Obstrução Intestinal Flashcards

1
Q

Quando dizemos que há obstrução intestinal (OI)?

A

Sempre que o conteúdo luminal do intestino é impedido de progredir distalmente de maneira habitual.

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2
Q

Como a OI pode ser classificada de acordo com a altura?

A

Alta: quando acontece até o jejuno.
Baixa: íleo e cólon.

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3
Q

Quais os grupos de causas da OI?

A

Causas mecânicas ou funcionais.

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4
Q

Qual a diferença entre a obstrução mecânica e a funcional?

A

Mecânica: há um agente físico gerando a obstrução (ex: brida, câncer de cólon, corpo estranho).
Funcional: há um comprometimendo da função motora (SEM AGENTE FÍSICO!!!). Ex: íleo metabólico.

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5
Q

Como podemos classificar a obstrução mecânica? Explique.

A

Completa (px e evolução pior) ou incompleta (ainda há uma luz patente nesse TGI, podendo eliminar alguns flatus e ter a diarreia paradoxal), simples (sem comprometimento do suprimento sanguíneo arterial - pode, no curso da doença, evoluir para estrangulada) ou estrangulada (comprometimento da vasculatura esplâncnica com isquemia e necrose - volvo, invaginação, II, obstrução em alça fechada).

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6
Q

O que é a obstrução em alça fechada?

A

É quando o segmento intestinal encontra-se ocluído nas suas duas extremidades, como na obstrução colônica com válvula ileocecal competente. Progridem mais rapidamente para o estrangulamento.

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7
Q

Qual a classificação da OI mecânica de acordo com a localização do processo que está obstruindo?

A

Intraluminal (localizado na própria parede do intestino - causas intrínsecas) ou extraintestinal (causas extrínsecas).

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8
Q

Quais as principais lesões intraluminais causando a OI?

A

Neoplasia/Pólipos (classicamente), íleo biliar, Ascaris lumbricoides, bezoares (massas de matérias parcialmente digeridas ou não digeridas), CE, mecônio, enterólitos (fecaloma - especialmente em idosos e acamados).

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9
Q

Qual a principal causa de OI do IG?

A

O CCR.

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10
Q

Quais os principais pontos de obstrução intestinal pelo cálculo biliar após fístula bilioduodenal?

A

O ângulo de Treitz (junção duodenojejunal) e a válvula ileocecal.

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11
Q

Quais as lesões intrínsecas da parede intestinal podem promover OI mecânica?

A

Hematoma (eg, hematoma duodenal no trauma contuso de duodeno), II (invaginação do segmento proximal para o interior da alça distalmente), atresia intestinal, doença de Crohn, enterocolite actínica.

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12
Q

Comente sobre a II em adultos.

A

Ocorre quase sempre por uma associação com divertículo de Meckel, pólipos ou tumores.

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13
Q

Qual a história natural fisiopatológica da obstrução intestinal?

A

Uma vez obstruído, ocorre o acúmulo à montante de fluidos e líquidos proveninentes do meio externo e do TGI. Caso a obstrução permaneça, haverá aumento da pressão intraluminal e dos movimentos peristálticos para tentar vencer o ponto de obstrução. O problema é que esse aumento de pressão promove promove a compressão de vasos na parede intestinal, desenvolvendo-se isquemia e edema das alças (estrangulamento da alça - sofrimento vascular). Essas alças edemaciadas e isquêmicas perdem a capacidade absortiva e passam a secretar mais líquido para o lúmen, havendo perda de líquido para o 3° espaço (não pode ser aproveitado pelo organismo, explicando a desidratação desses pacientes). Vêm, então, o comprometimento arterial e supercrescimento bacteriano, favorecendo a translocação bacteriana (sepse) e a ruptura e peritonite fecal, fazendo com que eles evoluam rapidamente para sepse e óbito.

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14
Q

Qual o QC típico da OI?

A

Dor abdominal (abdome agudo), parada na eliminação de gases e fezes, vômitos, comprometimento hemodinâmico, diarreia paradoxal (pode ou não ocorrer) e desidratação/DHE.

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15
Q

Como o estrangulamento da OI pode se manifestar?

A

Além da dor abdominal, pode passar a ocorrer febre, leucocitose e taquicardia. No entanto, não existem dados clínicos confiáveis para essa diferenciação. Portanto, todos os pacientes devem ser submetidos à investigação imediata e encaminhados ao CC em casos de suspeita de estrangulamento.

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16
Q

Quais as lesões extrínsecas que causam OI mecânica?

