T15 - insuf respiratória Flashcards

1
Q

Def

A
  • situação que ocorre quando o aparelho respiratório não é capaz de manter os valores de PaO2 no sangue arterial dentro da normalidade
  • Há vários tipos de insuficiência respiratória que podem surgir de várias maneiras, dependendo de:
    •Fatores ambientais- altitude •Doenças/Alterações respiratórias próprias (que acontecem mais frequentemente)
    •Problemas de transporte: insuficiência cardíaca ou anemias graves
    •Forma hística: tecidos incapazes de realizar trocas gasosas
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2
Q

Dispneia

A
  • sensação subjetiva de falta de ar.
  • É um sintoma no qual o doente refere desconforto para respirar, com a sensação de respiração incompleta. A maneira como o doente manifesta e sente a sua dispneia pode dar alguns indícios do que está por detrás dessa dispneia.
  • A dispneia está para a Insuficiência respiratória, assim como a fome está para a desnutrição. A desnutrição é a manifestação objetiva de a pessoa não ter comido, tal como a insuficiência respiratória é a manifestação objetiva de a pessoa não estar a conseguir oxigenar bem os seus tecidos.
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3
Q

Tipos de dispneia

A
  • Ortopneia: ocorre quando o doente está deitado.
  • Dispneia de decúbito: surge em decúbito dorsal e melhora ao assumir a posição ortostática.
  • Dispneia paroxística noturna: surge algum tempo após adormecer, fazendo o doente acordar bruscamente.
  • Trepopneia: com o doente em decúbito lateral. Ex: doente com derrame pleural - se estiver deitado para o lado contrário vai ter maior dificuldade respiratória.
  • Platipneia: na posição ortostática com alívio em decúbito. É o contrário da trepopneia. Ex: patologias com shunt direito- esquerdo em que por estar de pé aumenta a pressão e aumenta a IC e a Insuficiência respiratória.
  • Apneia: parada temporária da respiração.
  • Hipopneia:diminuição da frequência e profundidade da respiração abaixo das necessidades do organismo.!!
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4
Q

Tipos de respiração

A
  • Kussmaul: doente a hiperventilar, tentando compensar uma acidose metabólica, por ex. num insuficiente renal.
  • Tipo suspiroso (Gasping) e Biot (atáxica): normalmente têm o mesmo significado - lesão central (do tronco, lesões ocupando espaço; AVC hemorrágicos; meningites; encefalites)
  • Cheyne-stokes: parece mais aflitiva. Acontece em situações como: Insuficiência cardíaca grave; DPOC grave ou alterações metabólicas ou vasculares que atrasem o processamento dos receptores respiratórios centrais.
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5
Q

Gasimetria

A

· Insuficiência Respiratória Aguda- HCO3 normal, pH baixo
· Insuficiência Respiratória Crónica (ex: DPOC) - HCO3 normal ou alto e pH normal (já está a haver compensação renal)
· Insuficiência Respiratória crónica agudizada- HCO3 aumentado e pH baixo
· Doença restritiva (ex: fibrose)- HCO3 normal ou baixo, pH aumentado, hipoxemia e hipocápnia. .
- O doente com doença restritiva pulmonar não tem eficácia nas trocas gasosas, mas como o CO2 se difunde muito mais facilmente através de um pulmão fibrosado do que o O2, vai ter hipocápnia e hipoxemia. O doente hiperventila de modo a tentar repor os níveis de O2 arterial, que é o que custa mais a subir.

  • Alterações ventilatórias sem insuficiência respiratória (reserva funcional) - a maioria dos doentes consegue compensar a hipoxémia a partir da sua reserva funcional.
  • IR Parcial / Tipo 1- hipoxemia acompanhada de normocápnia ou hipocápnia (PaCO2<35)
  • IR Global / Tipo 2- hipoxemia acompanhada de hipercapnia (PaCO2 >45)
  • Acidose respiratória / acidémia - quando deixa de haver compensação
  • Alcalose respiratória - quando o doente está a hiperventilar
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6
Q

PaO2 normal?

