URO - Urgências Flashcards
Diferença entre emergência e urgência
Emergência - há perigo de vida ou de viabilidade do órgão
Urgência - não há perigo de vida ou de viabilidade.
A emergência precisa de resolução imediata e a urgência não.
O que é um escroto agudo?
Presença de dor local intensa e súbita, acompanhada de edema e eritema.
O escroto agudo acontece em…
Jovens, abaixo dos 30 anos.
Sinal de Prehn no escroto agudo
Negativo
Para além do sinal de Prehn negativo, que outro sinal clínico pode ser pesquisado num escroto agudo?
Ausência de reflexo cremasteriano.
Causa mais grave de escroto agudo
Torção do cordão espermático
Causa mais comum de escroto agudo
Orquiepididimite
Causas vasculares de escroto agudo
Torção do cordão espermático
Torção do apêndice testicular
Enfarte testicular
O que é um hidrocelo comunicante?
É possível esvaziar o hidrocelo, espremendo-o suavemente para o abdómen.
Causas paraescrotais de escroto agudo
Hérnia inguinal
Hidrocelo comunicante
Causas traumáticas de escroto agudo
Hematocelo
Hematoma
Avulsão testicular
Causas sistémicas-dermatológicas de escroto agudo
Edema escrotal idiopático
Dermatites
Eritema multiforme
Eczema de contacto
Causas infecciosas de escroto agudo
Orquiepididimite
Gangrena de Fournier
Até prova em contrário, um escroto agudo é….
Uma torção do cordão espermático.
Como confirmo o diagnóstico de torção do cordão espermático?
Ecodoppler.
O diagnóstico é clínico, mas este MCDT confirma.
A torção do cordão espermático deve ser tratada até…
Até às 6 horas (no máximo até às 12!)
Tratamentos para torção do cordão espermático
Distorção manual ou Exploração cirúrgica ou Orquiectomia (se testículo inviável)
Características típicas do padrão de torção do cordão espermático
Para medial, 2 a 3 voltas.
Processo de fixação testicular
Orquidopexia bilateral
Definição de retenção urinária
Incapacidade de esvaziar voluntariamente a bexiga, embora os rins continuem a produzir urina normalmente
Tipo de retenção urinária que representa uma emergência urológica.
Retenção urinária aguda, com desconforto suprapúbico.
Tipos de causas de retenção urinária aguda
Obstrutivas mecânicas Obstrutivas dinâmicas Neurogénicas Farmacológicas Inflamatórias
Causas obstrutivas mecânicas de retenção urinária
HBP Prostatite Estenose da uretra Litíase vesical Tumor Coágulos Corpo estranho
Principais causas de retenção urinária neurogénica
Lesão medular
AVC
Cirurgia pélvica
DM
Causas inflamatórias de retenção urinária
Prostatite
Cistite
Uretrite
Fármacos muito associados a retenção urinária
Neuroléticos
Antidepressivos
Anti-colinérgicos
Agonistas alfa-adrenérgicos
Ao EO de um doente com história de retenção urinária, é importante…
Palpação (globo vesical e dor) Percussão (macicez) Toque rectal (HBP? Tónus de esfíncteres?) Exame ginecológico Exame neurológico
Como é que distingo com certeza a retenção urinária de anúria num doente com palpação inocente?
Ecografia vesical
Como trato uma retenção urinária?
Algaliação
+
Tratamento da causa subjacente
Se não conseguir algaliar, como trato a retenção urinária?
Cistocateter (punção supra-púbica)
Urgência urológica mais frequente
Cólica renal
A cólica renal deve-se a…
Obstrução aguda, parcial ou completa do ureter.
Etiologia mais frequente de cólica renal
Litíase (90% dos casos).
A cólica renal, em 5-10% dos casos, não é causada por litíase. Nesses casos, a causa pode ser…
Síndrome da junção pielo-ureteral Coágulo Atonia ureteral (por pielonefrite) Necrose papilar Neoplasia urotelial Compressão extrínseca
O que costuma estar por trás da necrose papilar?
Doença vascular, com compromisso do território mais distal das artérias renais.
Principais causas da necrose papilar.
