DII Flashcards

1
Q

Quais as principais DII?

A

Doença de Crohn (DC) e retocolite ulcerativa (RCU). Caso não se encaixe em nenhum desses, é chamado de colite indeterminada.

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2
Q

Qual o fator etiopatogênico envolvido nas DII?

A

Por ser uma doença IDIOPÁTICA, não se sabe ao certo a etiopatogenia dessa condição, porém, sem dúvidas, existe um distúrbio na REGULAÇÃO DA IMUNIDADE DA MUCOSA INTESTINAL, que promove um processo inflamatório ESPONTÂNEO CONTRA A MICROBIOTA FISIOLÓGICA.

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3
Q

Quais os FR das DIIs?

A
HF positiva (aumento de 100x a incidência), ACO, dieta, AINEs, tabagismo (protetor em RCUI).
*Protetor: apendicectomia, amamentação, tabagismo (para RCUI).
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4
Q

Qual a epidemiologia da DII?

A

Mais comum nos países do Norte do globo, com uma incidência BIMODAL (2 picos de incidência): entre 15-40 anos (jovens - principal) e outro entre 50-80 anos.

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5
Q

Qual a relação do cigarro com as DIIs?

A

É fator PROTETOR para RCU, porém está associado à DC.

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6
Q

Qual a relação da intolerância à lactose com as DIIs?

A

Não é mais prevalente nos portadores de DII, porém a DII pode agregar uma intolerância secundária por alteração na mucosa intestinal.

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7
Q

Qual a relação dos AINEs com a DII?

A

Seu uso está relacionado a reagudizações das DII e contribuem para surgir doença refratária.

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8
Q

Qual a característica geral da DII?

A

Idiopáticas e sistêmicas.

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9
Q

Quais as características anatomopatológicas da RCU?

A

É EXCLUSIVA do cólon, EXCLUSIVA da mucosa e tipicamente ascendente e uniforme (ascendo do reto em direção ao cólon e não “salta”, é homogênea).

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10
Q

Imagem acometimento do cólon na RCU.

A

.

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11
Q

Como a RCU consegue promover ileíte?

A

Como uma complicação da RCU grave, em que há passagem do material tóxico do cólon inflamado pela valva ileocecal e inflamando o ID distal (íleo).

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12
Q

Como está a macroscopia na RCU?

A

Varia desde normal até total desnudamento dela: desaparecimento do padrão vascular típico do cólon, hiperemia/edema/mucosa friável/erosões/ulcerações/pus/sangue na mucosa, formação de pseudopólipos e mucosa pálida, atrófica e com aspecto tubular (cronicidade).

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13
Q

A RCU pode comprometer além da mucosa colônica? Explique.

A

Sim, mas não por ação direta da doença e sim por contiguidade, podendo acometer submucosa e muscular, podendo promover megacólon tóxico e perfuração espontânea.

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14
Q

Quais as alterações radiológicas possíveis na RCU e por que ocorrem?

A

Com o decorrer da atividade da doença, há o comprometimento da musculatura colônica, havendo a perda das haustrações, aparecendo, ao exame radiológico, com o aspecto de “cano de chumbo”.

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15
Q

Como é a melhora do padrão de lesões da RCU com o tratamento?

A

Se inicial proximal e vai progredindo para distal, sendo o reto a última região a apresentar melhora.

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16
Q

Por que ocorrem os pseudopólipos na RCU?

A

Pois o processo inflamatório entre uma região de mucosa normal promove prolapso dessa mucosa em direção ao lúmen, podendo ser indistinguíveis de um pólipo adenomatoso. São projeções pós-inflamatórias. NÃO É PRÉ-MALIGNO.

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17
Q

Quais as características anatomopatológicas da DC? Correlacione com a RCU.

A

Pode acometer QUALQUER REGIÃO do TGI, da boca ao ânus (RCU: apenas cólon), NÃO acomete o TGI de forma homogênea (RCU: homogêneo) e as alterações são tipicamente TRANSMURAIS (RCU: mucosa apenas).

