CM - DISTURBIOS DA HEMOSTASIA Flashcards
Quais parâmetros se alteram nos distúrbios de hemostasia primária e secundária?
Primária:
TS (VR = 3 a 7 min)
Plaquetometria (150-450 mil)
Secundária:
VE: TAP (ou TP = tempo de protrombina VR 10-14 seg) e INR (<1,5)
VI: TTPa (tempo de tromboplastia parcial ativada VR 12-32 seg)
(Esses são os valores normais)
Cite as causas mais comuns de distúrbios qualitativos das plaquetas.
- Doença de Von Willebrand;
- Trombastenia de Glanzmann;
- Síndrome de Bernard-Soulier;
- Uremia;
- AAS e AINE (antiangregantes).
Lembrando que os defeitos qualitativos vão cursar com alargamento do TS e plaquetas normal.
Em que consiste a trombastenia de Glanzmann?
Ausência da glicoproteína IIb-IIIa, com déficit na agregação plaquetária.
Em que consiste a síndrome de Bernard-Soulier?
Ausência da glicoproteína Ib, com defeito na adesão plaquetária.
Qual a fisiopatologia da PTI?
Fenômeno que ocorre devido a produção de anticorpos IgG anti-GP IIb/IIIa, fazendo com que as plaquetas sejam fagocitadas pelos macrófados esplênicos, degradando-as.
Como é a manifestação da PTI na criança?
- Crianças entre 02 e 05 anos de idade;
- Aguda e autolimitada;
- Pós IVAS.
Como é a manifestação da PTI no adulto?
- Mulher entre 20 e 40 anos;
- Crônica e flutuante;
- Deve-se investigar causas secundárias, como:
i) Infecções: HIV, H.pylori, sifilis, hepatite C, LES, AR, Crohn, dengue, rubéola, etc.;
ii) Uso de fármacos: Ácido valproico, fenitoína, heparinas.
Qual o quadro laboratorial da PTI?
Apenas plaquetopenia!
É o famoso plaquetopenia e mais nada!
A PTI é um diagnóstico de exclusão.
Quando e como tratar a PTI?
- Plaquetas < 30 mil, ou
- Plaquetas > 30 mil + sangramento importante (TGI ou SNC).
A 1ª linha do tratamento se faz co corticoidoterapia em dose imunossupressora (prednisona 1mg/kg/dia ou pulsoterapia com metilprednisolona 1g/3 dias).
O rituximabe e a esplenectomia e o seriam opções de 2ª e 3ª linha.
Pacientes com sangramento ativo e plaquetas abaixo de 10.000 podem fazer imunoglobulina.
Qual a fisiopatologia da PTT?
É uma microangiopatia trombótica, caracterizada pela deficiência severa da ADAMTS13, acometendo principalmente mulheres jovens.
O consumo de plaquetas se dá na geração dos trombos.
Qual é a pentâde clínica da PTT?
- Anemia hemolítica microangiopática (presença de esquizócitos);
- Plaquetopenia;
- Sintomas neurológicos;
- Febre;
- Insuficiência renal.
Em que distúrbio hemostático devemos esperar encontrar esquizócitos?
Na PTT.
Esquizócitos são celulas em capacete decorrentes do turbilhonamento na passagem do sangue, gerando ruptura das hemácias na microcirculação.
Qual o quadro laboratorial da PTT?
- Anemia
- DHL aumentado
- BI aumentada
- Haptoglobina diminuída
- Plaquetopenia
Qual o principio do tratamento da PTT?
Plasmaférese.
Não deve-se fazer transfusão de hemácias, só agravaria o quadro.
Qual o principal diagnóstico diferencial da PTT?
PTT x SHU.
Qual o tipo de heparina mais relacionada com a HIT?
HNF.
A HBPM se liga menos ao fator 4 plaquetário.
Qual o tipo clássico de HIT e qual sua fisiopatologia?
Tipo II.
Produção de IgG contra complexo Heparina + fator 4 plaquetário.
