BR0NQU1OL1T3 AGUD4 : INF3CÇ40 DE V14S A3R3AS 1NF3R10R3S Flashcards
O que é bronquiolite aguda?
É uma infecção de vias aéreas inferiores que acomete menores de 02 anos e se apresenta com sintomas de infecção viral associados à primeira sibilância das crianças. É ainda mais comum nos primeiros 6 meses de vida.
Quais os fts de risco para adquirir a doença?
- Baixa idade
- Tabagismo na gestação
- Falta do aleitamento materno
- Residir em aglomerados
- Sexo masculino
Qual a fisiopatogênese?
O vírus infecta primeiramente as VAS, podendo ficar restrito a essa porção ou avançar para as VAI, onde causa inflamação dos bronquilos, edema, aumento da secreção, necrose e inflamação, diminuindo o calibre e consequentemente aumentando a resistência das VAI, isso em menores de 02 anos, que já tem bronquíolos de estreito calibre, causa um quadro de sibilância ainda mais audível na expiração.
Durante a inspiração, a pressão intratorácica negativa permite a entrada do ar além do ponto obstruído; na expiração, o calibre da via diminui e com isso surgem os sibilos e o ar aprisionado acarreta em hiperinsuflação (o que poderá ser demonstrado na radiografia de tórax).
Caso a obstrução da via aérea seja completa, o ar aprisionado passa a ser paulatinamente reabsorvido e o resultado é a atelectasia da região distal à obstrução. Crianças maiores e adultos tendo vias mais alargadas toleram melhor tais alterações.
Como ocorre a infecção?
A infecção não causa imunidade duradoura, a transmissão ocorre através de gotículas advindas da nasofaringe, geralmente a infecção ocorre em casa através de algum individuo que apresenta sintomas de resfriado comum.
Cite uma forma de prevenção da doença:
Em hospitais uma forma de evitar a transmissão é a prevenção de contato, através da lavagem de mãos que é o principal vetor de contágio.
Qual o quadro clinico típico?
História de contato com algum familiar com resfriado comum, o lactente apresenta pródromos de infecção viral das vias aéreas superiores com espirro e rinorréia, evoluindo com taquipneia e sibilância.
A criança pode apresentar temperatura normal ou elevada, chegando a 38,5-39ºC. Gradualmente, o quadro respiratório deteriora, com o aparecimento
de tosse, dispneia (mais comum do que os sibilos em lactentes <2 meses e prematuros), irritabilidade e, tipicamente, taquipneia. O exame físico é marcado pela presença de sibilos, podendo também haver aumento do tempo expiratório estertores e em evoluções mais graves sinais de desconforto respiratório como: cianose e tiragem subcostal.
Guarde isso que você não erra: o caso clínico da sua prova vai trazer um lactente que, após poucos dias de um “resfriado”, evolui com taquipneia e sibilância!
Um único cuidado que você deve ter é o seguinte: a ausência de sibilos audíveis não é sinônimo de ausência de obstrução se houver outros sinais de desconforto respiratório presentes. Recordando a fisiologia respiratória,
quando há uma obstrução completa, o fluxo aéreo está ausente e não ocorre o turbilhonamento aéreo que resulta nos sibilos.
-Oximetria periférica – importante verificar pois a dispneia nem sempre guarda estreita relação com a hipoxemia ou hipercapnia.
Como é feito o diagnóstico?
-É clinico, o achado de taquipneia, na ausência de estridor, fala em infecção de VAI, se a criança está em bom estado geral e febre baixa fala mais a favor de bronquiolite do que de pneumonia em que há febre alta e queda do estado geral. O achado de sibilos confirma ainda mais a hipótese.
Quais exames complementares podem ser solicitados?
- Hemograma: leuco normal ou aumentado às custas de neutrófilos ou mononucleares.
- Gasometria: hipoxemia e aumento da PCO2 – que indica falência respiratória.
- Raio X de tórax: Não há recomendação de solicitarmos rotineiramente o exame em crianças que não apresentam complicações aparentes. Pode vir normal ou com sinais de hiperinsuflação e atelectasia.
O que pode ser observado na radiografia de tórax?
Raio X de tórax: hiperinsuflação pulmonar e atelectasias. Em até 30% das crianças internadas com bronquiolite pelo VSR podemos ter uma radiografia de tórax normal; nas 70% restantes teremos a hiperinsuflação, espessamento peribrônquico e infiltrados intersticiais.
Nas questões, quando presente, a radiografia em geral estará alterada, com a
descrição de sinais de hiperinsuflação presentes, tais como retificação diafragmática e dos arcos costais e hipertransparência pulmonar.
A presença de consolidação lobar ou segmentar e de derrame pleural apontam para um quadro de pneumonia bacteriana.
Quando está indicada internação?
- Criança com idade inferior a 6 semanas;
- Pacientes com insuficiência respiratória aguda moderada e grave: batimento de asa de nariz, saturação < 90-92%, tiragem subcostal, desconforto respiratório, taquipneia e apneia, crianças dependentes de oxigênio.
