Pneumo Flashcards

You may prefer our related Brainscape-certified flashcards:
1
Q

ESPIROMETRIA

Fluxograma diagnóstico

A
  • Ordem: relação VEF1/CVF –> CVF –> resposta ao BD
  • VEF1/CVF:
    ~ reduzida / < LIN: obstrutivo (pode ser obstrutivo puro, com aprisionamento aéreo/enfisema ou misto)
    ~ normal ou aumentada: normal ou possivelmente restritivo (não pode fechar o diagnóstico de restritivo apenas com a espirometria)
  • V/C < LIN (obstrutivo) com:
    ~ CVF reduzida: distúrbio misto OU obstrutivo com aprisionamento aéreo/enfisema
    ~ CVF normal: obstrutivo puro
  • V/C normal/aumentada com:
    ~ CVF reduzida (e VEF1 reduzido proporcionalmente): possivelmente restritivo ou padrão inespecífico (PRISm) -> confirmar com pletismografia
    ~ CVF normal: espirometria normal
  • Resposta ao BD:
    ~ Positiva: aumento de 10% do predito do VEF1 ou CVF –> [%pós - %pré] // [(pós-pré)/predito]
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
2
Q

PLETISMOGRAFIA E DIFUSÃO

Fluxograma diagnóstico

A

Pletismografia:
- CPT < 0,8: confirma distúrbio restritivo
- CPT > LSN: hiperinsuflação/enfisema
- Relação VR/CPT > LSN: aprisionamento aéreo
- CVF desproporcionalmente reduzida em relação à CPT: distúrbio restritivo complexo

Difusão de CO:
- Em distúrbio restritivo confirmado por pletismografia:
~ Reduzida: pneumopatia intersticial
~ Normal: doença neuromuscular, deformidade torácica

  • Em espirometria normal:
    ~ Reduzida: anemia, doença vascular pulmonar, pneumopatia intersticial muito precoce
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
3
Q

DPOC

Etiologia e fisiopatologia, suspeita clínica e confirmação diagnóstica

A

Etiologia e fisiopatologia:
- Lesão alveolar (enfisema) + inflamação de pequenas vias aéreas (bronquite), causando obstrução persistente ao fluxo aéreo

Suspeita clínica:
- Dispneia
- Tosse crônica
- Sibilos
- Infecções respiratórias de repetição (e mais graves do que em pessoais normais)
- Fator de risco (tabagismo, fogão a lenha, queima de biomassa, infecções respiratórias de repetição prévias)
~ A DPOC pode ocorrer de 2 formas: função pulmonar que se desenvolveu normalmente e cai mais rápido pelo tabagismo/biomassa/etc OU função pulmonar que não chegou a se desenvolver normalmente por infecções repetidas durante a infância/adolescência

Confirmação diagnóstica:
- Espirometria: VEF1/CVF < 0,7 após broncodilatador (ou < LIN definido para cada paciente)
~ Avaliar os parâmetros sempre após o broncodilatador
~ Em casos graves, pode haver CVF reduzida devido ao aprisionamento aéreo / enfisema

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
4
Q

DPOC

Classificação e tratamento

A

Classificação:
- Baseado no VEF1:
~ I: > 80%
~ II: 80-50%
~ III: 50-30%
IV: < 30%

  • Baseado na sintomatologia/exacerbações:
    ~ A: até 1 exacerbação sem internação nos últimos 6 meses + mMRC =< 1 / CAT =< 9
    ~ B: até 1 exacerbação sem internação nos últimos 6 meses + mMRC >= 2 / CAT >= 10
    ~ E: 2+ exacerbações ou 1 internação nos últimos 6 meses (independente dos sintomas)

Tratamento:
- Cessar tabagismo
- Imunização: Covid, Influenza, pertussis, zoster e pneumo23
- Fisioterapia respiratória com reabilitação pulmonar (grupos B e E)
- O2 domiciliar (se gasometrial arterial com satO2 < 88%, PaO2 =< 54% ou =< 59% com core pulmonale ou poliglobulia)
- Grupo A: LABA ou LAMA
- Grupo B: LABA + LAMA
- Grupo E: LABA + LAMA +/- ICS (eosinofilia > 300) +/- azitromicina
~ anoro 1x/d (umeclidínio + vilanterol)
~ beclometasona ou budesonida 2x/d -> o ICS aumenta o risco de PNM, portanto se não houver melhora dos sintomas ou aumentar a incidência de pneumonia, deve ser suspenso, mesmo se houver indicação
~ azitromicina 500 mg 3x/sem -> pedir ECG e escarro, pois deve ter QT corrigido =< 450 e não pode ter colonização por MNT (o uso crônico de azitro induz resistência)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
5
Q

DPOC

Quando solicitar gasometria arterial, TC tórax, cirurgia de pneumorredução e espirometria

A

Gasometria arterial:
- SatO2 =< 92% (avaliar se há indicação de O2 domiciliar)

TC tórax:
- Exacerbações frequentes ou tosse produtiva intensa (diagnóstico diferencial com bronquiectasia - também pode se apresentar como distúrbio obstrutivo à espirometria)
- Sintomas respiratórios desproporcionais à espirometria (avaliar possíveis condições sobrejacentes)
- VEF1 < 45% (avaliar possível indicação de pneumorredução, que é a presença de enfisema em lobo superior)
- Rastreio de CA pulmão

Cirurgia de pneumorredução:
- Enfisema em lobo superior

Espirometria:
- Diagnóstico
- Acompanhamento da função pulmonar 1 vez ao ano

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
6
Q

DPOC - EXACERBAÇÃO

Manejo da exacerbação da DPOC (6)

