Equilíbrio Hidroeletrolítico Flashcards

1
Q

Percentagem de água corporal

A
  • É maior no início da gestação (90%)
  • Recém nascido de termo (70%)
  • É suposto perder 10-15% desse peso (por aumento da diurése) - se não perder, pensar em sépsis ou patologia renal
  • 2/3 do volume está no meio intracelular
  • 1/3 do volume está no meio extracelular
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2
Q

Alterações do volume extracelular intersticial

A
  1. Insuficiência hepática
  2. Insuficiência cardíaca
  3. Sépsis
  4. Síndrome nefrótico ou enteropatia perdedora de proteínas
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3
Q

Alterações do volume extracelular intravascular

A
  1. Hipoalbuminémia
  2. Desidratação
  3. Anemia
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4
Q

Composição em solutos da água corporal

A

Eletrólitos (sais inorgânicos, ácidos, bases e proteínas):
- Principais no volume extracelular: sódio e cloro
- Principais no volume intracelular: potássio e fósforo
Não eletrólitos (glicose, ureia, creatinina e lípidos)

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5
Q

Alterações eletrolíticas induzidas pela hiperglicémia

A

Aumento da glicémia -> hiperosmolaridade -> passagem de água para o espaço extracelular -> diluição -> pseudohiponatrémia

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6
Q

Alterações eletrolíticas induzidas pela cetoacidose diabética

A

Tratamento com insulina pode levar a hipocaliémia e hipofosfatémia

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7
Q

Alterações eletrolíticas induzidas pelas hiperlipidémia e hiperproteinémia

A

Pseudohiponatrémia

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8
Q

Alterações eletrolíticas induzidas pelo síndrome de refeeding

A

Hipocaliémia e hipofosfatémia

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9
Q

Osmolalidade - definição

A

Concentração de um soluto numa determinada quantidade de água.
A osmolalidade sérica pode ser calculada com base na concentração de sódio, ureia e glicose.

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10
Q

Metabolismo da água - ingestão

A
  1. Não regulada: ingestão voluntária
  2. Regulada: em resposta à sede
    • Hipovolémia: estímulo dos barorrecetores e libertação de angiotensina II
    • Hiperosmolaridade: estímulo dos osmorrecetores no hipotálamo anterior
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11
Q

Metabolismo da água - eliminação

A
  1. Não regulada: sudorese, respiração, perdas gastrointestinais
  2. Regulada: ação da ADH
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12
Q

Ingestão de solutos na criança para manter a homeostasia

A

Na: 3mEq
K: 2mEq
Cl: 5mEq

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13
Q

Eliminação dos solutos

A
  • Urina
  • Pele
  • Fezes
  • Sistema respiratório
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14
Q

A criança difere do adulto nas suas necessidades hídricas

A
  1. Maior gasto calórico -> maior necessidade hídrica
  2. Maior superfície corporal -> maior perda hídrica pela pele
  3. Maior frequência respiratória -> maiores perdas insensíveis
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15
Q

Cálculo das necessidades hídricas pelo peso (método de Holliday-Segar)

A

Primeiros 10kg -> 100mL/kg/dia
Segundos 10kg -> 50mL/kg/dia
kg seguintes -> 20mL/kg/dia

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16
Q

Cálculo das necessidades hídricas pela superfície corporal (fórmula de Mosteller)

A

SC=raiz quadrada de P(kg) x Altura (cm) / 3600

  • As necessidades das crianças são cerca de 1500mL/m2 (1200-1800)
  • Este método de cálculo é mais utilizado em crianças com mais de 1 ano ou nas unidades de cuidados intensivos.
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17
Q

Perdas hídricas

A
Perdas insensíveis (400mL/m2/dia)
- Estas perdas podem ser aumentadas:
   1. Queimaduras
   2. Temperatura ambiente elevada
   3. Febre (cada grau acima dos 38ºC aumenta as perdas em 12%)
Perdas urinárias (2mL/kg/dia)
Perdas fecais (5mL/kg/dia)
- Estas perdas podem ser aumentadas:
   1. Diarreia (10mL/kg/dejeção)
   2. Vómitos (2mL/kg/episódio)
18
Q

