Fisiologia do Estômago e DUP Flashcards

1
Q

Qual a epidemiologia da DUP? Quais os FR?

A

Incidência caindo vertiginosamente, mais comum em homens. FR: H. pylori, AINEs (2p) e tabagismo.

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2
Q

Quais as diferenças epidemiológicas entre a úlcera gástrica e a duodenal?

A

A duodenal é mais comum que a gástrica e predomina em indivíduos mais jovens, enquanto que a gástrica predomina em mais velhos.

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3
Q

Qual a relação da úlcera com o ácido?

A

A úlcera precisa do ácido para se formar, porém, não é necessário um aumento no ácido, podendo ocorrer em hipo ou normocloridria, especialmente se associado a outros fatores, como H. pylori e AINEs.

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4
Q

Qual a anatomia/fisiologia/histologia do estômago?

A

O epitélio e lacunar com diversas invaginações, as fossetas gástricas, que nas bases estão as glândulas gástricas. No corpo e fundo, estão presentes células secretoras de muco e bic (próximas ao lúmeno o estômago) e, mais próximas ao fundo das fossetas, as células parietais/oxínticas (secretoras de ácido e FI) e principais (secretoras de pepsinogênio).

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5
Q

Como é a secreção ácida pelas células parietais? O que regula essa secreção?

A

A secreção ocorre por uma bomba de prótons H+/K+. A secreção é estimulada por 3 fatores endógenos: Ach, gastrina e histmina!!!

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6
Q

Como a Ach estimula a secreção ácida?

A

Liberada por estímulo vagal no estômago (visão do alimento, olfato, paladar), agindo em receptores muscarínicos.

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7
Q

Como a histmina estimula a secreção ácida?

A

Produzida por células próximas às parietais, exercem efeito parácrino nestas. A sua secreção é estimulada por GASTRINA e ACETILCOLINA.

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8
Q

Como a gastrina estimula a secreção ácida?

A

É produzida pelas células G do ANTRO. Os principais estímulos são o pH gástrico, presença de alimentos/peptídeos e a distensão gástrica. A gastrina estimula a secreção ácida direta e indiretamente (H2).

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9
Q

Qual a relação entre a gastrina e o câncer?

A

Apesar de ter sido demonstrado que células gástricas constantemente estimulada por níveis elevados de gastrina aumente o risco de ca em animais, não foi demonstrado ainda em humanos.

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10
Q

Qual substância inibe a secreção ácida pelo estômago? Explique como ela o faz.

A

A somatostatina. É produzida pelas células D no ANTRO, sendo liberada em resposta ao HCl. Inibe a secreção ácida por agir diretamente na célula parietal e reduzindo a secreção de gastrina pela célula G e histamina.
Outros fatores: prostaglandinas e fator de crescimento epidérmico.

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11
Q

Quais os fatores de defesa da mucosa gástrica?

A

Muco (permite que o pH da mucosa seja diferente do pH do lúmen gástrico. Aumenta por PGs e diminui em AINEs e N-acetilcisteína), bic (retido entre mucosa e o muco, permitindo aumento do pH nessa região), renovação celular, fluxo sanguíneo, PGs (estimula todas as ações acima - COX 1), NO (~PGs).

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12
Q

Qual a microbiologia do H. pylori? Como ela coloniza o estômago?

A

Espiroqueta GN. Coloniza apenas o estômago, possui grande afinidade pelas células produtoas de muco do ANTRO, levando, quase sempre, à uma gastrite crônica ativa. Porém, com o passar do tempo, coloniza outras regiões, como corpo e fundo.

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13
Q

Como a H. pylori sobrevive no estômago?

A

Através da produção de urease (enzima que neutraliza o ácido gástrico pela conversão de ureia em bic e amônia).

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14
Q

Quais os FR para H. pylori?

A

Idade avançada, baixos níveis socioeconômicos e más condições de moradia.

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15
Q

Como é a transmissão da H. pylori?

A

Oral-oral, fecal-oral ou gastro-oral.

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16
Q

Quais patologias gástricas a H. pylori pode ocasionar?

A

Gastrite superficial aguda (momento da infecção), gastrite crônica ativa em antro, gastrite/pangastrite atrófica ou não, adenocarcinoma gástrico, linfoma gástrico MALT e úlceras gástricas/duodenais.

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17
Q

Qual a relação da H. pylori com as úlceras?

A

95% das duodenais e 70-80% das gástricas estão relacionadas com a H. pylori.

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18
Q

Quais os fatores de virulência da H. pylori?