A
  • SABA por 5 dias
  • Prednisona 40-60 mg/d por 5 dias
  • ATB - apenas se houver expectoração purulenta + aumento do volume / piora da dispneia OU caso grave com necessidade de VNI/IOT/UTI OU paciente sabidamente colonizado (todo paciente com DPOC deve fazer cultura de escarro periodicamente
    ~ Não precisa se PCR < 5!
    ~ Levofloxacino por 5 dias
  • Oxigênio para manter saturação entre 88-92%
  • VNI (preferência para BIPAP) se acidose respiratória (pH < 7,35 com PCO2 > 45), sinais de esforço respiratório importante ou hipoxemia persistente a despeito do CNO2
  • IOT se pH < 7,25 após 2h de VNI ou redução importante do nível de consciência
    ~ Confusão mental não é indicativo de IOT, podendo ser manejada com VNI
    ~ Tentar VNI em todo mundo, nem que seja na pré-oxigenação da IOT
    Outro: Anticoagulação profilática para TVP/TEP
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
7
Q

DPOC - EXACERBAÇÃO

Diagnósticos diferenciais de exacerbação de DPOC, como diferenciar (3) e exames complementares que devem ser solicitados (2)

A
  1. PAC - diferença pela radiografia de tórax (exacerbação não apresenta alteração parenquimatosa, apenas o mesmo padrão de hiperinsuflação)
  2. IC descompensada - outros sinais e sintomas de IC, RX tórax, BNP e ecoTT
  3. TEP - D-dímero

Exames complementares:
- RX tórax
- HMG, U, Cr, eletrólitos

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
8
Q

DPOC - DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS

Causas de IRespA hipercápnica além de exacerbação de DPOC (4)

A

Hipoventilação alveolar da obesidade (obesidade, retenção de CO2, SAOS)

Doenças intersticiais

AVE de bulbo (centro respiratório)

Intoxicação por benzodiazepínico (depressão do SNC)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
9
Q

DPOC

Indicações de O2 domiciliar, prescrição e acompanhamento

A

Indicações:
- SatO2 =< 88%
- PaO2 < 55%
- PaO2 < 59% com core pulmonale ou policitemia

Prescrição:
- Ajustar o O2 com base na oximetria medida pelo paciente e nas atividades diárias
- Usar o máximo de tempo possível ao longo do dia

Acompanhante:
- Nova gasometria arterial após 60-90 dias - em alguns casos, pode haver melhora e desmame do O2
~ Colher gaso após 20-30 min fora do O2

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
10
Q

DPOC

Fisiopatologia da carbonarcose por hiperóxia em pacientes com hipercapnia crônica

A

A hiperóxia causa reversão da vasoconstrição fisiológica das áreas pulmonares não ventiladas, que retêm apenas CO2

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
11
Q

ASMA

Suspeita clínica e confirmação diagnóstica

A

Suspeita clínica:
- Sintomas de dispneia, opressão torácica, tosse e sibilos
- Curso flutuante de piora e melhora ao longo do tempo (entre os horários do dia ou entre as estações do ano)
- Desencadeados por infecções virais/bacterianas, aeroalérgenos, mudanças climáticas
- Antecedente pessoal e familiar de atopias (dermatite, rinite)

Confirmação diagnóstica:
- Espirometria: VEF1/CVF < 0,7/LIN + resposta positiva ao broncodilatador (+ 200mL E 12% OU +10% do predito)
- Outros exames: IgE aumentada ou prick test positivo, eosinofilia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
12
Q

ASMA

Tratamento: esquemas e quando iniciar em cada step

A

Step 1:
- Bud/form SOS
- Sintomas até 2x/mês

Step 2:
- Bud/form SOS
- Sintomas >= 3x/mês, mas =< 4x/sem

Step 3:
- Bud/form diário dose baixa
~ budesonida =< 200 mcg/d
- Sintomas >= 5x/sem

Step 4:
- Bud/form diário dose média
~ budesonida >= 400 mcg/d
- Sintomas >= 5x/sem + VEF1 alterado

Step 5:
- Referenciar para especialista
- Estudar o fenótipo em questão (via inflamatória predominante - eosinófilos séricos e no escarro, IgE, fração exalada de NO) para escolher o imunobiológico mais adequado

Resgate:
- Primeira linha: Bud/form (mesmo sendo LABA, o início da ação é rápido!)
- Secunda linha: SABA + ICS
~ É PROSCRITO o uso de SABA isoladamente, mesmo para resgate!

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
13
Q

ASMA

O que pensar frente a um quadro de asma iniciado na vida adulta

A
  • Exposição ocupacional
  • Medicações que causam broncoespasmo (AAS, betabloqueador)
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
14
Q

CRISE DE ASMA

Classificação, manejo e condições para alta

A

Classificação:
- Leve/moderada
- Grave: frases incompletas, tórax silente, confusão mental, satO2 < 90%, esforço respiratório importante

Manejo:
- Oxigenoterapia (CNO2 -> MNR -> IOT)

  • SABA:
    Salbutamol 4-8 puffs 20/20min por 1h [resgate]
    Salbutamol 4-8 puffs 1-3/1-3h [manutenção]
  • Corticoide sistêmico:
    Prednisona 40-50 mg/d VO
  • Ipratrópio:
    Considerar na leve/moderada, porém obrigatório na grave
  • Sulfato de magnésio:
    Apenas na crise grave

Alta:
- Melhora clínica
- SatO2 >= 95% em AA
- Alta com salbutamol + corticoide oral por mais 5 dias

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
15
Q

TEP

Suspeita clínica e investigação para confirmação diagnóstica

A

Suspeita:
- Dispneia súbita
- Dor torácica ventilatório-dependente
- Hemoptise
- Presença de fatores de risco (neoplasia, internação, imobilização, cirurgia, TEV prévio)
- Manifestações atípicas importantes: arritmia nova, síncope e choque sem explicação
- ECG com padrão S1Q3T3, gasometria arterial com hipoxemia + hipocapnia

