Sífilis Flashcards
1-Definição
2-Vias de transmissão
3-Como ocorre a transmissão
4-Agente etiológico
5-Fator indispensável para o desenvolvimento da bactéria
6-Classificação da doença de acordo com a via de contaminação
7-Classificação da sífilis adquirida em relação a epidemiologia
8-Classificações e suas divisões
1-Doença infecciosa, sistêmica, de evolução crônica, sujeita a surtos de agudização e a períodos de latência.
2-Via sexual (principalmente genital), transplacentária ou transfusão sanguínea.
3- A espiroqueta é capaz de penetrar a pele ou as mucosas, determinando, no local da inoculação, a lesão
característica da fase primária, o protossifiloma ou cancro duro.
4-Bactéria espiroqueta
anaeróbia do gênero
Treponema pallidum.
5-Umidade. Por isso, as lesões crescem preponderantemente
na boca e nas regiões genitoanais.
6- Adquirida ou congênita
7-Recente ou tardia
8-•Sífilis Adquirida Recente (até 1 ano após a infecção): divide-se em primária,
secundária e latente recente.
•Sífilis Adquirida Tardia (mais de 1 ano de evolução): divide-se em latente tardia e terciária.
•Sífilis Congênita: divide-se em recente (manifestação até 2 anos de idade) ou tardia (após os 2 anos).
Formas clínicas da sífilis: Sífilis primária
1-Definição
2-Características da lesão primária
3-Características da linfadenopatia regional
4-Por quanto tempo persiste a lesão?
5-A lesão primária é sempre vista?
1-Caracterizada pelo surgimento do cancro duro após cerca de 10-90 dias (em média 21 dias).
•Lesão lesão ulcerada de coloração rósea; geralmente única e indolor; com 1 a 2 cm; bordas bem delimitadas, endurecidas e elevadas; fundo limpo, liso e brilhante; secreção serosa escassa; associada a linfadenopatia regional.
3- Surge 7-10 dias após lesão primária, geralmente é unilateral, múltipla, não supurativa, móvel, indolor e sem sinais flogísticos.
4-A lesão desaparece após 4 semanas (podendo persistir até oito semanas) mesmo na ausência de tratamento, sem deixar cicatrizes na maioria dos casos. Após o tratamento, cura rapidamente e deixa de ser infectante em 24 horas.
5-Em cerca de 50% das mulheres e em 30% dos
homens, a lesão primária nunca é vista, impedindo
o diagnóstico clínico nessa fase.
Formas clínicas da sífilis: Sífilis secundária
1-Definição
2-Características da lesão
3-Apresenta linfadenopatia?
4-Sintomas gerais ocasionalmente encontrados
5-Pode ocorrer invasão do sistema nervoso?
6-Quando as lesões regridem?
7-A fase secundária evolui com novos surtos?
1-Manifesta-se cerca de 4-8 semanas após o desaparecimento da lesão primária (cancro duro).
2-Lesões cutaneomucosas não ulceradas simétricas,
localizadas ou difusas:
•Roséolas: lesões papulares ou planas eritematosas
que acometem principalmente o
tronco.
•Sifílides: lesões papuloerosivas, pustulosas
e hipertróficas que acometem a cavidade
oral, genital, palmas das mãos e plantas dos pés.
•Condiloma plano: formado a partir da confluência de placas infectantes (papulo-
-hipertróficas).
•Placas mucosas: lesões elevadas mucosas.
•Alopecia irregular: couro cabeludo.
•Madarose: queda da porção distal das sobrancelhas.
3-A linfadenopatia generalizada é encontrada em 85% dos pacientes e demora meses para desaparecer.
4-Artralgia, febrícula, cefaleia e adinamia.
5-Sim, durante as primeiras semanas/meses de infecção. É detectada em 40% dos pacientes com sífilis secundária.
6-Espontaneamente em 2-6 semanas e raramente deixam cicatrizes.
7-Sim. Surtos que
regridem espontaneamente entremeados por períodos
de latência cada vez mais duradouros. Por fim, os surtos desaparecem e um grande período de latência se estabelece, no qual o diagnóstico só é possível através de métodos sorológicos.
Formas clínicas da sífilis: Sífilis latente
1-Classificação
2-Definição
3-Duração
4-Pacientes não tratados podem permanecer nessa fase?
5- Diagnóstico
Formas clínicas da sífilis: Sífilis terciária
6-Definição
7-Características da lesão
8-Principais regiões acometidas pelas lesões
9-Todos os pacientes evoluem para a forma terciária?
1-•Recente: <1 ano de evolução
•Tardia: >1 ano de evolução.
2-Caracterizada pela ausência
de sinais e sintomas.
3- Pode durar de 3 a 20 anos.
4-Sim, cerca de 2/3 dos pacientes não tratados permanecem nesta fase indefinidamente e sem
complicações.
5- Métodos sorológicos.
