UTP3 - Urgências (2) Flashcards

1
Q

Traumatismo da uretra?

A

► Divide-se a uretra em anterior e psterior, pois os tipos de traumatismo e abordagens a realizar são diferentes entre os dois tipos.

► Uretra posterior (muito associado a fraturas pélvicas com alguma gravidade):
* Ocorrem em 4 14% das fracturas pélvicas
* Por vezes traumatismo perineal sem fratura
► Uretra anterior:
* Queda em sela (queda em cima do períneo)
* Geralmente não associadas a fratura pélvica

► Hematoma em asa de borboleta, que vai alargando ao longo da face interna das coxas, escroto e pénis

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2
Q

Traumatismo da uretra - Tríade?

A

► Sangue no meato uretral - uretrorragia (atenção, é diferente de hematúria)
► Incapacidade de urinar - com retenção urinária
► Bexiga palpável

► Uretrografia retrógrada:
* Sonda 14Fr
* Encher balão com 2ml de SF na fossa navicular
* Situação clássica: indivíduo a 45º para ver toda a uretra (sempre que possível)

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3
Q

Traumatismo da uretra - Uretra Anterior - Tratamento?

A

► Cistostomia supra púbica
► (Algaliação)

► Segundo os livros, a algaliação está contrainidicada numa rutura da uretra.
► No entanto, quando há rotura parcial, é efetuada algaliação, permitindo assim alinhamento da uretra.
► Todavia, para todos os efeitos, numa rotura da uretra anterior o tratamento de eleição é a colocação de uma cistostomia suprapúbica.

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4
Q

Traumatismo da uretra - Uretra Posterior - Tratamento?

A

► Cistostomia supra púbica
► Recanalização anterógrada
– A recanalização anterógrada pode ser necessária se o indivíduo for intervencionado por outras especialidades.
– Este processo consiste em abrir a bexiga, introduzir sonda no sentido interior para exterior e colocar assim uma algália definitiva.
– Esta algália previne a formação de estenoses uretrais posteriormente; as estenoses poderão formar-se na mesma, mas a uretra estará alinhada e a sua correção será mais fácil se o indivíduo tiver sido submetido a recanalização anterógrada previamente.

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5
Q

Traumatismo dos genitais externos - Escroto?

A

► Dentro do traumatismo dos genitais externos, o traumatismo do escroto é o mais frequente.
► Risco de rotura testicular após contusão grave: 50%
► Exame físico
► Ecografia ???
► Exploração cirúrgica se:
* Hematocelo moderado / volumoso
* Hematoma intra testicular
* Rotura da túnica albuginea

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6
Q

Traumatismo dos genitais externos - Pénis?

A

► Rotura dos corpos cavernosos
► Contusão directa grave
► Traumatismo durante estado de erecção
► Hx e exame físico
► Por vezes associado a lesão da uretra

► A zona mais frágil da albungínea é na face ventral do pénis, onde se encontra a uretra; assim, rotura da uretra pode ocorrer concomitantemente à rotura dos corpos cavernosos
► Após o traumatismo, geralmente o pénis perde a ereção e fica com um hematoma de grande volume

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7
Q

Infecções?

A

► Urossépsis
► Pielonefrite
► Cistite
► Prostatite
► Orquite
► Gangrena de Fournier

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8
Q

Gangrena de Fournier?

A

► Fasceíte necrotizante polimicrobiana , do perineo e genitais
► A sua etiologia é muito variada, desde trauma a situações proctológicas (fístulas, fissuras, abcessos), estenoses da uretra, pequenos abcessos periuretrais, etc
► Infecção de tec . Moles com progressão rápida ao longo dos planos fasciais , causando necrose da pele, subcutâneo e fascia (pode progredir para o abdómen e mesmo para o tórax)
► Sépsis e consequente morte numa grande percentagem dos casos

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9
Q

Gangrena de Fournier - Tratamento?

