N3ON4T0L0G14 S3PS3 N30N4T4L Flashcards

1
Q
  1. Qual O conceito de Sepse Neonatal?
A

É uma infecção grave que tem repercussões sistêmicas e ocorre nos 28 primeiros dias de vida do bebê.

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Q
  1. Qual a diferença entre a Sepse neonatal precoce e a tardia?
A

Há controvérsias, mas há autores que consideram que a SN precoce ocorre nas primeiras 48h de vida, ou até 7 dias, enquanto a tardia ocorre depois das 48h de vida ou depois dos primeiros 7 dias.
A sepse precoce se correlaciona a uma infecção adquirida ainda no útero ou durante o nascimento, sendo causada essencialmente por agentes que colonizam o trato genital feminino (Streptococcus do grupo B (S. agalactiae), Escherichia coli e outras enterobactérias, Listeria monocytogenes.); já a sepse tardia até pode estar associada a agentes do trato genital materno, mas também pode ser provocada por agentes adquiridos no hospital ou mesmo
na comunidade após a alta hospitalar (Staphylococcus coagulase negativo e o Staphylococcus aureus, outras bactérias Gram-negativas e os fungos). Os fungos acometem principalmente crianças <1kg, em nutrição parenteral prolongada e em uso de
antibióticos de largo espectro.
A incidência é de 1-8 casos a cada 1.000 nascidos vivos, e é mais frequente em crianças prematuras e de baixo peso ao nascer.

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3
Q
  1. Qual o principal agente da SN precoce?
A

O Strepto agalactiae.

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4
Q
  1. Quais os principais fts maternos e fetais para a infecção?
A

Fts maternos: representam risco especialmente para SN precoce.
• Ruptura prolongada das membranas ovulares >18h
• Corioamnionite: febre materna e duas ou mais das seguintes alterações: leucocitose materna (> 15.000 células/mm³), taquicardia materna (> 100 bpm), taquicardia fetal
• (> 160 bpm), dor uterina e líquido amniótico fétido. A itu no 3º trimestre se associa fortemente a corioamnionite e a trabalho de parto prematuro.
• Infecção do trato urinário
• Colonização cervical pelo strepto agalactiae
Fts do feto:
Prematuridade: especialmente se inferior a 34 semanas, sistema imunológico imaturo, com deficiência de imunoglobulinas, de complemento, diminuição da capacidade fagocitária e de opsonização, além disso, as imunoglobulinas maternas passam pela placenta principalmente no terceiro trimestre e essas crianças não as recebem adequadamente. A prematuridade pode também ocorrer pela infecção da cavidade intrauterina que antecipou o trabalho de parto. A prematuridade é também um ftr de risco para Sepse tardia pois os prematuros frequentemente necessitam de acessos vasculares prolongados, intubação traqueal ou outros procedimentos invasivos, que associado a uma má higienização das mãos ou uso de material não estéril aumentam o risco de infecção nosocomial.
Baixo peso ao nascer,
Sexo masculino
(por motivos pouco esclarecidos)
Presença de asfixia, que associada a acidose diminuem os mecanismos de defesa do RN

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5
Q
  1. Quais as vias de transmissão pelas quais o MO chega até o bebê?
A

Os quadros de sepse neonatal podem ocorrer por quatro mecanismos básicos: por via ascendente, durante a passagem pelo canal de parto, por via transplacentária ou por infecção nosocomial/comunitária. Os três primeiros mecanismos estarão associados principalmente ao quadro de sepse precoce.
A via ascendente está relacionada a ascenção de bactérias até a cavidade uterina, causando corioamnionite, infecção fetal e estimulo a liberação de fts inflamatórios que podem causar trabalho de parto prematuro.
A infecção que ocorre durante a passagem pelo canal de parto está muito relacionada ao Strepto agalactiae, quando ao passar o RN aspira ou deglute material contaminado.
A infecção pela via transplacentaria não é causa comum de SN, mas pode ocorrer pela Listeria.
A contaminação nosocomial e a comunitária estão associadas aos quadros de sepse tardia.