A
  • Uma coisa é uma Pa02 num doente de 20 anos, outra é numa pessoa de 80 anos, em que o intervalo de normalidade da PaO2 varia entre os 86 e 70.
  • Logo, perante uma infecção respiratória nestes dois doentes, no doente de 20 anos uma Pa02 de 70 será muito grave, enquanto no doente com 90-100 anos uma PaO2 de 70 mmHg pode ser normal e tolerada.
  • importante saber o basal do doente
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7
Q

Class de insuf respiratórias

A
  • Doenças obstrutivas: asma, DPOC (bronquite crónica / enfisema), bronquiectasias, fibrose quística, bronquiolite
  • Doenças restritivas do parênquima: sarcoidose, fibrose pulmonar idiopática, pneumoconiose, doença intersticial induzida por drogas ou radiação. Nestas, as paredes alveolares estão espessadas e as trocas gasosas são feitas de forma deficiente.
  • Doenças restritivas extraparênquima:

o Neuromusculares: paresia diafragmática, S. Guillain-Barré, Myastenia gravis, distrofias musculares, lesões da medula espinhal cervical
o Parede torácica: cifoscoliose, obesidade, espondilite anquilosante. Um doente que durante anos tem uma cifoscoliose, pode vir a desenvolver alterações no parêquima pulmonar com fibrose e aderências que geram alterações mais tarde.

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8
Q

Fenótipos

A

1- Pink Puffer (predominantemente enfisematoso)
•Doença obstrutiva com défice nas trocas gasosas
•Magro / caquético
•Lábios cerrados
•Tórax em barril
•Ansioso
•Dispneia + tosse
•Pouca cianose
•Não tem broncoespasmo, mas tem aumento do tempo expiratório

2.Blue bloater 
•Obeso 
•Broncoespasmo 
•Dispneia 
•Tosse + expectoração 
•Cianose
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9
Q

Clínica da Insuf respiratória

A
o Hipoxémia:
- Dispneia 
- Taquipneia/Polipneia
- Taquicardia ( FC) 
- Cianose 
- Confusão 
- Convulsões 
- Coma 
- Crónica: Poliglobulia (policitémia) - a hipoxémia estimula a produção de glóbulos vermelhos-> aumenta risco tromboembólico e vascular e a longo prazo pode levar a IC por Hipertensão pulmonar; 
Hipertensão pulmonar 
Insuficiência Cardíaca
o Hipercápnia
- Dispneia 
- Taquipneia/Polipneia
- Agitação / agressividade 
- Pele quente e húmida 
- Cefaleias 
- HTA 
- Sudorese
- Crónica: Depressão do Centro Respiratório 
- Sonolência 
- Confusão 
- Coma
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10
Q

Gravidade da insuf respiratória

A

Dispneia - ao andar/tolera decúbito -> ao falar/ prefere sentar -> repouso/anteflexão tronco
Discurso -> frases completas -> frases curtas -> palavras
Consciência -> normal/impaciente -> agitação -> confusão/obnubilação -> estupor
FR -> polipneia ligeira -> polipneia moderada -> fr>30-> bradipneia
FC -> <100 -> 100-120 -> >120 -> bradicardia
tiragem -> nada -> + -> ++ -> movimentos paradoxais toracoabdominais
Pieira -> ligeira -> ++ -> ++ -> ausente
Pulso paradoxal -> ausente <10 -> 10-25 -> >25 -> ausente por fadiga mx
Peak flow pós broncodilatação -> >80% -> 60-80 -> <60%
PaO2/PaCO2 -> >60/<45 -> <60/>45 -> <60/>45
SatO2 -> >95 -> 91-95 -> <90

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11
Q

Dx DIf insuf respiratória

A

1.Alteração respiratória primária:
• Alta: Estridor, Inspiratório. Ex: edema da glote - > corticoides rapidamente / última necessidade = traqueostomia
• Baixa: Broncoespasmo expiratório (Roncos - nas vias aéreas médias ou altas OU Sibilos - quanto mais agudo o sibilo, mais baixa é a via aérea com broncoespasmo);
o Ruídos adventícios
o Fervores: Crepitantes: num doente com IC são os alvéolos que têm líquido, logo os fervores vão ser ouvidos apenas na inspiração. Quando o ar volta para trás, já não se ouve fervores na expiração. Por outro lado, em doentes com uma infeção respiratória (ex Pneumonia), vão ouvir fervores quando o ar passa pelas vias aéreas todas inflamadas, ou seja, quer na inspiração quer na expiração: Fervores Subcrepitantes

  1. Insuficiência cardíaca / Edema Agudo do Pulmão (EAP) -fervores crepitantes

•No EAP podem ouvir fervores que ocupam ambos os hemitoráxes de alto a baixo e o doente tem uma expectoração branca/serosa; No entanto, muitas vezes podem ouvir ,em vez de os fervores, um broncoespasmo com reatividade brônquica, sem que isto signifique que o doente tenha uma doença pulmonar crónica obstrutiva ou uma bronquite.