POSTCARDS P - Pielonefrite O - Obstrução urogenital S - Sickle cell disease T - Tuberculose C - Cirrose A - Alcool /Analgesia R - Renal thrombosis D - DM S - Systemic vasculitis
Principais fármacos analgésicos causadores de necrose papilar
Fenacetina
Paracetamol
Locais de obstrução urogenital
Junção pieloureteral Cruzamento dos vasos ilíacos Meato ureteral (intramural)
Hematúria típica da cólica renal
Microcitúria
MCD úteis em caso de cólica renal
Urina II
Hemograma e bioquímica
TAC sem contraste
Rx urinário e ecografia vesical (segunda linha)
Porquê pedir Urina II numa cólica renal?
Avaliar hematúria, piúria e pH
1ª linha para estudo da lombalgia aguda
TAC sem contraste
Três pilares do tratamento conservador da cólica renal
1 - Restrição hídrica
2 - Analgesia EV
3 - Antiemético
Situações que, numa cólica renal, motivam tratamento com colocação de stent ou nefrostomia.
Dor incoercível Infeção ou sépsis Risco de pionefrose Rim único em anúria Obstrução bilateral Cálculo acima de 7mm
Até que dimensões um cálculo costuma passar sem grandes riscos?
7 mm
Indicações para tratamento de cólica renal em ambulatório
Ingestão abundante de água quando sem dor
Antiemético p.o.
Diclofenac (100-150 mg/dia)
Tansolusina 0,4 mg/dia
Mecanismo de ação da tansolusina
Alfa-bloqueante
Tratamento conservador da parafimose
Redução manual (com anestesia local, gelo e/ou lubrificantes).
Compressão da glande durante 2-3 minutos ou punção para drenagem de edema.
Tratamento cirúrgico da parafimose
Dorsal slit
ou
Circuncisão (prevenção de recurrência)
Duração mínima de uma ereção para ser caracterizada como priapismo
4 horas.
Quais são os dois tipos de priapismo?
Alto fluxo (arterial) - não isquémico
Baixo fluxo (venoso) - isquémico
Diferença sintomática entre o priapismo de alto fluxo e de baixo fluxo
O priapismo de baixo fluxo é muito doloroso, enquanto que o de alto fluxo não é.
Qual dos dois tipos de priapismo constitui uma emergência urológica?
Baixo fluxo (veno-oclusivo)
Possíveis consequências de priapismo de baixo fluxo
Disfunção erétil permanente
Necrose peniana
Principais exames decisivos num priapismo
Gasimetria do aspirado (pO2)
Ecodoppler peniano
Principal causa de priapismo isquémico
Anemia falciforme
Para além da anemia falciforme, que outras causas existem de priapismo isquémico?
Leucemia Talassémias Mieloma múltiplo Doença de Fabry Lesão espinhal Fármacos
Fármacos associados a priapismos
Fármacos injetáveis da disfunção erétil Antihipertensivos Antipsicóticos Antidepressivos Anticonvulsivos Valproato de sódio
Principal antidepressivo causador de priapismo
Trazodona
Bichinhos cujo veneno dá priapismo
Aranha bananeira
Viúva negra
Tratamento médico (sem a parte cirúrgica) do priapismo de baixo débito
Punção com drenagem e infusão de fenilefrina (alfa-adrenérgico).
Procedimento de Winter
Usado no priapismo isquémico, é a criação de um shunt entre a glande e o corpo cavernoso
Procedimento de El-Ghorab
Usado no priapismo isquémico, é a excisão de um fragmento de túnica albugínea
Definição de hematúria microscópica
Mais de 3 hemácias por campo
A hematúria, quanto ao timing, pode ser…
Inicial
Terminal
Total
A hematúria inicial tem origem…
Na uretra
A hematúria total tem origem…
Na bexiga ou trato urinário alto.
A hematúria terminal tem origem…
No colo vesical ou na uretra prostática
Prova usada para aferir o timing da hematúria
Prova dos 3 copos
Questões a responder num caso de hematúria
Há hemorragia ativa?
Há repercussão hemodinâmica?
Há anemia?
Qual a origem da hemorragia?