A

Bridas (decorrentes de manipulação cirúrgica prévia do abdome), hérnias externas e internas (paraduodenais e obturatórias), volvo (intestino gira sobre si mesmo), abcesso intra-abdominal e sd da AMS.

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17
Q

Como evoluem os vômitos na OI?

A

Inicialmente (se ocorrerem), são biliosos e mucoides. No entanto, devido ao supercrescimento bacteriano, passam a se tornar, mais tardiamente, fecaloides
*Quanto mais proximal a OI, mais intensos e precoces serão. Quanto mais distal, mais tardio e fecaloide (até mesmo podem estar ausentes).

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18
Q

Qual a importância das bridas?

A

Principal causa de OI do adulto.

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19
Q

Qual a importância das hérnias como causadoras da OI?

A

São a principal causa de OI completa.

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20
Q

Qual a importância do volvo como causa de OI?

A

O comprometimento vascular se dá de forma muito precoce (estrangulamento).

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21
Q

Quais os principais locais de volvo?

A

Sigmoide > ceco.

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22
Q

Comente sobre a sd da AMS.

A

Também chamada de sd de Wilkie, é uma causa rara de OI, mais comum em longilíneos, submetidos à bariátrica ou outras condições com rápido emagrecimento, em que ocorre o pinçamento da terceira porção do duodeno entre a AMS e a aorta em pacientes com pouca gordura nessa região. O QC é de OI alta (vômitos pós prandiais, medo de se alimentar, melhora em decúbito lateral esquerdo). O tto é nutrição e drenagem SNG (este em casos graves). Se refratário = cx.

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23
Q

Quais as principais causas de OI?

A

Adulto: ID (p bridas) e IG (CCR > volvo) e hérnias.

Crianças:II, hérnias e bolo de Ascaris.

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24
Q

Qual a fisiopatologia da OI simples de ID após formação da obstrução?

A

Há acúmulo de secreções e gás proximal à oclusão, havendo, inicialmente, peristalse de luta (aumentada - RHA metálico) seguida de atonia e distensão abdominal. Normalmente, o íleo e jejuno são quase que estéreis, porém com a OI há o supercrescimento bacteriano e transformação do conteúdo em fecaloide e essas bactérias podem sofrer translocação (manifestações sépticas). O aumento da pressão intraluminal comprime as veias e promove extravasamento de líquido e edema de parede. Há importante desidratação por aumento da secreção do TGI e vômitos.

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25
Q

Quanto de líquido e gás é produzido/liberado no intestino diariamente?

A

10-12 L de secreções do TGI e gl anexas e os gases vem da deglutição (68%) e fermentação bacteriana.

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26
Q

Qual a fisiopatologia da OI estrangulada de ID após formação da obstrução?

A

Mais comumente causada por volvo, obstrução em alça fechada e II, ocorre o comprometimento da circulação arterial da alça + trombose das veias da parede. Há então intenso extravasamento de plasma e sangue para o lúmen intestinal, havendo hipovolemia, choque e IRA pré-renal. Se for longo, pode haver sofrimento de alça, necrose e perfuração. Há intensa proliferação bacteriana com translocação e sepse.

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27
Q

Qual o principal local de perfuração do cólon quando há OI nesse segmento?

A

Ceco (por ter maior diâmetro: Lei de LaPlace Pressão = tensão x diâmetro). Porém se for por CCR, em áreas próximas ao tumor.

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28
Q

Qual o QC da OI mecânica de ID?

A

Dor abdominal em cólica na região média do abdome (geralmente de caráter reincidente) que tendem a melhorar conforme progride a distensão (ou seja, a cólica ocorre pelas contrações vigorosas tentando vencer a obstrução), podendo estar associada ao borborigmo audível. Vômitos (mais precoces quanto mais alta a obstrução - vômitos precoces (alta - biliosos) ou tardios/ausentes (baixa - fecaloide)).
Se completa: constipação e parada na eliminação de gases. Se parcial: diarreia paradoxal. É raro ter sangue nas fezes (exceto se II, que é comum).

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29
Q

Por que ocorre a diarreia paradoxal na suboclusão intestinal?

A

Supercrescimento bacteriano que atrapalha a absorção, promovendo diarreia. Isso mais o acúmulo de conteúdo a montante, aumentando a pressão intraluminal, chegando a um ponto que esse conteúdo escapa pela região patente (por distensão do lúmen) e é eliminado na forma de diarreia. É um evento incomum.

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30
Q

Como o QC pode auxiliar a diferenciar OI alta da baixa?

