TP14.2 - Tromboembolismo Venoso II Flashcards
Quadro dinâmico de TEP?
⎯ Fase aguda (pode ser fatal)
⎯ Fase crónica – arrastada no tempo, com sinais próprios. Repercussão sobre a forma de cor pulmonale: insuficiência cardíaca secundária a um problema pulmonar.
Sinais e sintomas de Tromboemblismo Pulmonar Agudo (TEP)?
DISPNEIA DOR TORÁCICA SÍNCOPE \+ Aparecimento SÚBITO
“3 subtipos” de TEP agudo?
1o subtipo - TEP com pouca obstrução de circulação pulmonar:
2o subtipo
3o subtipo: TEP com compromisso hemodinâmico - muita obstrução da circulação pulmonar
1o subtipo - TEP com pouca obstrução de circulação pulmonar?
o Taquicardia + dispneia súbita.
o Doente angustiado, com sinais de ansiedade.
o Subtipo mais frequente.
2o subtipo?
o Taquicardia + dispneia + dor pleurítica (aumenta com a inspiração).
o Enfarte pulmonar → processo inflamatório chega à pleura → Quadro de dor pleurítica.
o Pode dar expetoração hemoptoica relacionada com a drenagem linfática do tecido enfartado necrosado para um trombo
3o subtipo: TEP com compromisso hemodinâmico - muita obstrução da circulação pulmonar?
o Quadro de instabilidade hemodinâmica e síncope.
o Circulação pulmonar muito obstruída (>50-60%) → não há preenchimento do VE adequado → gera menor débito cardíaco, hipotensão, baixa tensão cerebral e síncope.
o Pode dar choque obstrutivo, muitas vezes documentado por ecocardiografia pulmonar. Disfunção do VD.
Grau de suspeição elevada de TEP agudo em que indivíduo?
Num indivíduo que se apresente com dispneia súbita, dor torácica, pré-síncope ou síncope, ou hemoptises.
Sinais de TEP agudo no exame objetivo?
⎯ Hipotensão (confuso e desorientado – má perfusão cerebral, mãos frias)
⎯ Pulso hipocinético (“filiforme”) – suporta hipótese de choque obstrutivo
⎯ TVJ +: demonstra disfunção cardíaca aguda – disfunção do VD por hipertensão pulmonar aguda
⎯ Exame objetivo sem alterações relevantes quer na auscultação cardíaca quer pulmonar. Sem edemas.
⎯ Hipoxemia e hipocápnia. ECG: taquicardia sinusal, inversão da onda T de V1 a V4. Troponina aumentada.
IMPORTANTE: Início súbito, dispneia, dor torácica, síncope, choque, TVJ+, ECG
Tromboembolismo venoso - Importante?
⎯ Flebotrombose ou trombose venosa profunda – leva a dor e edema unilateral do MI direito ou equerdo.
⎯ Em 25% dos casos emboliza para a circulação pulmonar, levando a um tromboembolismo pulmonar
Fatores predisponentes de tromboembilismo venoso - Fatores que aumentam OR > 10x ?
o Fratura do membro inferior
o História de TEV
o Lesão da medula espinhal
o Internamento por insuficiência cardíaca, fibrilhação auricular ou flutter nos últimos 3 meses
o Artroplastia da anca ou do joelho
o Politraumatismo
o Internamento por enfarte agudo do miocárdio nos 3 meses prévios
Fatores predisponentes de tromboembilismo venoso - Fatores que aumentam OR 2-9x ?
o Artroscopia prévia a joelho o LES ou AR o Hx de Transfusão sanguínea recente – associado a aumento da formação de coágulos o Implantação de Catéteres Centrais o Quimioterapia o Internamento por IC ou IR, que leva a imobilização do doente o Eritropoiese o Terapêutica de substituição hormonal o Fertilização in vitro o Anticoncecionais orais o Período pós-parto o Infeção o Inflamação intestinal o Doenças neoplásicas malignas o AVC o Trombose venosa superficial o Trombofilia ou síndromes pró-trombóticos
Fatores predisponentes de tromboembilismo venoso - Fatores que aumentam OR <2x ?
o Repouso no leito por >3 dias o Diabetes Mellitus o HTA o Imobilização numa viagem prolongada >4 horas o Idade avançada o Ciurgia laparoscópica o Obesidade o Grávidas o Doença varicosa
Probabilidade pré-teste?
Scores de Wells e Geneva
Abordagem diagnóstica e terapêutica (algoritmos) - Meios Complementares de Diagnóstico?
⎯ AngioTAC – 1a ESCOLHA
⎯ Ecocardiografia – 1a ESCOLHA
⎯ D-dímeros
⎯ Ressonância magnética (neste momento sem impacto na estratégia diagnóstica)
⎯ Angiografia pulmonar com contraste (ultrapassado)
Abordagem diagnóstica e terapêutica (algoritmos)?
