Dor Abdominal Difusa Flashcards

1
Q

Quais artérias promovem a irrigação do abdome?

A

Tronco celíaco, AMS e AMI.

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2
Q

Quais as áreas irrigadas pelo tronco celíaco?

A

Fígado, estruturas biliares, baço, estômago, parte do pâncreas.

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3
Q

Quais as áreas irrigadas pela AMS?

A

ID e IG, desde a porção distal do duodeno até a distal do cólon transverso. Forma arcadas que irão penetrar na parede intestinal (artérias retas).

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4
Q

Quais as áreas irrigadas pela AMI?

A

A partir da porção distal do transverso até proximal do reto.

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5
Q

Como o tronco celíaco, AMS e AMI se comunicam na irrigação abdominal?

A

Tronco celíaco e AMS: arcadas pancreatoduodenais.

AMS e AMI: artérias marginais de Drummond e a artéria de Meandro (arco de Riolan).

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6
Q

Qual a importância das artérias retas?

A

São ramos terminais, sem anastomoses entre si, fazendo com que a sua oclusão, crônica ou aguda, promova isquemia da região irrigada.

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7
Q

Quais as principais regiões do IG envolvidas nos infartos segmentares?

A

As zonas divisoras de águas, sendo a região de transição entre a irrigação pela AMS, AMI e ilíaca interna: flexura esplênica e junção retossigmoide.

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8
Q

O que o QC da isquemia mesentérica depende?

A

Do grau de comprometimento (obstrução parcial ou total), segmento afetado (ID x EG; transmural x mucosa; colaterais x sem colaterais), rapidez do processo (aguda x crônica), origem (arterial x venoso; trombose x embolia) e da duração (transitória x permanente).

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9
Q

Quando ocorre a isquemia mesentérica crônica (IMC)?

A

Ocorre quando pelo menos 2 das principais artérias estão comprometidas por ATEROSCLEROSE.

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10
Q

Qual o QC da IMC?

A

Dor perigástrica intermitente que surge após 15-30 minutos das refeições (angina abdominal) e dura por 1-3h (consumo aumentado de O2 pelo intestino). Pode haver perda de peso por “medo” de se alimentar (dor relacionada à alimentação).

  • ID: dor em mesogástrio.
  • *IG: dor nas regiões divisoras da água, predominando nos quadrantes inferiores e associada, geralmente, a incontinência fecal.
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11
Q

Como dx a IMC?

A

Angiografia mesentérica mostrando oclusão de mais de 50% de pelo menos 2 das 3 artérias principais do abdome na presença de história clínica compatível com angina mesentérica!!!

  • A imagem sem clínica NÃO autoriza o tratamento.
  • *Doppler: menor acurácia, servindo apenas como triagem - negativo praticamente afasta o dx.
  • **Outras formas: angioTC/RNM.
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12
Q

Qual a evolução da IMC?

A

Cerca de 50% dos pacientes com isquemia mesentéria aguda (IMA - infarto intestinal) apresentam história compatível com IMC, sendo que os sintomas vão se tornando mais frequentes e intensos, culminando na IMA trombótica. Isso torna imperativo o tto da IMC.

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13
Q

Qual o tto da IMC?

A

1) Jovens e sem comorbidades: revascularização cirúrgica (by-pass, endarterectomia ou reimplante vascular).
2) Idosos ou com comorbidades (risco cirúrgico elevado): angioplastia percutânea ou stents.
* Cirurgia: menor taxa de reoclusão.

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14
Q

Quais os grupos de causas da IMA?

A

Trombose arterial, embolia arterial, infarto mesentérico não oclusivo, colite isquêmica e trombose venosa.

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15
Q

Quais as principais causas específicas da IMA?

A

Embolia da AMS, isquemia mesentérica não oclusiva, trombose da AMS e trombose da veia mesentérica.
*Raro: vasculite.

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16
Q

Qual frase é muito famosa e deve ser sempre lembrada na IMA?