A

Alta x Baixa (respectivamente):

  • Início da dor: precoce x tardio.
  • Característica da dor: cólicas x contínua.
  • Localização da dor: mesogástrio x periumbilical/hipogástrio.
  • Vômitos: precoces x tardios/ausentes.
  • Características dos vômitos: biliosos ou fecaloides x fecaloides.
  • Constipação: tardia x precoce.
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31
Q

Quais manifestações me fazem suspeitar de OI estrangulada de ID?

A

Taquicardia e taquipneia, oligúria, febre, alteranção do NC, leucocitose.

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32
Q

Qual o QC da OI mecânica de IG?

A

Dor abdominal e distensão IMPORTANTE. Os vômitos são mais tardios ou podem não ocorrer (se competência da válvula ileocecal). Como o CCR é a principal causa, pode haver anorexia, perda de peso e outras manifestações prévias insidiosas.

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33
Q

Como diferenciar, de forma mais grosseira, ao exame de imagem, a obstrução mecânica da funcional?

A

A mecânica apresenta os níveis hidroaéreos na alça dilatada e a funcional não.

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34
Q

Quais os achados do EF da OI?

A

Podem haver cicatrizes antigas abdominais (bridas), visualização da peristalse de luta (raro), febre (estrangulamento), RHA metálico ou abolido, distensão abdominal, discreto desconforto à palpação, DB+ e defesa (se peritonite e estrangulamento), massa palpável (às vezes em CCR), TOQUE RETAL (!!!). Pode haver hipertimpanismo à percussão.

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35
Q

Qual a importância do TR no contexto da OI?

A

Uma ampola retal totalmente livre de fezes (sinal de Hochemberg) aumenta a suspeita de obstrução. Sangue no dedo de luva aumenta a suspeita de CCR e II. Pode ser encontrado fecaloma (que podem já ser removidos).

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36
Q

Qual a diferença do TR na obstrução funcional ou mecânica?

A

Funcional: dedo de luva sujo pois a ampola está cheia de fezes.
Mecânica: vazia, principalmente se OI completa.

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37
Q

Como dx a OI?

A

Anamnese + EF + exames complementares.

38
Q

Quais os exames complementares que auxiliam no dx da OI? Quando devo solicitar?

A

O raio x de abdome agudo (3 incidências: tórax PA, abdome em pé e abdome deitado), sempre solicitado, e a TC, quando o raio X for inconclusivo.

39
Q

Quais informações o rx de abdome agudo pode nos dar?

A

OI de ID: distensão de alças de ID (mais centrais, visualização das válvulas coniventes - empilhamento de moedas), níveis hidroaéreos, ausência de ar no cólon (obstrução completa de delgado).
OI de IG: distensão de IG com válvula ileocecal competente (periférico, visualização das haustrações colônicas). Dilatação > 12 cm já há um risco importante de sofrimento isquêmico.

40
Q

Como o íleo paralítico se comporta na radiografia simples de abdome?

A

Distensão gasosa uniforme de estômago, ID e IG.

41
Q

Qual a conduta caso dúvida do ponto de obstrução na radiografia simples de abdome?

A

Uso dos exames contrastados, podendo ser a enteróclise, trânsito de delgado, enema baritado.

42
Q

Qual a imagem clássica de volvo de sigmoide no clister opaco?

A

A imagem em bico de pássaro.

43
Q

Quais os achados de TC possíveis na OI?

A

Demonstração de zona de transição (alça distendida com ar e líquidos de um lado e colabada de outro sela o dx), volvo (alça dilatada em U ou C).

44
Q

Qual exame endoscópico pode ser empregado na OI e quando deve ser usado?

A

A retossigmoidoscopia deve ser sempre empregada na suspeita de obstrução colônica. A colonoscopia é CONTRAINDICADA, pois a insuflação de ar para realizar o exame pode perfurar o intestino.

45
Q

Qual a HN da OI?

A

Conforme a obstrução vai evoluindo, a alça intestinal começa a apresentar distensão e há sofrimento isquêmico dessa alça, promovendo o estrangulamento dela, fazendo com que o paciente possa apresentar acidose metabólica por ácido lático.

46
Q

Por que é feita a radiografia de tórax no abdome agudo?

A

Para avaliar se há ou não pneumoperitônio.

47
Q

Por que a radiografia de abdome é em pé e deitado?

A

Pois deitado a distribuição dos gases é mais homogênea, enquanto que em pé o ar sobe e pode evidenciar a presença de níveis hidroaéreos.

48
Q

O que a diarreia no início do quadro de obstrução intestinal pode significar?

A

Diarreia paradoxal ou esvaziamento do conteúdo distal à obstrução.