A

Como não são todos os indivíduos infectados pela H. pylori que desenvolvem as úlceras, algumas cepas possuem fatores de virulência que facilitam sua formação, como os genes: cagA (citotoxinas), vacA (idem), babA (aderência) e OipA (mais inflamação).

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19
Q

Como a H. pylori promove lesão da mucosa?

A

Pela amônia produzida pela urease, indução de formação de mediadores pró-inflamatórios (quimiotaxia de neutrófilos - agudo - e linfócitos - crônico), liberação de fator de ativação plaquetária (diminui fluxo sanguíneo).
*Todos os indivíduos com H. pylori apresentam algum grau de gastrite crônica.

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20
Q

Qual a patogenia da úlcera duodenal relacionada à H. pylori?

A

A H. pylori infecta o antro, inibe a produção de somatostatina pela célula D, ocorrendo hipergastrinemia leve/moderada > hipercloridria > duodeno recebe mais ácido > metaplasia gástrica no bulbo duodenal > infecção do bulbo duodenal pela H. pylori nessas ilhas de metaplasia gástrica > duodenite/reduz produção de bic pela mucosa > úlcera.

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21
Q

Quais os tipos de úlcera gástrica?

A

Classificação de Johnson

I: pequena curvatura (60%).
II: corpo gástrico associada à duodenal.
III: pré-pilórica.
IV: pequena curvatura próxima à JGE.

V: várias úlceras em qualquer região associada ao uso de AINEs.

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22
Q

Qual a relação dos tipos de úlcera gástrica com sua etiologia?

A

I e IV: normo/hipocloridria com gastrite atrófica do corpo pela H. pylori. Isso ocorre pois a presença da bactéria nessa região facilita a lesão pelo ácido.
II e III: hipercloridria com patogenia semelhante à úlcera duodenal.

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23
Q

Qual a relação dos AINEs com as úlceras?

A

Ao inibirem as COX (no caso das úlceras, a COX-1), inibem a formação de PGs necessárias para o reparo da mucosa gástrica, favorecendo a lesão da mucosa pelo HCl.

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24
Q

Qual o QC da DUP?

A

Duodenal: epigastralgia em queimação após 2-3h da refeição ou à noite, podendo ser aliviada por antiácidos/alimento, tipicamente irradia para dorso. Náusea é menos comum que na gástrica.
Gástrica: sintomas desencadeados pelo alimento, podendo haver perda de peso. Pode haver náusea.
*É o quadro de dispepsia (sd dispéptica).

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25
Q

O que é a dispepsia?

A

Qualquer sintoma desconfortável no epigástrio, azia (queimação epigástrica), náuseas e sensação de plenitude pós-prandial, representando a sd clínica da DUP.

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26
Q

Qual a relação da dispepsia com a úlcera gástrica/duodenal?

A

Apenas 20-30% dos pacientes com dispepsia apresentam alguma úlcera e 40% das DUPs ocorrem em assintomáticos.

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27
Q

Qual úlcera é mais prevalente?

A

A duodenal.

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28
Q

Qual a localização das úlceras que mais frequentemente perfuram?

A

As da parede ANTERIOR do bulbo duodenal.

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29
Q

Qual a localização das úlceras que mais frequentemente sangram?

A

As da parede POSTERIOR do bulbo duodenal (proximidade da artéria gastroduodenal).

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30
Q

Qual a principal localização das úlceras gástricas?

A

Pequena curvatura.

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31
Q

O que é a úlcera penetrante?

A

Também chamada de terebrante, é aquela que perfura, porém é contida/tamponada por órgãos adjacentes.

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32
Q

Como dx a DUP?

A

Frente a um paciente com clínica de dispepsia:

  • Inicialmente: pesquisa da H. pylori de forma não invasiva e, caso positivo, tratar a bactéria (ATB + IBP). Caso negativo, fazer o dx presuntivo e tratar com antissecretores por 4s. Se AINEs, suspender.
  • EDA: é o exame padrão-ouro para dx de DUP, também sendo usado para bx da mucosa e dx da H. pylori. Porém, por ser um exame oneroso e com possíveis complicações, apresenta indicações específicas.
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33
Q

Quais as indicações de EDA?

A
  • Desde o início dos sintomas se: > 45 anos ou sinais de alarme para câncer (perda pondera, anemia, sangramento, vômitos recorrentes, disfagia, massa abdominal, adenopatia, HF ca gástrico ou gastrectomia parcial prévia).
  • Se refratariedade ao tratamento empírico ou recorrência.
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34
Q

Qual a importância das úlceras gástricas?

