Cirrose hepática Flashcards

1
Q

Qual a definição de cirrose hepática

A

Trata-se de um processo de desorganização da arquitetura lobular hepática, a qual resulta em insuficiência hepática + hipertensão portal, secundária a algum processo patológico (ex: hepatite)

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2
Q

Qual a fisiopatologia base que resulta na hipertensão portal

A

Agressão ao fígado que resulta na ativação das células estreladas que passam a se diferenciar miofibroblastos, os quais produzem colágeno e promovem a capilarização dos sinusóides hepáticos com perda das suas fenestrações

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3
Q

Qual a unidade estrutural do fígado e seus constituintes

A

O lóbulo hepático é a unidade estrutural sendo que em seu centro temos a veia centrolobular e nas fronteiras entre os lóbulos a tríade portal (ramos do ducto biliar + arteríola + vênula)

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4
Q

O que é o espaço de Disse

A

Espaço entre os hepatócitos e o endotélio capilar na qual encontramos as células estreladas

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5
Q

O que são as células de Kupffer e qual sua importância na cirrose

A

São os macrófagos próximas às células do endotélio e são elas que, em caso de agressão hepática, produzem as citocinas inflamatórias que dão estímulo a diferenciação de células estreladas em miofibroblastos

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6
Q

Quais as 3 principais causas de cirrose

A

1) Álcool
2) Hepatite C
3) Doença hepática esteatótica associada a disfunção metabólica

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7
Q

Quais exames medem a função hepática

A

Albumina
Bilirrubina
Tempo de protrombina
Fator V

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8
Q

Child-pugh: quais os parâmetros avaliados e como interpretar

A

B: bilirrubina (<2/2-3/>3)
E: Encefalopatia (ausente/grau I e II/ grau III e IV)
A: Albumina (>3,5/2,8-3,5/<2,8)
T: TAP/INR ( <1,7/1,7-2,3/>2,3)
A: Ascite (ausente/leve-moderada/grave)

A: 5 a 6 pontos
B: 7 a 9 pontos
C: 10 a 15 pontos

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9
Q

Qual outra forma de classificação da função hepática

A

MELD

B: bilirrubina
I: INR
C: creatinina

  • Se criança: PELD
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10
Q

Definição de hipertensão portal

A

GPVH > 5 mmHg

  • Clinicamente significativa apenas se > 10 mmHg, elastografia com rigidez hepática > 25 kPa
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11
Q

Quando considerar beta-bloqueador em hipertensão portal

A

Em todos os pacientes com hipertensão portal clinicamente significativa

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12
Q

Cite a característica da hipertensão portal por trombose de veia esplênica

A

Hipertensão portal segmentar com acometimento apenas de varizes gástricas (sem varizes esofágicas)

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13
Q

Pelo consenso de BAVENO VII quando não devemos realizar EDA

A

Se < 20 kPa em elastografia + plaquetas > 150.000

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14
Q

Como fazer a paracentese DIAGNÓSTICA

A

Traçar uma linha da cicatriz umbilical até a crista ilíaca ântero-superior, dividir a linha em 3 partes e realizar a punção no terço médico-distal

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15
Q

Como avaliar o GASA

A

Gradiente albumina soro-ascite
- >1,1: transudato = hipertensão portal -> Avaliar proteínas: se < 2,5: cirrose, se > 2,5 ascite de origem cardiogênica/Sd. de Budd-chiari
- < 1,1: exsudato = doença peritoneal (carcinomatose, TB, pancreática, quilosa, nefrogênica)

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16
Q

Qual o tipo de hipertensão portal não cursa com cirrose

A

Pré-sinusoidal

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17
Q

Qual a base do tratamento de ascite em paciente cirrótico

A

1) restrição de sódio (2g/dia) - avaliar adesão por Na urinário ( se > 78 mmol/24 = má adesão)
2) Restrição hídrica apenas se Na <120-125
3) Diureticoterapia (espironolactona 100 mg + 40 mg) com titulação de dose a acada 3 a 5 dias (máxima: 400 mg + 160 mg)
4) Cessar etilismo
5) Interromper AINES

18
Q

O que é ascite refratária e qual a conduta

A
  • Ascite que não responde a dose máxima de diureticoterpia OU não tolera aumento de dose
  • Realizar paracentese de alívio (se retirar mais de 5L: repor albumina)
  • Reposição de albumina (8g de albumina para cada litro retirado)
19
Q

Qual a meta de perda de peso em pacientes ascíticos com diureticoterapia

A

500-1 kg/dia

20
Q

O que é TIPS e quais são as suas contraindicações

A

Shunt realizado entre um ramo de veia porta pré-sinusoidal e um ramo supra-hepático.

