N30N4T0L0G14 - CMV, RUB30LA, H3RPES E ZIKA Flashcards
- Quais as possíveis formas de infecção pelo CMV?
AA transmissão pode ser intrauterina, por via hematogênica transplacentária, que é a forma que acarreta na infecção congênita, mas também pode ser perinatal, seja intraparto (pela exposição à secreção cervical no canal de parto) ou pós-natal precoce (pelo aleitamento materno).
A infecção congênita ocorre principalmente quando a mãe infecta-se pela primeira vez durante a gestação, mas a transmissão materno-fetal também pode ocorrer como resultado
de reativação de um processo latente ou de uma reinfecção. Algumas mulheres soropositivas para o CMV podem ser reinfectadas por uma cepa diferente durante a gestação, o que pode levar à transmissão intrauterina e infecção congênita sintomática.
Quando a mãe desenvolve a infecção primária na gestação, transmite o vírus em 30% dos
casos.
- Quais as possíveis manifestações clinicas da Citomegalovirose?
- Lesões cutâneas: petéquias isoladas ou exantema, icterícia que pode aparecer no 1º dia de nascimento, pode ser transitória ou pode persistir por mais tempo; há o aumento da fração direta e indireta da bilirrubina). Há plaquetopenia variável.
- Alterações do SNC: microcefalia, calcificações intracranianas, que diferente das encontradas na Toxoplasmose, são periventriculares, essa localização deve aparecer na prova.
-Lesões oculares: A principal anomalia ocular encontrada é a coriorretinite, com estrabismo e atrofia óptica
Alterações Auditivas
A infecção pelo CMV pode causar surdez neurossensorial, que pode ser progressiva, e pode se manifestar mesmo em crianças nascidas assintomáticas.
Outras alterações
- Hepato e esplenomegalia
- Alteração de transaminases
- Aumento da bilirrubina
- Como deve ser feito o diagnostico da infecção pelo CMV?
-É necessária identificação da lesão, que pode ser feita por análise sorológica, no entanto a sorologia apresenta limitações, o IgM negativo não afasta completamente a presença de infecção e seu achado positivo deve ser confirmada através do isolamento viral em saliva ou urina, para confirmar citomegalovirose congênita. Além disso há dificuldade para ter certeza se os Ac são do RN ou da mãe, uma sugestão é o pareamento das amostras e o acompanhamento, a negativação, no caso de os Ac serem maternos, ocorre entre o 4º e o 9º mês de vida.
-CMV IgM
-CMV IgG
-ou por busca do agente viral, onde a coleta da urina ou saliva deve ser feita até 3 semanas, depois disso o achado positivo pode derivar de infecção perinatal.
• isolamento viral em cultura de fibroblastos humanos: através de urina ou salina do RN, onde se observa o efeito citopático do vírus nas células, porém tem efeito lento, podendo levar semanas para confirmação diagnostica.
• Utilização de Ac monoclonais contra os Ag, tem resultado em 48-72h
• Detecção do DNA viral pela reação em cadeia da polimerase (PCR): através de urina e saliva do RN
-Rastreio de danos, especialmente no SNC e otológica.
- Como deve ser feito o rastreamento de possíveis danos gerados pelo CMV?
A avaliação clínica da criança com infecção congênita pelo CMV inclui a aferição do peso, comprimento e perímetro cefálico; a determinação da hepatimetria e tamanho do baço; e a realização de fundoscopia ocular ao nascimento e com 12 e 60 meses.
Outros exames necessários nessas crianças são:
Avaliação auditiva: otoemissões acústicas e potencial evocado da audição (BERA)
(ao nascimento e várias vezes até os três anos; a partir dessa idade, audiometria infantil
condicionada a cada seis meses até os seis anos de idade).
Exames de imagem do SNC: tomografia computadorizada de crânio ao nascimento e, se alterada, repetir de acordo com a necessidade clínica. Os achados anormais que podem ser encontrados incluem as calcificações e/ou cistos periventriculares, áreas de gliose, vasculite, ventriculomegalia (raramente causando hidrocefalia), distúrbiosna migração neuronal e, em casos mais graves, atrofia cortical, porencefalia e hidranencefalia.
Exames laboratoriais: hemograma completo com contagem de plaquetas, bilirrubina
total e frações, transaminases séricas; avaliação do LCR (celularidade, proteinorraquia, glicorraquia e pesquisa do DNA do CMV).
- Qual o tto da CMV?
A O tratamento com ganciclovir (6 mg/kg/dose, 12/12h, IV, durante seis semanas) está associado a uma menor deterioração e à melhora da função auditiva. Entretanto, os aspectos logísticos do tratamento prolongado, o benefício limitado e os efeitos adversos (neutropenia) têm restringido o uso desta droga. A droga pode ser usada nos casos em que há doença grave.
Estudos vêm demonstrando que o uso de valganciclovir por via oral durante seis meses
pode ser mais efetivo e menos tóxico que o uso de ganciclovir por via parenteral. Tanto o tratamento com o ganciclovir quanto com o valganciclovir teriam o benefício de reduzir o risco de comprometimento auditivo e melhorar o neurodesenvolvimento.
- A infecção pelo CMV CI o aleitamento materno tendo em vista que ocorre eliminação do vírus no leite?
Não. O AM deve ser mantido.
- Qual a forma de transmissão da da Rubeola congênita para o feto?