A tipo I é um processo não autoimune, com quadro mais leve.
Qual a história clínica típica da HIT?
- Uso de heparina há 4-10 dias.
- Trombose ou plaquetopenia por consumo (redução > 50% na plaquetometria).
Qual tratamento base da HIT?
- Suspender a heparina;
- Se trombose: fondapirinux, bivalirudina, argotroban;
- Não usar varfarina;
- Não trocar HNF por HBPM;
Resolução geralmente ocorre em 7-10 dias pós suspensão.
Quais as princiais classes de antiagregantes?
- Anti-inflamatórios
AAS: inibição irreversível da COX-1,
inibindo a síntese de tromboxano A2.
AINE: inibição reversível da COX-2. - Tienopiridinas - Inibidores da P2Y12/ADP
Clopidogrel, ticagrelor, prasugrel. - Inibidores da GP IIb/IIIa.
O que é a hemostasia terciária?
É o processo de evitar a formação exagerada da rede de fibrina e ter como consequência a trombose.
O plasminogênio é convertido em plasmina por meio do t-PA, havendo lise do coágulo de forma localizada.
Quais fatores envolvidos na via intrínseca da coagulação?
VIII, IX, XI e XII.
Quais fatores envolvidos na via extrínseca da coagulação?
III e VII.
Quais fatores envolvidos na via comum da coagulação?
I (fibrinogênio), II (protrombina), V e X.
Quais alterações esperadas em cada uma das vias de coagulação.
Via intrínseca: TTPa/PPT aumentados.
Via extrínseca: INR e TAP aumentados.
Via comum: TTPA + INR + TAP + TT + d-dímero aumentados e Fibrinogénio reduzido.
Quais os principais distúrbios da via intrínseca?
Hemofilias.
Hemofilia A - VIII
Hemofilia B - IX
Hemofilia C - XI
Quando suspeitar de hemofilias?
- RN com história de hematoma pós vacinação.
- Hemartrose/hematomas profundos em articulação associado a história familiar.
O que o teste da mistura nas hemofilias?
É um teste que deve ser feito a fim de diferenciar se a causa de hemofilia é um defeito no fator de coagulação, ou se existe algum anticorpo que o está destruindo o fator de coagulação.
Mistura-se o plasma do paciente, com plasma saudável. Se houver correção do TTPa, pensa em fator doente. Se mantiver TTPa alargado, pensa em anticorpo.
O que é hemofilia adquirida?
É a destruição do fator VIII pela presença de anticorpos.
Cursa com uma clínica de hematomas extensos e espontâneos + TTPa alargado.
No teste da mistura, não há correção do TTPa.
Quais princiais distúrbios da via extrínseca?
Geralmente são distúrbios relacionados a vitamina K.
- Uso de cumarínicos;
- Doença hemorrágica do RN;
- Doença hepática crônica vs colestase.
OBS:
Pode-se diferenciar colestase e doença crônica fornecendo vitamina K exógena. Na colestase existe apenas uma má absorção, que deve ser normalizada pós ministração. Na doença crônica não existem os fatores, logo, não espera-se normalização.
Quais os principais distúrbios da via comum?
CIVD e Trombofilias.
Em que consiste a CIVD?
É quando o paciente apresenta algum gatilho para ativação maciça da coagulação.
Cursa com trombose microcirculatória + hemorragia.
Quais os achados esperados na CIVD?
- Anemia hemolítica microangiopática: hemólise + esquizócitos.
- Aumento de: TS + TAP/INR + PPT/TTPa + D-dímero.
- Redução: plaquetas e fibrinogênio.
Em que consiste a tríade de Virchow?
- Hipercoagulabilidade;
- Lesão endotelial;
- Fluxo sanguíneo anormal.
Quais os critérios usados para diagnóstico da SAAF?
(Critérios de Sidney)
1 critério clínico + 1 critério laboratorial.
Clínico:
- >=1 trombose vascular confirmada (venosa ou arterial).
