SD. rR35P1R4T0R14 - V14 A3R3A 1NT3RM3D1AR14 Flashcards

1
Q

Na presença de IRA com estridor, qual a via aerea acometida e quais DD devem ser considerados?

A

IRA COM ESTRIDOR – INFECÇÃO DE VIAS AEREAS INTERMEDIÁRIAS: LARINGOTRAQUEOBRONQUITE VIRAL E EPIGLOTITE

O estridor é um som inspiratório que tem como significado clinico a presença de algum grau de obstrução. A FR é variável a depender da gravidade da obstrução.
Podemos separar essas afecções em dois grupos:
Supraglóticas: epiglotite
Infraglóticas: laringite, laringotraqueíte e laringotraqueobronquite.

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2
Q

EPIGLOTITE

O que é a epiglotite e qual sua epidemiologia?

A

É uma doença grave e potencialmente fatal, onde ocorre infecção e inflamação da epiglote e de tecidos supraglóticos adjacentes, causando edema e obstrução da via respiratória.

Epidemiologia

Antes da vacinação as crianças mais acometidas tinham de 2-4 anos de idade.
É uma doença comum? Não é mais tão comum, teve sua incidência
reduzida pela imunização universal contra o
Haemophilus influenzae tipo b.

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3
Q

EPIGLOTITE

Quais os agentes etiológicos da epiglotite?

A

Era o Haemophilus influenzae tipo B. Atualmente, temos outros agentes implicados
como:
Streptococcus pyogenes, Streptococcus
pneumoniae
Staphylococcus aureus
Haemophilus tipo B- em crianças não vacinadas: a questão deve indicar esquema vacinal incompleto ou desconhecido.

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4
Q

EPIGLOTITE

Quais as manifestações clínicas da epiglotite?

A

A instalação é hiperaguda – 12 a 24 horas com febre alta (39-40°C), prostração, toxemia, dor de garganta progressivamente mais intensa, disfagia, sialorreia, estridor variável e acentuada dificuldade respiratória.
A criança assume uma posição típica: a “posição
do tripé” (sentada com o tronco para frente, mãos apoiadas nos joelhos, cabeça para frente, queixo para cima, mandíbula protrusa e língua para fora com sialorreia.

Nesta posição, a epiglote tende a se projetar anteriormente, reduzindo um pouco a obstrução. O desconforto respiratório pode ser grave, com tiragem subcostal, intercostal e supraesternal, além de taquipneia. Um cuidado que devemos ter é com a presença de estridor: é um sinal tardio e, quando presente, indica obstrução aérea completa iminente.

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5
Q

EPIGLOTITE

Como estabelecer o diagnostico da epiglotite?

A

É traçado através da visualização direta da epiglote, que está edemaciada e de coloração vermelho-cereja, e pode ser vista pela laringoscopia direta, contudo a laringoscopia, que exige deitar o paciente, só deve ser feita em condições que permitam a rápida obtenção de via aérea.

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6
Q

EPIGLOTITE

Quais exames complementares solicitar na suspeita de epiglotite?

A

-A laringoscopia direta é o método diagnostico e terapêutico imediato para a epiglotite, se solicitados exames complementares, os acahados serão:
Hemograma: leucocitose >20.000 com desvio a esquerda
RX cervical lateral: edema de epiglote evidente no Sinal do polegar. O RX deve ser solicitado apenas se o diagnostico da epiglotite for duvidoso, se evidente ele está CI pois qualquer demora na conduta pode agravar o prognostico, além disso ao longo do exame a criança deve estar acompanhada de um profissional apto a proceder a IOT, caso seja necessária.

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7
Q

EPIGLOTITE

Qual é o ponto mais importante do tratamento da epiglotite?

A
  1. Deixar a criança o mais confortável possível, até mesmo no colo dos pais, nesse momento não é necessária a solicitação de exames.
  2. Oferecer oxigênio desde que isso não agite ainda mais a criança.
  3. Garantir via aérea pérvia: IOT ou traqueostomia: deve ser feita por profissional experiente em intubação pediátrica, deitando a criança e obtendo imediatamente a via, se o profissional julgar que a intubação será difícil ou arriscada, está indicada a traqueostomia de urgência.