Confirmação diagnóstica:
- Calcular escore de Wells:
~ Se baixo risco (=< 4): escore PERC -> se ausente, alta / se presente, solicitar d-dímero para excluir
~~ VR do d-dímero: idade x 10 com mínimo de 500 (ex: 64 anos = 640)
~~ Dd não é usado em pacientes internados (presença de muitos outros fatores que alteram seu resultado), portanto eles devem fazer angioTC mesmo se baixo risco de TEP
~ Se alto risco (5+): confirmar com angioTC ou cintilografia ventilação-perfusão
- Se paciente instável: POCUS e EcocardioTT

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
16
Q

TEP

Classificação de risco e tratamento

A

Classificação de risco:
- Alto risco: instabilidade hemodinâmica
- Risco intermediário: troponina / BNP alterado OU disfunção de VD em EcoTT ou na própria angioTC
- Baixo risco: sem alteração laboratorial (troponina/BNP) ou de imagem

Tratamento:
- Alto risco: trombólise OU trombectomia mecânica (se contraindicação à trombólise)
- Risco intermediário: iniciar anticoagulação internado com HBPM -> transicionar para DOAC em 2-3 dias
~ Se intermediário com risco de evolução desfavorável para instabilidade, preferir anticoagulação com HNF (mais fácil de interromper/retomar antes e após a trombólise e antídoto mais eficaz se sangramento - protamina)
~ DOACs permitidos = rivaroxabana e apixabana
- Risco baixo: calcular escore de PESI
~ PESI =< 85 (PESI simplificado 0): anticoagulação ambulatorial diretamente com DOAC
~ PESI 86+ (PESI simplificado 1+): anticoagulação internado com HBPM -> transicionar para DOAC em 2-3 dias

[trombólise: alteplase 100 mg em 2h OU 0,6 mg/kg até 50 mg em 15min]

[rivaroxabana: 15 mg 2x/d por 21d –> 20 mg 1x/d –> após 3-6m, pode reduzir para 10 mg 1x/d]

[apixabana: 10 mg 2x/d por 7d –> 5 mg 2x/d –> após 3-6m, pode reduzir para 2,5 mg 2x/d]

[HNF: BIC com TTPa 6/6h OU ataque 333 UI/kg SC + manutenção 250 UI/kg SC 12/12h]

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
17
Q

TEP

Diagnóstico de TEP em pacientes instáveis e momento da anticoagulação

A

Paciente instáveis:
- EcoTT: disfunção de VD (dilatação com VD > VE, septo retificado ou abaulado para a esquerda)

Momento da anticoagulação:
- Em geral, aguardar confirmação com angioTC
- Se for demorar > 2h no alto risco OU > 6h no médio risco, fazer anticoagulação mesmo antes da confirmação com angioTC

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
18
Q

TEP

Conduta diante de contraindicação à anticoagulação ou trombólise e tempo de anticoagulação

A

Contraindicação à anticoagulação: filtro de veia cava

Contraindicação à trombólise: trombectomia mecânica

Tempo de anticoagulação:
- Mínimo de 3 meses -> pode estender para 6 meses se disfunção de VD ou TEP extenso
- Indefinida: homens com evento não provocado ou provocado por fatores menores / provocado por neoplasia ou fator de risco persistente
~ Para mulher, calcular o escore HERDOO2 - se 0 ou 1, suspender anticoagulação
- Apenas 3-6 meses: provocado por fator maior (cirurgia > 30 min, internação > 3 dias, gestação, cesárea, puerpério, uso de estrógeno)

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
19
Q

TEP SUBSEGMENTAR

Manejo do TEP subsegmentar como achado de exame / paciente assintomático

A

Indicada anticoagulação nos seguintes contextos:
- 2+ subsegmentos acometidos
- Neoplasia
- TVP
- Outras: internação, gestação, evento não provocado

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
20
Q

TEP

Particularidades do TEP em gestantes (3)

A
  • A investigação com escore de Wells e uso de D-dímero para descartar é igual (mesmo Dd estando aumentado em gestantes)
  • Se Wells 5+, o primeiro exame para investigar é USG MMII
  • Se USG negativo, prosseguir com cintilografia ventilação-perfusão
  • Se cintilografia indisponível, usar angioTC
  • Anticoagulação preferível com HBPM
  • Gestação NÃO é contraindicação à trombólise
How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
21
Q

TEP CRÔNICO

TEP crônico: fisiopatologia, doenças causadas pelo TEP crônico (2), clínica, investigação (2) e tratamento (2)

A

Trombo não totalmente eliminado, que fibrosa e deixa de responder à anticoagulação (5-10% dos pacientes)

Doença tromboembólica crônica OU Hipertensão tromboembólica crônica:
- Clínica: persistência de sintomas respiratórios (dispneia)
- Exames complementares: cintilografia ventilação/perfusão + angioTC
- Tratamento: angioplastia ou endarterectomia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
22
Q

EMBOLIA GORDUROSA

Embolia gordurosa: fator de risco (2), clínica (3) e tempo de evolução (1)

A

Fatores de risco:
- Fratura ortopédica
- Pancreatite

Clínica:
- Dispneia/hipoxemia súbita
- Confusão mental
- Rash petequial

Tempo de evolução:
- Até 3 dias após fratura

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
23
Q

PNEUMONIA

O que pensar diante de “pneumonia” que não melhora e como investigar

A

O que pensar:
- Diagnóstico errado:
~ CA pulmão, linfoma
~ TB, PBmicose, histoplasmose, infecções de imunossuprimidos (criptococo)
~ Vasculites (GP, GEP), pneumopatias intersticiais (pneumonia em organização)
- Complicação da PAC (derrame pleural, abscesso)
- Microrganismo resistente / não coberto pelo ATB

Investigação:
- RX +/- TC tórax
- Baciloscopia
- Sorologias (sempre pedir em quadros estranhos que não estão melhorando)
- Se inconclusivo: broncoscopia com LBA +/- biópsia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
24
Q

