Parto: O trajeto Flashcards
Anatomia
1- De que é composta a pelve feminina?
2- Por onde se estende o trajeto do parto, qual seu formato e quais os estreitamentos anulares?
1- • Órgãos genitais externos (vulva em conjunto com o períneo)
• Órgãos genitais internos (vagina, útero, trompas de falópio e ovários).
2- Do útero à fenda vulvar em forma de um J. Há nele três estreitamentos anulares:
• Orifício cervical
• Diafragma pélvico (urogenital)
• Óstio vaginal (fenda vulvovaginal)
Trajeto Mole
1- De que é constituído?
1- Segmento inferior do útero, colo do útero, vagina e região vulvoperineal.
Colo uterino
1- Quais modificações ele sofre durante a fase de pré-parto e, mais caracteristicamente, durante a deflagração do trabalho de parto?
1- • Apagamento: diminuição progressiva da espessura do colo (de aproximadamente 3 cm para menos de meio centímetro)
• Dilatação: de 0 até 10 cm.
Segmento inferior do útero
1- Quais modificações ele sofre durante o trabalho de parto?
1- Durante o trabalho de parto, o colo uterino dilata-se progressivamente e, gradativamente, é incorporado ao segmento uterino inferior. Ocorre, então, distensão deste.
Vagina
1- Quais modificações ele sofre durante o trabalho de parto?
1- Durante a gravidez, suas paredes adquirem grande elasticidade e, por esse motivo, a expulsão do feto geralmente ocorre sem lacerações importantes.
Região vulvoperineal
1- Quais modificações ele sofre durante o trabalho de parto?
1- Durante o parto, estas estruturas precisam se distender sem a ocorrência de lesões, para que a estática pélvica se mantenha após o parto.
Distocias do Trajeto mole
1- Quais as topografias possíveis?
2- Quais as principais causas de acordo com a topografia?
1- Quaisquer porções do canal do parto (útero, colo, vagina, vulva) 2- • Vulvares: Atresia da vulva; Rigidez vulvovaginal; Hematomas e trombos; Lesões e tumores inflamatórios; Condiloma acuminado; Cistos; • Vaginais: Atresia vaginal; Septos longitudinais e transversais; Constricção anular congênita; Cisto do ducto de Gartner; Cistocele e retocele; Neoplasias (mioma, carcinoma, sarcoma); Contração tetânica do elevador do ânus; • Cervicais: Atresia e estenose; Carcinoma do colo uterino; • Uterinas e tumores prévios: Anteflexão e retroflexão uterina exagerada; Miomas uterinos; Tumores ovarianos; Bexiga distendida; Rim pélvico.
Trajeto duro
1- Quais os seus constituintes?
2- Como eles são divididos e qual deles é mais importante no parto?
1- A bacia ou pelve é o canal ósseo do parto. É constituída pelos dois ossos ilíacos, sacro, coccige (ou cóccix) e pube, com suas respectivas articulações (sínfise púbica, sacroilíacas, sacrococcígea). O promontório corresponde ao vértice da articulação entre a quinta vértebra lombar e o sacro.
2- • Grande bacia ou pelve falsa
• Pequena bacia ou pelve verdadeira ou “bacia obstétrica”: é a mais importante no parto, por constituir o canal ósseo por onde o feto passa durante o mecanismo de parto. Em outras palavras, os seus diâmetros devem ser compatíveis com a biometria fetal para que o parto vaginal possa ocorrer.
Pequena bacia
1- O que são os estreitos da bacia?
2- Quais são eles?
1- São os planos de maior dificuldade à passagem fetal, que podem atrapalhar o parto vaginal.
2- Estreito superior, estreito médio e estreito inferior.
Conjugatas
1- Como são chamados os diâmetros anteroposteriores da bacia?
2- Como o diâmetro anteroposterior do estreito superior pode ser dividido e qual sua medida/importância?
3- Qual a medida do diâmetro anteroposterior do estreito médio?
4- O que define o diâmetro anteroposterior do estreito inferior?
1- Conjugatas
2- • Conjugata Anatômica ou Vera Anatômica: linha que une a borda superior da sínfise púbica e o promontório (11 cm).
• Conjugata Obstétrica ou Vera Obstétrica: distância entre o promontório e a face interna da sínfise púbica. Representa o espaço real do trajeto da cabeça fetal (10,5 cm).
• Conjugata Diagonal ou Diagonalis: linha que une o promontório e a borda inferior do osso púbico (12 cm). Na avaliação pelo toque vaginal, esta é a medida empregada para estimativa do diâmetro da conjugata obstétrica (vera obstétrica) na pelvimetria clínica. Em geral, o diâmetro da conjugata obstétrica é 1,5 cm menor que a conjugata diagonalis.
3- Diâmetro anteroposterior: em nível das espinhas ciáticas, mede 12 cm.
4- Conjugata Exitus: liga a borda inferior do osso púbico ao coccige, e mede 9,5 cm. Entretanto, pelo movimento da cabeça fetal durante o desprendimento pode alcançar 11 cm pela retropulsão do coccige.
1- Qual o plano de menor dimensão da pelve? Onde ele é situado?
1- Diâmetro transverso do estreito médio ou Biespinha ciática, situado no estreito médio.
