Pré-natal: Vacinação e Medicamentos Flashcards
Medicamentos
1- Qual a recomendação quanto ao uso de medicações durante a gestação?
1- Com raras exceções, qualquer droga que exerça um efeito sistêmico na mãe atravessará a placenta e chegará ao feto. Portanto, recomenda-se evitar qualquer medicação durante a gravidez, especialmente no 1º trimestre, a menos que haja indicação imperiosa para sua utilização.
Tétano
1- Quando ela é indicada?
2- Qual a dose indicada?
3- Qual a conduta caso a gestante não complete o esquema de três doses durante a gravidez?
1- A vacinação depende do estado vacinal da puérpera:
• Esquema incompleto (< 3 doses): Completar esquema vacinal (< 3 doses) independente do tempo transcorrido desde a última dose. Se não vacinada administra-se as 3 doses; Se vacinada com uma dose de dT, administra-se uma outra de dT e uma de dTpa; Se vacinada com duas doses de dT, administra-se uma de dTpa;
• Esquema completo há menos de cinco anos: Não há necessidade de reforço vacinal com dT. Completa-se com dTpa.
• Esquema completo há mais de cinco anos: Dose adicional de reforço de dT e dTpa.
A aplicação deve ser feita a partir de 20 semanas para profilaxia do tétano neonatal;
2- Duas doses da vacina dupla adulta (difteria e tétano) são suficientes para prevenção do tétano neonatal, sendo que a última dose deve ser administrada até 20 dias antes da data provável do parto. Lembrando que elas devem ter intervalo de 60 dias (ou pelo menos 30 dias). Há, ainda, reforço ou complementação do esquema pela vacina tríplice bacteriana acelular do adulto (dTpa) contra difteria, tétano e coqueluche (pertussis acelular) entre a 27ª a 36ª semana.
3- Este deverá ser completado no puerpério ou em qualquer outra oportunidade.
Influenza
1- Quando ela é indicada e porque?
2- Por que opta-se pelo uso de vacina sem adjuvante?
3- Existem riscos?
1- É recomendada a todas as gestantes, em qualquer período gestacional (não contêm adjuvante), durante a campanha anual contra influenza sazonal, já que as grávidas são consideradas como grupo de risco para a influenza pandêmica H1N1.
2- • Não atrapalha a operacionalização da vacinação
• Evita que qualquer intercorrência na gestação de mulher inadvertidamente vacinada antes do 2º trimestre da gravidez viesse a ser atribuída à vacina.
3- Não há risco em vacinar grávidas, não havendo evidências de que a vacina possa causar dano ao feto ou afetar a capacidade reprodutiva, ou, também, sobre a ocorrência de aborto provocado pela vacina.
Hepatite B
1- Quando ela é indicada?
2- Qual a dose indicada?
1- É recomendada para evitar a contaminação da gestante e prevenir a transmissão vertical em todas as gestantes após o primeiro trimestre.
2- São 3 doses, devendo haver um intervalo de 30 dias entre a primeira e a segunda dose e de 180 dias entre a primeira e a terceira dose.
Raiva
1- Quando ela é indicada?
1- Em caso de exposição ao vírus.
Rubéola
1- Quando ela é indicada?
2- Quais os riscos e cuidados ao tomá-la durante a gravidez?
3- Quais as consequências da infecção na gestação trimestralmente?
4- Qual tratamento?
1- É recomendável antes de planejar a gestação, devendo aguardar um intervalo mínimo de um mês após sua aplicação para engravidar.
2- A gestante, nesse caso, deve ser encaminhada para centros de referência, embora não exista relato documentado de rubéola intraútero a partir de contaminação pela vacina.
3- • Primeiro trimestre: pode causar abortamento, morte fetal, parto prematuro, malformações congênitas e em 80% das crianças, a síndrome da rubéola congênita. As malformações podem ser graves, com comprometimento ocular (catarata, glaucoma, microftalmia), auditivo (surdez total), cardíaco (persistência do canal arterial, defeitos de septo) e neurológico (retardo mental, microcefalia) ou discretas, como deficit auditivo parcial ou pequenos defeitos cardíacos. Algumas manifestações, como diabetes, podem surgir de dois a quatro anos após o nascimento.
• Após o quarto mês: a deficiência auditiva pode ser a única manifestação da rubéola congênita.
• Último trimestre: os riscos da síndrome da rubéola congênita são praticamente inexistentes.
4-Não existe tratamento específico para a rubéola e nenhum deles reduz o risco da transmissão vertical. Os antitérmicos e analgésicos, caso necessário, podem ser utilizados para controlar a febre. Por outro lado, os medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico não devem ser usados, pelo risco de ocorrerem sangramentos (a rubéola diminui o número de plaquetas) e, em crianças, também pela possibilidade de Síndrome de Reye.
Febre amarela
1- Quando ela é indicada? E em gestantes?
2- Lactentes podem ser vacinadas?
3- Qual a dose indicada?
1- A vacina é administrada a partir dos nove meses de idade. De modo geral, é contraindicada em gestantes, porém seu uso pode ser liberado em situações de surto, se a gestante reside ou tem viagem inevitável para áreas endêmicas, devido à alta morbidade da doença na gestação.
2- Lactantes que amamentam crianças menores de seis meses não devem ser vacinadas.
3- Dose única, com nova dose devendo ser administrada a cada dez anos, a partir da última dose.
Coqueluche
1- Quando ela é indicada?
2- Qual a dose indicada?