Causas renais de hematúria macroscópica
Tumor
Nefropatia glomerular
Nefropatia tubulo-intersticial ou renovascular
Pielonefrite
Causas uretéricas de hematúria macroscópicas
Litíase
Carcinoma de epitélio de transição
Causas vesicais de hematúria
Tumor
Litíase
Cistite hemorrágica
Homem com hematúria e mais de 50 anos. Devo excluir…
Tumor vesical!
Causas prostáticas de hematúria
HBP
Tumor maligno
Fármacos mais associados a hematúria
Anticoagulantes e antiagregantes
Abordagem imediata face a uma hematúria macroscópica
Avaliação dos sinais vitais Pedir hemograma e coagulação Considerar transfusão Algália de 3 vias Lavagem vesical
Na história clínica do doente com hematúria, é importante dar atenção às áreas endémicas para…
Schistosoma haematobium
e
Tuberculose
Na história clínica do doente com hematúria, na história familiar é importante perguntar…
Doença poliquística renal
Drepanocitose
Na história clínica do doente com hematúria, na medicação é importante perguntar…
Anticoagulantes e antiagregantes
Analgésicos (nefropatia de analgésicos)
MCDTs úteis no doente com hematúria
Hemograma Bioquímica Coagulação Urina II Análise de sedimento urinário Ecografia renal e vesical (eventualmente TC) Cistoscopia Citologia urinária
Tratamento cirúrgico de uma urossépsis
Derivação urinária (stent ureteral ou nefrostomia)
Drenagem de abcessos.
Infeções consideradas emergências urológicas
Urossépsis
Grangrena de Fournier
Factores de risco para grangrena de Fournier
Imunossupressão
DM
Alcoolismo
(trauma e instrumentação também podem ser)
Origens da infeção na Gangrena de Fournier
Urogenital
Anorretal
Cutânea
Bichinhos tipicamente envolvidos na gangrena de Fournier
Enterobactérias Bacteroides Streptococcus Staphylococcus Clostridium
Tratamento básico da gangrena de Fournier
Hidratação e ATB de largo espectro
Desbridamento (eventualmente derivação urinária e fecal)
Oxigenioterapia hiperbárica
Focos mais comuns de sépsis
1 - Pulmão
2 - Abdómen
3 - Urológico
O que é uma sépsis grave?
É uma sépsis com disfunção orgânica/hipoperfusão tecidular.
O que é um choque séptico?
Sépsis grave e hipotensão persistente, que não responde a fluidoterapia.
Em suspeita de sépsis, nunca esquecer de colher…
Urocultura
Hemocultura
Numa sépsis, para se conseguir estabilização hemodinâmica e controlo de foco..
Fluidoterapia + aminas vasoativas
Antibioterapia na primeira hora
Derivação urinária/cirurgia (nas primeiras 12 horas!)
O trauma renal está muitas vezes associado a…
Fratura da última costela.
Lesão renal traumática de grau I
Contusão ou hematoma subcapsular não-expansivo.
Sem laceração parenquimatosa.
Lesão renal traumática de grau II
Hematoma perirrenal não expansivo. Laceração cortical < 1 cm, sem extravasão de urina.
Lesão renal traumática de grau III
Laceração cortical > 1 cm sem extravasão de urina
Lesão renal traumática de grau IV
Laceração através da junção corticomedular
OU
Lesão segmentar vascular com hematoma contido ou laceração de um vaso ou trombose de um vaso
Lesão renal traumática de grau V
Rim dilacerado
ou
Avulsão do pedículo renal
O tratamento conservador é possível nas lesões renais traumáticas de grau…
1, 2 e na maioria do 3.
Técnicas cirúrgicas em contexto de lesão traumática renal
Renorrafia
Nefrectomia parcial ou total
Reparação reno-vascular
Complicações precoces de trauma renal
Hemorragia Infeção Abcesso perirrenal Sépsis Fístula HTA Extravasão de urina/Urinoma
Complicações tardias de trauma renal
Hemorragia Hidronefrose Litíase Pielonefrite crónica HTA Fístula AV Hidronefrose Pseudoaneurisma Cólica renal
Principal causa de trauma ureteral
Cirurgia ginecológica