6-Os sintomas aparecem cerca de 3-20 anos
após a infecção devido a complexos imunológicos.
7-Formação de granulomas destrutivos (gomas) e ausência quase total de treponemas. Lesões gomosas podem invadir e perfurar o palato e destruir a base óssea do septo nasal.
8-Lesões localizadas envolvendo pele e mucosas, sistema cardiovascular e nervoso.
9-1/3 dos pacientes com sífilis secundária não tratados obtém a cura clínica e sorológica,
outro terço evoluirá sem sintomatologia, mas
mantendo as provas sorológicas não treponêmicas positivas. E, num último grupo, a doença volta a se manifestar (sífilis terciária).
Diagnóstico
1-Exames para diagnóstico laboratorial
2-Por que VDRL pode ser falso-positivo?
3-Situações em que VDRL é falso-positivo.
4-Quando realizar um exame não treponêmico?
5-Os exames não treponêmicos estão relacionados com a progressão da doença?
6-Quando considerar VDRL sugestivo de infecção?
7-Quando ocorre a negativação dos títulos no VDRL?
8-Quando considerar que o indivíduo adquiriu memória sorológica?
9-O que o achado de títulos baixos pode indicar?
10-Como proceder quando um teste rápido é utilizado para triagem?
11-Interpretação do perfil sorológico da sífilis após VDRL (não treponêmico)
12-Interpretação do perfil sorológico da sífilis após FTA-Abs (treponêmico)
1-•Pesquisa direta: identificação do agente etiológico a partir da análise do material da raspagem da lesão ulcerada durante a sífilis primária ou punção de linfonodos (único método diagnóstico de sífilis precoce).
•Campo escuro: identificação do T. pallidum
em material das lesões ulceradas, lesões de mucosa ou condilomatosas. É o padrão-ouro para
diagnóstico da sífilis primária
•Imunofluorescência direta:
Apresenta limitações, pois identifica tanto pessoas
com tratamento anterior para sífilis quanto
indivíduos sem tratamento ou tratamento
incompleto para sífilis.
•Sorologia não treponêmica (VDRL, RPR e TRUST): utilizada para rastreio da sífilis, no entanto são relativamente inespecíficos e não são absolutos para sífilis.
•Sorologia treponêmica (FTA-Abs, MHA-TP, ELISA, TPI, EQL, TPHA e testes rápidos): detectam anticorpos contra as espiroquetas e, portanto, confirmam o contato com o treponema. São os primeiros a positivar, tornando-se reativos a partir de 7-15 dias da infecção. Em geral, devem ser reservados para a confirmação de um teste não treponêmico positivo. É comum permanecerem positivos, mesmo após tratamento eficaz
2-Porque o VDRL baseia-se na detecção de anticorpos
contra os componentes cardiolipínicos do T. pallidum e a cardiolipina é um componente da membrana plasmática das células dos mamíferos liberado após algum dano celular.
3-•LES
•Síndrome antifosfolipídeo
•Mononucleose
•Malária
Doença de Chagas
•Leptospirose
•Tuberculose
•Doenças febris
•Hanseníase
•Vacinação
•Idosos
•Gravidez
4-Tornam-se reativos 3-6 semanas após a infecção ou 2-3 semanas após o aparecimento da lesão primária (cancro duro).
5- Não. Atingem seus maiores níveis na fase secundária e declinam na fase latente e terciária.
6-• Títulos maiores que 1:4 (1:8, 1:16, 1:32, 1:64…).
• Aumento dos títulos em quatro vezes em sorologias
sequenciais (por exemplo, 1:4 - 1:16).
• Positivação dos títulos em sorologias sequenciais.
.7-A redução dos títulos ocorre após o primeiro ano
da doença (mesmo nos casos não tratados) e a negativação só acontece entre 9-12 meses após tratamento. Às vezes,
mesmo com a infecção tratada persistem positivos
por toda a vida.
8-Após 3 títulos sucessivamente baixos (menores ou iguais a 1/8) sem indício de reinfecção.
9-Títulos < 1:16 podem indicar um quadro de sífilis muito recente, muito antiga ou tratada (cicatriz sorológica) ou ainda um resultado falso-positivo.
10-Nos casos reagentes, uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste não treponêmico. Em caso de gestante, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste reagente, treponênico
ou não treponêmico, sem aguardar o resultado do segundo teste.
11-•Não reagente: Negativo para sífilis, mas pode ser janela imunológica; Sífilis primária precoce ou doença de longa evolução; possivelmente curada.
•Reagente: falso-positivo; Doença não tratada ou tratada recentemente.
12-•Não reagente: Negativo para sífilis, mas pode ser janela imunológica; Falso-positivo.
•Reagente: Sífilis primária precoce ou doença de longa evolução; possivelmente
curada; Doença não tratada ou tratada recentemente.