INTERSTÍCIO

Pneumopatias intersticiais: etiologias e classificações

A

PI idiopáticas/primárias:
- PII crônicas:
~ Fibrose pulmonar idiopática (FPI)
~ Pneumonia intersticial inespecífica (PIIN)
~ Pneumonia de hipersensibilidade (PH)
- PII agudas/subagudas:
~ Pneumonia em organização criptogênica (POC)
~ Pneumonia intersticial aguda
~ Pneumonia de hipersensibilidade (PH)
- PII associadas ao tabagismo:
~ Pneumonia intersticial descamativa
~ Bronquiolite respiratória com doença pulmonar intersticial

PI secundárias:
- Doenças reumatológicas (colagenoses, miopatias inflamatórias, vasculites)
- Exposição a poeiras, gases, químicos e metais (sílica, asbesto, belírio)
- Medicações (QTx, MTX, amiodarona, nitrofurantoína) e radioterapia

How well did you know this?
1
Not at all
2
3
4
5
Perfectly
25
Q

INTERSTÍCIO

Quando suspeitar e investigação

A

Quando suspeitar:
- Dispneia, tosse seca, PNM que não melhora, estertoração crepitante bibasal
- Antecedente de doenças reumatológicas OU sintomas dessas doenças (febre, lesões de pele com fotossensibilidade, serosites, Raynaud, mialgia e fraqueza, hemoptise)
~ Os sintomas respiratórios frequentes antecedem as outras manifestações da doença reumatológica
- Antecedente de tabagismo ou exposição ocupacional

Investigação:
- Descartar causas secundárias:
~ Provas reumatológicas: FAN, complemento, anti-DNA / FR / CK, aldolase, anti-sintetases / ANCA
~ anti-ro 52 e anti-dna 5 são marcadores de mau prognóstico em intersticiopatias secundárias a doenças reumatológicas (fibrose rapidamente progressiva)
- TCAR tórax + provas de função pulmonar (espirometria, platismografia, difusão)
~ O padrão na TCAR pode indicar uma etiologia específica
~ A maioria causa distúrbio restritivo, mas alguns causam obstrutivo

  • Broncoscopia com LBA: mais indicado se quadro agudo/subagudo, hemoptise ou suspeita de infecção
  • Biópsia pulmonar
26
Q

INTERSTÍCIO

Padrões radiológicos na TCAR e principais diagnósticos diferenciais de FPI

A

PIU típico:
- Cistos de faveolamento + opacidades reticulares subpleurais + bronquiectasias de tração + acometimento de bases&raquo_space;> ápices + muito pouco vidro fosco

PIU provável:
- Igual o típico, mas sem faveolamento

Indeterminado para PIU:
- Aqui entram padrões de outras PII, como PINE, PH
- PINE: Muito vidro fosco + preservação subpleural (subpleural sparing) + sem predomínio claro de bases sobre ápices

Diagnóstico diferenciais de PIU típico:
- FPI
- PH crônica
- Secundária a colagenoses

27
Q

FPI

Quadro clínico, diagnóstico, tratamento e prognóstico

A

Quadro clínico:
- Homem de 60+ anos
- Tabagista ou ex-tabagista
- Dispneia, tosse seca e crepitação em velcro bibasal

Diagnóstico:
- TCAR: reticulações periféricas em bases posteriores / faveolamento / bronquiectasia de tração
- Biópsia: pneumonia intersticial usual

Tratamento e prognóstico:
- O único tratamento curativo é o transplante de pulmão
- Se fibrose progressiva = 2 dos 3: piora clínica +/- TC6 OU imagem OU funcional (espirometria e difusão)
~ Nintendanibe ou pirfenidona (segunda linha)
~ Estudos com inibidor da fosfodiesterase-4 parecem promissores!
- A doença invariavelmente evolui com IResp e óbito

28
Q

POC

Definição, quadro clínico e diagnóstico

A

Definição:
- Padrão de regeneração do tecido pulmonar frente a diversos tipos de agressão

Quadro clínico:
- 50-60 anos
- Dispneia, tosse, febre baixa - tipicamente uma pneumonia que não melhora após ATB

Diagnóstico:
- TCAR: consolidação ou vidro fosco com acometimento múltiplo e migratório, sinal do halo invertido (pouco frequente, mas muito específico)
- Broncoscopia com LBA: não faz diagnóstico de POC, mas é importante para descartar diagnósticos diferenciais de pneumonia que não melhora (faz parte do fluxograma)

Tratamento:
- Corticoterapia

[prednisona 0,5-1 mg/kg por 2-4 sem]

29
Q

PNEUMONIA DE HIPERSENSIBILIDADE

Etiologia e fisiopatologia, confirmação diagnóstica e tratamento

A

Etiologia e fisiopatologia:
- Lesão do parênquima pulmonar secundária à reação de hipersensibilidade (alergia) à agentes específicos inalados
- Agentes: pássaros, mofo, instrumento de sopro, pena de ganso, ar condicionado/umidificadores, piscinas/saunas/banheiras

Formas de manifestação:
- Aguda/subaguda OU crônica
- Fibrosante OU não fibrosante

Confirmação diagnóstica:
- Contexto clínico de exposição
- TCAR: nódulos centrolobulares + padrão de atenuação em mosaico (parênquima normal / vidro fosco / aprisionamento aéreo) + fibrose com opacidades reticulares
- Broncoscopia com LBA: linfócitos > 20% (normalmente > 50%)

Tratamento:
- Corticoterapia: prednisona 30 mg/d por 2 sem -> desmame após melhora clínica

30
Q

INTERSTÍCIO

Clínica, etiologias, diagnóstico e tratamento da exacerbação

A

Clínica:
- Dispneia, tosse, febre

Etiologia:
- Puramente inflamatória
- Infecciosa
~ Na prática, é muito difícil diferenciar, portanto quase sempre trata com corticoide + ATB!