A

SEMPRE devem ser investigadas para malignidade (pelo menos 7 amostras por bx na borda da lesão - entre mucosa saudável e úlcera). Isso não é necessário na duodenal. Isso pois as úlceras gástricas podem estar representando O PRÓPRIO CÂNCER DE ESTÔMAGO.

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35
Q

Quando deve ser investigado o H. pylori?

A

Em TODO paciente com úlcera, presumida ou por EDA.

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36
Q

Como investigar o H. pylori?

A

Através de testes não invasivos ou invasivos.

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37
Q

Quais os exames invasivos para dx da H. pylori?

A

Teste rápido da urease no fragmento da bx (método de escolha nos submetidos à EDA), histopatologia e cultura (isolamento difícil e custoso, sendo pouco usado. Importante para antibiograma se falha terapêutica).

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38
Q

Como interpretar o teste rápido da urease na amostra biopsiada?

A

A mudança na tonalidade do meio indica a presença da urease e, consequentemente, da bactéria.

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39
Q

Quais os exames não invasivos para dx da H. pylori? Qual o de eleição para controle de cura?

A

Sorologia, teste respiratório da ureia (TRU - eleição para controle de cura, porém só após 4s do término do ATB/FP e 2s após término do IBP/FN) e a pesquisa do antígeno fecal (indica doneça ativa, também podendo ser empregado para controle de cura).

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40
Q

Comente sobre a sorologia para H. pylori.

A

Baixa S e E, não sendo indicado de rotina para pesquisa.

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41
Q

Como é feito o TRU e como interpretá-lo?

A

Ingere ureia com carbono marcado. Sob ação da urease, a ureia é convertida em amônia e bic, o qual é convertido em CO2 com o C marcado, sendo, então, eliminado na exalação. O paciente expira em um recipiente capaz de detectar esse C.

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42
Q

Qual o tratamento da DUP?

A

Terapia de antissecreção ácida por 4-8 semanas (IBP ou bloqueador histamínico, sendo o IBP o padrão-ouro) para cicatrização da úlcera. Além disso, devo erradicar o agente facilitador: erradicar o H. pylori e retirada dos AINEs. *O tratamento do H. pylori não trata a úlcera, mas sim evita recidiva.

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43
Q

Qual fator eu devo sempre investigar em paciente com DUP?

A

A presença do H. pylori. Mesmo em paciente com apenas dispepsia, eu devo investigar a presença dele, pois se estiver presente, devo erradicá-lo.

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44
Q

Quais as medidas não farmacológicas para tratamento clínico da DUP?

A

Não existe recomendação dietética específica, apenas evitar comidas que desencadeiem os sintomas. Cessar tabagismo e alcoolismo (aumenta risco de sangramento).

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45
Q

Quando os IBPs são mais eficazes e quanto tempo após sua retirada a secreção ácida volta ao normal?

A

Quando a bomba de prótons está ativa, ou seja, no jejum. Leva 7-14 dias para voltar ao normal.

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46
Q

Quais os efeitos adversos dos IBPs e interações medicamentosas?

A

PAC (colonização do trato digestivo proximal), infecção por C. difficile, osteoporose (menor absorção de Ca). A maior interação dos IBPs é com o clopidogrel, que reduz a eficácia deste. A recomendação é usar clopidogrel antes de dormir e o IBP pela manhã, com intervalo de 12h entre eles.

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47
Q

Quais as drogas de primeira linha para o tto da DUP?

A

IBP e BH2.

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48
Q

Quais as drogas de segunda linha no tto da DUP e quando usá-las?

A

Antiácidos e sucralfato. Uso para alívio sintomático.

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49
Q

Comente sobre o sucralfato.

A

É uma droga viscosa citoprotetora, protegendo a base da úlcera (forma uma película que impede a ação do ácido). Serve como uma barreira físico-química e estimula a liberação de PGs, bic e muco. DOse é 1g 4x/dia. Possui mínimos efeitos colaterais pois não é absorvido.

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50
Q

Quando deve ser tratado o H. pylori?

A

DUP (cicatrizada ou ativa - reduz recidiva), linfoma MALT (pode haver remissão da doença, dispepsia, lesões pré-neoplásicas (gastrite atrófica e metaplasia intestinal), após gastrectomia, história de ca positiva em pacientes de 1° grau, teste não invasivo positivo, usuários crônicos de AAS/AINEs, após tto do adenoca gástrico, PTI.

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51
Q

Como erradicar o H. pylori?