Tratamento
1-Droga de escolha
2-Alergia à penicilina/Alternativa a penicilina
3-Medicação para doença em estágio recente (primária, secundária ou latente recente < 1ano de evolução)
4-Medicação para doença em estágio tardio (latente tardia, latente de duração incerta ou terciária)
5-Gestante
6-Neurossífilis
7-Tratamento do parceiro sexual
8-Seguimento
9-Quando considerar falha terapêutica?
1-Penicilina G parenteral, exceto na neurossífilis.
2-O diagnóstico de alergia à penicilina deve ser adequadamente avaliado antes de se indicar outro medicamento para o tratamento da sífilis. A droga recomendada é o ceftriaxone para todas as formas de manifestação de sífilis.
3- Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI IM dose única (1,2 em cada glúteo).
4-Penicilina G benzatina 2,4 milhões UI IM, 3 doses com intervalo de 1 semana.
5-Penicilina G benzatina 2,4 UI IM, dose de acordo com a fase da doença. Em caso de alergia, recomenda-se dessensibilização. O uso do ceftriaxone é considerado tratamento inadequado e o RN deve ser avaliado.
6-Penicilina G cristalina (3,4 milhões UI IV) 4/4h por 14 dias.
7-O parceiro sexual de uma paciente com sífilis
deve ser testado e tratado para sífilis. Nos casos de sífilis primária, secundária ou latente precoce o parceiro pode estar infectados mesmo apresentando testes imunológicos não reagentes e, portanto, devem ser tratados com apenas uma dose de penicilina.
8-Na sífilis primária ou secundária, os títulos de VDRL caem de forma exponencial, 4x ou 2 títulos ao fim dos primeiros 3 meses, e de 8x ou 4 títulos ao fim de 6 meses, negativando-se em cerca de 1 ano para sífilis primária tratada e em 2 anos para a secundária. Portanto, o seguimento deve ser realizado pela sorologia a cada 3 meses no primeiro ano e, se ainda houver título, de 6 em 6 meses
no segundo ano. Em gestantes, preconizam-se
sorologias mensais.
9-Se houver elevação de títulos dos testes não
treponêmicos em 2 diluições (por exemplo de 1:2 para 1:8) ou interrupção do tratamento. Deve-se repetir a terapêutica.
Sífilis na gravidez
1-Qual a chance de transmissão vertical?
2-Complicações
3-Quando solicitar rastreio da sífilis no pré-natal?
4-Qual a conduta para gestante com VDRL positivo?
5-Seguimento
1-Quanto mais recente
a fase da infecção materna, maiores as
taxas de transmissão vertical da sífilis, devido a maior carga de espiroquetas encontradas nas infecções recentes.
2-• Crescimento intrauterino restrito;
• Óbito fetal;
• Óbito neonatal;
• Parto prematuro;
• Anomalias congênitas.
3-Os testes não treponêmicos (VDRL ou RPR) deverão ser sempre solicitados na 1ª consulta do pré-natal ou no 1º trimestre da gestação e
novamente no último trimestre. Na primeira
consulta, o VDRL ou RPR podem ser substituídos
pelo teste rápido para sífilis. Os testes não treponêmicos também devem ser solicitados
na admissão para parto ou esvaziamento uterino.
4-Toda gestante com
apenas um teste reagente, treponêmico ou não
treponêmico, deve iniciar o tratamento para sífilis sem aguardar o resultado do segundo teste. Além disso, está indicada a realização de USG para avaliar sinais de sífilis congênita (hepatomegalia, ascite e
hidropsia fetal), que sugerem falha de tratamento.
5-As gestantes tratadas requerem seguimento sorológico mensal obrigatório durante a gestação.
Sífilis congênita
1-Diagnóstico
2-Sífilis congênita precoce
3-Sífilis congênita tardia
1-•O RN não infectado pode apresentar anticorpos de origem materna até o 6º mês pós parto, nesses casos os testes treponêmicos podem descartar falsos positivos.
•O FTA-Abs IgG encontrado no RN pode ser oriundo da mãe. A obtenção deste resultado, transcorridos 18 meses após o parto, assegura a infecção da criança.
• O FTA-Abs IgM não ultrapassa a barreira placentária. Portanto, seu achado confirma a origem fetal e a infecção.
2-Causa sinais e sintomas até 2 anos de idade, como baixo peso, coriza serossanguinolenta, obstrução nasal, choro
ao manuseio, icterícia, anemia geralmente
severa, hidropsia, lesões cutâneo-mucosas, etc.
3- Ocorre após os 2 anos. Os sintomas incluem: tíbia em lâmina de sabre, surdez neurológica, deficiência no apredizado, nariz em sela, mandíbula curta, fronte olímpica, etc. somatória: nariz em sela + fronte olímpica + gânglios epitrocleanos palpáveis constituem a “Tríade de Hochssinger”, patognomônica da sífilis congênita.