Diagnóstico:
- Clínico

Tratamento:
- Corticoterapia altas doses
~ Metilpred 62,5 mg 8/8h por 3 dias -> 12/12h por 1 dia -> prednisona 40 mg/d
- ATB com cobertura para Pseudomonas
- Oxigenoterapia, evitando ao máximo realizar IOT -> praticamente todos os pacientes morrem

31
Q

HP

Suspeita clínica, exame inicial e exame confirmatório

A

Suspeita:
- Dispneia
- IC direita (estade jugular, hepatomegalia, ascite, edema MMII)

Exame inicial:
- EcoTT: VRT > 2.8 / PSAP aumentada / aumento de câmaras direitas e da artéria pulmonar / achatamento do septo

Exame confirmatório:
- Cateterismo direito: PAPm > 20
- Outras variáveis que auxiliam na classificação/tratamento: POAP, RVP e teste da vasorreatividade

32
Q

HP

Classificações e diagnósticos

A

Grupo 1 = hipertensão arterial pulmonar
- Idiopática, hereditária, drogas, esclerose sistêmica, HIV, hipertensão portal

Grupo 2 = disfunção cardíaca esquerda
- IC esquerda, valvopatia
- Cate direito: PAOP aumentada

Grupo 3 = doença pulmonar
- DPOC, hipoventilação, restritivas
- TC tórax e difusão de CO

Grupo 4 = obstrução de artérias pulmonares
- TEP crônico
- Cintilografia V/Q

Grupo 5 = miscelânea

33
Q

HP

Tratamento

A

Todos:
- Exercício físico
- Vacinação
- Oxigenoterapia
- Evitar congestão hídrica

Grupo 1:
- Vasorreativos (queda de 10% com valor < 40 da PAPm): BCC
- Não vasorreativos: ambrisentan (antagonista do receptor da endotelina) + sildefanil (inibidor da fosfodiesterase) + iloprost (análogo de prostaciclina)

Grupos 2 e 3:
- Tratar doença de base

Grupo 4:
- Anticoagulação indefinida + pesquisa de SAAF
- Trombectomia ou angioplastia -> alternativa medicamentosa = riociguat

34
Q

BRONQUIECTASIA

Fisiopatologia, causas, clínica e diagnóstico

A

Fisiopatologia:
- Infecção -> inflamação com alteração estrutural da via aérea -> prejuízo do clearance -> infecção…
- Círculo vicioso que leva à dilatação irreversível dos brônquios

Causas:
- Idiopática
- Infecção: Pós-infecciosa (bacteriana - incluindo TB, viral, fungo) // Imunodeficiências
- Inflamação e lesão estrutural: Doenças reumatológicas (colagenoses) // DII // Def. alfa-1-antitripsina
- Comprometimento mucociliar: Discinesia ciliar // Fibrose cística

Clínica:
- Tosse produtiva crônica
- Infecções respiratórias de repetição

Diagnóstico:
- TCAR com dilatação dos brônquios
~ brônquios > artéria correspondente (sinal do anel de sinete)
~ brônquios que não diminuem à medida em que se bifurcam
~ bronquíolos muito visíveis na periferia
- Espirometria: distúrbio obstrutivo

35
Q

BRONQUIECTASIA

Investigação e tratamento

A

Investigação:
- Dosagem de Ig, sorologia HIV
- Alfa-1-antitripsina, cloreto no suor
- Perfil reumatológico
- Broncoscopia com LBA

Acompanhamento:
- Avaliação microbiológica do escarro
- Espirometria anual

Tratamento:
- Vacinação, O2 domiciliar (mesma indicação do DPOC)
- Fisioterapia respiratória, shaker, inalação com salina hipertônica
- Se 2+ exacerbações no ano: azitromicina 500 mg 3x/sem
- Se dispneia: LABA (sobretudo se asma ou DPOC associados)
- Se eosinofilia: ICS
- Primoinfecção por Pseudomonas: tentar erradicação por até 3 vezes com cultura de controle após 2-4 sem do ATB (também pode tentar erradicação de outros germes resistentes, como S aureus)
- Infecção crônica por Pseudomonas: tobramicina inalatória - ciclos alternados de 28 dias

36
Q

BRONQUIECTASIA

Clínica, diagnóstico e tratamento da exacerbação

A

Clínica:
- Piora da tosse e/ou dispneia
- Aumento do volume de expectoração e aspecto purulento
- Hemoptise

Diagnóstico:
- Clínico
- Excluir diagnósticos diferenciais, como PAC (RX tórax), TEP (d-dímero)

Tratamento:
- ATB sempre - baseado em culturas prévias
- Colher escarro para nova avaliação microbiológica e tratamento guiado
- Prednisona e salbutamol se asma ou DPOC associadas

37
Q

DERRAME PLEURAL

Quando puncionar e como diferenciar entre exsudato e transudato

A

Quando puncionar:
- Sempre, exceto se:
~ volume muito pequeno não puncionável
~ claramente por hipervolemia/ICC
~ pós-operatório de cirurgia cardíaca

Como diferenciar:
- Critérios de Light: proteína líquido/soro >= 0,5 // LDH líquido/soro >= 0,6 // LDH líquido > 2/3 LSN
- Colesterol líquido >= 45
- Gradiente albumina soro - líquido < 1,2
- Proteína do líquido >= 3 g
- Proteína do soro - líquido < 2,5
~ Qualquer um desses positivo = exsudato!

