Patologia Urológica Flashcards

1
Q

Diagnóstico pré-natal

A
  • Através de sinais ecográficos
  • A partir da 11ª semana já é possível identificar estruturas do sistema urinário com a ecografia -> consegue orientar para alterações possíveis da sua morfogénese
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2
Q

Hidronefrose fetal

A
  • Dilatação do bacinete com ou sem dilatação dos cálices
  • Mais frequente no sexo masculino
  • Pode ser bilateral
  • Visível na ecografia a partir das 12 semanas
  • Maioria dos casos são transitórios e fisiológicos
  • Pode estar associado a alterações congénitas do rim e aparelho urinário (CAKUT) - obstrução ou refluxo vesico-ureteral
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3
Q

Hidronefrose fetal - critério de classificação

A
  • Utiliza-se o diâmetro pélvico renal (ARPD) - medida do diâmetro ântero-posterior máximo do baciente em corte transversal - para classificar a hidronefrose no 2º e 3º trimestres
  • ARPD > 10mm no 2º trimestre -> risco aumentado de CAKUT
  • ARPD > 15mm no 3º trimestre -> risco significativo de CAKUT
  • Sistema de classificação UTD: tem em conta as alterações renais, dos uretéres e bexiga antes e após o nascimento
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4
Q

Hidronefrose fetal - fatores de risco

A
  • Estado de hidratação materna
  • Idade gestacional
  • Presença de diabetes materna
  • Grau de repleção vesical fetal
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5
Q

Hidronefrose fetal - etiologia

A
  1. Transitória (cerca de 80% dos casos)
  2. Obstrução da junção pielo-ureteral (causa mais frequente)
  3. Refluxo vesico-ureteral
  4. Obstrução da junção vesico-ureteral ou megauretér congénito
  5. Displasia multiquística renal
  6. Sistema duplex com ou sem ureterocelo
  7. Válvulas da uretra posterior ou outra obstrução da uretra
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6
Q

Avaliação pós-natal de hidronefrose

A

Deve ser realizada ecografia nas primeiras 48h para confirmar o diagnóstico pré-natal
Resultados possíveis:
- Hidronefrose entre 10-14,9mm com dilatação caliceal central, mas parênquima renal, uretéres e bexiga normais -> risco de doença é baixo
- Hidronefrose > 15mm com dilatação periférica dos cálices e uretéres dilatados, mas parênquima renal e bexiga normais -> risco de doença é moderado
- Hidronefrose > 15mm com dilatação periférica e central dos cálices, dilatação dos uretéres, parênquima renal fino e bexiga normal -> risco de doença é alto

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7
Q

Hidronefrose unilateral - abordagem

A
  • Normalmente não tem qualquer indicação para intervenção pré-natal ou antecipação do parto
  • Se ARPD < 15mm -> normalmente resolve espontaneamente
  • Se ARPD > 15mm e alteração do parênquima e cálices -> renograma com prova diurética após os 21 dias de vida para excluir obstrução pielo-ureteral ou vesico-ureteral
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8
Q

Obstrução da junção pielo-ureteral

A
  • Obtrução entre o bacinete e o ureter
  • Mais frequente no sexo masculino
  • Rim esquerdo é o mais afetado
  • Associação com RVU
  • Tratamento com endopielotomia + dilatação
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9
Q

Hidronefrose fetal - quando transferir para UCIN?

A
  • Hidronefrose bilateral/ureterohidronefrose
  • Megabexiga
  • Sistemas duplex bilaterais dilatados
  • Hidronefrose em rim único
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10
Q

O que fazer na UCIN?

A
  1. Acesso venoso e avaliar função renal
  2. Algaliar para monitorizar diurese
  3. Uretrocistografia urgente para exclusão de obstrução urinária baixa
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11
Q

Válvulas da uretra posterior

A
  • Uma das formas mais graves de uropatia obstrutiva
  • Ocorre no sexo masculino
  • Quando suspeitar de VUP na ecografia:
    1. Rins e ureteres dilatados
    2. Líquido amniótico diminuído
    3. Pulmões pequenos
    4. Bexiga aumentada
  • A evolução é desfavorável na maior parte dos casos (incontinência e IRC)
  • Associado a RVU
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12
Q

Sinal ecográfico presente nas VUP

A
  • Sinal do buraco da fechadura: causado pela dilatação da uretra prostática
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13
Q

VUP - tratamento

A
  • Ablação precoce das válvulas da uretra por via endoscópica
  • Quando não é possível a ablação imediata, deve-se fazer uma derivação temporária:
    1. Vesicostomia temporária
    2. Ureterostomia temporária
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14
Q

Refluxo vesico-ureteral - classificação

A

Grau I -atinge apenas a porção distal do ureter
Grau II - atinge todo o ureter
Grau III - atinge todo o ureter e o sistema de cálices e bacinetes
Grau IV - atinge e dilata todo o sistema coletor
Grau V - dilatação de todo o sistema coletor com inversão dos cálices e com ureter tortuoso