  1. Intoxicação (história clínica, por exemplo um doente que entre em IR por benzodiazepinas)
  2. Ansiedade – sensação de pulmão cheio, “dificuldade em pôr ar para dentro dos pulmões”
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12
Q

Patologia respiratória primária

A

1.BRONQUITE (inflamação das VA mais inferiores) / TRAQUEOBRONQUITE (inflamação das VA mais superiores):
• Ardor torácico
• Tosse +/- produtiva
• Expetoração (mucosa, mucopurulenta)
o Vai ter sempre expetoração, mas esta pode aumentar em quantidade e alterar o seu aspeto, isso tem significado
• Febre
• Dispneia, pieira, aumento do tempo expiratório
• Ausência de sinais radiológicos (ao contrário de numa pneumonia, em que estes estariam presentes)
• Ausência de fervores à auscultação

2.PNEUMONIA: é toda a infeção aguda do parênquima pulmonar, manifestada por pelo menos dois dos sintomas:
• Febre ou hipotermia
• Tosse de novo
• Alteração das características da expetoração (aumento do volume das secreções; mais muco-purulenta) em doentes com tosse crónica
• Dispneia

Deve estar presente infiltrado agudo do parênquima pulmonar na imagem radiológica. No entanto, no verão e sobretudo em idosos que chegam ao SU já muito desidratados, a evidência de pneumonia vai aparecer a nível do raio-x só depois de o doente já estar hidratado. Antes disso, pode não haver evidência radiológica suficiente da inflamação do parênquima pulmonar.

  • Pneumonia adquirida na comunidade ( PAC): adquirida na ausência de internamento em meio hospitalar ou unidade de cuidados continuados nos 14 dias que antecedem o diagnóstico
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13
Q

Bronquite crónica

A
  • tosse com expetoração diária durante pelo menos 3 meses em pelo menos 2 anos consecutivos
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14
Q

Enfisema

A

entidade anátomo-clínica caracterizada por dilatação permanente e anormal dos espaços aéreos terminais e destruição das suas paredes

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15
Q

Asma

A
  • híper-reatividade brônquica a estímulos variados, manifestada por dispneia súbita e reversível
  • Doença caracterizada pelo estreitamento dos brônquios devido ao aumento da reatividade brônquica face a diversos estímulos que produzem inflamação (FEV1/CFV < 0.70)
  • Reversibilidade (melhoria do FEV1 em 12%- 200mL)
  • Variabilidade dos sintomas (diária, sazonal, crises são mais frequentes à noite)
  • Paroxismo

Um doente asmático pode ter provas de função respiratória perfeitamente inocentes e, nesses casos, podem fazer-se provas de broncoprovocação.

FENÓTIPOS:
• Asma atópica (alergias ao pólen, medicamentos… a crise de Insuficiência Respiratória irá aparecer em contacto com um agente externo específico)
• Asma induzida pelo exercício (só tem tosse e falta de ar associada ao exercício físico)
• Asma induzida por drogas (certos fármacos causam falta de ar)
• Asma ocupacional (só tem falta de ar quando está a trabalhar)
• Asma variante com tosse (o doente só tem mesmo tosse)

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16
Q

DPOC

A
  • A DPOC é uma doença caracterizada pela limitação do fluxo aéreo não totalmente reversível e progressiva (FEV1/CVF < 0.70), associada a uma resposta inflamatória anormal do pulmão a partículas ou gases nocivos. Um doente pode melhorar as suas crises com medicação, mas sofre um declínio progressivo.
  • Dispneia: progressiva, persistente, agrava com exercício físico
  • Tosse crónica
  • Produção crónica de expetoração
  • Independentemente do tratamento realizado, a doença progride e agrava sempre (daí não ser reversível e ser progressiva). Para a documentação da obstrução ao fluxo aéreo são necessárias provas de função respiratória.
17
Q

