Transtornos psiquiátricos Flashcards
Principais Transtornos psiquiátricos na gestação
Transtorno depressivo maior (prevalência em gestantes: 20%)
Transtorno Bipolar
Fatores de risco Transtorno depressivo maior
Falta de suporte social; Violência doméstica; Antecedentes de eventos de vida adversos; Antecedente de TDM; Gestação indesejada; Baixa renda; Baixo nível de escolaridade; Relacionamento pobre com o parceiro(a).
Diagnóstico do Transtorno depressivo maior
ESCALA EPDS - rastreamento de gestantes com depressão ou 5 ou mais dos seguintes sintomas durante 2 semanas ou mais:
Humor deprimido
Anedonia (diminuição no interesse ou prazer)
Perda ou ganho de peso / aumento ou diminuição do apetite
Insônia ou hipersonia
Agitação ou retardo psicomotor
Fadiga ou falta de energia
Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva
Capacidade diminuída de concentração ou indecisão
Pensamentos recorrentes de morte ou suicídio, ideação ou tentativa de suicídio
Danos à criança e gestantes pelo Transtorno Depressivo Maior
Baixo ganho de peso materno, recusa à amamentação, má adesão ao pré-natal, ideação e comportamento suicida, ocorrência de depressão puerperal, prejuízo da relação mãe-bebê;
Complicações obstétricas: maior prematuridade e RCF;
Maior risco de transtornos mentais nos filhos de mães deprimidas: ansiedade, depressão, TDAH, transtornos de conduta, alterações na linguagem.
Tratamento Transtorno Depressivo Maior
Antidepressivos
Psicoterapia
Tratamento Transtorno Depressivo Maior
Antidepressivos
Psicoterapia
Sintomatologia Transtorno Bipolar
Humor elevado
Autoestima inflada ou grandiosidade
Pressão para falar
Distratibilidade
Envolvimento excessivo em consequências dolorosas (compras, sexo)
Fase de mania (tipo I): Sintomas psicóticos e com necessidade de internação
Fase de hipomania (tipo II): Sem sintomas psicóticos e sem necessidade de internação
Tratamento Transtorno Bipolar
Estabilizadores do humor (lítio, valproato, lamotrigina).
Usar psicofármacos ou não?
Riscos: suicídio, abandono do pré-natal, uso de drogas.
Preferir estratégias psicossociais no primeiro trimestre;
Eletroconvulsoterapia;
Quando medicação é muito necessária: monoterapia;
Mudar a dose (alterações fisiológicas: aumento do plasma).
Como planejar uma gestação com pacientes com Transtornos de Ansiedade
Planejar o melhor momento para a gravidez;
Gestação deve ser evitada até que tenha controle do quadro;
Após remissão completa dos sintomas, utilizar psicoterapia;
Acompanhamento do psiquiatra durante a gestação;
Tratamento Transtornos de Ansiedade
Antidepressivos
Ansiolíticos
Psicoterapia
Esquizofrenia - principais sintomas
Delírios
Alucinações (auditivas, visuais)
Desorganização do pensamento (discurso)
Comportamento motor grosseiramento desorganizado (incluindo catatonia)
Sintomas negativos (embotamento afetivo, anedonia, avolia)
Complicações obstétricas e perinatais da Esquizofrenia:
Baixo peso ao nascer; Prematuridade; Trabalho de parto prolongado; Maior incidência de apresentações anômalas; Pré-eclampsia; RPMO; Sofrimento fetal.
Tratamento Esquizofrenia
Antipsicóticos
Uso e abuso de substâncias na gestação - Álcool
Teratogênico, aumenta risco de DPP, natimortalidade;
Síndrome fetal alcoólica
Retardo mental, microcefalia, maxilar e lábio superior hipoplásticos, vermelhão leve do tronco, pálpebras curtas e TDAH;
Uso e abuso de substâncias na gestação - Cocaína
Mal formações do trato genitourinário, redução do fluxo sanguíneo com DPP e outras complicações.
Uso e abuso de substâncias na gestação - Heroína
Complicações obstétricas e síndrome de abstinência perinatal (irritabilidade, má alimentação, dificuldades respiratórias e tremores);
Uso e abuso de substâncias na gestação - Opioides
Exposição intrauterina leva a maior rico de síndrome de morte súbita
Uso e abuso de substâncias na gestação - Tabaco
Abortos espontâneos, RCF e parto prematuro
Transtornos alimentares na gestação - Anorexia nervosa e bulimia
Anorexia nervosa e bulimia;
Maior risco de comprometimento clínico pela desnutrição, uso abusivo de laxantes e diuréticos, aumento de complicações obstétricas, prematuridade e mortalidade perinatal;
Hospitalização muitas vezes é necessária para correção de distúrbios hidroeletrolíticos e arritmias;
Transtornos alimentares na gestação - Pica
Ingestão repetida de substâncias não nutritivas como sujeira, argila, areia e fezes.
