Choque Flashcards

1
Q

Como definir choque?

A

É uma síndrome clínica caracterizada pelo quadro de hipoperfusão sistêmica aguda devido à incapacidade do sistema circulatório de atender às demandas metabólicas dos diversos tecidos , levando a distúrbios celulares graves, hipóxia tecidual, disfunção de múltiplos órgãos e morte

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2
Q

Como é a fisiopatologia?

A

Pequenas alterações na PA média (PAM) ou no metabolismo de oxigênio ativam barorreceptores e quimiorreceptores localizados no arco aórtico, átrio direito, corpo carotídeo, vas-culatura esplâncnica, aparelho justaglomerular e no sistema nervoso central, culminando com uma série de respostas compensatórias que incluem: ativação do sistema renina-angiotensina-aldostero-na; liberação de catecolaminas nas terminações simpáticas e medula adrenal; aumento do ACTH e cortisol; liberação de vasopressina pela neuro-hipófise; aumento da endotelina, do glucagon e redução da secreção pancreática de insulina. As consequências são variadas e incluem: Aumento da contratilidade do miocárdio e da frequência cardíaca. Vasoconstrição arterial e venosa.

Redistribuição da volemia, priorizando o SNC e o miocárdio. Aumento da reabsorção de sódio e água pelos rins. Aumento da extração de oxigênio. Aumento da oferta de substratos (gliconeogênese, glicogenólise, lipólise e aumento do cata-bolismo proteico). Essa resposta orquestrada “compensatória” tem como objetivo restaurar a perfusão periférica e corrigir o desequilíbrio no consumo de oxigênio. Entretanto, dependendo da etiologia e da gra-vidade do choque, das condições do paciente (p. ex., idade avançada, comorbidades) ou mesmo do retardo no tratamento, esses mecanismos acabam gerando respostas patológicas ou “não com-pensatórias”. O metabolismo aeróbio é substituído pelo anaeróbio, o que leva à depleção de ATP, aumento de lactato e acidificação intracelular.

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3
Q

A pressão arterial depende de quais variáveis?

A

Débito cardíaco e resistência vascular sistêmica PA= DC X RVS

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4
Q

O débito cardíaco depende de quais variáveis?

A

Volume sistólico e frequência cardíaca DC = VS X FC

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5
Q

Tempo de enchimento capilar

A

O tempo de reenchimento capilar aumentado (> 4,5 segundos) é relacionado à vasoconstrição periférica, mecanismo comum nas fases iniciais de situações de baixo débito

Reenchimento capilar lentificado associado à diminuição de temperatura de membros é um achado bastante sugestivo de situações de baixo débito cardíaco.

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6
Q

Qual a relação do conteúdo arterial de oxigênio com a hemoglobina, saturação de oxigênio e pressão de oxigênio?

A

O CaO2 tem maior dependência da Hb e sua SatO2 do que da pressão de oxigênio.

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7
Q

A oferta de oxigênio depende do que?

A

Do conteúdo arterial de oxigênio e do débito cardíaco DO2 = CaO2 x DC X 10

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8
Q

Qual a importância da saturação venosa?

A

Reflete a taxa de extração de oxigênio do tecidos Idealmente medida em amostra de sangue do VD ou artéria pulmonar

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9
Q

O lactato sinaliza a falta de oxigênio nos tecidos?

A

Não é marcador fidedigno de hipóxia tissular, principalmente em pacientes com SEPSE após o terceiro dia ( lactato tem outras origens que não a hipóxia)

O lactato é útil como indicador de gravidade e mortalidade, assim como sua queda indica um melhor prognóstico

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10
Q

Quais são as características do choque hipovolêmico?

A
  • diminuição da pré-carga - Diminuição do débito cardíaco - Choque
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11
Q

Classificação do choque hipovolêmico

A

Classe I: < 750mL, FC < 100, PA sem alteração, TEC sem alteração, nível de consciência pouco ansioso, reposição volêmica cristaloides. Classe II: 750 - 1500mL, FC > 100, PA sem alteração, TEC aumentado, nível de consciência ansioso, reposição volêmica cristaloides. Classe III: 1500 - 2000mL, FC > 120, hipotensão, TEC aumentado, nível de consciência ansioso/confuso, reposição volêmica cristaloides + concentrado de hemácias Classe IV: 2000mL, FC > 14, hipotensão, TEC aumentado, nível de consciência confuso/letárgico, reposição volêmica cristaloides + concentrado de hemácias

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12
Q

Quando está inidicada a transfusão de hemácias?

A

Indica-se a transfusão de hemácias se o valor de hemoglobina for menor que 7 g/dL, com a meta de mantê-la entre 7 e 9 g/dL, exceto em circunstâncias especiais, em que a transfusão poderia ser mais liberal, tais como: presença de isquemia miocárdica, hipoxemia muito grave ou hemorragia aguda (choque hemorrágico).

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13
Q

Como são os parâmetros hemodinâmicos no choque hipovolêmico?

A
  • DC reduzido - RVS aumentada - PAP reduzido - PVC reduzido - SvO2 reduzido
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14
Q

Qual é a melhor forma de monitorizar a reposição volêmica?