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18
Q

Por que é dito que a DC acomete o intestino de forma salteada?

A

Pois outras alterações são encontradas à distância, explicando as recidivas da doença após ressecções segmentares - são lesões separadas por trechos de mucosa normal, as lesões salteadas ou “skip lesions”. Ou seja, o acometimento é DESCONTÍNUO e FOCAL.

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19
Q

Qual a consequência do acometimento transmural pela DC?

A

Explica o espessamento da parede intestinal, podendo promover estenoses e o potencial para formação de FÍSTULAS para o mesentério e outros órgãos contíguos.

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20
Q

Como a DC se manifesta inicialmente na macroscopia?

A

Como úlceras aftoides (lesões esbranquiçadas), pequenas lesões ulcerosas da mucosa que se desenvolvem sobre as placas de Peyer (ID) ou aglomerados linfoides (IG).

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21
Q

Como as úlceras aftoides da DC podem evoluir? Quais as consequências disso?

A

Podem se extender superficialmente (longitudinal ou transversalmente), podendo promover, ao se fundirem e comprometerem o cólon, o padrão de pedras de calçamento (as úlceras separam as áreas de mucosa normal), ou se aprofundarem na parede intestinal, resultando em fístulas.

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22
Q

Qual achado de bx permite diferenciar DC da RCU?

A

A presença de GRANULOMAS não caseosos, ocorrendo em 30% das DC e não na RCU, sendo PATGNOMÔNICO da DC após excluídas outras causas granulomatosas, como TB e sarcoidose.

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23
Q

Quais os principais locais de acometimento pela DC?

A

A porção distal do íleo e o cólon ascendente (ileocolite).

  • Quando acomete o cólon, geralmente o reto é POUPADO, o que não ocorre na RCU.
  • *20% apresentam DC restrita ao ID, a ileíte de Crohn ou enterite regional.
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24
Q

Existe a RCU com preservação do reto? Explique.

A

Sim, sendo uma forma de difícil diferenciação com a DC. Ocorre pelo “esfriamento” da doença na região pelo uso de enemas com GCs, aliviando a inflamação mais distal do cólon (reto).

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25
Q

Como é o comprometimento anal da DC?

A

Fístulas, fissuras e abcessos. Ocorre em 1/3 dos pacientes com DC.

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26
Q

Qual outro achado MACROSCÓPICO é muito específico da DC?

A

A invasão serosa por tecido adiposo (fat wrapping). Outra alteração são nódulos esbranquiçados (“semente de milho”) na superfície EXTERNA de uma alça intestinal, que são granulomas na serosa. São achados da laparotomia e laparoscopia.

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27
Q

Qual o QC da RCU?

A

Típico: febre + diarreia INVASIVA (com pus, muco e sangue) e crônica e dor abdominal, sendo intercalado por períodos assintomáticos.
Com a evolução do quadro: urgência para defecar (menor complacência do reto inflamado), cólicas abdominais baixas e sangue nas fezes (universal).
*Menos comum: agudo e fulminante com diarreia violenta e súbita, sd febril e toxemia.

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28
Q

Por que ocorre o sangramento nas fezes na RCU?

A

Pela mucosa se tornar extremamente friável, sangrando sempre.
*A ausência de sangue nas fezes deve questionar o dx de RCU.

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29
Q

A RCU pode se manifestar com constipação? Explique.

A

Sim, sendo menos comum, porém ocorre quando o processo inflamatório está restrito ao retossigmoide, havendo uma diminuição da peristalse no cólon direito.

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30
Q

Qual a anormalidade laboratorial MAIS COMUM na RCU? Comente sobre outras.

A

A anemia ferropriva pela perda crônica de sangue pelas fezes (mucosa friável). Pode haver leucocitose com desvio à esquerda.
*Na colite extensa: pode haver hipoalbuminemia por perda proteica pela mucosa inflamada do cólon.

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31
Q

Quando as manifestações extraintestinais são mais comuns na RCU?

A

Quando o acometimento do IG se extende para além da flexura esplênica.

