** Tratamento: - Perda de **peso** - VNI (normalmente **BiPAP**) noturno +/- O2 (não utilizar O2 sem VNI!) - Evitar **álcool e sedativos** (benzodiazepínicos)
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**SAHOS** Definição, quadro clínico, diagnóstico e tratamento
Definição: - Hipopneia/apneia causada pelo colabamento da via aérea durante o sono Clínica: - **Ronco** excessivo, **despertar noturno** por engasgo/falta de ar, apneia testemunhada - **Sonolência** diurna - Fatores de risco: **obesidade**, **pescoço** curto, deformidades **craniofaciais**, **tabagismo** Diagnóstico: - **Polissonografia**: **>= 15** eventos/hora OU **>= 5** eventos/hora **com sintomas** típicos - Se diagnóstico muito provável: **HSAT** (PSG tipo III) **>= 15** eventos/hora Tratamento: - Perda de **peso**, cessação do **tabagismo** - Evitar **álcool e sedativos** - VNI noturno (**CPAP**) nas seguintes situações: ~ >= 15 eventos/hora ~ trabalho arriscado (piloto de avião, ônibus, trem) ~ sonolência diurna excessiva
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**PNEUMOCÓCICA** Indicações e esquemas vacinais
Indicações: - **60+** anos - Disfunções **orgânicas** (pulmão, fígado, rim) - **Imunossuprimidos** (HIV, transplantados, tratamento de doenças reumatológicas) Esquemas vacinais: - **VPC13** -> **VPP23** após 6-12 meses -> **VPP23** após 5 anos - **VPC20** dose única - **VPC15** -> **VPP23** após 6-12 meses
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**COVID19** Indicações e esquemas de tratamento específico
Antivirais: - Indicações: >= 65 anos, imunossuprimidos, disnfunção orgânica, DM, HAS, obesidade, tabagismo - Paxlovid (**nirmatrelvir + ritonavir**): apenas paciente ambulatorial, introduzido nos primeiros 5 dias - **Remdesevir**: paciente ambulatorial ou internado, introduzido nos primeiros 7 dias Imunomoduladores: - Indicações: apenas pacientes internados - **Dexametasona** +/- **tocilizumabe**, sarilumabe, baracitinibe
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**COVID19** Isolamento e imunização
Isolamento: - Sintomas leves: **5 dias com TR** negativo OU **7 dias** + 24h afebril e melhora clínica + manter uso de máscara até completar 10 dias - Sintomas moderados: **10 dias** - SRAG ou imunossuprimidos: **20 dias** - CDC: qualquer momento, desde que **24h afebril e melhora clínica** + manter uso de máscara por 5 dias Imunização: - < 5 anos: **2 doses** (0 -> 1 mês) - > 5 anos: **3 doses + reforço** periódico ~ >= 65 anos, imunossuprimidos, gestantes: reforço **semestral** ~ Trabalhadores de saúde, carcerários, professores, indígenas, comorbidades = reforço **anual**
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**POCUS** Principais alterações vistas na USG de pulmão (4)
*Linhas A*: - Linhas **horizontais**, presentes no pulmão normal *Linhas B*: - Linhas **verticais**, indicam acometimento **intersticial** (fibrose, pneumonite) *Consolidação*: - **Hepatização** com **broncograma** aérea, indica pneumonia *Derrame pleural*: - Líquido **anecoico** (preto)
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**DREA** Definição (1), clínica (3) e tratamento da DREA (3)
Definição: - Exacerbação de sintomas respiratórios altos e baixos após ingesta de AAS ou AINEs Clínica: - **Asma** - **Rinossinusite** crônica com **polipose** nasal - Sintomas respiratórios **após consumo de AAS ou AINEs** (até 3h) Tratamento: - **Evitar AINEs e AAS** (se AAS muito necessário, fazer dessensibilização) - Tratamento da **asma** (prioridade para antileucotrienos) - **Corticoide nasal**