ASMA vs DPOC

A

ASMA:
- Inicio em criança ou adulto
jovem
- Paroxismo
- Variação diária dos sintomas (pior à noite e de madrugada)
- História de alergias, rinites e eczema
- Eosinofilia
- História familiar de asma
- Reversível com broncodilatadores (não é 100% reversível)

DPOC:

  • Início na meia idade
  • Sintomas progressivos inflamatórios
  • História de tabagismo
  • Declínio progressivo (independentemente da terapêutica. Há, no entanto, melhorias para quem faz terapêutica)
  • Boa resposta aos corticóides
  • Ausência de sazonalidade
18
Q

MCDT

A
  • Espirómetro
  • Peak flow (se existisse nas urgências era bom para avaliar a resposta à terapêutica)

Só podemos afirmar que um doente tem DPOC quando fazemos testes com espirometria.

  • CVF (FVC): Capacidade Vital Forçada - quantidade de ar que o doente consegue deitar fora numa expiração forçada (após inspiração máxima), ficando só com o volume residual. Normal >80%
  • FEV1: Volume Expiratório Máximo no 1º segundo - quantidade de ar que o doente consegue deitar fora no 1º segundo de uma expiração forçada. Normal >80%Se o doente tiver valores abaixo da normalidade tem provavelmente uma doença respiratória. Dependendo das alterações, a doença pode ser obstrutiva ou restritiva. A representada acima é obstrutiva

Obstrutiva: FEV1 < 80% FEV1/CVF < 0.70
Restritiva: FVC < 80% FEV1/FVC Normal

Importância da Espirometria / Peak Flow:
• Avaliação das alterações fisiopatológicas
• Útil no diagnóstico das situações atípicas
• Diagnóstico diferencial - reversibilidade (melhoria do FEV1 em 12% - 200mL após salbutamol 200-400mcg : esta boa resposta ao salbutamol é típica da asma)
• Estudo da hiperreatividade brônquica (provocação de crise asmática com metacolina ou exercício físico e ver qual a quantidade necessária de metacolina ou de exercício para reduzir o FEV1 em 20%) Quanto menor for essa quantidade, mais grave será a sua asma.
• Monitorização da resposta à terapêutica
• Doença restritiva: FEV1 e CVF estão ambas diminuídas, logo a sua relação/ Indíce Tiffeneau (FEV1/CVF) é normal;
• Doença obstrutiva: Índice Tiffeneau < 0,75 .

19
Q

TX insuf respiratória

A
  1. Ventilação
    - Proteção da via aérea -> Entubação dos doentes que têm risco de refluxo do conteúdo do estômago.
  • Oxigenoterapia
    o Interfaces de baixo fluxo: (têm um rendimento variável)
    . Óculos nasais (distribui FiO2 de 24-40% a 1-6L/min -> Vantagens:
    • Mais confortável
    • Eficaz na hipoxémia ligeira a moderada
    -> Desvantagens:
    • FiO2 variável consoante padrão respiratório–se o doente faz volumes maiores com determinado aporte fixo de O2/min terá uma tendência de ter um FiO2 superior.
    • Pouco fiável
    • Fluxos de O2 elevados são mais desconfortáveis ao doente pois secam a mucosa.)
    . Máscara simples (FiO2 de 35-50% com fluxo O2 5-10 L/min; mín 5L/min para retirar oo CO2 expirado; Beneficia a respiração de predomínio oral
    -> Desvantagens:
  • desconfortável e claustrofóbico
  • fluxos elevados secam as mocosas
  • uso prolongado -> úlceras de pressão)
    . Máscara com reservatório (tem válvula e reservatório - 8-15 L/min FiO2 60-90%; fluxo suficiente para manter saco 1/3 a 1/2 cheio no final da inspiração)

o Interface de alto fluxo: (rendimento fixo)
. Máscara de Venturi (É uma máscara que vai permitir um maior controlo da maneira em como administrar O2. Este maior controlo permite evitar o agravamento de doentes que tenham uma hipercapnia crónica e hipoxémia moderada.As cores das válvulas têm determinados valores de FiO2que pode ser entre 24%-50%. Cada cor corresponde a um FiO2. E um esquema que adaptador que traz o O2 a 100% do reservatório, atarraxando as peças das máscaras. Estas têm umas fendas que se tornam mais pequenas à medida que se aumenta o FiO2 da máscara escolhida. Pela fenda entra ar da sala,que tem um Fi02 a 21%, e pelo tubo entra O2100% a 4L/min, que se misturam e dão a fração inspirada de 28%. No débito mais alto, 15l/min, as fendas por onde entra o ar são muito mais pequenas não havendo tanta mistura e permitindo uma maior FiO2, 60%.)