49
Q

Quais dados permitem a diferenciação da obstrução total da parcial?

A

Ausência de flatus e evacuações sugere total, assim como ausência de gases na ampola retal. Fezes ou flatus 6-12h após o início da dor fala mais a favor de parcial.

50
Q

Como diferenciar estrangulamento da obstrução simples?

A

Sugerem estrangulamento: taquicardia, taquipneia, oligúria, febre, alteração do NC, leucocitose e/ou dor persistente e intensa apesar de drenagem por SNG e hidratação.

51
Q

Quais os sinais radiográficos do sofrimento de alça?

A

Edema de parede, perda do pregueamento/haustrações, pneumatose intestinal.

52
Q

Quais dados direcionam a abordagem derapêutica da OI?

A

Se é de ID ou IG, se é total ou parcial e se é simples ou estrangulada, sendo que isso deve ser definido antes de eu definir a terapêutica.

53
Q

Qual o sítio mais comum de OI?

A

O ID.

54
Q

Quais as principais causas de OI no delgado?

A

Brida/aderência (p), neoplasias, hérnias, íleo biliar

55
Q

O que é a brida?

A

São traves de fibrose entre uma alça e outra ou a parede do abdome, havendo acotovelamento da alça e gerando um ponto de obstrução, geralmente suboclusão.

56
Q

Qual o grande FR para a formação de brida?

A

Cirurgia abdominal prévia é o principal (independentemente do tempo que faz da cirurgia - o risco é pelo resto da vida). Outras: processo inflamatório abdominal (ex: endometriose).

57
Q

Qual o tto do paciente com brida?

A

Depende do quadro clínico do paciente:

  • Não complicada (sem irritação peritoneal): suporte por 48h (conservador) + gastrografin (contraste hidrossolúvel hiperosmolar - melhora edema na parede da alça e permite avaliação radiográfica da OI).
  • Complicada ou refratária: lise das aderências cirurgicamente (ideal: vídeo).
  • Lembrar que obstrução total SEMPRE é cirúrgico.
58
Q

Por que eu tento o tto de suporte inicialmente na brida não complicada?

A

Pois a tendência é a resolução espontânea do quadro. A cirurgia para a lise das aderências, apesar de resolver em um 1° momento, eu predisponho ainda mais o risco de um novo evento de brida nesse paciente.

59
Q

Quais as principais causas de OI no cólon?

A

Câncer colorretal (p), volvo

60
Q

O que é o volvo?

A

É uma torção sobre o próprio eixo, podendo ocorrer em qualquer local do TGI (ceco, gástrico, SIGMOIDE - mais comum de todos).

61
Q

Como é a obstrução pelo volvo?

A

É uma obstrução em alça fechada (em 2 pontos de maneira simultânea), fazendo com que o conteúdo não consiga ser drenado da região acometida pelo volvo, aumentando muito rapidamente a pressão no local, aumentando o risco de isquemia, necrose e perfuração.

62
Q

Quais as causas de obstrução em alça fechada?

A

Obstrução colônica + valva ileocecal competente (principal causa de obstrução em alça fechada).

63
Q

Como dx volvo de sigmoide?

A

Rx: consegue dar o dx de volvo, além de evidenciar que a OI é colônica (sinal do grão de café, do “U” invertido). Se faço um enema baritado, eu vejo um afilamento na região do volvo (sinal do bico de pássaro).

64
Q

Como é feito o tto com volto de sigmoide?

A

Suporte +:

  • Não complicado (sem sofrimento isquêmico, sinais toxêmicos ou irritação peritoneal): descompressão endoscópica (para tirar o paciente da situação de emergência) + sigmoidectomia eletiva (pelo elevadíssimo índice de recorrência).
  • Complicado (estrangulamento ou sem resposta à colonoscopia): cirurgia de urgência (Hartmann) + reconstrução em 2° momento.
65
Q

Quais as principais causas de OI na infância?

A

Intussuscepção (principal), bezoar, bolo de ascaris, hérnia.

66
Q

O que é a obstrução por bezoar?

A

É a obstrução por um alimento que não é digerido (ex: cabelo, linha).

67
Q

O que é o íleo-biliar?

A

É quando há OI por um cálculo biliar.

68
Q

Qual a fisiopatologia do íleo-biliar?

A

Deve ter um quadro de colecistite aguda, pois a vesícula deve estar inflamada para poder “grudar” no duodeno, o que promove a formação de uma fístula colecistoentérica (bilioduodenal). O cálculo é, então, drenado para o TGI por essa fístula, havendo melhora do quadro de dor. Porém esse cálculo é levado e impacta na região do íleo distal, havendo distensão de delgado.