Deve ser uma abordagem simultânea
Na suspeita de tromboembolismo pulmonar agudo importa estratificar e usar o algoritmo:
⎯ Fazer ecocardiograma transtorácico à cabeceira
⎯ ETT pode evidenciar disfunção ventricular direita, por exemplo por via subcostal
⎯Se NÃO tiver disfunção ventricular direita, devemos procurar outras causas que expliquem o choque: caridogénico, séptico, hipovolémico ou anafilático
⎯Se SIM tem disfunção do VD (dilatação, diminuição da capacidade contráctil) →
AngioTAC pulmonar com contraste iodado – vai ou não demonstrar sinais de TEP
Se demonstrar embôlos pulmonares?
Se demonstrar êmbolos pulmonares (com disfunção ventricular direita), devemos promover a realização de terapêutica de reperfusão pulmonar, a maior parte das vezes com trombolíticos como alteplase, tenecteplase, reteplase, estreptoquinase,…
Compromisso da função do ventrículo direito pela deslocação do anel tricúspide?
Disfunção do VD contrátil, o VD não contrai adequadamente, pelo que não promove uma subida do anel tricúspide (que deve subir >15mm, e no caso demonstrado sobe apenas 10mm).
MCD - TEP agudo, com instabilidade hemodinâmica, hipotensão e choque?
O ecocardiograma é o primeiro exame a fazer nesta circunstância
Para além do Ecocardiograma, o angio-TC é a primeira opção se o hospital o tiver disponível. O angio-TC com contraste iodado por via EV é o método de escolha para:
⎯ Caraterizar a vasculatura pulmonar
⎯ Identificar e caracterizar a presença de êmbolos até ao nível segmentar
Parâmetros de sobrecarga do Ventrículo direito na Ecocardiografia Transtorácica?
⎯ Dilatação do VD na incidência de eixo longo paraesternal – Ventrículo dilatado empurra o septo para baixo.
⎯ Ventrículo direito e aurícula direita dilatados.
⎯ Sinal do D.
⎯ Veia cava inferior dilatada, por HT pulmonar aguda, que impede o retorno venoso adequado.
Doente tem suspeita de TEP por Dispneia, Taquicardia Súbita, Hipotensão, Choque ou Hemoptise, o que fazer? Se documentada uma Disfunção do VD? Se existirem imagens sugestivas de embolia pulmonar?
Devemos fazer Eco transtorácico à cabeceira, no primeiro contacto com o doente.
Temos de realizar angio-TAC com contraste iodado.
Preconizar o tratamento e considerar este caso um TEP de alto risco.
Mortalidade de doentes com estas caraterísticas, com padrão de alto risco?
Instabilidade hemodinâmica, hipotensão e/ou choque e/ou disfunção do VD, tendo uma mortalidade superior a 15% nos primeiros 30 dias, ainda que internados.
Prevenção primária e secundária (anticoagulação)?
Depois de um tromboembolismo ou de uma trombose venosa profunda, é importante prevenir uma recidiva (prevenção secundária). Não esquecer nunca a prevenção primária.
Fármacos para prevenção primária?
⎯ Em doentes com doença médica aguda dispomos de: Enoxaparina, Dalteparina, Fondaparinux, Rivaroxabano e Heparina clássica em várias posologias.
⎯ Em doentes submetidos a cirurgia não ortopédica (Colecistectomia, Colectomia, entre outras), há diversos esquemas posológicos de anticoagulantes a utilizar.
⎯ Em doentes submetidos a cirurgia ortopédica, mesmo que tenha alta para ambulatório, deve fazer até 35 dias após a cx a Enoxaparina ou outros anticoagulantes em dose profilática.
Em termos de prevenção secundária?
As recomendações da sociedade Europeia de 2019 contemplam que todos os doentes sem hx prévia de cancro devem fazer anticoagulação pós-TEP pelo menos 3 meses
Os doentes podem descontinuar a anticoagulação após os 3 meses se existir uma causa transitória ou progressiva ou fator de risco bem identificado.
Os doentes podem estender a anticoagulação para além dos 3 meses em caso de recidiva
Se o doente tiver síndrome anti-fosfolipídico (muitas vezes presente no LES ou outras doenças autoimune) devemos prescrever um antagonista da Vitamina K e não DOACs.
Por vezes é necessário ou benéfico para o doente estender a anticoagulação oral para além dos 3 meses num primeiro episódio de TEP se não for identificado um fator de risco
Os DOACs devem ser considerados em caso de anticoagulação de longa duração (>6meses) (apixabano 2.5mg 2x/dia ou rivaroxabano 10mg 1x/dia)
Tromboembolismo venoso – Engloba a Trombose Venosa Profunda e o TEP?
É a terceira doença cardiovascular mais frequente
A idade é um fator de risco – os indivíduos com >40 anos têm risco aumentado
Este quadro pode cursar mais tarde com um quadro de HT Pulmonar secundária a um TEP crónico
A recorrência precoce de TEP é de 2% às 2 semanas, 6,4% aos 3 meses e 8% aos 6 meses.
A recorrência tardia, após os 6 meses, quando muitos doentes já descontinuaram anticoagulação, tem sido estimada em 13% dos doentes a um ano, 23% aos 5 anos e 30% aos 10 anos.
Problema do TEP agudo?
Apresentação clínica é muito atípica.
Na dúvida, deve-se fazer um Ecocardiograma, ECG, D-Dímeros e Angio-TAC com contraste iodado – não há que ter dúvidas.