T18- Doença renal Flashcards
Considerações iniciais
- doença renal muitas vezes é assintomática e é apenas detetada por analises laboratoriais. Outras vezes dá manifestações clínicas próprias (sintomática), por vezes inespecíficas, que não nos focalizam logo que há distúrbio renal
- Pode ser uma doença primária(que envolve exclusivamente o rim) ou secundária e fazer parte de uma doença sistémica (p.e. uma HTA, Diabetes)
- Aguda ou crónica; no doente renal crónico pode sempre haver algo que seja previnivel e tratável.
Lesão renal aguda
- em muito a ver com a duração
- deterioração abrupta da função renal, que se estabelece em poucas horas ou dias, e que a sua consequência vai ser de forma direta:
o Retenção de ureia e prod azotados
o Desregulação do volume extracelular e eletrólitos - Scores: RIFLE, AKIN, KDIGO
- Doente assintomático
- Doente sintomático:
• Síndrome Urémico
• Alterações Hidro-eletrolíticas:
o Congestão hídrica
o Hipercaliémia
o Acidose metabólica hiperclorémica com aumento do gap aniónico
Def
- deterioração abrupta da função renal e constatamos a sua presença com base na desregulação de 2 marcadores:
o Elevação sérica da creatinina (marcador de dano renal) –pode haver oscilações tão pequenas como 0,3mg/dl/48h ou uma subida 1,5 o valor basal numa semana. O valor de creatinina pode ser a base de diagnostico de uma lesão renal aguda, como a deterioração abruta do débito urinário que se perpetua por mais de 6h e que é inferior a 0,5ml/Kg/h. Perante este critérios estamos capazes de fazer o diagnostico de uma lesão renal aguda
o Alteração do débito urinário - IRA -> LRA severa com necessidade de subs renal
KDIGO
- elevação creatinina 0,3 ou+ mg/dL em 48h
- elevação creatinina 1,5x ou+ o valor basal e 7 dias
- DU <0,5 ml/kg/h em 6h
AKIN
- Mais usado na clínica
- Estadio1: creatinina 1,5x valor basal OU 0,3 ou mais mg/dl + <0,5ml/kg/h em 6h de DU
- Estadio 2: Creat 2x basal e <0,5ml/kg/h em 12h de DU
- Estadio 3: Creat 2x basal e <0,3 ml/kg/h em 24h ou anuria por 12 ou+ h
DEF e sist de class de DRC
- NKF- K/DOQI (national kidney foundation +
Kidney Disease Outcomes Quality Iniciate) - KDIGO CKD (Kidney disease improving global
outcomes) - persistência de alterações de estrutura e função renal que se prolongam por mais de 3 meses.
- E se antigamente só se podia fazer diagnostico através da constatação do declínio da TFG <60ml/min/1,73m2, atualmente os métodos são mais sensíveis e basta a existência de um marcador de dano renal (laboratorial (p.e. a existência de proteinúria num doente diabético), a constatação de alteração imagiológica (p.e. rins pequenos numa ecografia renal) ou a presença de crescentes numa biopsia renal) que persista por mais de 3 meses.
CX: def
>3meses
marcador dano renal laboratorial, imagiológico, histológico
TFG <60 ml/min/1,73m2 - Preocupação com Causa, TFG, Albuminuria para melhor caracterizar
- Doentes dentro das mesmas categorias são muito heterogéneos
LRA vs DRC
- erceber se estamos perante uma lesão renal aguda ou doença renal crónica -> Devemos tentar ter acesso a exames prévios (marcadores de dano renal) –creatinina e proteinuria –para tentar perceber se já estavam alterados há 3 meses
- se temos indícios de cronicidade –rins pequenos e atróficos e a existência de alterações típicas da doença crónica (anemia, alteração do metabolismo fosfocálcico, doença óssea estabelecida)
- Causas e classificação -> Lesão pré-renal, renal (vasos, glomérulos ou tubulo-intersticiais) ou pós-renal
Lesão pré-renal
- Alterações de condições de perfusão renal
- Representa 40 a 80% das causas, portanto a mais frequente.