Gravidade da desidratação

A
  1. Ligeira (lactente=5%; criança mais velha=3%)
  2. Moderada (lactente=10%; criança mais velha=6%)
  3. Grave (lactente=15%; criança mais velha=9%)
19
Q

Desidratação isotónica ou isonatrémica (Na+ 130-150)

A
É o tipo mais frequente na urgência (85%).
Clínica:
- Perda de peso
- Prostração
- Sede moderada
- Língua seca
- Hipotonia muscular
- Pele fria e pálida
- FA deprimida
- Olhos encovados
- Febre inconstante
- Perda de turgor
- Prega abdominal
- Oligúria
- Taquicardia
- Hipotensão
- Respiração de Kussmaul
- Choque
20
Q

Desidratação hipotónica/ hiponatrémica (Na+ <130)

A

Clínica sobreponível à desidratação isotónica, mas é mais intensa. Ausência de sede.

21
Q

Desidratação hipertónica/ hipernatrémica (Na+ >150)

A

Clíncia:

  • Diminuição acentuada do peso
  • Irritabilidade
  • Pele quente
  • Hipertonia/convulsões/meningismo
  • FA deprimida/normotensa
  • Língua muito seca
  • Sede intensa
  • Olhos pouco encovados
  • Febre
  • Perda de turgor ligeira
  • Prega abdominal
  • Oligúria
  • Escleredema
  • TA mantida
  • Respiração de Kussmaul
22
Q

Reposição de fluídos

A

Reposição das perdas + Necessidades hídricas

Utilizar fluídos isotónicos - melhorias dos outcomes sem sequelas neurológicas e menor incidência de morte.

23
Q

Soros mais utilizados

A
  1. Soro fisiológico (NaCl 0,9%)
  2. Dextrose a 5% em soro fisiológico (NaCl 0,9% Dx 5%)
  3. Lactato de Ringer
24
Q

Reposição em desidratação ligeira a moderada

A
  • Reposição deve ser por via oral
  • Desidratação ligeira: 50mL/kg em 4h
  • Desidratação moderada: 100mL/kg em 4h
  • Habitualmente: soro de hidratação oral
  • Não são adequados: leite, chá, sumos, coca-cola
  • Aleitamento materno pode-se manter se diarreia
25
Q

Reposição em desidratação moderada a grave iso ou hipotónica

A
  • Reposição em 24h
  • 3 fases (1ª fase só em casos graves):
    Fase 1: 20mL/kg em 1h
    Fase 2: 1/2 défice e 1/3 manutenção em 8h
    Fase 3: 1/2 défice e 2/3 manutenção em 16h
    *Na fase 2 e 3 usa-se dextrose a 5% com soro fisiológico
    *KCl - só administrar se diurése mantida
26
Q

Reposição em desidratação moderada a grave hipertónica

A
  • Reposição em 24 a 72h
  • Não se divide em fases e junta-se o volume de reposição e de manutenção
  • Avaliar o sódio a cada 2-4h
  • Tempo de correção do défice:
    Se Na+ 145-157 então 24h
    Se Na+ 158-170 então 48h
    Se Na+ >170 então >48h
27
Q

Hiponatrémia - causas e clínica

A
Aumento da quantidade de água:
- Peso estável ou aumentado
- Euvolémico ou hipervolémico
- Situações patológicas:
   1. Secreção inapropriada de ADH
   2. Insuficiência cardíaca
   3. Síndrome nefrótico
Diminuição de Na+:
- Perda de peso
- Sinais de desidratação e depleção de volume
- Situações patológicas;
   1. Perdas gastrointestinais
   2. Perdas renais
   3. Perdas para o 3º espaço
28
Q