A

Claritromicina 500 mg 2x/dia + amoxicilina 1g 2x/dia + IBP 2x/dia POR 14 DIAS. Após isso, suspender o ATB e manter o IBP por mais 2-6s (total de 4-8s de IBP).

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52
Q

Quando e como eu devo fazer controle de cura da DUP?

A

Quando houver H. pylori (após ≥ 4 semanas após término do tratamento - NÃO USAR SOROLOGIA, TRU é o de eleição), quando houver úlcera gástrica (nova EDA).

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53
Q

Quais as indicações de cirurgia na DUP?

A

Intratabilidade clínica ou presença de complicações (perfuração, hemorragia e obstrução).

54
Q

Qual a definição de intratabilidade clínica da DUP? Quais os critérios para eu considerar a úlcera refratária?

A

Não cicatrização após 8-12s de tratamento ou sua recorrência após término da terapia. É algo raro de ocorrer hoje.
*Para considerarmos a úlcera refratária, é necessário que a erradicação do HP seja confirmada e AINEs suspensos, além de descartar malignidade em úlceras gástricas. Outra coisa que deve ser afastada é a sd de Zollinger-Ellison pela dosagem de gastrina ou teste de estimulação de secretina.

55
Q

Como a cirurgia pode inibir a secreção ácida? Quais técnicas podem ser usadas para úlceras duodenais?

A

Através da vagotomia (interrupção da estimulação por Ach) e/ou da antrectomia (interrupção da estimulação pro gastrina).

56
Q

Como é a inervação do estômago pelo n. vago?

A

O vago controla as funções motoras do estômago, sendo diferentes para a ingestão de líquidos ou de sólidos. Para líquidos, há um relaxamento proximal do estômago a cada deglutição, o relaxamento receptivo, e, quando ele se enche, ainda há um relaxamento sustentado para acomodar os líquidos que chegam ao estômago (acomodação), para evitar a elevação da pressão intragástrica. Uma vez enchido o estômago, o fundo se contrai tonicamente e direciona o conteúdo distalmente. O antro apresenta contrações rítmicas e vigorosas triturando o alimento e direcionando-o para o piloro, que se relaxa. Essa parte é fundamental para os sólidos.

57
Q

Quais as formas possíveis de vagotomia?

A

Troncular, seletiva e supersseletiva.

58
Q

Como é feita a vagotomia troncular e o que deixa de ser invervado?

A

É feita através da secção dos troncos vagais posteriores e anteriores. No entanto, esses troncos não inervam apenas o estômago, mas também o fígado, VB e plexo celíaco.

59
Q

Como é feita a vagotomia seletiva e o que deixa de ser invervado?

A

É feita pela secção dos ramos que inervam APENAS o estômago do n. vago, poupando os demais órgãos abdominais. No entanto, apesar de parecer melhor, é um procedimento muito trabalhoso e que não traz benefícios em relação à troncular (um menor n° de complicações não é observado na prática), não sendo mais usado.

60
Q

Como é feita a vagotomia supersseletiva e o que deixa de ser invervado?

A

Também chamada de gástrica proximal (ou de células parietais), realiza-se a secção de ramos APENAS do vago que inerva o estômago proximal (fundo e corpo - nervos de Latarjet), preservando a inervação antral e do piloro.

61
Q

Como a vagotomia troncular afeta a função motora do estômago?

A

Há perda do relaxamento proximal e acomodação, promovendo um grande aumento da pressão intragástrica com consequente esvaziamento rápido de líquidos. Além disso, perde-se também as contrações antrais e relaxamento do piloro, retardando o esvaziamento de sólidos, o que é inadimissível.

62
Q

O que a vagotomia troncular exige após sua realização?

A

Como a retenção gástrica grave é a regra no pós-op de uma troncular (piloro não relaxa e antro não contrai), é MANDATÓRIO a realização de algum procedimento cirúrgico adicional para permitir a “drenagem” do conteúdo gástrico.

63
Q

Quais procedimentos podem ser usados após a vagotomia troncular para permitir o esvaziamento gástrico adequado?

A

Uma simples piloroplastia ou uma antrectomia com anastomose gastroduodenal ou gastrojejunal.

64
Q

A vagotomia supersseletiva requer algum procedimento extra para esvaziamento gástrico?

A

Não, pois ela mantém a inervação do antro e piloro.

65
Q

Resumindo, quais as possíveis formas da vagotomia na prática? Qual a com menor taxa de recidiva da úlcera?

A

Troncular + piloroplastia, troncular + antrectomia (menor taxa de recivida - 1%) ou supersseletiva.

66
Q

Como fazer a piloroplastia após vagotomia troncular?