A

Como existem muitas outras causas de abdome agudo e muito mais comuns, a IMA geralmente não é suspeitada inicialmente e, enquanto o paciente é tratado conservadoramente, o intestino morre.

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17
Q

Qual a maior causa da trombose da artéria mesentérica? Cite outras.

A

A aterosclerose. Outras: trauma abdominal, sepse, aneurisma dissecante da aorta, vasculites, displasia fibromuscular.

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18
Q

Existe associação da trombose de artéria mesentérica com coagulopatias hereditárias?

A

A princípio, não.

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19
Q

Qual o QC da trombose da artéria mesentérica?

A

Dor abdominal INTENSA, tendendo a ser inicialmente em cólica e se localizar periumbilical, evoluindo como mal localizada (difusa) e constante. As manifestações sistêmicas passam a ser proeminentes, como taquicardia, febre, hipotensão, leucocitose, sangue no aspirado gástrico/fezes/vômitos. A dor é DESPROPORCIONAL AO EXAME FÍSICO!!! A peristalse está frequentemente NORMAL no início, havendo paralisia com o passar do quadro. Um dado MUITO IMPORTANTE é a T°retal < T°ax (Lenander inverso).
*O abdome pode estar distendido e sensível (~obstrução), podendo evoluir com peritonite sanguinolenta se for transmural a necrose.

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20
Q

Quais são dicas da anamnese que podem remeter a IMA?

A

Histórico de angina mesentérica e aterosclerose em outras regiões do corpo.

21
Q

Quais os labs da IMA?

A

Leucocitose importante (25k) com desvio à esquerda, HT elevado por perda de plasma pelo intestino isquêmico (leucocitose + hemoconcentração). Pode elevar amilase e lipase (porém nunca em níveis de PA). Em fases tardias, TGO, TGP, LDH e creatinifosfoquinase se elevam.

22
Q

Qual uma máxima para o dx de IMA?

A

Qualquer abdome agudo que evolua com acidose metabólica é IMA até que se prove o contrário.

23
Q

Como o raio x pode ajudar no dx da IMA?

A

Ajuda a confirmar ou excluir a causa do abdome agudo, podendo revelar (raro) calcificações arteriais (aterosclerose avançada). Em fases avançadas: distensão de alças, pneumatose intestinal, pneumoperitônio ou até ar em ramos da veia porta.

24
Q

Como a TC pode auxiliar no dx da IMA?

A

Ajuda na investigação inicial, evidenciando dilatação colônica, espessamento da parede, falhas de enchimento vascular, oclusão, pneumatose intestinal e gás no sistema porto-mesentérico.

25
Q

Como confirmar o dx de IMA?

A

Angiografia mesentérica, sendo mais útil quanto mais precoce, pois quando já houve perfuração e peritonite, a laparotomia exploradora se torna mais interessante (não para dx, mas sim para manejo).

26
Q

Qual o tto da IMA por trombose arterial?

A

Suporte (SNG, hidratação, DHE) + ATB largo espectro + CIRURGIA (remoção do segmento acometido e, se o paciente tolerar, revascularização e trombectomia associada).

27
Q

Como avaliar quais alças estão viáveis na IMA?

A

Coloca-se as alças isquêmicas sobre uma compressa com SF morno e deixadas por 10 minutos. Avalia-se então sua coloração (púrpura = px ruim), peristalse, pulsação arterial e sangramento nas superfícies do corte (se positivo = bom sinal).

28
Q

Qual conduta pode ser adotada para diminuir o espasmo intestinal na IMA e quando deve ser adotada?

A

A infusão contínua de papaverina, sendo recomendada em sinais de irritação peritoneal, enchimento ruim da AMS e colaterais insuficientes (desde que hemodinamicamente estável).

29
Q

Qual o prognóstico da IMA por trombose arterial?

A

Sem cx = 100%; com cx > 50%.

30
Q

Qual conduta após recuepração do episódio agudo da IMA por trombose arterial?

A

Uso crônico de antiagregantes plaquetários (AAS).

31
Q

Quais as etiologias da IMA por embolia?