Tipos fundamentais de Bacia
1- Quais os tipos fundamentais de bacia de acordo com a importância prática e prognóstico do parto?
2- Quais os tipos fundamentais de bacia de acordo com a clínica?
1- • Bacia ginecoide: Constitui a pelve feminina típica, de forma arredondada. É a bacia que apresenta melhor prognóstico para o parto vaginal.
• Bacia androide: Possui as características da bacia masculina normal, de forma triangular. O parto por via baixa não tem bom prognóstico. Apresenta um aumento da incidência de posteriores (oblíquas e diretas) e distocias crescentes com a progressão da apresentação.
• Bacia antropoide: É semelhante à bacia dos antropoides superiores (gorilas), de forma oval. Apresenta um aumento da incidência de posteriores (oblíquas e diretas). No entanto, todas as referências concordam que se não houver distocia no estreito superior, não haverá no resto da bacia, e o parto possui bom prognóstico.
• Bacia Platipeloide: É o tipo mais raro de bacia, de forma achatada no sentido anteroposterior. Caracteristicamente, a apresentação se insinua nos diâmetros transversos. A distocia é maior na insinuação, e posteriormente se ameniza.
• Pelves assimétricas: são as que não se enquadram exatamente em nenhum tipo fundamental classificado acima.
2- • Normal: correspondendo à ginecoide.
• Bacia regular e igualmente estreitada: dimensões reduzidas de forma regular.
• Bacia infundibuliforme: em forma de funil, com estreitamento do estreito inferior.
• Bacia chata: correspondente à platipeloide.
• Bacia irregular: correspondente às assimétricas.
Planos da bacia
1- O que são os planos da Bacia?
2- Qual é o plano mais empregado no acompanhamento do trabalho de parto? Caracterize-o
1- Constituem planos imaginários que foram descritos com o intuito de facilitar a avaliação da altura da apresentação na pelve feminina.
2- Planos De De lee. O diâmetro biespinha isquiática ou terceiro plano de Hodge é o plano de referência “0”. A partir deste plano, a apresentação é estimada em centímetros positivos caso a apresentação fetal o tenha ultrapassado, e em centímetros negativos caso a apresentação não o tenha alcançado. Também nessa topografia “0” emergem os nervos pudendos, que são comumente anestesiados no parto vaginal.
Pelvimetria
1- Qual o tipo de pelvimetria que hoje assume grande importância?
2- Como é feita avaliação do estreito superior?
3- Como é feita avaliação do estreito médio?
4- Como é feita avaliação do estreito inferior?
1- A pelvimetria interna faz parte do exame físico do obstetra e deve ser realizada de forma ordenada e sequencial. Ela busca avaliar clinicamente os diâmetros internos da bacia por meio do toque vaginal e assim prever as dificuldades do mecanismo de parto.
2- A conjugata vera obstétrica é avaliado pela observação clínica da conjugata diagonal. A conjugata obstétrica só pode ser estimada radiograficamente. Quando se alcança o promontório no toque vaginal bidigital, é aferida a distância entre a extremidade dos dedos do examinador e o ponto da mão que apresentou contato com a sínfise púbica. Dessa forma, é obtida a conjugata diagonalis. A conjugata vera obstétrica corresponde a menos 1,5 cm da medida da diagonalis. A observação de uma conjugata diagonalis maior que 11,5 cm (conjugata obstétrica maior que 10 cm) ou um promontório inatingível significam que o tamanho da pelve é provavelmente adequado para a passagem de um feto de tamanho normal.
3- A avaliação direta não é possível, de forma que o obstetra deve avaliar alguns parâmetros, tais como:
• Espinhas ciáticas e paredes pélvicas: espinhas ciáticas proeminentes e paredes pélvicas convergentes representam um provável estreitamento nesta região, que resulta em um pior prognóstico ao parto transpélvico.
• Diâmetro interespinhoso: o estreitamento do estreito médio deve ser cogitado, numericamente, caso seja menor que 10 cm. A impossibilidade ao parto vaginal pode ser assegurada se este diâmetro é inferior a 8 cm.
4- É realizada pela avaliação clínica do diâmetro entre as tuberosidades ciáticas. Os valores normais são considerados iguais ou maiores do que 8 cm.
Outros aspectos
1- Qual a relação do Ângulo subpúbico e o prognóstico do parto?
2- Qual a relação da curvatura sacra e o prognóstico do parto?
3- Qual a relação do feto e o prognóstico do parto?
4- Que outros fatores influenciam no prognóstico do parto?
1- Quanto maior o ângulo, melhor o prognóstico do parto, com menor solicitação do períneo e melhor adaptação cefálica.
2- A excessiva concavidade anterior do sacro amplia o estreito médio. A presença de um sacro reto reduz a capacidade do estreito médio.
3- O feto de tamanho desproporcionalmente elevado por comorbidades maternas (diabetes gestacional), ou por alterações estruturais do próprio concepto (hidrocefalia e hidropsia) pode representar um obstáculo ao parto transpélvico. Portanto, o princípio maior do parto transpélvico é a proporcionalidade entre os diversos pontos da pelve feminina e entre essa e o feto.
4- Retropulsão coccígea e insinuação