A

Através da técnica de Heinecke-Mikulicz, em que se realiza uma incisão orientada no maior eixo do piloro e sutura-se perpendicular a esse eixo, perdendo-se, então, a função de esfíncter do piloro.

67
Q

Quais as consequências da piloroplastia?

A

Como perde-se a função de esfíncter do piloro, ocorrem 2 problemas básicos: refluxo de bile/suco pancreático do duodeno para o estômago (gastrite alcalina ou biliar) e o esvaziamento gástrico acelerado para sólidos, determinando a síndrome de dumping.
*O esvaziamento gástrico se torna muito dependente da GRAVIDADE, sendo mais rápido na posição ereta e mais lento na supina.

68
Q

O que é necessário após antrectomia?

A

Uma reconstrução do trânsito gástrico, podendo ser uma gastroduodenostomai (BI) ou uma gastrojejunostomia (BII).

69
Q

Explique as reconstruções gástricas à Billroth.

A

Billroth I: o estômago remanescente é anastomosado ao duodeno, sendo mais fisiológica, porém menos usada.
Billroth II: realizo uma gastrojejunostomia deixando a alça duodenal pendente (uma alça aferente com coto proximal suturado).
*Na BII não se realiza a anastomose no duodeno pois deixaria o estômago muito próximo à papila duodenal, promovendo refluxo alcalino/biliar proibitivo.

70
Q

Por que a antrectomia é a cirurgia com menor recivida de DUP?

A

Pois é o antro que determina a produção de gastrina.

71
Q

Quais as consequências da antrectomia?

A

Gastropatia por refluxo biliar e dumping.

72
Q

Durante uma vagotomia supersseletiva, quais cuidados devem ser tomados?

A

Deve-se atentar ao nervo criminal de Grassi, que é um nervo ramo do vago localizado próximo à JGE, cuja preservação predispõe à recorrência da DUP.

73
Q

A vagotomia supersseletiva determina dumping e gastropatia alcalina?

A

Não, pois mantém a função de esfíncter do piloro. O que é perdido na gástrica proximal é o relaxamento receptivo e a acomodação, determinando aumento da pressão intragástrica e saciedade precoce.

74
Q

Por que eu faço a Billroth II?

A

Pois a antrectomia foi um pouco maior e o duodeno, por ser retroperitoneal, não consegue alcançar a porção restante do estômago. Então eu fecho esse coto duodenal e levo a alça do jejuno até o estômago. A alça aferente que recebe o conteúdo bile-pancreático.

75
Q

O que influencia no tipo de cirurgia para a úlcera gástrica?

A

A localização dela, porém em todos os casos, a região com a úlcera deve ser retirada.

76
Q

Quais os procedimentos de acordo com a classificação da úlcera gástrica? Qual a relação do tipo de úlcera com a cloridria?

A

Tipo I: hipocloridria, pequena curvatura baixa. Tipo II: hipercloridria, corpo gástrico associada a úlcera duodenal. Tipo III: hipercloridria, pré-pilórica. Tipo IV: hipocloridria, pequena curvatura alta.

77
Q

Por que a vagotomia troncular não é realizada na úlcera gástrica tipo I? Qual procedimento é realizado então?

A

Pois ela ocorre no contexto de hipo/normocloridria. Realiza-se a gastrectomia distal (hemigastrectomia) + BI.

78
Q

Quais os procedimentos realizados na úlcera gástrica tipo II e III?

A

Como há hipercloridria nessas úlceras, uma vagotomia troncular + antrectomia é a escolha com reconstrução do trânsito intestinal. Na tipo II, como o bulbo duodenal está geralmente deformado, opta-se pela BII. Já na tipo III (pré-pilóricas), a reconstrução preferível é a BI.

79
Q

Qual procedimento é realizado para tratar úlceras gástricas tipo IV?

A

Se < 2 cm da JGE: gastrectomia subtotal + Y de Roux (Csendes).
Se 2-5 cm da JGE: hemigastrectomia com extensão vertical + Y Roux (Pauchet).

80
Q

Quais as complicações pós-op precoces possíveis da reconstrução do trânsito intestinal e em quais procedimentos ocorrem?

A

Deiscência do coto duodenal (BII), deiscências ou fístulas (da piloroplastia ou de qualquer rafia das anastomoses), gastroparesia (quando havia obstrução gástrica pré-cirúrgica, como estenose pilórica) e perfuração gástrica.

81
Q

Qual o QC da deiscência de coto duodenal?

A

Como há o extravasamento do conteúdo do coto para a cavidade abdominal, o QC é de sepse abdominal.