A

Com parâmetros dinâmicos: que alteram durante a respiração Delta PP: variação da pressão de pulso Durante o ciclo respiratório acontece oscilação da pressão intratoracica, variando assim o enchimento ventricular gerando pressões de pulso maiores e menores. Essas variações são mínimas em paciente com volemia normal Delta PP > 13% –> pacientes serão responsivos ao volume

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15
Q

Com qual cristaloides deve ser feita a reposição volêmica e quais são os riscos de grandes volumes desse cristaloide?

A

SF 0,9% Hioernatremia Acidose metabólica hipercloremica

Rápida e apropriada restauração da volemia com cristaloide bloqueia o círculo vicioso do choque e diminui a necessidade de vasopressores, constituindo-se em um dos mais importantes tópicos do tratamento dessa condição

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16
Q

Qual é a causa mais frequente de choque cardiogênico?

A

IAM

___________________________________________

C – Cardiogênico

  1. Com edema pulmonar: Isquemia miocárdica: síndromes coronarianas agudas e suas complicações (regurgitação mitral aguda, ruptura de parede ventricular ou de septo interventricular) Insuficiência cardíaca avançada, miocardite aguda

❏ Arritmias, valvopatias

❏ Disfunção cardíaca pós-PCR

  1. Sem edema pulmonar

❏ Infarto agudo de ventrículo direito

17
Q

Quais são fatores preditivos de que o IAM irá se converter em choque cardiogênico?

A

Idade > 65 Elevações de CPK - MB maiores que 160 - fração de ejeção < 35% DM e IAM prévio

18
Q

Como é o quadro clínico do choque cardiogênico

A

Hipotensão PAS <90 mmHg

Congestao pulmonar (até killip IV)

Dispneia

Oliguria

Confusão mental

os critérios hemodinâmicos são: IC <1,8; PCP>18

19
Q

Qual é o tratamento do choque cardiogênico

A

Reperfusão coronariana

Suporte ventilatorio

Drogas vasoativas: nora, dopamina, dobuta

Balão intra aórtico: desinsufla imediatamente antes da sístole causando pressão negativa que puxa o sangue

20
Q

Como são os parâmetros hemodinâmicos no choque cardiogênico

A

DC reduzido

RVS aumentada

PAP aumentada

PVC aumentada

SvO2 reduzida

21
Q

Causas de choque obstrutivo

A

Pneumotórax hipertensivo

Tamponamento pericárdico : trauma, câncer, infecções bacterianas, tuberculose, uremia, doenças autoimunes etc.

Obstrução do débito de VD: embolia pulmonar, hipertensão pulmonar aguda

Coarctação de aorta

Obstrução de estruturas adjacentes ao coração: tumores mediastinais, síndrome da veia cava superior

22
Q

Quais são os parâmetros hemodinâmicos no choque obstrutivo

A

DC reduzido

RVS aumentada

PAP reduzida

PVC aumentada

SvO2 reduzida

23
Q

Qual é característica do choque séptico dentro do perfil hemodinâmico que o diferencia dos demais choques

A

Diminuição da RVS

24
Q

Qual é a definição de SEPSE

A

Disfunção orgânica acusada por resposta imune desregulara a uma infecção

25
Q

Quais são os critérios do qSOFA

A

PAS < 110 mmHg

FR>22 irpm

alteração do nível de consciência (ECG <13)

26
Q

O que é choque séptico

A

Após reanimação volemica (em geral 30ml/kg) ainda apresenta necessidade de vasopressores para manter PAM > 65mmHg

alem de apresentar lactato >2

27
Q

Como diagnosticar SEPSE

A

Infecção + 2 ou 3 pontos no qSOFA ou aumento de 2 ou mais no SOFA

28
Q

SOFA

A

Respiração PaO2/FiO2

Coagulação/plaquetas

Hipotensão cardiovascular

Fígado bilirrubina

SNC Escala de coma de glasgow

Renal creatinina ou débito urinário

29
Q

Qual é o pacote de intervenções da primeira hora no choque séptico

A

Reconhecimento precoce

Dosagem de lactato serico

Coleta de culturas

Início ATB amplo espectro

Infusão de fluidos —> início vasopressor (quando indicado)

O manuseio inicial do paciente em choque deve ser conduzido na sala de emergência e inclui dois principais aspectos, usualmente conduzidos de forma concomitante: pronta reversão da hipoperfusão periférica e identificação e tratamento da causa de base

30
Q

Como é o controle glicêmico no choque séptico

A

80-180

insulina se estiver 2x com glicemia maior que 180

31
Q

O que fazer quando o choque séptico não é compensado pela ressuscitação volêmica + vasopressores

A

CORTICOIDE nele

hidrocortisona 200mg/dl

32
Q

Parâmetros hemodinâmicos do choque séptico

A

DC aumentado

RVS diminuída

PAP variável

PVC aumentada

SvO2 diminuída

33
Q

A hipoperfusão teciadual promove ativaçãodo que?

A

a hipoperfusão tecidual con-tinuada é capaz de ativar a resposta inflamatória, ocasionando estase microvascular, ativação de macrófagos, neutrófilos, linfócitos, plaquetas e trombose. Isso leva a um círcu-lo vicioso no qual a resposta inflamatória piora a hipoperfusão, ativando ainda mais essas respostas patológicas.

34
Q

Quais são as causas de choque distributivo?

A

Choque séptico

Anafilaxia

Insuficiência adrenal aguda

Neurogênico: trauma raquimedular, compressão de medula espinal e anestesia espinal/epidura