Se IC em uso de diurético com apenas 1 valor para exsudato (possível falso positivo), a presença de um dos abaixo confirma exsudato verdadeiro:
- Albumina séria - albumina pleural < 1.2
- Proteína sérica - proteína pleural < 3.1
- NT-proBNP sérico < 1500

38
Q

DERRAME PLEURAL

Causas de transudato e exsudato

A

Transudato:
- ICC
- Cirrose
- Síndrome nefrótica
- Mixedema por hipotireoidismo

Exsudato:
- Parapneumônico
- TB
- Neoplasia
- TEP
- Doenças reumatológicas
- Medicamentos (MTX, amiodarona)
- Pancreatite
- Falsos exsudatos:
~ ICC pós uso de diurético (secou o líquido e concentrou os solutos)
~ acidente de punção com muita hemácia (a hemácia produz LDH)

39
Q

DERRAME PLEURAL

Como diferenciar as causas de exsudato

A

Exsudato com predomínio neutrofílico:
- Parapneumônico

Exsudato com predomínio linfocítico:
- TB e neoplasia

TB:
- BAAR, cultura e TRM-TM -> sensibilidades reduzidas, frequentemente são negativos
- ADA > 40 com relação linf/neut > 0,75 = diagnóstico presuntivo de TB, autorizado a iniciar tratamento
- Avaliação de escarro para pesquisa de TB pulmonar (concomitância em alguns casos)
- Se nada for indicativo = biópsia

Neoplasia:
- Citologia oncótica -> sensibilidade reduzida, frequentemente é negativa
- ADA e linfócitos reduzidos, LDH aumentado
- Se nada for indicativo = biópsia

Hemotórax:
- Ht pleural / Ht sérico > 50%
-> < 1% sugere acidente de punção

40
Q

DERRAME PLEURAL

Classificação dos derrames parapneumônicos e conduta e quilotórax

A

Parapneumônico complicado:
- Empiema: aspecto de pus OU cultura/bacterioscópico/GRAM positivo
- pH < 7.2 // LDH > 1.000 // Glicose < 40
- Multiloculado

Conduta:
- Se complicado: ATB + drenagem
- Se não complicado: apenas ATB

Quilotórax:
- aspecto leitoso
- TGL > 110 com colesterol < 200

41
Q

PNEUMONIA

Decisão do local de tratamento e esquemas utilizados

A

Local de tratamento:
- Decidir entre ambulatorial ou internação = PSI-PORT:
~ =< 2: ambulatorial
~ 3: observação
~ 4+: internação
- Decidir entre enfermaria ou UTI = IDSA/ATS

Esquemas (em geral por 5-7 dias):
- Ambulatorial
~ sem comorbidades: amoxicilina
~ com comorbidades (DM, DRC, IC, cirrose, neoplasia - HAS isolada não conta): amoxicilina-clavulanato + azitromicina
- Enfermaria: ceftriaxone/unasyn + azitromicina + cobertura para SA ou PA se cultura prévia positiva
- UTI: ceftriaxone/unasyn + azitromicina/quinolona + cobertura para SA ou PA se cultura prévia positiva OU internação recente OU uso recente de ATB parenteral

Corticoide:
- Indicado nas seguintes situações:
-> ventilação com PEEP >= 5
-> CNAF com FiO2 >= 50% OU MNR + relação P/F < 300
-> PSI >= 130
- Hidrocortisona 50 mg 6/6h por 4-8 dias

42
Q

PNEUMONIA

Quando solicitar cultura de escarro, hemocultura ou antígeno urinário de Legionella

A

HMC e escarro:
- Quadros graves / IOT / UTI
- Tratamento empírico com cobertura para SA ou PA: é preciso colher culturas pois, se negativas em 48h + melhora clínica, é possível descalonar com certa segurança
~ esses GMDR normalmente crescem em até 48h

Legionella:
- Quadros graves / IOT / UTI
- Associação com:
~ hiponatremia
~ elevação de AST/ALT
~ dor abdominal, diarreia, sintomas gastrointestinais
- Epidemiologia forte: águas termais, tubulações, encanamentos

43
Q

PNEUMONIA

Quando cobrir anaeróbios em PNM broncoaspirativa

A

Cobrir anaeróbios com clindamicina nos seguintes casos:
- Abscesso pulmonar
- Empiema
- Dentes em mau estado de conservação
- Macroaspiração de conteúdo gástrico

Tendência a usar menos clindamicina, pela menor importância dos anaeróbios na infecção e pelo risco de infecção por Clostridioides difficile

44
Q

PNEUMONIA

Quando solicitar imagem de controle

A

Solicitar apenas nos pacientes com alto risco de CA pulmão, após 4-8 sem do tratamento

45
Q

PBMICOSE

Fisiopatologia e formas de manifestação, quadro clínico e laboratorial

A

Fisiopatologia:
- Infecção pulmonar assintomática pelo P lutzi ou braziliensis
~ se o hospedeiro não conter, evolui para forma aguda/subaguda (até 45 dias)
~ se o hospedeiro conter e sofrer posterior reativação, evolui para forma crônica

Clínica da aguda/subaguda:
- Febre e perda de peso
- Linfonodomegalia e hepatoesplenomegalia
- Anemia
~ raramente há acometimento pulmonar na forma aguda/subaguda

Clínica da crônica:
- Tosse, dispneia, infiltrado pulmonar bilateral simétrico
- Lesão em mucosa oral (úlceras dolorosas), odinofagia, disfonia
- Linfonodomegalia e lesão cutânea
- Sequelas: fibrose pulmonar, microtia, estenose de orofaringe/laringe

46
Q

PBMICOSE

Confirmação diagnóstica, tratamento e acompanhamento

A

Confirmação diagnóstica:
- RX ou TC tórax com infiltrado bilateral simétrico
- Sorologia (pode ser negativa no P lutzii)
- Micológico direto ou cultura de escarro / aspirado linfonodal / pele (roda de leme ou mickey mouse)

Tratamento:
- Leve/moderada: itraconazol 100-200 mg/d por 6-12 meses
~ se intolerância: bactrim por 2 anos
- Grave: anfotericina B 0,7-1 mg/kg/d até compensação clínica -> itraconazol ou bactrim por 2 anos

Acompanhamento:
- Sorologias: 3m -> a cada 6m
- RX: 3m por 3x -> a cada 6m
- Efeito adverso da medicação: itraconazol causa hepatotoxicidade -> monitorar lesão e função hepática