82
Q

Qual o tratamento da deiscência do coto duodenal?

A

Exploração e drenagem do QSD + fechamento do coto sobre um tubo. Casos mais brandos podem responder apenas à duodenostomia.

83
Q

Qual o tratamento das fístulas duodenais para a pele?

A

NPT, ATB + ampla drenagem do local da fístula.
*A tentativa de reoperar a fístula e sutura duodenal não são bem sucedidas na maioria dos casos.

84
Q

Quando ocorre e qual o tratamento da gastroparesia?

A

Ocorre em pacientes que já tinham uma obstrução gástrica antes da cirurgia (estenose pilórica) e em que foi suspensa a SNG de maneira precoce no pós-op. Pode ser evitada pela manutenção da drenagem NG até o estômago retomar sua motilidade. O tratamento pode ser feito com drogas pró-cinéticas, como bromoprida, metoclopramida e eritromicina.

85
Q

Quando ocorre a perfuração gástrica?

A

É uma complicação muito rara da vagotomia supersseletiva em que foram ligados, além dos ramos do n. vago, vasos, havendo desvascularização da pequena curvatura e perfuração isquêmica, havendo sepse entre o 5°-7° dia de pós-op.

86
Q

Quais as complicações pós-op tardias possíveis da reconstrução do trânsito intestinal e em quais procedimentos ocorrem?

A

Diarreia pós-vagotomia (troncular), Dumping (sempre que a função do piloro fica prejudicada = piloroplastia, BI ou BII, sendo mais comum nesta), gastropatia por refluxo biliar, sd da alça aferente e sd do antro retido.

87
Q

Por que ocorre a diarreia pós-vagotomia?

A

Pois a vagotomia troncular desnerva não só estômago mas também de outras vísceras abdominais. A desnervação da VB promove liberação excessiva de sais biliares no lúmen intestinal, que ganham o cólon e estimulam uma diarreia secretiva.

88
Q

Qual o tto da diarreia pós-vagotomia?

A

Apesar de ser uma condição geralmente autolimitada, o tratamento é realizado com antidiarreicos (difenoxilato ou loperamida) e com quelantes de sais biliares (colestiramina).

89
Q

Qual a consequência para a VB da vagotomia troncular? Explique.

A

A consequência é a atonia da VB, resultando em maior risco de desenvolver colilitíase.

90
Q

Qual reconstrução à Billroth complica mais frequentemente com dumping?

A

A BII.

91
Q

Por que ocorre a sd de dumping?

A

Pelo rápido esvaziamento gástrico pós-prandial, podendo ser dividido em precoce e tardio. O precoce é mais comum que o tardio.
*Dumping significa “inundar”.

92
Q

Quando ocorrem os sintomas do dumping precoce?

A

Ocorrem durante ou logo após a refeição (15-30 min).

93
Q

Quais os sintomas do dumping precoce?

A

GI e vasomotores, havendo náuseas vômitos, diarreia explosiva, dor abdominal, rubor facial, tonteira, taquicardia e diaforese.

94
Q

Por que ocorrem os sintomas do dumping precoce?

A

Ocorre pois o conteúdo gástrico hiperosmolar chega muito rapidamente ao intestino, havendo distensão duodenal, rápida contração do volume sanguíneo circulante (deslocamento de líquido para o lúmen hiperosmolar) e liberação de hormônios vasoativos como resposta à essa contração de volume (5-HT, bradicinina e peptídeo intestinal vasoativo.

95
Q

Quando ocorrem os sintomas do dumping tardio?

A

1-3h após as refeições.

96
Q

Por que ocorrem os sintomas do dumping tardio?

A

Por uma hipoglicemia: como o bolo alimentar chega muito rapidamente no intestino, há uma rápida e intensa absorção de glicose no intestino, aumentando muito rapidamente a glicemia, o que promove uma intensa liberação de insulina. No entanto, essa insulina é excessiva, fazendo com que, após normalização da glicemia (1-3h após a refeição), essa insulina ainda esteja alta e promova hipoglicemia, sendo o dumping tardio.

97
Q

Quais as manifestações do dumping tardio?

A

Hipoglicemia: adrenérgicos (taquicardia, palpitações, diaforese) e neuroglicopênicos.

98
Q

Como evitar e tratar o dumping?

A

O principal tratamento é dietético, evitando o consumo de alimentos ricos em carboidratos, deitando 30 min após as refeições, não beber líquidos durante as refeições e fazendo pequenas refeições mais frequentes. A acarbose pode ser usada no dumping tardio refratário e o octreotide em ambas as formas de dumping. O tratametno definitivo é a transformação da reconstrução em Y de Roux.