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15
Q

Refluxo vesico-ureteral - características

A
  • Passivo ou ativo (refluxo aparece quando a bexiga se esvazia)
  • Primário ou secundário
  • Mais frequente nas raparigas
  • ITU aumentam o risco de RVU
  • Resolução espontânea em 80% dos casos se grau I-III
  • Pode evoluir para HTA pelas lesões renais
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16
Q

Refluxo vesico-ureteral - tratamento

A
  • Profilaxia antibiótica (cotrimoxazol ou nitrofurantoína)
  • Tratar causas obstrutivas funcionais ou obstipação ou outras causas subjacentes
  • Tratamento endoscópico ou tratamento cirúrgico convencional
  • Utilização de agentes de volume (moldam a entrada do ureter na bexiga impedindo o refluxo):
    1. Deflux: polímero de ácido hialurónico que leva à proliferação de fibroblasto e ao efeito anti-refluxo
    2. É um tratamento que se pode repetir até 3 vezes com um intervalo de 6 meses
17
Q

Megaureter obstrutivo - epidemiologia

A
  • Mais frequente no sexo masculino
  • Mais frequente no lado esquerdo
  • Resolução espontânea em 85% dos casos de megaureter obstrutivo primário congénito
18
Q

Megaureter obstrutivo - tratamento

A
  1. Stenting
  2. Dilatação com balão + stenting
  3. Derivação + reimplantação diferida
  4. Reimplantação
19
Q

Ureterocelo

A
  • Consistem numa dilatação de uma zona terminal do ureter em que a mucosa se exterioriza e vai ocupar um espaço variável dentro da cavidade vesical, podendo levar à obstrução da drenagem da urina (obstrução do próprio ureter, do ureter contralateral ou do coto vesical)
20
Q

Ureterocelo - abordgaem inicial

A
  1. Se só existir duplicidade em dilatação - apenas confirmar diagnóstico pós-natal
  2. Se existir dilatação:
    • Iniciar antibioterapia
    • Verificar existência de micção
    • Renograma (se dilatação superior) ou uretrocistografia (se for baixa)
21
Q

Ureterocelo - tratamento

A
Tratamento conservador (vigilância) se:
- Assintomático
- Rim correspondente com boa ou nenhuma função
- Ausência de RVU > III
- Ausência de obstrução do pielão inferior
- Ausência de obstrução do colo vesical
Tratamento cirúrgico se:
- Quadros de ITU de repetição
- Obstrução do colo vesical
- Agravamento da obstrução ureteral
22
Q

Rim multiquístico displásico

A
  • Diagnóstico pré-natal por ecografia
  • Quistos envolvem todo o rim
  • Confirmação pós-natal por ecografia + cintigrafia
  • Sem risco tumoral
  • Tratamento cirúrgico (nefrectomia) -> quando não há reabsorção da lesão ou há aumento de volume; HTA associada
23
Q

Anomalias renais de posição

A
  • A migração caudal-cranial dos rins ocorre entre a 6ª e 9ª semana sendo que o rim pode ficar preso em uma dessas posições:
    1. Rim pélvico (pode ficar atrás da bexiga)
    2. Rim ilíaco (fica sobre a artéria ilíaca)
    3. Rim cruzado (fica abaixo do rim contralateral)
    4. Rim torácico (casos extremos)

*Rim em ferradura: polos inferiores estão unidos entre i (não é uma verdadeira anomalia de posição

24
Q

Anomalias renais de número

A
  • Agenésia renal bilateral ou unilateral
  • Duplicidade renal
  • Rim supranumerário
25
Q

Agenésia renal bilateral

A
  • Incidência 1:4000 RN
  • Ligada ao cromossoma X
  • Síndrome de Potter: não há produção de urina portanto há oligohidrâmnios e consequente hipoplasia pulmonar
  • Não é compatível com a vida
26
Q

Agenésia renal unilateral

A
  • Tem de confirmado no período pós-natal com ecografia e cintigrafia
  • Prognóstico depende do rim contralateral
27
Q

Síndrome de Herlyn-Werner-Wunderlich

A
  • Anomalia urogenital rara
  • Útero didelfo (ou duplo) com vagina septada
  • Agenésia renal ipsilateral
  • Ecografia e RMN são essenciais
  • Clínica típica: episódios de dor abdominal recorrente após a menarca
  • Bom prognóstico
28
Q

Complexo extrofia-epispádias

A
  • Atinge mais o sexo masculino
  • Forma clássica: a placa vesical e a placa uretral não se encerram, há um clitóris bífido ou um micropénis, uma diástase da sínfise púbica, um umbigo de localização maus caudal e um ânus anteriorizado
  • São situações complexas que cursam com incontinência, alteração da imagem corporal, disfunção sexual, alterações psicológicas
  • Necessita múltiplas cirurgias e são doentes crónicos
29
Q

Hiperplasia congénita da suprarrenal

A
  • Diagnóstico pode ser pré-natal, principalmente nos casos em que a genitália não é congruente com o cariótipo do bebé
  • Resulta no defeito da síntese de esteróides (mais comum é o défice de 21-hidroxilase)
  • Patologia autossómica recessiva
30
Q

Aphalia

A
  • Ausência total do pénis