Depois de VA instituída está indicado:

  • Colher cultura do esfregaço supraglótico,
  • Colher hemoculturas
  • Instituir antibioticoterapia venosa, os ATB possíveis são: Cefuroxima, Ceftriaxona ou Meropenem por 10 dias.

O uso de corticoides ou nebulizações com adrenalina, que serão usados no manejo da laringotraqueobronquite, não trazem benefícios para esses pacientes, exceto para o manejo de edema após a extubação.

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8
Q

EPIGLOTITE

Prevenção da epiglotite

A

-Vacinação
-Profilaxia pós exposição:
Rifampicina (20 mg/kg/dia, máximo 600 mg/dia 1x/dia VO por 4 dias)
Indicado para:
Todos os contactantes domiciliares de um caso de epiglotite causada por hemófilos
Nas seguintes condições:
-Menos de quatro anos que tenha vacinação incompleta ou não tenha sido vacinada,
-Menos de 12 meses que ainda não tenha terminado de receber o esquema básico do primeiro ano
-Criança imunocomprometida, ainda que seja vacinada

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9
Q

LARINGOTRAQUEOBRONQUITE

Qual o conceito da laringotraqueobronquite?

A

Em resumo: pródromos catarrais e surgimento de estridor, rouquidão e tosse ladrante.
A laringite, a laringotraqueíte e a laringotraqueobronquite viral representam um processo inflamatório que envolve as cordas vocais e as estruturas infraglóticas.
São denominadas genericamente como crupe, um termo que reúne a tríade: tosse ladrante, rouquidão e estridor inspiratório. Resulta da inflamação da laringe e de estruturas infraglóticas e pode ser causada por:
-Laringite
-Laringotraqueíte
-Laringotraqueobronquite
-Traqueíte bacteriana
-Crupe espasmódico
-O crupe diftérico é atualmente pouco comum graças a imunização pela DTP.
Obs.: o termo crupe viral pode ser usado como sinônimo para laringotraqueíte e laringotraqueobronquite.

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10
Q

LARINGOTRAQUEOBRONQUITE

Epidemiologia da laringotraqueobronquite?

A

-Mais comum entre crianças entre 3 meses e 5 anos, tendo o pico de incidência em crianças de 02 anos de idade.

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11
Q

LARINGOTRAQUEOBRONQUITE

Qual o conceito de Laringotraqueíte viral aguda?

A

A laringotraqueíte viral aguda, também conhecida como crupe viral, é a principal causa de obstrução respiratória alta aguda em crianças, respondendo pela maior parte dos quadros agudos de estridor nessa população.

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12
Q

LARINGOTRAQUEOBRONQUITE

Quais os principais agentes da laringotraqueíte viral aguda?

A

-Vírus parainfluenza (1, 2, 3): que pode também causar o resfriado comum
Outros agentes:
-Influenza – forma mais grave
-Virus sincicial respiratório

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13
Q

LARINGOTRAQUEOBRONQUITE

Qual o quadro clínico da laringotraqueobronquite?

A

Há pródromos virais que se assemelham a um resfriado comum (febre baixa, obstrução nasal, coriza, tosse leve, faringite) por 1-3 dias. Depois disso se inicia uma tosse ladrante ou metálica (tosse rouca ou tosse de cachorro), estridor inspiratório (em repouso ou apenas com agitação), rouquidão (indica acometimento das cordas vocais- laringe). Esses sintomas costumam piorar a noite e podem durar até uma semana.

Em grande parte das crianças com crupe viral, o estridor só ocorre quando a criança chora ou está agitada (pelo aumento da velocidade do fluxo aéreo), desaparecendo durante o repouso. A presença desse sinal em repouso deve ser interpretada como indicador de gravidade pois marca a presença de edema laríngeo.
Da mesma forma, o aumento da frequência respiratória, a presença de sinais de desconforto respiratório são sinais de gravidade.

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14
Q

LARINGOTRAQUEOBRONQUITE

Quais exames complementares devem ser solicitados na suspeita de laringotraqueobronquite?