99
Q

Por que ocorre a gastropatia por refluxo biliar?

A

Pois o piloro funciona não só como uma barreira ao rápido esvaziamento gástrico, mas também como uma barreira ao refluxo do conteúdo alcalino do duodeno.

100
Q

Em qual reconstrução intestinal a gastropatia por refluxo biliar é mais comum?

A

BII.

101
Q

Qual a fisiopatologia da gastropatia por refluxo biliar?

A

O refluxo do conteúdo intestinal para o estômago (principalmente sais biliares) é lesivo para a mucosa estomacal, promovendo uma gastropatia química com lesão epitelial, edema e vasodilatação.

102
Q

Quais os achados macroscópicos da gastropatia por refluxo biliar?

A

Pregas dilatadas e eritematosas podendo haver erosões. EDA com bx evidencia gastrite e a cintilografia biliar com ácido iminodiacético confirma a presença do refluxo alcalino.

103
Q

Qual o QC da gastropatia por refluxo biliar?

A

Dor abdominal em queimação contínua associada a vômitos BILIOSOS sem relação com a alimentação e que NÃO MELHORAM o QC.

104
Q

Qual o tto da gastropatia por refluxo biliar?

A

O tratamento clínico (pró-cinéticos, colestiramina e sucralfato) não traz benefícios, sendo que o tratamento é a CIRURGIA (converter a recosntrução em Y de Roux).

105
Q

Em qual reconstrução intestinal ocorre a sd da alça aferente?

A

Apenas em BII.

106
Q

Por que ocorre a sd da alça aferente?

A

Ocorre quando há um processo semiobstrutivo ou obstutivo (como volvo, dobradura e angulação, torção, brida, estenose da anastomose gastrojejunal, hérnia, etc), fazendo com que o conteúdo liberado na alça aferente durante a alimentação (secreção biliar e pancreática) seja obstruído e aumente a pressão intraluminal. É mais comum quando a alça aferente apresenta mais de 30-40 cm.

107
Q

Qual o QC da sd da alça aferente?

A

Quando o paciente se alimenta, o conteúdo fica semiobstruído e promove a sintomatologia de distensão e dor abdominal. Quando a pressão dentro da alça cega chega a determinado valor, a obstrução consegue ser vencida e as secreções duodenais vão subitamente para o estômago, havendo vômito bilioso que ALIVIA OS SINTOMAS (!!!).
*Pode ser confundido com pancreatite aguda se houver perfuração da alça, inclusive com aumento da amilase.

108
Q

Qual o tratamento da sd da alça aferente?

A

Transformação em Y de Roux.

109
Q

O que é e quando ocorre a sd do antro retido?

A

Ocorre quando o cirurgião, ao confeccionar a alça aferente, não percebe a presença de mucosa antral no coto duodenal (a mucosa antral pode ultrapassar o piloro e fazer parte de até 0,5 cm do duodeno). Isso faz com que a secreção de gastrina continue e até mesmo seja estimulada, havendo hipergastrinemia, hipercloridria e possível recidiva da DUP.

110
Q

Como dx e tratar a sd do antro retido?

A

Dx: cintilografia com tecnécio.
Tto: IBP/BH2 e cx se refratariedade (conversão de BII em BI ou ressecção da mucosa do antro na alça aferente).

111
Q

Quais condições devem ser pensadas na recidiva da DUP após vagotomia troncular + antrectomia?

A

Como a recidiva nesse procedimento é EXTREMAMENTE RARA, devemos pensar em investigar sd de Zollinger-Ellison e sd do antro retido, em que ocorre hipergastrinemia.

112
Q

Qual a complicação mais comum da DUP? Qual a epidemiologia?

A

HDA. É mais comum em idosos e que usam AINEs/AAS.
*Também é a causa mais frequente de HDA na população.

113
Q

Como a HDA por DUP se manifesta?

A

Quadro súbito de hematêmese e melena (graves) ou apenas melena (leves). Podem haver sintomas premonitórios (presença/exacerbação de uma dor epigástrica ou qualquer sintomatologia dispéptica) ou não (20%).

114
Q

Qual o tto da HDA por DUP?

A

Inicialmente: estabilização hemodinâmica (AVP, cristaloides, hemoderivados, etc), lavagem por SNG (facilita a EDA), IBP EV IMEDIATAMENTE (!!! - 80 mg de omeprazol bolus + 8 mg/h continuamente).
Uma vez estabilizado a hemodinâmica: EDA em até 24-48h.
*Cirurgia: apenas em casos selecionados.