Clinico gestacional:
- mais de 1 feto morto com mais de 10 semanas;
- mais de 1 nascimento prematuro normal por eclampsia, pre-eclampsia grave ou insuficiencia placentária.
- mais de 3 abortamentos espontâneos com menos de 10 semanas.
Laboratório (repetir com 12 semanas):
- Anticoagulante lúpico positivo;
- Anticorpo anticardiolipina IgG/IgM em títulos altos;
- Anticorpo anti-beta-2-GP IgG ou IgM em altos títulos.
Quais são os fatores vitamina K dependentes?
II, VII, IX e X.
Qual o antídoto da heparina NF?
Protamina.
Qual das heparinas necessita de monitorização? Como fazer?
HNF.
Monitorizar pelo TTPa.
Qual é a primeira escolha para reversão dos efeitos anticoagulantes da varfarina?
Complexo protrombínico.
Consiste em uma preparação que tem os fatores II, VII, IX e X de forma concentrada, o que tem sido eficaz na reversão da anticoagulação.
Qual é a doença mais associada com a síndrome de Von Wilebrand?
Linfoproliferativa.
Pode ser um quadro adquirido, associada a doenças autoimunes, cardivasculares, entre outras, mas a mais frequente é a linfoproliferativa.
Também pode estar relacionada com a circulação extracorpórea.
Em que condições devemos esperar eritropoetinas aumentadas?
Espera-se que estejam aumentadas nas doenças secundárias em relação a medula óssea, como o hemangioma cerebelar.
Qual o fator de coagulação está associada com a doença de Von Willebrand?
Fator VIII.
É um doença que cursa com defeito na hemostasia primária (FvWB) + defeito na hemostasia secundária (fator VIII).
Em que consiste a doença hemorrágica do RN?
É um sangramento causado pela deficiência de vitamina K.
Vamos ter no laboratório TPA/INR e TTPa alargados, com fibrinogênio e plaquetas normais. Geralmente o RN está clinicamente bem.
Em que condições o TTPa pode estar alargado?
- Nos distúrbios da hemostasia secundária que envolvam a via intrínseca (hemofilias);
- Em uma das formas da doença de Von Willebrand que alterar a função das plaquetas (o fator VIII vai estar reduzido, alargando o TTPa).
- Distúrbios da via comum (CIVD + Trombofilias)
Qual a condição que tipicamente está presente em paciente do sexo feminino, associada à aumento do sangramento menstrual?
A doença de Von Willebrand.
É a principal causa de distúrbios da hemostasia primária do mundo, que cursa com alargamento do TTPa e aumento dos sangramentos relacionados com a hemostasia primária, como menstruação.
Quais métodos podem ser usados para avaliar e confirmar a hipótese da Doença de Von Willebrand?
Dosagem do fator VIII e pesquisa do co-fator da ristocetina.
O teste da ristocetina é feito através de um antibiótico que induz a agregação plaquetária, que seria não adequada na vigência da doença.
A partir de que nível de plaquetas podemos ter quadros de hemorragias espotâneas?
Níveis abaixo de 10.000.
Porque realizar nos primeiros dias a associação entre varfarina e heparina?
Pois nas primeiras 24 a 48 horas o bloqueio da varfarina predomina sobre os fatores C e S, que são antitrombóticos.
Ou seja, no início o indivíduo vai estar em um estado pro-coagulante.
Ao que nos deve remeter a presença de esquizócitos?
Hemólise microangiopática, ou seja, pensar nas MAT’s - Microangiopatias trombóticas, tendo a SHU e PTT.
Também é importante lembrar da CIVD. Pacientes graves, internado em UTI, que cursa com coagulopatia e sangramento, deve-se também pensar em CIVD (também apresentam esquizócitos).
Em termos de especificidade, cite em ordem os anticorpos para a SAF.
1) anti beta-2-glicoproteina;
2) anticoagulante lúpico;
3) anticardiolipina.