NOTA: Débitos de O2
- De acordo com o fluxo de O2 que administramos, a FiO2 é muito variável, não dá para controlar com muita precisão o FiO2 (fração inspirada de O2) que queremos administrar aos doentes.

OXIGENOTERAPIA DOMICILIÁRIA
- Está indicada para quando temos:
• Hipoxémia associada a exacerbação de doença aguda Exemplo: Infeção respiratória que lhe provoca uma hipoxémia que facilmente é corrigível com 2/3L/min, é possível o doente ir para casa a fazer esse oxigénio durante curtos períodos (oxigenoterapia de curta duração)
• Hipoxémia crónica estável

Os critérios para se realizar oxigenoterapia de longa duração (OLD) são:
o PaO2 < 55 ou PaO2<60 se existe cor pulmonale
o Hipertensão pulmonar
o Poliglobulia
o Hipoxémia grave após esforço ou durante o sono

A oxigenoterapia tem como objetivo a correção de PaO2 para valores superiores a 60mmHg e Saturações de O2 maiores que 90%. Mas deve-se ter o cuidado de evitar o aumento de PaCO2 e consequente diminuição pH

Pensar no O2 como outro fármaco qualquer. Tem de ser usado com precaução e vigilância, principalmente em FiO2 > 60%. Isto porque, o O2 pode provocar:
• Toxicidade direta, seja criando, fibrose pulmonar ou atelectasias (pois quanto mais puro for o O2 inspirado, menor é a fração azoto, que ajuda a manter a tensão alveolar e por isso, a manter os alvéolos abertos)
• Nos doentes com DPOC, com hipercapnia crónica, o estímulo para o doente respirar e aumentar a ventilação é a PaO2. Se temos um doente que cronicamente tem hipoxemia e hipercapnia e administramos continuamente um débito de O2 elevado, ele vai sentir que a sua hipoxemia está corrigida e não vai hiperventilar, levando a depressão do centro respiratório, isto é, menos ciclos por minutos, aumentando a acumulação de CO2 e a uma acidémia respiratória.

  • Ventilação mecânica
    o Não invasiva (VNI)

I. BiPAP (bilevel positive airway pressure)
O ventilador altera entre a geração de um iPAP (pressão inspiratória) e ePAP (pressão expiratória que permite que os alvéolos fiquem abertos no final da expiração permitindo uma melhor oxigenação). O Sistema percebe quando o doente está a inspirar ou expirar. É um sistema fechado e vai administrar uma pressão que foi definida de antemão.
II. CPAP (continuous positive air ways pressure)
Se no anterior havia uma pressão para a expiração e outra para a inspiração, aqui é uma pressão contínua. Independentemente do ciclo em que o doente esteja, o ventilador está continuamente a dar-lhe ar. Particularmente importante nos doentes com apneia obstrutiva do sono, queda do palato mole, edema agudo do pulmão pois aumentamos a pressão intratorácica, diminuindo o RV, conseguimos melhorar a acumulação de líquido a montante, líquido alveolar.

  • VNI tem várias interfaces: nasal, bocal, facial, orofacial
  • Critérios para utilização de VNI:
    o Insuficiência respiratória aguda e crónica moderada a grave com acidose e hipercapnia. Tem benefícios comprovados na IC/ EAP, asma, obesidade mórbida algum grau de hipoventilação e algum grau de manter a via aérea permeável, pneumonia com secreções controlados, pós-ventilação mecânica invasiva (VMI) ajudando no sucesso da extubação. Deve estar consciente e colaborante, com uma via aérea permeável e reflexos respiratórios íntegros, para ter uma espécie de ventilação assistida, pois o ventilador acompanha cada um desses ciclos ajudando com pressão positiva de determinado valor na inspiração e outro valor na expiração.
  • Reduz mortalidade e tempo de internamento bem como necessidade de EOT e VMI
  • CI VNI:
    •Alterações do estado de consciência: doente comatoso vai depressão do estado consciência tem maior dificuldade em manter a via aérea permeável)
    • Agitação/confusão vai querer tirar o BiPAP
    • Recusa/inadaptação
    • Instabilidade hemodinâmica(TAS<90mmHg ou choque) vamos diminuir o RV devido ao aumento da pressão intratorácica e vai agravar o quadro de choque já esta instalada
    • Obstrução da VASuperior
    • Trauma da face com alterações das estruturas
    • Tosse ineficaz com muitas secreções, ao aumentar a pressão, faz com que as secreções se movam tornando-se difíceis de gerir
    • Náuseas ou vómitos
    • Hemorragia digestiva alta ou da VA Superior
    • EAM com relação ao choque cardiogénico
20
Q