Pseudociese
Gravidez psicológica
Hiperêmese gravídica pode ser causada somente por alterações psicológicas?
YES!
Psicofármacos na gestação - Usar ou não?
Avaliar risco x benefício;
Dosagem calibrada para as alterações fisiológicas;
Todos os medicamentos que não são absolutamente essenciais devem ser evitados.
Tratamento de pacientes com agravamento da doença psiquiátrica na gestação
Tentativa de psicoterapia ambulatorial, hospitalização, terapia ambiental (tentar modificar algumas coisas que estão impactando na vida dela) antes do uso de rotina de psicotrópicos
Avaliar risco x benefício;
Quando a Eletroconvulsoterapia pode ser indicada na gestação?
Gestantes severamente deprimidas, com ideias suicidas, quadros de mania, catatonia ou psicose podem necessitar de internação;
É feita junto com o uso de relaxantes musculares, anestesia e oxigenação;
Uso é seguro e eficaz durante a gestação.
Principais transtornos psiquiátricos do puerpério
Disforia puerperal ou blues puerperal
Depressão pós-parto
Psicose puerperal
Transtornos ansiosos no pós-parto
DISFORIA/BLUES PUERPERAL
Após alguns dias, mulheres apresentam choro com facilidade sem relação com o sentimento de tristeza;
Empatia exacerbada e sensibilidade excessiva à rejeição;
50 a 85% das puérperas;
Mais leve entre os transtornos do puerpério;
Sintomas geralmente iniciam nos primeiros dias após o nascimento do bebê;
Pico no quarto ou quinto dia pós-parto, remitem de forma espontânea em no máximo 2 semanas.
Quadro clínico DISFORIA/BLUES PUERPERAL
Choro fácil;
Labilidade afetiva;
Irritabilidade;
Comportamento hostil com familiares e acompanhantes;
Sentimentos de estranheza e despersonalização;
Elação (euforia).
Quadro clínico da DISFORIA/BLUES PUERPERAL
Choro fácil;
Labilidade afetiva;
Irritabilidade;
Comportamento hostil com familiares e acompanhantes;
Sentimentos de estranheza e despersonalização;
Elação (euforia).
Tratamento da disforia/Blues puerperal
Sem necessidade de intervenção farmacológica;
Suporte emocional adequado, compreensão e auxílio nos cuidados com o bebê.
Diagnóstico Depressão pós parto
Escala de Depressão Pós-parto de Edimburgo (EPDS)
Etiologia da Depressão pós parto
Estrogênio e progesterona se associam à regulação dos sistemas de neurotransmissão, inclusive o serotoninérgico
Queda rápida dos hormônios gonadais no pós-parto Exacerbação e precipitação dos transtornos de humor
Fatores de risco da Depressão pós parto
História pessoal de depressão; Episódio depressivo ou ansioso na gestação; Eventos de vida estressantes; Pouco suporte social e financeiro; Relacionamento conjugal conflituoso História familiar de transtornos psiquiátricos e episódio de blues puerperal; Características de personalidade; Padrões de cognição negativos; Baixa autoestima. Complicações obstétricas; Parto prematuro; História de abuso sexual; Gravidez não desejada.
Fatores de proteção da Depressão pós parto
Otimismo; Elevada autoestima; Boa relação conjugal; Suporte social adequado; Preparo físico e psicológico para as mudanças advindas com a maternidade.
Quadro Clínico da Depressão pós parto
Humor deprimido; Perda de prazer e interesse nas atividades (anedonia); Alteração de peso e/ou do apetite; Alteração do sono; Agitação ou retardo psicomotor; Sensação de fadiga e perda de energia; Sentimento de inultilidade e culpa; Dificuldades de concentração ou de tomar decisões; Pensamentos de morte e suicídio.
Características associadas à Depressão pós parto
Provável comorbidade com sintomas ansiosos e obsessivo-compulsivos;
Menor índice de suicídio;
Resposta terapêutica mais demorada, requerendo mais de uma medicação;
Mulheres com DPP tem mais chance de apresentar episódios depressivos posteriormente e principalmente, NOVOS episódios de DPP.
Consequências na interação mãe-bebê - Depressão pós parto
Mães com DPP gastam menos tempo olhando, tocando e falando com seus bebês;
Apresentam mais expressões negativas do que positivas;
Se expressam menos face a face;
São menos afetivas na interação com o bebê;
Interrupção da amamentação precocemente;
Lidam com seus bebês de forma indecisa, pouco afetuosa e confusa (lhes faltam resolubilidade e persistência).
Consequências nos bebês da Depressão pós parto
Expressam mais afeto negativo e menos afeto positivo;
Menor nível de atividade;
Menos vocalizações e distanciamento do olhar;
Mais aborrecimentos e protestos mais intensos;
Mais expressões de tristeza e raiva;
Menor desenvolvimento motor e atraso no desenvolvimento cognitivo;
Problemas de alimentação e sono;
Maior distraibilidade.