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32
Q

Qual o QC da DC?

A
Mais comuns (ileocolite): diarreia crônica e invasiva + dor abdominal + febre, anorexia, perda de peso (sd disabsortiva!).
Outras: massa palpável* em QID e doença perianal.
*Alça edemaciada ou abcesso intra-abdominal.
**A DC gastroduodenal imita a DUP.
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33
Q

Por que a DC cursa mais frequentemente com sd disabsortiva?

A

Pois a DC tem grande predileção por ID (íleo) ao passo que a RCU compromete apenas IG, fazendo com que a DC prejudique mais (para um mesmo nível de gravidade) o estado clínico do paciente.

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34
Q

Quais as principais complicações das DIIs e em quais formas são mais comuns?

A

Sangramento (p RCU), megacólon tóxico, perfuração, peritonite, estenoses (p DC), fístulas (p DC), câncer (p RCU).

35
Q

Comente sobre o sangramento nas DIIs.

A

O sangue oculto geralmente também é positivo na DC, porém o franco sangramento macroscópico (hematoquezia) é muito mais frequente na RCU.

36
Q

O que é e quando ocorre o megacólon tóxico?

A

É uma forma de megacólon que ocorre quando a inflamação compromete a camada muscular (é um “íleo metabólico” no cólon), levando à perda de seu tônus intrínseco com consequente adelgaçamento da parede intestinal.

37
Q

Qual o tto do megacólon tóxico?

A

Inicialmente o tto é clínico com ATB + corticoide EV +/- ciclosporina ou infliximab.
Caso refratariedade, posso optar pelo tto cirúrgico (colectomia + ileostomia).

38
Q

Como dx o megacólon tóxico? QC?

A

Dilatação colônica ≥ 6 cm no raio x + dor abdominal + febre alta + diminuição da peristalse.
*Geralmente há toxemia (febre, taquicardia, leucocitose com neutrofilia, hipotensão, alteração do NC), DHE e desidratação).

39
Q

Quais os achados radiográficos do megacólon tóxico?

A

Acúmulo intraluminal de gás num cólon dilatado, podendo haver pneumatose intestinal.

40
Q

Quais as complicações do megacólon tóxico?

A

Perfuração e consequente peritonite. O megacólon tóxico é uma condição extremamente temida na colite grave, pois pode complicar com condições muito graves.

41
Q

Quais possíveis causas, fora as DII, do megacólon tóxico?

A

Infecções bacterianas (C. difficile, Salmonella, Shigella), parasitárias (ameba e cryptosporidium) ou virais (CMV), DII e outras (Kaposi, isquemia, volvos, colite pseudomembranosa, neoplasia obstrutiva de cólon).

42
Q

Qual o tto do megacólon tóxico?

A

*Se não houver melhora com o tto clínico em 12-24h, pode ser necessária colectomia para evitar uma possível perfuração.

43
Q

Por que ocorrem as estenoses nas DIIs?

A

Pelo comprometimento repetitivo e grave dos planos profundos da parede intestinal.

44
Q

Qual o QC da estenose intestinal?

A

Geralmente a clínica é de pseudo-obstrução intestinal, com cólica, dilatação abdominal pós-prandial, constipação/diarreia paradoxal e massa palpável (alça dilatada ou abcesso).

45
Q

Quais as possíveis consequências das fístulas transmurais?

A

Massas inflamatórias e abcessos intra-abdominais.

46
Q

Quais as principais fístulas da DC?

A

Enteroentéricas, enterovesicais, enteromesentéricas, enterocutâneas, retovaginais, perianais e abcessos perianais.

47
Q

Qual uma forma clássica de apresentação da DC que envolve as fístulas?

A

Um paciente submetido à apendicectomia por um dx equivocado de apendicite (na verdade era a DC se manifestando) que evolui no PO com fístula enterocutânea proveniente da região manipulada no ato operatório.

48
Q

Quais os fatores mais relacionados com o CCR complicando a RCU?

A

A extensão do acometimento da mucosa e a duração da doença.