Hipernatrémia - causas e clínica

A
Diminuição da quantidade de água:
- Perda de peso
- Sinais de desidratação e depleção de volume
- Situações patológicas:
   1. Perdas gastrointestinais
   2. Perdas renais
   3. Sudorese
Aumento de Na+:
- Peso estável ou aumentado
- Euvolémico ou hipervolémico
- Situações patológicas:
   1. Aumento aporte de sal
   2. Hiperaldosteronismo
   3. Síndrome de Cushing
29
Q

Hiponatrémia - definição

A

Na+ <130; Grave <120 (osm <280)

30
Q

Hiponetrémia grave com edema intracelular

A
  • Cefaleias, náuseas, vómitos
  • Convulsões
  • Paragem cardio-respiratória
31
Q

Hiponatrémia - tratamento

A
  • Calcular a quantidade de sódio a administrar:
    Na=(135-Na do doente) x 0,6 x peso
  • Ritmo máximo de correção de 0,5mEq/L/h ou <15mEq/dia
  • Correção rápida pode provocar mielinólise pôntica central
  • Diluir o Na+ a 20% em Dx5%
32
Q

Hipernatrémia - definição

A

Na+ >150; Grave >160

33
Q

Principal risco de hipernatrémia grave

A

Convulsões

34
Q

Hipernatrémia - tratamento

A
  • Calcular a quantidade de água a administrar:
    (100 x défice água livre)/ %água livre + manutenção
  • A correção deve ser lenta (48h)
35
Q

Hipocaliémia - definição e clínica

A

K+ < 3,5

  • Letargia, hiporreflexia
  • Distensão abdominal, íleus
  • Arritmias, bradicardia
  • Alterações no ECG: atraso na repolarização com ondas T aplanadas ou ausentes, onda U proeminente, GT prolongado e ST deprimido
  • Importante excluir pseudohipocaliémia numa situação de leucocitose > 100000
  • Metabolismo ácido-base influencia o potássio: alcalose -> hipocaliémia ( uma subida de 0,1 de pH é igual à descida de 0,3 de K+)
36
Q

Hipocaliémia - causas

A
Perdas extra-renais:
- Diarreia perdedora de Cl- congénita
- Défice dietético
- Perdas cutâneas (fibrose quística)
- Paralisia periódica
- Perdas no trato gastrointestinal inferior
Perdas renais:
- Diuréticos
- Síndromes Gitelman, Bartter e Liddle
- Depleção de Mg2+
- Acidose tubular distal
37
Q

Hipocaliémia - tratamento

A
  • Calcular a quantidade de potássio a administrar:
    K+= (K+ desejado - K+ atual) x 0,3 x peso
  • K+ desejado = 4
  • Ritmo máximo de correção de 0,3 mEq/L/h
  • Diluir o KCl 7,5% em Dx5%
38
Q

Hipercaliémia - definição e clínica

A

K+ >5,5

  • Bradicardia, arritmia, choque
  • Alterações ECG: repolarização rápida, ondas T altas, intervalor QT curto
39
Q

Hipercaliémia - causas

A
Diminuição da TFG:
- Lesão renal aguda
- DRC
- Fármacos
- Hemólise, transfusão, lise tumoral
- Suplementação ou dieta rica em K+
TFG normal:
- Hipoaldosteronismo primário ou secundário
- Uropatia obstrutiva
- Nefropatia de células falciformes
- Pós-transplante renal
- Fármacos
- Acidose tubular renal
40
Q

Hipercaliémia - tratamento

A
Mais usados em pediatria:
- Salbutamol nebulizado ou EV
- Furosemida
Outros:
- Glicose e insulina rápida
- Bicarbonato de sódio (se acidose grave)
- Resina permutadora de iões
- Depuração extra-renal (hemodiálise/ diálise peritoneal /hemodiafiltração)

*Gluconato de cálcio 10% - importante quando há alterações no ECG (estabilizador da membrana dos cardiomiócitos)