Consequências nos bebês de mães com Depressão pós parto
Expressam mais afeto negativo e menos afeto positivo;
Menor nível de atividade;
Menos vocalizações e distanciamento do olhar;
Mais aborrecimentos e protestos mais intensos;
Mais expressões de tristeza e raiva;
Menor desenvolvimento motor e atraso no desenvolvimento cognitivo;
Problemas de alimentação e sono;
Maior distraibilidade.
Tempo de instalação da Psicose puerperal
Início rápido;
Sintomas se instalam nos primeiros dias até duas semanas do pós-parto.
Transtorno mental mais grave do puerpério
Psicose puerperal
*Risco de infanticídio!
Fatores de risco Psicose puerperal
Primiparidade;
Complicações obstétricas;
Antecedentes pessoais ou familiares de transtornos psiquiátricos (principalmente transtornos psicóticos).
Quadro clínico Psicose puerperal
Sintomas iniciais
Euforia Humor irritável (disforia) Logorreia Agitação psicomotora Insônia
Quadro clínico Psicose puerperal - Sintomas iniciais
Euforia Humor irritável (disforia) Logorreia Agitação psicomotora Insônia
Quadro clínico Psicose puerperal - Sintomas posteriores
Delírios com ideias persecutórias (bebê é alienígena ou afins)
Alucinações (principalmente auditivas- vozes mandam matar o bebê)
Comportamento desorganizado
Desorientação
Confusão mental
Perplexidade (fica olhando pro nada, muitas vezes tendo alucinações auditivas)
Despersonalização (Não saber mais quem ela é)
Tratamento Psicose puerperal
Emergência Psiquiátrica!
Internação hospitalar pode ser necessária;
Causas orgânicas devem ser excluídas;
Antipsicóticos + lítio, frequentemente combinados com antidepressivo;
Psicoterapia: após psicose aguda;
Mudança em fatores ambientais.
Transtornos Ansiosos no Pós-Parto
Precipitação ou exacerbação dos transtornos ansiosos TAG Fobia social TOC Transtorno do pânico TEPT
Transtorno de Ansiedade Generalizada
Sugere-se que haja uma prevalência maior de TAG nas puérperas em relação à população geral; Quadro clínico: Presença persistente de ansiedade / preocupações excessivas; Inquietação; Fadigabilidade; Dificuldade de concentração; Irritabilidade; Tensão muscular; Perturbação do sono.
Fobia Social
Nesse período, a puérpera tem de lidar com aumento dos contatos sociais (Profissionais de saúde diversos, familiares do parceiro(a), pessoas presentes em sua residência para ajudar nos cuidados com o bebê)
Exposições que podem levar as mulheres a ficarem embaraçadas e temerosas de críticas.
TOC - Transtorno obsessivo compulsivo
Obsessão -> Ansiedade -> Compulsão -> Alívio.
O puerpério é o principal evento da vida relacionado ao desencadeamento ou exacerbação do TOC
Quais as principais características do transtorno obsessivo compulsivo no puerpério
Conteúdo das obsessões comumente envolvem o bebê;
São frequentes pensamentos obsessivos agressivos:
Medo de deixar o bebê cair no chão;
Impulso de jogar água fervendo sobre o bebê;
Jogar o bebê contra a parede;
Colocar o bebê dentro do forno;
Bebê morrendo sufocado no berço;
Picado por insetos, sofrer acidente ou sangrando.
NÃO se relaciona com infanticídio;
A pessoa tentará resistir a eles, ignorar ou neutralizá-los (muitas vezes com atos compulsivos)
Transtorno do Pânico no puerpério
Durante puerpério pode haver exacerbação e aparecimento do TP;
Alterações fisiológicas associadas à gestação podem resultar em taquicardias, sudorese, tonturas, dispneia; Isso pode desencadear interpretação de forma catastrófica e levar a crises de pânico completas ou incompletas
Transtorno do Estresse Pós-Traumático no puerpério (etiologia e consequências para próximas gestações)
Partos em que a mulher vivencia dor intensa ou prolongada, procedimentos obstétricos de urgência, humilhação pela equipe, medo de morte ou morte do feto ou RN, percepção de anomalia congênita.
Outros eventos da vida;
Pode interferir na decisão de ter filhos ou não no futuro, lactação e vínculo mãe-bebê.
Tratamento dos transtornos ansiosos
Antidepressivos
Ansiolíticos
Psicoterapia
Psicofarmacologia na lactação - Antidepressivos mais seguros
Nortriptilina, Sertralina, Paroxetina
Psicofarmacologia na lactação - Estabilizadores do humor mais seguros
Carbamazepina, oxcarbamazepina, valproato em doses baixas
Psicofarmacologia na lactação - Ansiolíticos mais seguros
Lozarepam, midazolam, oxazepam
Psicofarmacologia na lactação - Antipsicóticos mais seguros
Haloperidol, olanzapina, risperidona
Psicofarmacologia na lactação - Quais sempre evitar?
Carbonato de lítio;
Clozapina.