  • Apesar de a DC também aumentar o risco de adenocarcinoma intestinal, a relação da extensão e duração não é tão forte como na RCU.
  • *A gravidade do episódio inicial da RCU não é FR para CCR.
49
Q

Qual achado é extremamente importante na bx de cólon no contexto do câncer na RCU e qual a conduta?

A

A displasia da mucosa, sendo pré-maligna e indica a colectomia, pois são comuns regiões malignas em pontos diferentes dessa displasia.

50
Q

Como deve ser a investigação do CCR na RCU?

A

Através de bx em toda a extensão do cólon para procura dessas displasias após 8 anos de RCU, sendo repetidas a cada 1-2a. Se achar displasia, devo repetir, e, se confirmada, devo fazer colectomia.

51
Q

Comente sobre a relação da DC com o câncer.

A

Também há aumento do risco de adenocarcinoma intestinal, correlacionando-se com a extensão e duração da doença (porém menos fortemente como na RCU) e o rastreio deve ser o mesmo para a RCU (colonoscopia com bx a cada 1-2a após 8a da doença).

52
Q

Qual a relação das DIIs com a gravidez?

A

Mulheres em idade fértil com DII não apresentam alterações de fertilidade. Porém, complicações gestacionais são mais comuns nas portadoras de DII e está relacionada ao grau de ativadade da doença. Já no caso de a gravidez alterar o curso das DII, caso em remissão, não há aumento no risco de reativação, porém a RCU em atividade piora com a gravidez e a DC segue curso independente do ciclo gravídico.

  • O uso de sulfassalazina e GCs não é CI na gravidez pelo risco-benefício de controlar a DII.
  • *Azatioprina está relacionado com mal formações fetais.
53
Q

Quais as possíveis manifestações extra-intestinais na DII?

A

Mnemômico RCU E DC:
R: resposta imune (febre, leucocitose, aumento da PCR, astenia, perda de peso, mialgia, … - salada da inflamação).
C: colangite esclerosante (na RCU apenas).
U: uveíte (e episclerite).
E: eritema nodoso (p DC, especialmente pré-tibial) e pioderma gangrenoso (p RCU).
D: dor articular (artrite, artralgia), espondilite anquilosante (esta p DC)
C: cálculos renais e biliares (DC).

54
Q

Comente sobre o acometimento articular nas DIIs.

A

Ocorre em 25% das DII, pode acometer qualquer articulação, porém as mais comuns são joelho, punho e tornozelo. A artrite não é deformante e pode ser migratória (~FR). A oligoartrite periférica APRESENTA CORRELAÇÃO COM A ATIVIDADE DA DOENÇA.

55
Q

Qual manifestação articular não está relacionada com a atividade da DII?

A

A espondilite anquilosante, podendo ou não estar relacionada com a atividade.
*Lembrar que a EA é mais comum como manifestação extraintestinal da DC.

56
Q

Comente sobre as manifestações muco-cutâneas das DIIs.

A

Eritema nodoso: é uma paniculite, tem correlação com a atividade e mais comum na DC.
Pioderma gangrenoso: úlcera relativamente indolor, cura com cicatrização, mais comum na RCU e SEM RELAÇÃO COM ATIVIDADE.
*Outras: estomatites.

57
Q

Qual o mecanismo fisiopatológico das manifestações extra-intestinais das DII?

A

É a migração de leucócitos autorreativos ativados no intestino inflamado.

58
Q

Quais manifestações extra-intestinais estão correlacionadas com a atividade da doença e quais não estão?

A

SEMPRE se relacionam com atividade: artrite PERIFÉRICA, episclerite e eritema nodoso.
PODEM não se relacionar: pioderma gangrenoso, uveíte e EA.

59
Q

Quais as formas de comprometimento hepático das DII?

A

Hepatite focal, esteatose hepática (estas 2 melhoram com controle da doença de base), pericolangite, colangite esclerosante, cirrose biliar e câncer.

60
Q

Explique a formação dos cálculos renais e por que é mais comum na DC.