47
Q

TB

Amostras e testes para diagnóstico de TB pulmonar

A

Testes:
- TRM-TB ou BAAR+cultura
- TRM é mais sensível, específico e avalia resistência à rifampicina (baciloscopia tem falso positivo com MNT, Nocardia, Actynomices)
- Se TRM-TB positivo, solicitar cultura para confirmação

Amostras:
- 2 amostras de escarro: no momento da suspeita + na manhã do dia seguinte -> pode fazer uma terceira amostra, se alta suspeita
- Se escarros negativos com alta suspeita -> broncoscopia com LBA
- Se escarros e LBA negativos com alta suspeita clínica -> biópsia (faz os testes microbiológicos E pesquisa granuloma com necrose caseosa)

48
Q

TB

Padrão de imagem de TB pulmonar clássica, miliar e sequela de tuberculose

A

Clássica:
- Cavitação com paredes espessas + opacidades centrolobulares com árvore em brotamento
~ Árvore em brotamento sugere disseminação endobrônquica

Miliar:
- Micronódulos difusos, de distribuição randômica, tocando a pleura
~ Distribuição randômica acometendo a pleura sugere disseminação hematogênica

Sequela:
- Estrias verticais em ápices (opacidades lineares retráteis) + tração dos hilos em direção superior

49
Q

TB LATENTE

Testes diagnósticos e opções de tratamento

A

Diagnóstico:
- PPD ou IGRA
- IGRA é mais específico, sensível e requer apenas uma ida ao médico
- PPD tem reação cruzada com BCG (positiva até 10-15 anos após vacinação), MNT e outras bactérias (Actynomices, Nocardia)

Tratamento:
- Escolha: rifapentina + isoniazida 1x/sem por 3 meses (dose semanal por menos tempo = maior aderência)
- Isoniazida 270 doses por 6-9 meses
- Rifampicina 120 doses por 4 meses -> rifampicina é preferível em relação à isoniazida apenas se > 50 anos ou hepatopata

50
Q

TB LATENTE

Indicações de tratamento

A

Independente do PPD:
- RN contactante
- HIV contactante
- HIV com CD4 < 350
- HIV com alteração pulmonar de TB prévia não tratada

PPD >= 5mm:
- Contactantes
- HIV com CD4 > 350
- Prednisona 15 mg/d por 1m
- Antes de iniciar anti-TNFa ou imunossupressão para transplante

PPD >= 10mm:
- Neoplasia, DM, DRC, silicose, tabagismo > 1 maço/d

51
Q

TB LATENTE

Particularidades sobre TB latente e anti-TNF: tempo de tratamento até introdução do imunobiológico e TB prévia

A
  • Tratar o máximo de tempo possível, mas se for urgente, tratar pelo menos 1-2 meses antes de iniciar o imunobiológico
  • Se paciente sabidamente já teve TB, o PPD / IGRA perdem valor -> a indicação de tratamento depende de nova exposição após o tratamento prévio
52
Q

MNT

Definição e indicação de tratamento, exemplos, clínica, diagnóstico e tratamento

A

Definição:
- Micobactérias que não são da espécie tuberculosis e que apresentam patogenicidade variável
- Indicação de tratamento: infecção por MNT patogênico = M avium, abscessus, kansaii

Clínica:
- TB like = febre, tosse, sudorese, inapetência, emagrecimento -> normalmente se diagnostica investigando TB, porém com crescimento de MNT na cultura

Diagnóstico:
- 2 escarros com cultura positiva
- 1 LBA ou biópsia com cultura positiva
~ Sugestivo de MNT: BAAR positivo com TRM-TB negativo!

Tratamento:
- Geral: R + I + E + claritromicina +/- amicacina
- Frequentemente demandam tratamento ad eternum (principalmente M abscessus - maior chance de cura é com doença localizada que permite cirurgia higiênica)

53
Q

ASPERGILOSE

Etiologia e fisiopatologia, formas de manifestação e padrão do hospedeiro

A

Etiologia:
- Aspergillus sp (mais comum: fumigatus) - fungo filamentoso
- Presente no ambiente e na via aérea/pulmão de praticamente todas as pessoas

Formas de manifestação, perfil de paciente e fisiopatologia:

Aspergilose broncopulmonar alérgica (ABPA):
- Asma grave não controlada (normalmente em uso de corticoide oral) ou fibrose cística
- Resposta imune alérgica contra o microrganismo presente no pulmão (sem infecção ativa)

Aspergilose invasiva:
- Neutropenia grave - TMO, transplante de órgão sólido, QTx para neoplasia hematológica, DPOC com altas doses de corticoide, ATB amplo espectro e VM/IOT na UTI (casos crescentes)
- Infecção invasiva pelo fungo, com destruição do parênquima pulmonar, angioinvasão e disseminação para outros tecidos (elevadíssima mortalidade)

Aspergilose pulmonar crônica:
- Imunocompetente ou imunossuprimido leve com alteração estrutural pulmonar prévia - TB, bronquiectasia, DPOC
- Imunossupressão que permite a infecção local pelo fungo, mas não grave o bastante para permitir angioinvasão e disseminação

54
Q

ABPA

Suspeita clínica, diagnóstico e tratamento

A

Suspeita:
- Asma grave sem controle mesmo com corticoide oral
- Espirometria com componente restritivo pelo remodelamento provocado pela inflamação persistente

Diagnóstico:
- TC com bronquiectasia e plug mucoide (secreção densa)
- Eosinofilia > 500 e IgE > 1000 (pode ser falso negativo pelo corticoide)
- IgE específico e prick test para Aspergillus

Tratamento:
- Itraconazol - ciclos de 3-6 meses +/- corticoide (normalmente já indicado pela asma grave)

55
Q

ASPERGILOSE INVASIVA

Suspeita clínica, diagnóstico e tratamento

A

Suspeita:
- Neutropenia grave (TMO, transplante, QTx, DPOC em UTI com corticoide e ATB amplo espectro)
- Sintomas de infecção pulmonar, clínica muito frustra -> muitos serviços fazem rastreio em paciente neutropênico grave com galactomanana sérica para tratamento preemptivo