- Vômitos, desidratação;
- Letargia
- Presença de comorbidades: cardiopatias, imunodeficiências;
- Avaliação socioeconômica, dificuldades de transportes e evolução rápida da sintomatologia
Identificação viral
Feita pela amostra obtida a partir do aspirado da secreção nasofaríngea dessas crianças (o swab nasofaríngeo não fornece uma amostra tão boa). Os métodos empregados incluem a cultura, a detecção do RNA ou a pesquisa de antígenos virais.
Quais os fts de risco para complicações?
- Broncodisplasia ou outras doenças pulmonares crônicas,
- Cardiopatia congênita
- Imunodeficiência,
- História de prematuridade
- Idade mais baixa
Quando está recomendada medidas específicas de proteção contra o VSR e qual essa medida ?
A administração do anticorpo monoclonal para VSR (palivizumabe) ou da imunoglobulina intravenosa específica (IgIV-VSR) são medidas de proteção passiva específica contra o VSR, que estão indicadas para populações que possuem risco aumentado para doença grave:
• RN prematuros com menos de 28 semanas de idade gestacional e menores de um ano de idade pós-natal, após alta hospitalar.
• Crianças menores de dois anos de idade, portadoras de cardiopatia congênita com repercussão hemodinâmica importante ou com doença pulmonar crônica da prematuridade que necessitaram tratamento nos seis
meses anteriores ao período de sazonalidade do VSR: palivizumabe 15 mg/kg por via intramuscular, mensalmente, durante o período previsto de maior prevalência da infecção pelo VSR.
•Em menores de 1 ano: doenças pulmonares ou neurológicas com possível comprometimento respiratório;
Em menores de 2 anos: imunocomprometimento grave.
Quais os DD da bronquiolite aguda?
-No 1º episodio de sibilância num lactente associado a um resfriado comum é fácil diagnosticar uma bronquiolite aguda, no entanto na recorrência da sibilância vale considerar outros DD:
-Bebê sibilante ou lactente chiador: três episódios de sibilância no período
de um ano, nos primeiros dois anos de vida;
- Sibilante transitório precoce: apresenta pelo menos um episodio de sibilancia num curso de infecção de VAI, antes dos 03 anos, mas não voltam a sibilar;
- Sibilante persistente: sibila até os 6 anos de idade – pode se beneficiar de corticoide inalatório. Como predizer que uma criança é ou será um sibilante recorrente e que irá persistir com o quadro na vida adulta: diagnóstico de eczema nos três primeiros anos de vida; pai ou mãe com asma; diagnóstico de rinite nos três primeiros anos de vida; sibilância sem resfriado (virose); e eosinofilia sanguínea > 3% (na ausência de parasitoses). O que torna mais provável o diagnostico de asma.
- Sibilante tardio: sibilam após os 4 anos de idade.
- Mas formações: anel vascular (que circunda traqueia e esôfago), Ins. cardíaca que curse com aumento de câmaras cardíacas e a presença de edema pulmonar, também levam a sibilância.
- Aspiração de um corpo estranho pode causar tanto um quadro agudo quanto um quadro de sibilância crônica.
Refluxo gastroesofágico: é uma condição comum nos lactentes e pode provocar broncoespasmo recorrente, na presença de aspiração de conteúdo
gástrico para dentro da árvore respiratória, por suas propriedades acidas e na ausência ocorre broncoespasmo por reflexo vagal que aumenta a reatividade das VAI.
Fibrose cística: doença multissistêmica, que se caracteriza essencialmente
por obstrução e infecções de repetição das vias aéreas e por um quadro de má-
-digestão secundário à insuficiência enzimática.
Qual a diferença entre bronquiolite e bronquite?
Não confundir Bronquiolite com bronquite.
A bronquite é geralmente causada por infecção de VAS (tosse, coriza e obstrução nasal), geralmente de etiologia viral que progride em 3-4 dias com inflamação dos brônquios e se manifesta com tosse arrastada com duração de uma a três semanas, que é a marca registrada da doença. A tosse a princípio é seca e pode tornar-se produtiva, pela infiltração de leucócitos, o que não significa infecção bacteriana secundária. Em 2-3 semanas temos a melhora do quadro.
A bronquite crônica é uma condição clínica bem definida em adultos, e caracteriza-se por tosse produtiva por três meses/ano por no mínimo dois anos. Em adultos, cerca de 80% das doenças obstrutivas pulmonares crônicas estão relacionadas à história de tabagismo. Na infância, os casos de bronquite crônica são encontrados na fibrose cística, displasia broncopulmonar e associados à bronquiectasias. Não há terapia específica para a bronquite aguda e a doença é autolimitada. Algumas crianças ficam mais confortáveis respirando ar umidificado, a maioria dos casos tem etiologia viral, Medicações como os inibidores da tosse (como a codeína) não devem ser prescritas, pois podem provocar espessamento da secreção e complicações como supuração. Da mesma forma, não está indicado o uso de anti-histamínicos, que ressecam a secreção, e nem expectorantes.