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6
Q
  1. Quais as manifestações clínicas mais comuns da sepse neonatal?
A

A manifestação clínica pode ser bastante discreta, se assimilando a outras condições ou doenças neonatais, inicialmente pode parecer apenas um “esse bebê não parece bem”, e varias vezes o único sinal que teremos é a conjunção de fts de risco maternos e fetais para a SN.
As manifestações clínicas incluem desconforto respiratório, taquipneia, apneia, taquicardia, choque, instabilidade de temperatura (hipotermia ou febre, sendo que em prematuros a hipotermia é um achado mais frequente do que a elevação da temperatura), sintomas gastrointestinais (distensão abdominal, presença de resíduo gástrico e vômitos). Os sinais neurológicos (convulsões, alterações da consciência) podem indicar disseminação do processo infeccioso para o SNC. A presença de petéquias, púrpuras e sangramentos em geral representam coagulação intravascular disseminada, complicando a sepse. A dificuldade respiratória será a manifestação mais comum e pode variar desde a simples presença de taquipneia, até uma insuficiência respiratória grave, com necessidade de suporte ventilatório invasivo.

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7
Q
  1. Quais DD devem ser considerados na presença de dificuldade respiratório, um achado comum na SN?
A

O diagnóstico diferencial com a doença da membrana hialina nos prematuros é muito difícil, principalmente porque vários dos fatores de risco são comuns às duas condições. A enterocolite necrosante pode estar associada ao quadro séptico e deve ser suspeitada nas situações em que há presença de fezes com sangue.

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8
Q
  1. Qual a avaliação complementar deve ser realizada na suspeita de SN?
A
  • Exames para isolamento do MO:
  • Hemocultura,
  • Cultura de liquor: há controvérsias quanto à necessidade de cultura de liquor na suspeita de SN precoce, mas deve ser inquestionavelmente feita quando houver hemocultura positiva ou quando a criança apresenta sinais clínicos compatíveis com um quadro de sepse

-Urocultura: só está indicada na avaliação da sepse neonatal precoce em RN sintomático
com o diagnóstico pré-natal de malformação do trato urinário. Se não for este o caso, o exame só costuma estar indicado na sepse tardia.

-Cultura de aspirado traqueal
-Exames hematológicos
-Exames sorológicos
Obs.: o resultado das culturas demora a chegar, não servindo como instrumento para decidir pelo inicio ou não da ATBterapia, uma ferramenta é a contagem de leucócitos, em RN é importante considerar que os leucócitos podem estar aumentados nas primeiras 18h de vida, por isso usamos a relação entre neutrófilos imaturos e neutrófilos totais, a relação I/T tem valor preditivo para sepse quando seu índice for igual ou superior a 0,2 (I/T ≥ 0,2). A neutropenia é um achado mais relacionado a SN, porém é muito relativo, levando em conta vários critérios que influem sobre ela. A plaquetopenia pode resultar de infecção fungica.
PCR: A PCR eleva-se após um estímulo inflamatório, mas a sua elevação não é sinônimo
de infecção; eleva-se na aspiração de mecônio, na asfixia, na ruptura prolongada de membranas e no choque. Deste modo, não pode ser considerada, isoladamente, como um
teste definitivo para o diagnóstico, tendo melhor valor preditivo negativo.
Testes de detecção rápida: pesquisa de antígenos estreptocócicos na urina.

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9
Q
  1. Quais os ATB de escolha no tto da SN precoce?
A

O esquema empírico inicial consiste na associação de ampicilina e aminoglicosídeos
(gentamicina). As cefalosporinas de 3a geração, como a cefotaxima, são úteis no tratamento da sepse documentada e na meningite, graças a sua excelente penetração no sistema nervoso central. Porém, não devem ser rotineiramente usadas em função de sua relação com a emergência de resistência bacteriana, sepsepor cândida e diarreia associada com antibióticos em RN.

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10
Q
  1. Quais os ATB de escolha no tto da SN tardia?
A

Nas unidades com elevada prevalência de estafilococos coagulase negativos e resistentes à oxacilina, a vancomicina deve ser empregada. A associação de vancomicina com um aminoglicosídeo (gentamicina) é uma possibilidade terapêutica. Deve-se considerar o uso de cefalosporinas na suspeita de meningite e anfotericina nos casos de infecção fúngica.