Diagnóstico:
- TC tórax: infiltrado inespecífico / sinal do halo (mais precoce, nódulo circundado por vidro fosco) / crescente aéreo (mais tardio, com grande necrose pulmonar)
- Galactomanana sérica > 0,5
~ O ideal seria broncoscopia com LBA (pesquisa direta + cultura + galactomanana) e biópsia, porém pelo status clínico, a grande maioria tem contraindicação ao procedimento)

Tratamento:
- Voriconazol - mantido por 4-6 sem após melhora da imunossupressão
- Segunda linha: anfotericina

56
Q

ASPERGILOSE PULMONAR CRÔNICA

Fisiopatologia, suspeita clínica, diagnóstico e tratamento da bola fúngica

A

Fisiopatologia:
- Infecção da caverna pelo fungo, com inflamação local e alteração vascular, causando hemoptise, mas sem destruição progressiva do parênquima

Suspeita:
- Alteração pulmonar estrutural (TB, bronquiectasia, DPOC)
- Hemoptise

Diagnóstico:
- TC tórax: bola fúngica em cavitação, móvel com a mudança de decúbito, com imagem estável por 3 meses (essencial para diferenciar da APC progressiva forma cavitária)

Tratamento:
- Se hemoptise grave / frequente: ressecção cirúrgica

57
Q

ASPERGILOSE PULMONAR CRÔNICA

Fisiopatologia, suspeita clínica, diagnóstico e tratamento da APC progressiva

A

Fisiopatologia:
- Infecção pulmonar pelo fungo, com destruição progressiva do parênquima, podendo causar cavitação ou fibrose

Suspeita clínica:
- Alteração pulmonar estrutural prévia
- Sintomas de TB + hemoptise (mais frequente do que na TB)
- Diagnóstico de TB com baciloscopias negativas e sem melhora ao tratamento

Diagnóstico:
- TC tórax: infiltrado, cavitações ou fibrose pulmonar progressivas (diferente da bola fúngica, que se mantém estável por 3 meses)
- Sorologia positiva para Aspergillus
- Broncoscopia com LBA (pesquisa direta, cultura e galactomanana)

Tratamento:
- Itraconazol - tratamento prolongado

58
Q

SHO

Definição, quadro clínico, diagnóstico e tratamento

A

Definição:
- Hipoventilação alveolar durante o dia causada pela restrição à expansibilidade pulmonar devido à obesidade

Quadro clínico:
- Dispneia
- Hipoxemia / dessaturação
- IRespA ou cor pulmonale

Confirmação diagnóstica:
- Gasometria arterial com PCO2 >= 45
- IMC >= 30
- Ausência de outros diagnósticos:
~ Espirometria, pletismografia e difusão: excluir asma, DPOC ou doenças neuromusculares (SHO geralmente causa restrição, mas não é essencial para o diagnóstico)
~ Imagem: excluir intersticiopatia, enfisema e deformidades da caixa torácica

Tratamento:
- Perda de peso
- VNI (normalmente BiPAP) noturno +/- O2 (não utilizar O2 sem VNI!)
- Evitar álcool e sedativos (benzodiazepínicos)

59
Q

SAHOS

Definição, quadro clínico, diagnóstico e tratamento

A

Definição:
- Hipopneia/apneia causada pelo colabamento da via aérea durante o sono

Clínica:
- Ronco excessivo, despertar noturno por engasgo/falta de ar, apneia testemunhada
- Sonolência diurna
- Fatores de risco: obesidade, pescoço curto, deformidades craniofaciais, tabagismo

Diagnóstico:
- Polissonografia: >= 15 eventos/hora OU >= 5 eventos/hora com sintomas típicos
- Se diagnóstico muito provável: HSAT (PSG tipo III) >= 15 eventos/hora

Tratamento:
- Perda de peso, cessação do tabagismo
- Evitar álcool e sedativos
- VNI noturno (CPAP) nas seguintes situações:
~ >= 15 eventos/hora
~ trabalho arriscado (piloto de avião, ônibus, trem)
~ sonolência diurna excessiva

60
Q

PNEUMOCÓCICA

Indicações e esquemas vacinais

A

Indicações:
- 60+ anos
- Disfunções orgânicas (pulmão, fígado, rim)
- Imunossuprimidos (HIV, transplantados, tratamento de doenças reumatológicas)

Esquemas vacinais:
- VPC13 -> VPP23 após 6-12 meses -> VPP23 após 5 anos
- VPC20 dose única
- VPC15 -> VPP23 após 6-12 meses

61
Q

COVID19

Indicações e esquemas de tratamento específico

A

Antivirais:
- Indicações: >= 65 anos, imunossuprimidos, disnfunção orgânica, DM, HAS, obesidade, tabagismo
- Paxlovid (nirmatrelvir + ritonavir): apenas paciente ambulatorial, introduzido nos primeiros 5 dias
- Remdesevir: paciente ambulatorial ou internado, introduzido nos primeiros 7 dias

Imunomoduladores:
- Indicações: apenas pacientes internados
- Dexametasona +/- tocilizumabe, sarilumabe, baracitinibe

62
Q

COVID19

Isolamento e imunização

A

Isolamento:
- Sintomas leves: 5 dias com TR negativo OU 7 dias + 24h afebril e melhora clínica + manter uso de máscara até completar 10 dias
- Sintomas moderados: 10 dias
- SRAG ou imunossuprimidos: 20 dias
- CDC: qualquer momento, desde que 24h afebril e melhora clínica + manter uso de máscara por 5 dias

Imunização:
- < 5 anos: 2 doses (0 -> 1 mês)
- > 5 anos: 3 doses + reforço periódico
~ >= 65 anos, imunossuprimidos, gestantes: reforço semestral
~ Trabalhadores de saúde, carcerários, professores, indígenas, comorbidades = reforço anual