A

SEMPRE terá alguma cardiopatia emboligênica, como FA, IAM recente, Chagas, vegetações de EI, aterosclerose na aorta.

32
Q

Qual a principal artéria acometida pela embolia?

A

AMS.

33
Q

Por que ocorre o infarto intestinal não embólico?

A

Por vasoconstrição funcional das artérias do mesentério.

34
Q

Quais as causas do infarto intestinal não embólico?

A

Choque, ICC, COCAÍNA, DIGITÁLICOS (!!!).

35
Q

Qual o QC do infarto intestinal não embólico?

A

A dor abdominal geralmente não é intensa e não é o sintoma inicial. Pode haver melena ou hematoquezia e o QC é mais lento.

36
Q

Como dx e tratar o infarto intestinal não embólico?

A

Angiografia faz os 2: ausência de êmbolos/trombos e áreas com vasoespasmo e permite o tratamento com a infusão de papaverina.

37
Q

Quais as causas da trombose de veia mesentérica?

A

Hipercoagulabilidade hereditária (fator V de Leiden é a principal. Outros: policitemia vera, SAAF) ou adquirida (hemoglobinúria paroxística noturna e sd mieloproliferativas).

38
Q

Qual o QC da trombose de veia mesentérica?

A

Início gradual de desconforto abdominal progressivo por semanas, podendo haver diarreia e distensão abdominal.

39
Q

Como dx e tratar a trombose de veia mesentérica?

A

Dx: TC (raramente precisa de angiografia) - VMS dilatada e com interior hipoatenuante (deveria ter o contraste hiperatenuante), além disso pode haver espessamento da parede intestinal (submucosa) = sinal do alvo. Outro achado pode ser hipoatenuação da parede. Outros: pneumatose intestinal, gás portomesentérico, aeroportograma (gás até a periferia do fígado, diferentemente da aerobilia).
Tto: heparinização sistêmica. Se necrose: LE.

40
Q

Qual a importância da colite isquêmica?

A

É a forma mais comum de isquemia intestinal (3/4).

41
Q

Quais os vasos acometidos na colite isquêmica?

A

Os PEQUENOS vasos e microcirculação.

42
Q

Quais as causas da colite isquêmica?

A

Choque, volvo, hérnia, drogas (digital, cocaína, ACO), embolias, trombofilias, colonoscopia/enemas, trauma, anemia falciforme, etc.
*Aterosclerose predispõe.

43
Q

Qual o QC da colite isquêmica?

A

Dor abdominal baixa, de início agudo, em cólica e associada a sg retal, vômitos, febre e hipotensão. Pode evoluir para megacólon tóxico e risco de perfuração.
*Anamnese: pode haver hx de episódios semelhantes.

44
Q

Como dx a colite isquêmica? E tratar?

A

Dx: clister opaco (edema e hemorragia intramural, sinal das impressões digitais, estreitamento tubular, irregularidades em dentes de serra - mas é um exame com risco de perfuração), colonoscopia, etc.
Tto: corrigir predisponentes (choque, retirar digital, hidratação, ATB) e colectomia se: peritonite, hemorragia maciça, recorrência (após 2-3s) e estenose/obstrução.

45
Q

Como diferenciar, de forma mais grosseira, um trombo de um êmbolo na AMS?

A

O trombo geralmente é formado em até 2 cm da origem da AMS, enquanto que o êmbolo é, geralmente, mais distal (aspecto em menisco invertido do êmbolo).

46
Q

Qual a tríade clínica clássica da rotura de AAA?

A

Dor abdominal (difusa ou localizada), hipotensão e massa abdominal pulsátil.

47
Q

Quais os achados de imagem do AAA?

A

Aumento do calibre (> 3cm) da aorta abdominal, luz dilatada com passagem de contraste e, em volta, região hipoatenuante (trombo no aneurisma).

48
Q

Quais os achados de imagem da rotura do AAA?

A

O achado mais COMUM é o hematoma retroperitoneal (borramento da gordura periaórtica e perda do contorno do psoas).