.
Após a infecção, seja ela sintomática ou assintomática, ocorre viremia, com infecção fetal pela via transplacentária
- Como o feto manifesta a doença da rubéola congênita?
A maioria das crianças infectadas não apresentam sintomas logo ao nascimento, mas o acompanhamento é importante pois entre as alterações possíveis que podem surgir estão: perda auditiva e alteração do SNC.
- Qual a relação entre o risco de transmissão da Rubeola congênita e a idade gestacional?
O risco de transmissão está aumentado no o trimestre, diminui no 2º trimestre e volta a aumentar nas ultimas semanas de gestação. A infecção no 1º trimestre aumenta o risco de sequelas mais graves.
A infecção entre a 8ª e 12ª semana está relacionada a más formações mais graves e a infecção crônica, onde o vírus persiste nos tecidos e é eliminado na urina e secreção respiratória por até 1 ano, podendo contaminar suscetíveis. Já a infecção após a 16ª semana raramente leva a má formação.
- Quais as manifestações clínicas transitórias da da Rubeola congênita?
As manifestações da infecção congênita podem ser agrupadas em três grupos: manifestações transitórias, identificadas em RN e lactentes; manifestações permanentes, já presentes ao nascimento ou que surgem no primeiro ano de vida; manifestações tardias,
que surgirão ao longo da infância, adolescência ou mesmo no início da vida adulta.
Manifestações Transitórias
As manifestações transitórias incluem hepatoesplenomegalia, hepatite, icterícia, plaquetopenia com petéquias e púrpura, anemia hemolítica, adenopatia, meningoencefalite, pneumonia intersticial, miosite, miocardite, diarreia, opacificação da córnea e alterações no crescimento ósseo (osteopatia de ossos longos, com rarefações lineares nas metáfises). Mais da metade dessas crianças terá evidências de restrição ao crescimento intrauterino e terá crescimento deficitário ao longo da infância.
- Quais as manifestações clínicas permanentes da Rubeola congênita?
Manifestações Permanentes
As manifestações permanentes decorrem de defeitos na organogênese ou da destruição
tecidual com posterior cicatrização. Incluem as seguintes alterações:
-Alterações cardíacas: persistência
do canal arterial (percebido no exame físico como sopro em 2º EIC esquerdo), com ou sem estenose
de ramo da artéria pulmonar.
-Lesões Oculares
Catarata (é o achado mais grave, pode estar presente desde o inicio ou nas primeiras semanas), glaucoma (que também pode ser uma manifestação tardia), retinopatia (com aspecto de sal e pimenta) e microftalmia. As bancas gostam de descrever a catarata como alteração do reflexo vbermelho
- Alterações auditivas: surdez bilateral ou isolada, que ocorre por degeneração da cóclea e do órgão de Corti, sendo a alteração mais comum da rubéola. As alterações podem surgir mesmo quando a infecção ocorre após o terceiro mês de gestação.
Alterações no Sistema Nervoso Central
Microcefalia, retardo do desenvolvimento psicomotor, distúrbios comportamentais e psiquiátricos. Há ainda a associação com o desenvolvimento de transtorno do espectro do autismo.
Quais as manifestações clínicas tardias da Rubeola congênita?
Manifestações Tardias
E, finalmente, as manifestações tardias, que incluem:
• Endocrinopatias: diabetes mellitus tipo 1(mais comum) e disfunção tireoidiana (hipertireoidismo, hipotireoidismo e tireoidite).
• Alterações neurológicas e oftalmológicas: panencefalite progressiva, glaucoma, alterações corneanas.
- Qual a tríade clássica da Síndrome da rubéola congênita?
A A tríade clássica da síndrome da rubéola congênita é composta por catarata, surdez e cardiopatia congênita. Nesta condição, não há nenhuma medida terapêutica específica a ser adotada. O cuidado agora consiste apenas no manejo das sequelas.
- Como diagnosticar infecção por rubéola do RN e quais as considerações importantes sobre o prazo para realizar o exame?
Em todo RN cuja mãe teve diagnóstico confirmado de rubéola durante a gestação ou lactente com suspeita de síndrome da rubéola congênita devemos realizar a dosagem de IgM e IgG específicas para rubéola. O feto infectado produz anticorpos IgM e IgG mesmo
antes do nascimento. A presença de IgM específica para rubéola é evidência de infecção
congênita. Os anticorpos IgM podem ser detectados em 100% das crianças com síndrome
da rubéola congênita até o 5º mês, e essa detecção decai com o tempo até o 18º mês, quando raramente são detectados Ac IgM. Quanto ao IgG, considerando a passagem de Ac maternos é necessário fazer o pareamento de amostras. O aumento ou manutenção após 3 meses sugere a infecção e a persistência desses títulos positivos após o 6º mês,
é altamente sugestiva de infecção intrauterina, pois após essa idade espera-se que eles desapareçam.
-Isolamento viral por meio da secreção obtida da faringe posterior;
- Qual a profilaxia para a Sd da Rubeola congênita?
A A vacina contra rubéola faz parte do calendário da criança, do adolescente e do adulto. Aimunidade conferida pela vacina costuma ser duradoura. As mulheres em idade fértil com a pesquisa de anticorpos negativa (sorologia negativa), pela inibição da hemaglutinação, devem ser vacinadas. Elas não devem engravidar pelos próximos 30 dias.