Cardiopatias Congênitas Acianóticas Flashcards
A circulação fetal tem componentes que a tornam particular do feto, apenas. Que estruturas são essas?
- Forame oval
- Ducto venoso
- Canal arterial
Qual o objetivo do ducto venoso na circulação fetal?
Desviar porção do sangue com oxigênio que chega pela placenta, do fígado, para a circulação cardíaca, de modo a garantir suporte de O2 para os orgãos vitais (coração e cérebro).
Qual a importância do forame oval na circulação fetal?
O forame oval é importante para que ocorra o Desvio da porção do sangue com oxigênio que chega pelo ducto venoso (da circulação placentária), para as câmaras esquerdas do coração e para aorta, assim, perfundindo adequadamente o cérebro com oxigênio suficiente.
VERDADEIRO ou FALSO:
O pulmão fetal não tem papel de oxigenar o sangue.
VERDADEIRO.
Qual a importância do canal arterial na circulação fetal?
A importância do canal arterial, em suma, é garantir que o sangue com maior teor de oxigênio seja desviada para circulação cerebral e cardíaca.
Isso ocorre pois ele permite que o sangue venoso, que retorna à circulação cardiaca a partir da veia cava superior, e que, por mecaniso de corrente, passa a tricuspide e adentra a artéria pulmonar, seja desviada para a Aorta, em nível de subclávia esquerda.
Isso ocorre, porque a circulação pulmonar do feto é constricta devido haver bastante sensibilidade à hipóxia, criando maior resistência ao sangue que adentra o pulmão e contribuindo para que cerca de 90% desse fluxo seja desviado para o canal arterial. Isso não prejudica a circulação fetal pois esse sangue com baixo teor de O2 retorna para a circulação por meio da Aorta, em um nível abaixo da subclávia esquerda, isto é, não servirá para perfusçao de um orgão nobre como o cerebro e retornará à circulação venosa materna para ser oxigenado no pulmão materno.
Em condições normais, o que ocorre com a circulação fetal ao nascimento?
- Fechamento do ducto venoso:
- Pois há o clampeamento da veia umbilical e, por isso, não há mais fluxo sanguíneo no ducto venoso;
- Fechamento do Forame oval:
- Com a respiração do RN, grande teor de O2 adentra os alvéolos (até então não usados) diminuindo a constricção das veias pulmonares; com essa dilatação das veias, há menor resistência ao sangue que adentra a circulação pulmonar pela artéria pulmonar contribuindo para que a circulação, ao invés de ser predominante pelo canal arterial, adentre as veias pulmonares e seja oxigenada e prossiga para o átrio esquerdo já oxigenado. Com maior fluxo sanguíneo adentrando o AE, há colabamento do forame oval que funciona como se fosse uma porta.
Quando ocorre o colabamento do canal arterial, em condições normais?
De 10 a 15 horas após o nascimento.
Quais são as explicações para que ocorra o fechamento do ducto venoso?
- Fechamento do ducto venoso:
- Pois há o clampeamento da veia umbilical e, por isso, não há mais fluxo sanguíneo no ducto venoso.
Qual a explicação para o fechamento do forame oval?
- Fechamento do Forame oval:
- Com a respiração do RN, grande teor de O2 adentra os alvéolos (até então não usados) diminuindo a constricção das veias pulmonares; com essa dilatação das veias, há menor resistência ao sangue que adentra a circulação pulmonar pela artéria pulmonar contribuindo para que a circulação, ao invés de ser predominante pelo canal arterial, adentre as veias pulmonares e seja oxigenada e prossiga para o átrio esquerdo já oxigenado. Com maior fluxo sanguíneo adentrando o AE, há colabamento do forame oval que funciona como se fosse uma porta.
Qual a explicação para o fechamento do canal arterial e porque ele é a última estrutura da circulação fetal a ser fechada?
- Colabamento do canal arterial:
- Este é sensível ao oxigênio; com a respiração do RN com níveis elevados de O2 (quando comparado com a circulação fetal), há colabamento dessa estrutura. Esse colabameno só ocorre após 12 a 15h após o nascimento, que é quando há maior teor de O2 na circulação, pois o RN já expeliu o líquido alveolar e diminuiu o colabamento dos alveolos.
A avaliação inicial do RN com suspeita de cardiopatia deve contar com 3 aspectos:
- Classificar se é cianótica ou se é acianótica
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Rx de tórax:
- Se há aumento da área cardíaca
- Se há hiperfluxo pulmonar
- Se há hipofluxo pulmonar
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ECG:
- Se há sobrecarga de câmaras
Exame que define o diagnóstico de cardiopatia no RN?
