Vulvovaginites e Vaginoses: Vaginose Bacteriana Flashcards
Definição 1- O que é a vaginose bacteriana? 2- Qual o patógeno predominante? 3- Quais os fatores predisponentes? 4- Qual sua relação com a atividade sexual? Considera-se uma DST?
1- É um conjunto de sinais e sintomas resultante de um desequilíbrio da flora vaginal, que culmina com uma diminuição dos lactobacilos e um crescimento polimicrobiano de bactérias anaeróbias estritas e de anaeróbias facultativas (Gardnerella vaginalis). Lembrando que essa é a principal causa de corrimento vaginal.
2- A Gardnerella vaginalis predomina na VB.
3- Fatores de risco são: mulheres não brancas, vida sexual ativa, gravidez prévia, múltiplos e novos parceiros do sexo feminino e masculino, uso de DIU, uso de duchas vaginais, tabagismo e a não utilização de condom.
4- O coito frequente pode ser um fator desencadeador deste desequilíbrio da flora, na medida em que torna o meio mais alcalino. No entanto, a VB não tem como causa a clássica transmissão sexual, ainda que essa possa ocorrer. Ou seja, não é considerada uma DST.
Quadro clínico
1- Qual a apresentação comum frente a VB?
1- •Assintomáticas.
• Odor fétido, semelhante a “peixe podre”: é o sintoma mais típico. Este odor desagradável se agrava durante a menstruação e durante o coito. Em ambas as situações, o pH se torna mais alcalino, o que facilita a volatização das aminas produzida pelos patógenos.
• Corrimento vaginal: é fluido, homogêneo, branco acinzentado (mais comum) ou amarelado (raro), normalmente em pequena quantidade e não aderente, e pode formar microbolhas. • Presença de sintomas inflamatórios, como dispareunia, irritação vulvar e disúria: é exceção. A parede vaginal das mulheres com VB é de aparência normal e não eritematosa.
Diagnóstico
1- Quais os critérios diagnósticos?
1- A VB pode ser diagnosticada pelo uso de critérios clínicos, chamados critérios de Amsel ou pela coloração de Gram. Considera-se portador aquele paciente que tiver três dos quatro critérios de Amsel. São eles:
• Corrimento branco acinzentado, homogêneo, fino.
• pH vaginal > 4,5.
• Teste das Aminas (whiff test) positivo
• Visualização de clue cells no exame microscópico a fresco da secreção vaginal.
Diante de esfregaço sugestivo de VB (PMN:EC < 1; Clue cells), é prudente a realização de bacterioscopia pelo Gram. A coloração Gram é usada para determinar a concentração relativa de lactobacilos (bastonetes longos Gram-positivos), bastonetes Gram-negativos e Gram-variáveis e cocos (G. vaginalis) e bastonetes curvos Gram-negativos (Mobiluncus).
Tratamento
1- Quais as indicações?
2- Quais os medicamentos disponíveis?
3- Qual a conduta em puérperas e gestantes?
4- E nos casos recorrentes?
5- Além das drogas, que outras considerações terapêuticas são relevantes?
1- • Mulheres sintomáticas, incluindo as gestantes.
• Gestantes assintomáticas com complicações obstétricas e alto risco para parto prematuro
2- • Primeira opção: Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos, VO,
2x/dia, por 7 dias OU metronidazol gel vaginal 100 mg/g, um aplicador cheio, via vaginal, à noite ao se deitar, por 5 dias.
• Segunda opção: Clindamicina 300 mg, VO, 2x/dia, por 7 dias.
3- • Primeiro trimestre: Clindamicina 300 mg,
VO, 2x/dia, por 7 dias.
• Após o primeiro trimestre: Metronidazol
250 mg, 1 comprimido, VO, 3x/dia, por 7 dias.
4- Metronidazol 250 mg, 2 comprimidos, VO,
2x/dia, por 10-14 dias OU
Metronidazol gel vaginal 100 mg/g, um aplicador cheio, via vaginal, à noite ao se deitar, por 10 dias, seguido de tratamento supressivo com duas aplicações semanais, por 4 a 6 meses.
É preciso, ainda, um seguimento das pacientes.
5- • Abstinência sexual ou usar preservativos correta e consistentemente na vigência do tratamento da VB.
• Abstinência alcoólica por 24h após o término do tratamento
• Evitar duchas vaginais
Complicações
1- Quais as complicações obstétricas?
2- Quais as complicações ginecológicas?
1- Abortamento; Parto prematuro; Rotura prematura de membranas ovulares; Corioamnionite; Infecção placentária; Infecção pós-cesariana (infecção da ferida operatória, abscesso de parede e endometrite); Colonização no recém-nato.
2- Endometrite, salpingite, pelveperito- nite, celulite de cúpula vaginal, DIP, infecções pós-operatórias e infecção pelo HIV.