A

Os cálculos renais são principalmente de oxalato de cálcio. Isso pois, normalmente, o cálcio no lúmen intestinal se liga ao oxalato, formando um composto inabsorvível que é eliminado nas fezes. No entando, quando há sd disabsortiva (mais especificamente a esteatorreia), o cálcio passa a se ligar mais frequentemente com os AGs em excesso (lembrar que a sd disabsortiva das DII ocorrem por alteração na absorção e não na digestão), formando compostos inabsorvíveis e permitindo que o oxalato seja absorvido e eliminado na urina, favorecendo a precipitação de sais de oxalato de cálcio. Como a DC que acomete mais frequentemente o ID (e a absorção), os cálculos estão mais relacionados à essa doença.

61
Q

Como a fístula enterovesical se manifesta?

A

Polaciúria, piúria, cistites recorrentes e disúria.

62
Q

Como confirmar o dx da RCU?

A

Retossigmoidoscopia com bx. Histopatológico com distorção das criptas, criptite, infiltrado linfomono e abcesso das criptas.
*Colono deve ser feita em suspeita de doença grave e é CI na suspeita de megacólon tóxico.

63
Q

Como confirmar o dx da DC?

A

Ileocolonoscopia com bx. Histopatológico ~ RCU porém pode haver granulomas não caseosos na DC (patognomônico de DC uma vez excluídas outras doenças granulomatosas).

64
Q

Quais outros exames de imagem podem auxiliar no dx das DIIs e quais as diferenças entre a RCU e a DC nesses exames?

A

1) Clíster opaco:
a) RCU: ausência de haustrações (cano de chumbo), granularidade em áreas contíguas, úlceras superficiais, pseudopólipos.
b) DC: úlceras assimétricas e focais, fístulas, preservação do reto.
2) Avaliação de delgado (apenas para DC): enteróclise ou, preferencialmente, êntero-TC ou êntero-RNM.
* Cápsula endoscópica: caso eu precisar avaliar ID (não usar se suspeita de oclusão/sub-oclusão intestinal.
* *Calprotectina fecal: positivo nas DII e negativo na SII.

65
Q

Quais exames sorológicos podem auxiliar no dx da DII?

A

DC: ASCA.
RCU: p-ANCA.
*Ambos podem ser encontrados nas 2 doenças, porém são mais COMUNS nas colodadas acimda.

66
Q

Quais as principais drogas usadas no tto das DII?

A

Apesar de serem doenças diferentes, as mesmas drogas serão usadas para tratamento: derivados do ácido aminossalicílico, GCs (VO, EV ou retal), imunomoduladores (azatioprina e ciclosporina) e imunobiológicos (inibidores do TNF-alfa: infliximabe e adalimumabe), sendo que o tratamento é escalonado nessas drogas de acordo com a potência desejada.

67
Q

Qual o mecanismo de ação dos derivados do ácido aminossalicílico?

A

São anti-inflamatórioas de ação TÓPICA e a sulfassalazina depende de bactérias colônicas para sua ativação (retirada do radical sulfa), sendo mais usado para doenças colônicas.

68
Q

Quais os usos da mesalazina e sulfassalazina?

A

Podem ser usados tanto para remissão quanto manutenção da doença, sendo escolhidos principalmente para doença colônica e a droga de menor potência no arsenal terapêutica (primeira a ser tentada).

69
Q

Qual o uso dos GCs nas DIIs?

A

Devem ser usados APENAS para indução de remissão pelo alto risco de efeitos colaterais do uso crônico. No entanto, caso a doença só remita com eles, podem ser usados para manutenção.

70
Q

Quais as vias usadas para os GCs nas DIIs, quais GCs usar em cada via e quais as indicações de cada via?

A

EV: metilprednisolona ou hidrocortisona, casos mais graves.
VO: prednisona, budesonida (p - efeito tópico e grande efeito de primeira passagem, produzindo poucos efeitos colaterais).
Retal: enema ou supositório para doença colônica distal.

71
Q

Qual o principal uso dos imunomoduladores nas DII?