- Ecocardiograma
- Cateterismo*:
- Deve ser feito em alguns casos antes da conduta cirurgica.
Nas cardiopatia acianóticas, quais são as duas alterações funcionais que podem ocorrer?
- Excesso de volume
- Excesso de pressão
Condições que favorecem o excesso de volume:
- Shunt VE >> VD:
- Excesso de volume (hiperfluxo) na artéria pulmonar;
- Regurgitação da válvula atrioventricular:
- Remodelamento: dilatação das câmaras
Como pode ser quantificado o Shunt?
Fluxo pulmonar (QP) / Fluxo sistêmico (Qs)
- Normal: 1
- Excesso de fluxo pulmonar > 1
Qual a implicação do hiperfluxo pulmonar encontrados em Shunt VE >> VD?
As artérias pulmonares não estão preparadas para lidar com o hiperfluxo. Dessa forma, há lesão da camada intima dessas artérias, que levam à fibrose aumentando a resistência dessa circulação (hipertensão vascular pulmonar).
O que é a fisiologia de Eisenmenger?
É uma condição cianótica em que há Shunt do VD para o VE (em um CIV), em um desvio que primariamete era de VE para VD. Isso ocorre devido as seguintes alterações:
As artérias pulmonares não estão preparadas para lidar com o hiperfluxo. Dessa forma, há lesão da camada intima dessas artérias, que levam à fibrose aumentando a resistência dessa circulação (hipertensão vascular pulmonar). Isso faz com que o VD tenha cada vez mais dificuldade em ejetar sangue para a arteria pulmonar, causando uma hipertrofia de VD e se houver CIV, o VD acaba ejetando sangue para VE (pois nesse caso já estará mais hipertrofiado que o VE). Esse sangue ejetado para o VE é pobre em O2 e ele vai para a circulação sistêmica, causando cianose.
Quais condições podem favorecer excesso de pressão às câmaras cardíacas?
- Obstrução ao fluxo de saída do ventrículo
- leva a hipertrofia das câmaras
Quais são as principais lesões com Shunt E » D?
- CIA
- CIV
- Persistencia do canal arterial
- defeito do septo AV
- Retorno venoso pulmonar anomalo
O que ocorre em um CIA?
Há condução do sangue do AE tanto para VE quanto para AD. Como a pressão atrial é quase a mesma para ambos atrios, não há turbilhamento do sangue na passagem do AE para o AD. Então não ouve sopro e se ouvir é pelo excesso de volume adentrando a artéria pulmonar.
Quais são as alterações no exame físico encontradas em paciente com CIA?
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Desdobramaneto fixo da B2:
- Isso ocorre, porque em um CIA há hiperfluxo na artéria pulmonar constante e não só à inspiração, fazendo com que a válvula pulmonar sempre feche posteriormente á valvula aórtica, ouvindo-se: Tum (B1) - Trá (desdobramento de B2: valva pulmonar fechando-se logo em seguida à valva aórtica).
- Sopro sistólico de ejeção (foco pulmonar - pelo excesso de volume na artéria pulmonar)
Qual é a explicação para que ocorra desdobramento de B2 fisiológico?
Quando há inspiração, há diminuição da pressão intratorácica para haver entrada de ar nos pulmões. Com essa diminuição da pressão intratorácica há maior retorno venoso ao coração pelas veias cavas, que adentram o AD e o VD, permitindo maior fluxo na artéria pulmonar. Então a valvula pulmonar, por ter uma passagem de sangue maior à inspiração, ela vai fechar um pouco depois da valvula aórtica. Então ouve-se em B2 o fechamento da valva aórtica e logo em seguida o fechamento da valva pulmonar, ouvindo-se Tum (B1) - Trá (desdobramento de B2). Mas na expiração, como não há aumento do retorno venoso, não há hiperfluxo pulmonar e por isso não há desdobramento de B2. Dessa forma, entende-se porque há desdobramento de B2 fisiologicamente à inspiração.
Qual é a diferença do desdobramento de B2 fisiológico e do desdobramento de B2 ouvido em um CIA?
A diferença é que em um CIA o desdobramento de B2 é fixo, e não só à inspiração como ocorre em condições fisiológicas.
Isso ocorre, porque em um CIA há hiperfluxo na artéria pulmonar constante e não só à inspiração, pois o AD sempre está cheio devido ao shunt do AE. Esse fato faz com que a válvula pulmonar sempre feche posteriormente á valvula aórtica, ouvindo-se: Tum (B1) - Trá (desdobramento de B2: valva pulmonar fechando-se logo em seguida à valva aórtica).