1- A vacina dTpa é indicada para todas as gestantes a partir da 27ª a 36ª semana de gestação.
2- Ela pode, preferencialmente, ser administrada até 20 dias antes da data provável do parto, devendo ser aplicada a cada gestação, visto que os anticorpos possuem curta duração;
Imunoglobulinas
1- Quando e quais imunoglobulinas tem uso indicado em gestante?
2- Qual dessas profilaxias pós-exposição não se alteram na gravidez?
1- Imunoglobulina contra varicela, sarampo, hepatite B e tétano podem ser utilizadas, contanto que tenham indicação precisa.
2- Hepatite A, B, raiva, sarampo e tétano.
Varicela-Zóster
1- Quando ela é indicada a gestante? E ao recém-nascido?
2- Qual a dose indicada?
1- • Gestantes: Para gestantes susceptíveis expostas ao vírus da varicela, recomenda-se a administração de Imunoglobulina para Varicela-Zóster (VZIG) até 96 horas após o contato, com o intuito de reduzir as complicações maternas graves decorrentes da infecção. Não se sabe se essa medida é capaz de prevenir a ocorrência da varicela congênita.
• Recém-nascidos: Quando a infecção materna por varicela ocorre próximo ao parto (entre cinco dias antes até dois dias após o parto), recomenda-se administrar imunoglobulina ao recém-nascido, para reduzir as taxas de complicações e de mortalidade.
2- A dose recomendada é de 125 UI/kg, administradas pela via intramuscular, até dose máxima de 625 UI/kg.
Medicações
1- Defina os grupos de classificação das drogas de acordo com o risco fetal
2- Qual a recomendação de uso na gestação?
1- • A: Não demonstraram risco de anomalias fetais.
• B: Há efeitos adversos, porém não confirmaram o risco fetal.
• C: Não há estudos bem controlados em mulheres grávidas.
• D: Há evidência positiva de risco fetal em humanos. Porém, os benefícios podem ultrapassar os riscos potenciais.
• X: Há efeitos deletérios sobre o concepto. O uso está contraindicado em gestantes ou mulheres que pretendem engravidar.
2- • Classes A e B: prescrição liberada;
Classe C: prescrição restrita. Deve-se avaliar riscos e benefícios e prescrever apenas na ausência de outra alternativa;
Classes D e X: prescrição proibida. Deve-se prescrever só em casos excepcionais.
Antimicrobianos, Antifúngicos, Anti-Helmínticos, Antirretrovirais e Agentes Ceratolíticos
1- Quais os medicamentos merecem maior atenção durante a gestação?
2- Classifique-os
1- • Antimicrobianos (Sulfas, vancomicina, quinolona, pirazinamida, estreptomicina);
Anti-fúngicos (Anfotericina B, anfotericina B lipossomal, miconazol e nistatina, cetoconazol, griseofulvina, metronidazol, secnidazol, tinidazol, fluconazol e isoconazol);
Anti-helmínticos (mebendazol, albendazol, piperazina, tiabendazol, praziquantel e oxamniquine);
Antirretrovirais (efavirenz, osamprenavir e a associação Didanosina/Estavudina).
2- • Classe B: Anfotericina B, Anfotericina B lipossomal, miconazol, nistatina, Piperazina, praziquantel;
Classe C: Vancomicina, Quinolona, Pirazinamida (droga do esquema tuberculostático), Mebendazol, albendazol, tiabendazol e oxamniquine; Cetoconazol, griseofulvina, metronidazol, secnidazol, tinidazol, fluconazol e isoconazol podem ser utilizados a partir do 2º trimestre;
Classe D: Sulfas, Estreptomicina (droga do esquema tuberculostático).
Medicações cardiovasculares, anticoagulantes e antiagregantes plaquetários.
1- Quais os medicamentos merecem maior atenção durante a gestação?
2- Classifique-os
1- •IECA
Betabloqueadores (atenolol, propranolol, pindolol, sotalol, carvedilol e metoprolol)
Diuréticos
Bloqueadores dos canais de cálcio (diltiazem, felodipina, nimodipina, nifedipina, isradipina e verapamil)
Antiagregantes plaquetários (heparina de baixo peso molecular ou não fracionada, cumarínicos, dipiridamol, ticlopidina e tirofiban e AAS em baixas doses)
2- • Classe B: Pindolol, Heparina de baixo peso molecular ou não fracionada, Ticlopidina, Tirofiban
Classe C: Propanolol (1º trimestre), IECA (1º trimestre), BCC, Dipiridamol, AAS em baixas doses, Furosemida
Classe D: Propanolol (2-3º trimestre), IECA (2-3º trimestre), Atenolol, Cumarínicos (1º trimestre e no final da gestação), HCTZ e espironolactona
Drogas para o tratamento da asma brônquica
1- Quais os medicamentos merecem maior atenção durante a gestação?
1- A grande maioria pode ser prescrita com segurança, incluindo adrenalina e glicocorticoides.
Anticonvulsivantes
1- Consequências da epilepsia e do uso de anticonvulsivantes.
2- Qual a conduta nesses casos?
3- Classificações
1- Maior probabilidade de fetos malformados, devido a teratogenicidade das drogas e da própria doença.
2- Utilizar o menor número de drogas possível e só associar outras drogas caso a dose máxima da primeira seja atingida e o efeito ainda não seja adequado.
3- • Classe C: Carbamazepina, Topiramato, Lamotrigina
• Classe D: Hidantoína, Ácido valproico, Fenobarbital