A

-Não são necessários exames complementares, pois o diagnostico é clinico, contudo, se solicitados os achados serão:
RX cervical: “sinal da torre” ou “sinal da ponta do lápis, contudo ele não é especifico, pode estar ausente em pacientes com crupe e pode ser identificado em outros que não têm a doença.

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15
Q

LARINGOTRAQUEOBRONQUITE

Quais DD devem ser considerados para a laringotraqueobronquite??

A

Laringite estridulosa ou Crupe espasmódico: é semelhante a laringotraqueite, contudo não há pródromos de doença viral de vias aéreas superiores,a causa para esse quadro não é bem certeira, mas aponta-se para infecção viral, fts alérgicos ou psicológicos.
O quadro clínico é típico: criança que acorda no meio da noite com tosse metálica, com estridor inspiratório, voz rouca e parece bem aflita. Não há febre, e os sintomas de IVAS, como foi dito anteriormente, são muito discretos ou inexistentes (pode haver coriza e rouquidão, mas serão discretas). Os sintomas regridem em poucas horas e a criança passa o dia seguinte muito bem. Porém, há tendência à recidiva e o mesmo quadro pode recorrer por mais uma ou duas noites.

Laringotraqueite bacteriana: é um diagnóstico que deve ser pensado quando há piora da crupe viral, evoluindo com febre alta (39-40°C), toxemia, presença de copiosa secreção purulenta nas vias aéreas que leva à piora dos sintomas obstrutivos (estridor em repouso e dificuldade respiratória). Na crupe bacteriana a melhora após a nebulização com epinefrina e dexametasona não é tão significativa. Os prováveis agentes são: S. aureus (mais comum), S. pneumoniae, M. catarrhalis, S. pyogenes, H. influenzae não tipável e anaeróbios. A conduta é sempre a internação hospitalar, antibioticoterapia venosa específica, com cobertura antiestafilocócica, e cuidados intensivos, sendo que muitas destas crianças precisarão ser intubadas. Os quadros virais são bem mais leves e as crianças em geral não chegam a ser internadas.

Laringite diftérica: prostração, febre baixa, vacinação incompleta ou desconhecida.
Aspiração de corpo estranho
Abscesso profundo de pescoço
Angioedema: reação anafilática, não há rouquidão ou tosse metálica.
Asma brônquica: presença de sibilos e não há estridor.
Refluxo gastroesofágico: podem desencadear
uma laringite por refluxo, mas isso será considerado especialmente na presença de sintomas crônicos ou recorrentes

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16
Q

LARINGOTRAQUEOBRONQUITE

Qual o tratamento da laringotraqueobronquite?

A
  • Quadro leve: sem estridor em repouso
  • Faringite: solução fisiológica, hidratação oral e antipirético
  • Vaporização: vapor quente ou frio
  • Corticoterapia: se necessário.

-Quadro moderado a grave - com desconforto respiratório ou estridor em repouso
Deve ser tratado de imediato para impedir a progressão da obstrução da VA
-A criança com quadro grave pode apresentar estridor, desconforto respiratório ou hipoxemia.
-Nebulização com adrenalina + corticoterapia.
*Adrenalina: reduz o edema subglótico, pois o efeito beta-adrenérgico da substância leva à constrição das arteríolas pré-capilares com reabsorção e regressão do edema da mucosa laríngea.
A indicação é
I-Epinefrina 0,5ml/kg , até no máximo 5ml da solução na proporção 1: 1000: a i-epinefrina tem início de ação rápida e seu efeito deve durar por até 2h, a criança deve permanecer em observação nesse período, se o estridor em repouso passar ela está liberada, caso retorne após esse intervalo deve-se repetir a nebulização e manter a criança em observação por algumas horas até que o corticoide passe a fazer efeito, pois a adremalina tem efeito temporário e o corticoide efeito mais duradouro.

*Dexametasona 0,6mg/kg IM ou oral em DU, a budesonida também pode ser utilizada.

Se após essas medidas o estridor continuar, a criança deve ser hospitalizada.

17
Q

LARINGOTRAQUEOBRONQUITE

Qual a principal complicação bacteriana da laringotraqueobronquite?

A

É a traqueíte bacteriana. Suspeita-se quando há piora do quadro e ausência de resposta à nebulização com adrenalina.