115
Q

Como o sangue pode vir an SNG na HDA por DUP?

A

Pode vir vivo, tendo pior prognóstico (sangramento persistente ou maior risco de ressangramento) ou claro ou borra de café, tendo melhor prognóstico.

116
Q

Qual o objetivo da EDA na HDA por DUP?

A

Estimar o risco de ressangramento precoce e até mesmo instituir a terapia definitiva.

117
Q

Como a EDA pode estimar o risco de ressangramento precoce?

A

Através da classificação de Forrest:

118
Q

Quais pacientes serão submetidos ao tratamento endoscópico da HDA por DUP?

A

Os com Forrest Ia, Ib, IIa e IIb.

119
Q

Como fazer o tto endocópico da HDA por DUP?

A

Se sg ativo: adm epinefrina na base da úlcera + coagulação térmica ou clipes metálicos no vaso sangrante.
Se s/ sg ativo: terapia única (coagulação térmica ou clipes > epinefrina).

120
Q

O que fazer, ainda na EDA, após tratar a HDA por DUP?

A

Pesquisar HP e tratá-la se presente.
*Caso úlcera gástrica, uma nova EDA de controle deve ser realizada.

121
Q

Qual a conduta caso ressangramento após tratamento endoscópico bem sucedido?

A

Nova intervenção endoscópica, não indicando, ainda, cx.

122
Q

Quando indicar cirurgia para tratar HDA por DUP?

A

Manutenção do sg apesar de terapia endoscópica, persistência de instabilidade hemodinâmica apesar de 6 CHAs, falência da EDA em interromper o ressangramento, choque associado ao ressangramento e sangramento contínuo com necessidade de > 3 CHAs/dia.

123
Q

Como é o tratamento cirúrgico da DUP?

A

Duodenal: duodenotomia/piloroduodenotomia com sutura do leito ulceroso. No geral não há necessidade de tratar a DUP cirurgicamente nesse mesmo tempo.
Gástrica: apenas a rafia da úlcera não resolverá pelo alto risco de ressangramento = ressecção da úlcera em cunha e tratamento definitivo após (cirurgias de úlcera gástrica).

124
Q

Qual a 2a complicação mais comum da DUP?

A

A perfuração, sendo a complicação com maior mortalidade (15%).

125
Q

Qual a principal úlcera que perfura?

A

As de parede anterior do bulbo duodenal.
*Se gástrica, é mais frequente as da pequena curvatura perfurarem.

126
Q

Como a DUP pode perfurar?

A

Perfuração livre (o conteúdo gastroduodenal cai na cavidade abdominal - peritonite difusa) ou tamponado (úlcera penetrante/terebrante - o conteúdo é tamponado por órgãos adjacentes).
*A úlcera duodenal pode perfurar para o pâncreas, causando pancreatite aguda.

127
Q

Quais os fatores de maior risco de perfuração de úlceras?

A

Uso de AINEs e > 60 anos.

128
Q

Qual o QC da perfuração da DUP?

A

Pródromo de dor abdominal por horas seguida de agudização com dor abdominal difusa, hipotensão, taquicardia e taquipneia. Há irritação peritoneal, pode haver posição antálgica. O rx de abdome agudo revela pneumoperitônio, porém o melhor exame para detectar isso é a TC.

129
Q

Qual o tratamento da perfuração da DUP? Explique.

A

CIRURGIA!!!
Duodenal: pode ser rafiada e protegida com omento (tampão de Graham - procedimento de escolha). Se muito grande (> 3 cm), pode-se recobrir o defeito com omento/serosa do jejuno e colocar um dreno (duodenostomia) ou vagotomia troncular com BII. Pesquisar e erradicar HP. Se não houver HP, cirurgia para tratar a úlcera.
Gástrica: I depende da estabilidade (se instável: fechar com omento, bx e erradicar HP; se estável: hemigastrectomia + BI). II e III idem duodenal.
*Nas gástricas eu devo SEMPRE bx.

130
Q

Comente sobre a obstrução por DUP.

A

Conhecida como estenose pilórica do adulto, ocorre por cicatrização crônica do duodeno/piloro com o surgimento de uma nova diátese ulcerosa no local, fazendo com que o edema determine/agrave a obstrução. O QC é de plenitude, saciedade precoce, vômitos repetidos e náusea. O dx é pela EDA/estudos baritados. O tto é a correção dos DHE, lavagem gástrica, erradicar HP e dilatação endoscópica.