TX Broncodilatadora e corticoide

A
  • Princípios da terapêutica na DPOC
    Não há nenhuma terapêutica que vá tratar ou reverter a evolução da degradação da capacidade de ventilação da DPOC. O que conseguimos é que fazendo e cumprindo a terapêutica é que haja menos sintomatologia e as exacerbações, melhorando o estado geral e a tolerância ao exercício. Para isso usamos broncodilatadores que podem ser prescritos regularmente ou só nas exacerbações agudas, uns de ação mais prolongada e outros de ação mais curta, para a terapêutica imediata.

Broncodilatação:

  • Preferir ação prolongada
  • Optar por inalados (maior eficácia e menos efeitos secundários que os orais)
  • Formulações de ação prolongada com corticóide e BDil inalados são os mais recomendados para os doentes com maior gravidade e maior risco de exacerbações
  • TX prolongada com coirticoides inalados ou orais não é recomendada

Exacerbação aguda -> prioridade é broncodilatar

  • Beta2 agonistas ação curta + anticolinérgico de ação curta
  • corticóide sistémico : menor tempo internamento e menor risco recidivas de sintomas (ex prednisolona 40mg /dia 5 dias)

Fármacos:

  • beta2 agonistas curta ação - Salbutamol, Fenoterol, Terbutalina
  • Beta2-agonistas longa ação -Salmeterol, Formoterol, Indacaterol
  • Anticolinérgicos curta ação -Brometo de Ipatrópio
  • Anticolinérgicos longa ação -Tiotrópio, Glicopirrónio, Aclídinio
  • Combinação beta2-agonista + anticolinérgico -Combivent (BEspasmo agudo)
  • Combinação beta2-agonista + anticolinérgico longa ação -Ultibro
  • Metilxantinas- Teofilina (Há doentes que o fazem cronicamente e pode ter toxicidade e é desaconselhado nos doentes com DRC e TFG reduzida )
  • Corticoides inalados -Fluticasona, Budesonido, Beclometasona
  • Combinação beta2-agonista longa acção+ corticoide -Symbicort
  • Corticoides sistémicos -Prednisolona, Metilprednisolona
  • Inibidores Fosfodiesterase4 - Roflumilaste e cilomilast (tx mais específica)
21
Q

SCORE GOLD

A

1- Obstrução brônquica:
G1: FEV1 >= 80% previsto
G2: 50%<= FEV1 <= 79% previsto
G3: 30% <=FEV1<=49% previsto
G4: FEV1 < 30% previsto
2- Avaliação dispneia: mMRC
Avaliação do nº e gravidade de exacerbações agudas no último ano
3- Class ABCD
2 ou+ exacerbações e 1 ou + internamento + mMRC 0-1 -> C
2 ou+ exacerbações e 1 ou + internamento + mMRC 2 ou + -> D
0 ou 1 exacerbação e sem internamentos + mMRC 0-1 -> A
0 ou 1 exacerbação e sem internamentos + mMRC 2 ou+ -> B

22
Q

TX Asma

A

Degrau 1: só há sintomas paroxisticamente //
Degrau 2: já há alguns sintomas (CI dose baixa ou antileucotrieno + beta2 agonista de ação curtade alívio) //
Degrau 3: mais exacerbações por semana (CI dose média ou CI dose baixa+ antileucotrieno ou CI dose baixa + agonista beta 2 ação longa (atenção idd mínima de aprovação) + agonista beta 2 ação curta para alívio) //
Degrau 4 e 5 (Aumentar dose CI para controlo ou Acrescentar CI episódios/intermitente para agudizações ou acrescentar antileucotrieno ou CI + agonista beta2 longa ação (atenção idd mínima de aprovação) ou Corticoesteróides sistémicos orais baixa dose