A

► Medidas de suporte
► Antibioterapia
► Desbridamento cirurgico
► Outras medidas ( cistostomia , colostomia…)

► Cuidados de penso - Estes doentes geralmente necessitam de internamento prolongado, com cuidados de penso diários
► Reconstrução

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10
Q

Escroto agudo?

A

► Situação difícil de orientar, até mesmo por questões médico-legais (difícil a diferenciação entre orquite e escroto agudo, que pode ser irreversível).

► A história clínica e o exame físico são fundamentais; escroto agudo ocorre geralmente em adolescentes ou adultos jovens, enquanto que a orquite ocorre em indivíduos com mais idade.
► Aparecimento da dor: na torção testicular a dor é de aparecimento súbito e no seu pico máximo; na orquite, temos uma dor com evolução gradual, que vai aumentando progressivamente ao longo de 2 / 3 dias.
► Sintomas associados: na orquite são sintomas do trato urinário inferior (como disúria, poliaquiúria, etc); na torção testicular, outros sintomas que possam surgir são do foro gastrointestinal, como náuseas e vómitos.

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11
Q

Escroto agudo - MCD?

A

MCD: ecodoppler tem sensibilidade e especificidade grande, mas em caso de dúvida efetuar SEMPRE exploração cirúrgica (mesmo se ecodoppler não apontar para torção mas a HC for sugestiva, partir para exploração cirúrgica).

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12
Q

Priapismo?

A

► Erecção com mais de 4 6 horas de evolução, não associada a estimulação sexual (muitas vezes dolorosa)
* Isquémico - verdadeira urgência urológica
* Não isquémico - ou arterial
► Pode ocorrer em todas as idades
* Nas idades mais jovens, pode estar associado a neoplasias , a. Cel . Falciformes
* Idades mais avançadas, maioria iatrogénico inj . Intra cavernosa, psicotrópicos)
► Uma situação relativamente rara, mas tem aumentado a sua frequência devido ao surgimento de fármacos potenciadores da ereção.

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13
Q

Priapismo - Isquémico?

A

► Sínd . de compartimento
► Oclusão da saída venosa
► Paragem do fluxo arterial
► Acidose , hipóxia
► Dor, inflamação, fibrose, necrose , DE (se não tratado, pode levar a uma disfunção erétil irreversível)

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14
Q

Priapismo - Não Isquémico?

A

► Não é uma urgência urológica
► Aumento do fluxo arterial para o pénis
► Secundário a traumatismo peniano , perineal

► Pode aparecer uma fístula entre a artéria cavernosa e os corpos cavernosos, com aumento do fluxo arterial para o pénis; o doente refere uma semi-ereção (não consegue ter uma ereção completa)

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15
Q

Priapismo - Clínica?

A

► Hx clínica, Exame físico
► Gasimetria do sangue dos cavernosos
* pH<7,25; pO2<30; pCO2>60
* pH>7,3; pO2>50, pCO2<40
► Hemograma, bioquimica
► Eco doppler

► Em caso de dúvida, a gasimetria pode ajudar na distinção entre priapismo isquémico e não isquémico.
► O hemograma deve fazer-se sempre (pode servir para diagnóstico de uma leucemia

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16
Q

Priapismo - Tratamento?

A

► Num primeiro momento, deve fazer-se aspiração do sangue hipóxico e lavar com soro fisiológico; se não resultar, repetir o processo mas usar soro com simpáticomimético (fenilefrina).
► Se não tratável farmacologicamente, avançar para cirurgia: realizar shunt distal (corte na glande até ao corpo cavernoso para permitir que o sangue passe para o tecido esponjoso da glande), ou shunt mais proximal (entre corpo cavernoso e corpo esponjoso).
► Última linha: colocação de prótese.
► Em caso de priapismo arterial com fistula, faz-se arteriografia para confirmação e depois faz-se embolização; muitos destes priapismos arteriais secundários a pequenos traumatismos acabam por passar espontaneamente sem necessidade de embolização.