A

São usados para o desmame dos GCs nos corticodependentes (só conseguem manter a doença em remissão com o uso de GCs), usados, então, para manutenção das DIIs moderadas a graves.

72
Q

Qual o efeito adverso mais grave dos anti-TNF? Explique.

A

O risco aumentado de infecções oportunistas intracelulares, como TB (p), micoses, nocardiose, listeriose e virais (HBV, EBV, CMV). Antes de prescrever os anti-TNF, devo rastrear infecção latente por TB com rx de tórax e PPD (prova tuberculínica) e tratá-la se presente.

73
Q

Como deve ser o tratamento geral das DIIs?

A

Posso ir escalonando as drogas, sendo que a potência vai aumentando (step-up) ou diminuindo (top-down - começo com a “bala de canhão” e depois vou reduzindo):

1) Mesalazina, sulfassalazina (+ folato): VO, retal - são as menos potentes, agem bem em doença distal, boa para manutenção.
2) Corticoide: Retal, VO ou EV - mais como uma droga de ataque (induzir remissão) do que para manutenção, mas posso usar para isto.
3) Imunossupressores (azatioprina, mercaptopurina e ciclosporina).
4) Imunobiológicos (inibidores TNF): infliximabe, adalimumabe.
* ATBs (cipro + metronidazol): 2a linha em substituição à sulfassalazina/mesalazina na DC.

74
Q

Comente sobre as estratégias step up e top down do tratamento das DII.

A

A step up é o escalonamento de drogas, iniciando-se pelas mais fracas e progredindo para as mais fortes. O top down é o contrário, começando com as fortes para controle clínico e então diminuindo a potência conforme o paciente tolere.

75
Q

Quando usar step up ou top down na DC?

A

Step up na doença leve-moderada (sulfassalazina) e top down na moderada-grave (anti-TNF + imunomodulador).

76
Q

Quais as indicações do tto cirúrgico na DC?

A

Obstrução intestinal (p), abcessos, fístulas refratárias, hemorragia maciça, refratariedade ao tto clínico, displasia de alto grau e câncer = COMPLICAÇÕES!!!
*Para a RCU, é curativa (porém vou usar apenas se intratabilidade clínica ou complicações).

77
Q

Qual o procedimento cirúrgico de escolha para a DC com estenose intestinal?

A
A estricturoplastia (estenosoplastia). É semelhante à uma piloroplastia à Heinecke-Mikulicz.
*A ressecção segmentar só deve ser feita quando for inevitável (como isquemia ou necrose), pois aumenta muito o risco da sd do intestino curto.
78
Q

Qual cuidado deve ser tomado na fase aguda de uma colite?

A

Deve-se evitar os antidiarreicos, pois podem precipitar o megacólon tóxico.

79
Q

Quais as indicações do tto cirúrgico na RCU?

A

Colite fulminante, megacólon tóxico que não melhora após 48-72h de tto clínico, hemorragia grave, perfuração, displasia de alto grau, câncer, refratariedade do tto clínico e retardo do crescimento (crianças).

80
Q

Quais as cirurgias empregadas na RCU?

A

Proctocolectomia (cura, porém promove a necessidade de uma ileostomia) podendo fazer uma IPAA (ileal pouch anal anastomosis - anastomose entre uma bolsa ileal e o canal anal - escolha) ou IPDRA (ileal pouch distal rectum anastomosis).

81
Q

Quais ddx devo pensar quando houver pneumatúria (uma vez excluído trauma)?

A

Diverticulite complicada, doença de Crohn e CCR.

82
Q

Quais os achados colonoscópicos da RCU?

A

Perda do aspecto arborizado da vascularização da mucosa colônica (o normal é eu ver vários vasos), mucosa friável e com ulcerações, pseudopólipos.

83
Q

Quais os achados colonoscópicos da DC?

A

Áreas ulceradas alternadas por mucosa normal, adquirindo um aspecto de pedra em calçamento, úlceras aftosas, úlceras mais profundas, pseudopólipos.