69
Q

Como fazer o dx de íleo-biliar?

A

RX ou TC: pneumobilia, cálculo ectópico, distensão do delgado = tríade de Rigler.

70
Q

Como tratar o íleo-biliar?

A

Como é um quadro de obstrução mecânica completa, o tratamento deve ser cirúrgico: medidas de suporte + retirada do cálculo (enterotomia) +/- colecistectomia (se ele tolerar, já faço na mesma cirurgia).

71
Q

O que é a sd de Bouveret?

A

É um cálculo biliar que gera obstrução, porém a fístula ocorre de maneira mais alta do que o íleo-biliar (ex: estômago), promovendo, também, uma obstrução mais alta, como no piloro ou na porção mais proximal do duodeno.

72
Q

O que é a intussuscepção intestinal (II)?

A

É a invaginação de uma alça intestinal dentro da outra. É a causa mais comum de obstrução intestinal na infância.

73
Q

Qual a idade mais comum de ocorrer a II?

A

Geralmente entre 3m e 6 anos.

74
Q

Por que ocorre a II na criança? E no adulto?

A

Ocorre de forma idiopática. No adulto, a causa geralmente é um pólipo, divertículo ou tumor.

75
Q

Qual a clínica da II?

A

Dor abdominal paroxística e intermitente, massa em salsicha, fezes em geleia de framboesa (a alça invaginada sofre isquemia e começa a liberar muco e sangue).

76
Q

Como fazer o dx de II?

A

Clínico + exames de imagem:

  • RX: sinais de obstrução de delgado.
  • USG: sinal do alvo e do pseudorim.
  • Enema baritado (padrão-ouro): meia lua ao exame. Além de dar o dx, já permite o tto.
77
Q

Qual o tto da II?

A

Redução com o enema (não baritado, pois se houver perfuração, o bário cai dentro da cavidade peritoneal) com ar, bário ou gastrografin.
Caso refratário ao enema ou adulto: cirurgia.

78
Q

Qual o local mais comum da II?

A

Na válvula íleo-cecal.

79
Q

Algoritmo de tratamento OI.

A
80
Q

O que é o íleo paralítico?

A

É a parada na eliminação de gases e fezes na ausência de obstrução mecânica.

81
Q

Qual o QC do íleo paralítico?

A

Obstrução intestinal + náuseas + vômitos + distensão abdominal. A dor é imprecisa (não tipo cólica), RHA diminuídos desde o início.

82
Q

Qual o tto do íleo paralítico?

A

EXCLUIR A POSSIBILIDADE DE CAUSAS MECÂNICAS + jejum, drenagem NG, hidratação e correção de DHE, substituir medicamentos predisponentes (se possível).

83
Q

Quais as possíveis causas de íleo paralítico?

A

São diversas:

84
Q

Quanto tempo o TGI volta a funcionar quando há íleo pós-operatório?

A

Depende do segmento do TGI: ID 24h, estômago 24-48h, cólon até 72h.

85
Q

O que é a pseudo-obstrução intestinal?

A

É uma severa dismotilidade do TGI, podendo ser aguda ou crônica, primária (distúrbios neuromusculares) ou secundária (doença sistêmica).

86
Q

Qual a teoria etiopatogênica da pseudo-obstrução intestinal? O que corrobora isso?

A

Que ela ocorra por uma hiper-atividade simpática, o que é reforçado pela resposta fantástica à neostigmina e anestesia geral.

87
Q

Quais as causas secundárias da pseudo-obstrução intestinal?

A

ES, mixedema, DM, Parkinson e AVC.

88
Q

O que é a pseudo-obstrução colônica aguda (POCA)?

A

Também chamada de sd de Ogilvie, é uma obstrução funcional APENAS do cólon.

89
Q

Em qual paciente é mais comum a sd de Ogilvie?

A

No paciente mais GRAVE (UTI, grande queimado, politrauma, IAM extenso, …).

90
Q

Qual a clínica do paciente com sd de Ogilvie?

A

Dor, distensão COLÔNICA, peristalse POSITIVA (pois o ID está funcionando).

91
Q

Como tratar a sd de Ogilvie?

A

EXCLUIR A POSSIBILIDADE DE CAUSAS MECÂNICAS + tratamento de suporte. Caso não melhora após 48-72h ou ceco > 12 cm (alto risco de perfuração) = neostigmina (parassimpaticomimético). Se não houve resposta ou resposta parcial = descompressão colonoscópica. Sem resposta ou parcial = cirurgia (cecostomia percutânea ou ressecção do segmento).