Vulvovaginites e Vaginoses: Candidíase Vulvovaginal Flashcards
Definição 1- Qual o conceito de CVV? 2- Qual o patógeno mais comum? 3- Quais os fatores de risco? 4- Qual sua relação com a atividade sexual?
1- A candidíase vulvovaginal é a segunda causa mais comum de corrimento vaginal. É uma infecção da vulva e vagina causada por um fungo do gênero Candida, capaz de se proliferar em ambiente ácido, apesar da ação dos lactobacilos.
2- Aproximadamente 85% dos casos são atribuídos à espécie Candida albicans e 10 a 15% dos casos a outras espécies não albicans
3- • Gravidez;
•Uso de contraceptivos orais com altas dosagens de estrogênio;
• Terapia de reposição hormonal somente com estrogênio;
•Diabetes mellitus (descompensado);
• Uso de DIU;
• Tireoidopatias;
• Obesidade;
•Uso de antibióticos, corticoides ou imunossupressores;
• Hábitos de higiene e vestuário inadequados (diminuem a ventilação e aumentam a umidade e o calor local);
• Contato com substâncias alérgenas e/ou irritantes (ex.: talco, perfume, desodorante);
• Alterações na resposta imunológica (imunodeficiência, estresse), inclusive a infecção pelo HIV.
4- A CVV é considerada como doença “eventualmente de transmissão sexual”. A Candida sp. faz parte da flora vaginal normal, podendo ser ide tificada em mulheres virgens na menacme. Há aumento na frequência de CVV por ocasião do início da atividade sexual regular. No entanto, episódios individuais de vulvovaginite por Candida sp. não parecem estar relacionados com o número de parceiros e nem com a frequência de coito, mas sim com o sexo orogenital.
Quadro clínico
1- Quais os sinais e sintomas possíveis?
2- Quando as queixas costumam ser mais marcantes?
3- O que define a doença complicada?
1- •Prurido vulvovaginal: é o principal sintoma. Possui intensidade variável, de leve a insuportável, que piora à noite e é exacerbado pelo calor local.
• Queimação vulvovaginal.
• Dor à micção (disúria).
• Dispareunia.
• Corrimento branco, grumoso, inodoro e com aspecto caseoso (“leite coalhado”), aderentes às paredes vaginais.
•Escoriações de coçadura.
• Hiperemia, edema, fissuras e maceração da vulva.
• Vagina e colo recobertos por placas brancas ou branco acinzentadas, aderidas à mucosa.
2- Tendem a se manifestar ou se exacerbar na semana antes da menstruação, quando a acidez vaginal é máxima. Há melhora dos sintomas durante a menstruação e no período pós-menstrual.
3- • Sintomas graves: eritema e edema vulvares extensos, presença de escoriações e fissuras.
• Recorrente (quatro ou mais episódios em um ano).
•Espécies não albicans.
• Hospedeiro Anormal (diabetes mal controlado, infecções recorrentes, gravidez, imunossupressão).
Diagnóstico
1- Como é feito o diagnóstico de CVV?
2- Quando é útil a cultura?
1- Na maioria dos casos, o quadro clínico e o exame a fresco (presença de pseudo -hifas ou leveduras, mais evidentes sob aplicação de KOH) são suficientes para o diagnóstico. No teste do pH vaginal são mais comuns valores < 4,5. O teste das aminas é negativo.
2- Na vigência de candidíase vulvovaginal recorrente, a realização de cultura pode ser útil para avaliar a presença de espécies não albicans.
Tratamento 1- Qual a droga disponível? 2- Qual a conduta em gestantes? 3- E em casos recorrentes? 4- E em candidíase complicada? 5- Além das drogas, quais outras considerações terapêuticas devem ser levadas em conta?
1- • Primeira opção: Miconazol creme vaginal a 2%, um aplicador cheio, à noite ao se deitar, por 7 dias
• Segunda opção: Fluconazol 150 mg VO dose única.
2- Durante a gestação, o tratamento deve ser realizado somente por via vaginal, pelo uso de derivados azólicos por pelo menos sete dias. O tratamento oral está contraindicado na gestação e lactação.
3- Mesmas opções do tratamento da candidíase vaginal, por 14 dias OU
Fluconazol 150 mg, VO, 1xdia, dias 1, 4 e 7, seguido de terapia de manutenção: fluconazol 150mg, VO, 1xsemana, por 6 meses.
Está indicado o seguimento da paciente com persistência ou recorrência dos sintomas nos dois primeiros meses após seu aparecimento inicial.
4- As drogas orais são preferíveis às tópicas no tratamento da infecção complicada. O fluconazol (100, 150 ou 200 mg) é a droga de escolha, com uma dose semanal durante seis meses.
5- • As parcerias sexuais não precisam ser tratadas, exceto os sintomáticos
• Devem ser evitadas outras drogas, principalmente antagonistas do canal de cálcio, agentes hipoglicemiantes orais, cisaprida, ciclosporina A, teofilina, fenitoína e inibidores da protease, tacrolimus, rifampicina, entre outros.