CI: ICC, hipertensão pulmonar, ins. tricúspide grave, infecção sistêmica ativa e doença policística hepática

21
Q

Definição de PBE

A

> 250 polimorfonucleares no líquido ascítico + cultura positiva

22
Q

Qual o tratamento de PBE

A
  • Cefalosporinas de 3ª geração por 5 dias&raquo_space; Se internação recentes ou uso de ATB: cefepime ou tazocin
23
Q

Quais os critérios para profilaxia de síndrome hepatorrenal e como realizar

A
  • Cr > mg/dl // Ur > mg/dL // BT > mg/dL
  • D1 albumina 1,5 g/kg + D3 albumina 1 g/kg
24
Q

Profilaxia primária de PBE: em quem e como fazer

A
  • Cirrose + HDA varicosa: ceftriaxona 1g/dia por 5 dias
  • Cirrose + ascite + ptn de LA < 1,5 + disfunção hepática ou disfunção renal: norfloxacina cronicamente
25
Q

Profilaxia secundária de PBE

A

Em todos com episódio de PBE prévio
- Norfloxacino

26
Q

Como realizar o manejo de um paciente com encefalopatia hepática?

A
  • SNE se graus III e IV devido à dificuldade de manter vias aéreas
  • Suspender uso de benzodiazepínicos e diuréticos
  • IOT caso seja necessário
  • Investigar possíveis fatores precipitantes
  • Uso de lactulona ou ATB, como rifamixina
27
Q

Quais os benefícios da lactulona?

A
  • Redução do pH
  • Redução do tempo de absorção da amônia
  • Alteração da microbiota intestinal
28
Q

Qual o benefício do uso da Rifamixina em detrimento de outros ATB?

A

Rifamixina possui menor absorção sistêmica

29
Q

Quais as principais características de cada grau do encefalopatia hepática?

A

Grau I: alteração do sono
Grau II: presença de Flapping
Grau III: sonolência
Grau IV: coma

30
Q

Quais os 3 principais fatores relacionados a fisiopatologia da Síndrome hepatorrenal?

A

Vasodilatação esplânica
Débito cardíaco inadequado
Translocação bacteriana

31
Q

Classificação de LRA em pacientes cirróticos

A

I: Aumento da Cr > 0,3 mg/dL ou 1,5-2x o valor basal
II: Aumento de Cr > 2-3x do valor basal
III: Aumento de Cr > 3x do valor basal ou Cr > 4 mg/dL

32
Q

Quais as medidas iniciais diante da suspeita de SHR?

A

Retirar drogas nefrotóxicas, diuréticos, beta-bloqueadores e AINES + realização de expansão

33
Q

Qual a diferença do Guideline antigo e o de 2024 em relação expansão volêmica a ser realizada na suspeita de SHR?

A

Antigo; albumina 1 g/kg por 2 DIAS

2024: A expansão pode ser realizada de acordo com a condição do paciente
- Se sangramentos: hemocomponentes
- Se desidratação: 200-500 mL de cristalóides
- Se PBE ou SHR: 1-1,5 g/kg por 24 horas

34
Q

O que caracteriza uma SHR?

A

A ausência de resposta a expansão volêmica. Se houver resposta, tratava-se de uma LRA pré-renal

35
Q

Quais os novos critérios de SHR?

A
  • LRA conforme ICA-AKI (> 0,3 Cr em 48 horas ou aumento de 50% em 7 dias ou redução de DU < 0,5 mL/kg por mais de 6 horas)
  • Ausência de resposta em 24 horas após a expansão volêmica
  • Ausência de melhor explicação para a LRA
36
Q

Qual o marcador que afasta a possibilidade de SHR?

A

NGAL, é um marcador de necrose tubular

37
Q

Tratamento de SHR

A
  • Vasoconstrictores esplânicos: terlipressina 0,5 - 1 mg de 4 a 6 horas
  • Albumina 20-40 g/dia
  • Dose máxima de terlipressina: 12 g/dia
38
Q

Qual o período máximo em que podemos utilizar a terlipressina?

A

Por 14 dias. Após isso, considerar diálise ou transplante hepático

39
Q

Contraindicações ao uso de terlipressina

A

Coronariopatia
AVC

40
Q

O que indica uma má resposta ao uso da terlipressina?

A

Aumento de 25% da Cr em 24 horas (antigo guideline: 48 horas)