- Decorre de perfusão renal inadequada
- Condições pré-renais geralmente não causam lesão renal permanente (e assim são potencialmente reversíveis), a menos que a hipoperfusão seja grave o suficiente para causar isquémia tubular.
o DIMINUIÇÃO DA VOLÉMIA (Hemorragia, diarreia e vómitos ou queimaduras)
o REDISTRIBUIÇÃO DA VOLÉMIA (pancreatite, peritonite)
o VOLÉMIA INEFICAZ (insuficiência cardíaca ou síndrome hepatorrenal)
o HEMODINÂMICA INTRAGOMERULAR (alteração das condições de pressão da filtração glomerular pelo balanço da arteríola aferente e eferente (p.e. doente que já tem doença renal e faz AINEs que deterioram de forma abrupta essa lesão; SRAA ou contraste)
Lesão pós-renal
- fundamental excluir a presença de uma alteração obstrução pós-renal. Menos de 5% das causas mas a sua constatação pode permitir de forma fácil resolver o caso. Decorre de vários tipos de obstrução, nomeadamente:
o OBSTRUÇÃO DA PELVIS RENAL ATÉ À URETRA (p.e. endonominal como calculo renal complicado; pode ser um coagulo, uma massa),a nível da próstata, bexiga, uretra ou por neoplasia do útero(por compressão extrínseca, ou por hipertrofia benigna prostática)
o OBSTRUÇÃO BILATERAL (or exemplo massas retroperitoneais no caso do linfoma ou por fibrose retroperitoneal)
o OBSTRUÇÃO UNILATERAL (o caso de um único rim afetado. É importante saber que em condições normais um rim é suficiente para manter a função geral. Portanto o distúrbio obstrutivo prossupõe uma obstrução baixa ou uma obstrução bilateral mais alta ou unilateral em rim único.)
Lesão renal
- Menos são as causa de lesão renal intrínseca, portanto primeiro excluímos a lesão pré-renal e obstrutiva e só depois vemos se há indícios quer clínicos quer laboratoriais para que o distúrbio seja renal intrínseco.
- O envolvimento pode ser a 3 níveis: vasos, glomérulos ou túbulo-interstício.
- Vasos: PTT/SHU, esclerose sistémica, HTA maligna, enfarte renal por disseção Ao, TE sistémico, trombose veia renal, nefrosclerose, estenose art.renal, poliartrite nodosa
- Glomérulos: lesões primárias (exclusivas ao rim idiopáticas) ou secundárias como a neo e as DAI (LES p ex), ou infecciosa (ex crioglobulinemia associada a umahepatite C) ou utilização de fármacos. há 2 padrões típicos de apresentação: síndrome nefrótico (em que predomina a proteinuria e o edema) e o síndrome nefrítico (em que há oligúria e a HTA acompanha muitas vezes o quadro)
- Lesão tubulo-intersticial: Necrose tubular aguda (90%), Nefrite TI aguda, Doença poliquistica, rim quístico medular, nefrocalcinose, nefropatia feluxo, mieloma múltiplo, sarcoidose, Sjögren
Epidemio LRA
- Necrose tubular aguda (45%) -> mais em UCI
- D. pre-renal (21%) -> mais em enfermaria medicinia
- Agudização de DRC (13%)
- Uropatia obstrutiva (10 %)
- Glumerolonefrite/vasculite, nefrite TI aguda e ateroembolismo -> menos freq
Epidemio DRC
- a principal estatística advém de centro de dialise ou listas de transplante renal.
- DM (44%)
- HTA/ nefrosclerose) - (28%)
- Glumerolonefrite - (6%)
- D. renal poliquistica (2%)
Componentes gerais da abordagem à d.renal crónica
▪ História clínica (DA, AP, e AF) e exame objetivo;
▪ Função renal (análises) e exame da urina (que é o produto);
▪ Avaliação imagiológica (ecografia, quer no diagnóstico quer numa intercorrência);
▪ Testes específicos (em doentes selecionados);
▪ Biópsia renal (em casos selecionados; gold standard).
AP importantes
▪ Se historial recorrente de pielonefrites;
▪ Se na infância tinha clinica de enurese noturna ou manifestações que sugerissem refluxo que podem culminar uma nefrite túbulo-intersticial crónica;
▪ Se já teve uma tuberculose com envolvimento renal;
▪ Se é um doente que faz anti-inflamatórios de forma muito frequente;
▪ Se fez contraste duas semanas antes;
▪ Se fez uma cirurgia com manipulação endovascular;
▪ Ou se é um doente que já tem doenças que com alguma frequência acometem o rim, p.e. um doente com IC ou cirrose hepática, ou Lupus (com vasculite já diagnosticada), ou DM.
AF importantes
- Doença poliquistica renal
- Doença quistica medular
- Síndrome de Alport
- DM
- TB