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11
Q
  1. Quais medidas complementares do tto da SN?
A
  • Controle térmico
  • Controle da glicemia
  • Profilaxia com fluconazol para RN com peso menor que 1.000 g,
  • Administração de antibióticos intraparto

Controversos
-Imunoglobulina EV, exsanguineotransfusão e transfusão de granulócitos são controversos.

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12
Q
  1. Qual a medida mais importante na profilaxia de SN precoce?
A

Combater a infecção materna pelo Strepto do grupo B, através do tto prévio da infecção pela bactéria ou profilaxia intraparto.

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13
Q

Quando indicar profilaxia antibiótica intraparto?

A

1) História de doença invasiva por GBS em RN anterior
2) Bacteriúria por GBS em qualquer trimestre da gestação atual*
3) Rastreamento positivo para GBS na gestação atual em amostra retovaginal*
4) Gestante com status desconhecido para GBS (cultura não realizada ou sem resultado) na presença de qualquer um dos critérios abaixo:
• Trabalho de parto prematuro < 37 semanas.
• Ruptura prolongada de membranas ≥ 18 horas.
• Temperatura materna intraparto ≥ 38ºC.
• Teste intraparto para GBS (NAAT – teste de aplicação de ácido nucleico) positivo.
* Se a gestante não tiver entrado em trabalho de parto, ainda com membranas íntegras, e for procedido o parto cesáreo, não haverá necessidade de quimioprofilaxia nessas situações.
* O rastreamento é realizado entre 35 e 37 semanas de gestação.

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14
Q

Quando a profilaxia antibiótica intraparto contra o Strepto agalactiae NÃO está indicada?

A

-Colonização ou bacteriúria por GBS em gestação prévia (apenas se houver a indicação
para profilaxia por outro fator na gestação atual).
• Cultura negativa no swab retal e vaginal durante a gestação atual, mesmo na presença
de fatores de risco intraparto.
• Operação cesariana realizada antes do início do trabalho de parto em mulher com membranas amnióticas íntegras, independentemente da colonização pelo GBS e da idade
gestacional.

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15
Q

Como realizar a profilaxia antibiótica intraparto?

A

− Penicilina G cristalina: 5 milhões IV dose ataque, seguido de 2,5 a 3 milhões IV a cada
4 horas até o parto; OU
− Ampicilina: 2 g IV dose ataque, seguido de 1 g IV a cada 4 horas.
− Gestantes com alergia grave (anafilaxia, angioedema, insuficiência respiratória, urticária): clindamicina/eritromicina ou vancomicina (cepas resistentes).
− Gestantes com alergia não grave: cefazolina.

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16
Q

Qual a conduta clínica do RN no que se trata de SN?

A

-RN sintomático: fazer os exames de rastreio e iniciar ATB.

-RN assintomático:
• mãe com corioamnionite: colher exames do RN (hemograma completo e hemocultura;
não há necessidade de punção lombar, a princípio – “avaliação limitada”) e iniciar antibioticoterapia empírica.

• mãe sem corioamnionite: avaliar se havia indicação para a administração de profilaxia
intraparto.
sem indicação para profilaxia intraparto: cuidados de rotina com o RN.
com indicação para profilaxia intraparto: avaliar como foi feita a profilaxia.
 se a mãe recebeu profilaxia primária por período ≥ 4 horas (penicilina, ampicilina ou cefazolina IV; outros agentes devem ser considerados inadequados para fins de conduta em relação à criança) durante o trabalho
de parto: observação do RN por 48 horas.

 se a mãe não recebeu a profilaxia intraparto, ou recebeu por período inferior a quatro horas, e o RN tiver idade gestacional ≥ 37 semanas e o tempo de bolsa rota for < 18 horas, poderá ser apenas observado por 48 horas. Porém, se a mãe não recebeu a profilaxia intraparto, ou recebeu por período inferior a quatro horas, e o RN tiver idade gestacional < 37 semanas ou o tempo de bolsa rota for ≥ 18 horas, devemos colher hemograma completo com leucometria diferencial (ao nascimento e com
6-12 horas de vida) e hemocultura, além de observar por 48 horas. Se a criança que estava assintomática passar a ser sintomática, está indicado a investigação de sepse e o ATBterapia empírica.