Câncer de Estômago Flashcards

1
Q

Qual o tipo histológico mais comum do ca de estômago?

A

O adenocarcinoma gástrico (AcG). Outros: linfomas (é o sítio extranodal mais frequente no LNH), sarcomas, etc.

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2
Q

Qual a epidemiologia do ca gástrico?

A

Homens, 50-70 anos.

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3
Q

Quais os tipos de AcG? Quais as características histológicas e macroscópicas de cada um? Como é a disseminação?

A

Pela classificação de Lauren:

1) Intestinal: bem diferenciado com formação de estruturas glandulares, subtipo mais comum, manifesta-se como lesão expansiva, polipoide e ulcerada na EDA, principalmente distal. Hematogênica. Homens.
2) Difuso: indiferenciado, células em anel de sinete (!!! - acúmulo de muco no citoplasma deslocando o núcleo para a periferia), infiltrativo (EDA: úlceras infiltradas ou linite plástica - infiltração difusa do órgão). É mais proximal com prognóstico pior. Contiguidade e linfogênica. Igual nos sexos.

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4
Q

Quais os FR do AcG?

A

Alimentos conservados em sal ou defumados, baixo consumo de frutas/vegetais, alta ingestão de nitratos, nível socioeconômico (baixo: distal; alto: proximal), tabagismo, HF, grupo sanguíneo A, HP (especialmente se gastrite atrófica), gastrectomia parcial, anemia perniciosa, pólipo gástrico (adenomatoso com risco de degenerar e hiperplásico como marcador de risco) e doença de Ménétrier.

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5
Q

Qual a importância de um pólipo gástrico?

A

Deve ser SEMPRE ressecado. Hiperplásicos são marcadores de risco (RARAMENTE degeneram em câncer) e os adenomatosos (podem evoluir para câncer).

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6
Q

Devo erradicar o H. pylori na população geral visando reduzir o risco de ca gástrico?

A

Não, vou fazer isso para aqueles pacientes com alto risco de câncer gástrico (ex: gastrectomia parcial, história familiar, …).

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7
Q

Como classificar o AcG?

A

É uma classificação macroscópica de Borrmann:
I: carcinoma polipoide/fungoide - lesão bem demarcada com tecido normal em toda sua volta.
II: carcinoma ulcerado com margens bem demarcadas e sem nenhuma infiltração. É impossível diferenciá-la de uma úlcera gástrica benigna.
III: carcinoma ulcerado infiltrante com margens pouco definidas. Geralmente infiltra até serosa e é a apresentação mais comum do AcG.
IV: carcinoma infiltrativo difuso - lesão difícil de ser definida, se estendendo por todas as camadas gástricas e em todas as direções. Quando acomete todo estômago, chamase linite plástica.
V: ca gástrico cuja definição não se enquadra nas anteriores.

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8
Q

O que é o câncer gástrico precoce?

A

São tumores restritos à mucosa e/ou submucosa (não ultrapassam isso), INDEPENDENTEMENTE do acometimento linfonodal.

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9
Q

Qual o QC do AcG?

A

Inicial: assintomático ou dispepsia inespecífica.
Avançado (quando motiva a procura médica): perda ponderal, dor epigástrica (constante, sem irradiação e sem melhora com ingestão de alimentos), vômitos (se obstrução pilórica), náusea/anorexia/disfagia, melena, saciedade precoce, dor semelhante à DUP.

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10
Q

Quais os principais locais de mx do AcG?

A

Pulmão (tosse), fígado (icterícia) e peritônio (p - ascite).

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11
Q

Quais os achados de exame físico denotam doença avançada do AcG?

A

Massa abdominal palpável, linfonodo supraclaviclar esquerdo palpável (Virchow), linfonodo periumbilical palpável (linfonodo da Irmã Maria José), linfonodo axilar E palpável (Irish), mx peritoneal palpável ao toque retal (prateleira de Blumer), massa ovariana palpável (tumor de Krukenberg). Outros: hepatomegalia, ascite, icterícia e caquexia.
*Esses epônimos são disseminações metastáticas do câncer gástrico.

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12
Q

Quais síndromes paraneoplásicas podem estar presentes no AcG?

A

Sd de Trousseau (tromboflebite migratória superficial), sinal de Leser-Trélat (ceratose seborreica difusa), acantose nigricans e sd nefrótica.

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13
Q

Como dx o AcG?

A

EDA + bx na margem e base (ruim para Borrmann IV - linite plástica). Exame baritado (SEED - seriografia esôfago-estômago-duodeno) pode ser usado como triagem, sendo bom para identificar linite plástica (aspecto de “garrafa de couro”).
*EDA é indicada em todo paciente com dispepsia e > 45 anos ou com sinais de alarme para AcG.

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14
Q

Qual a principal localização do ca gástrico?

A

Na mucosa entre o corpo e antro (pequena curvatura - na incisura angular).

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15
Q

Quais os exames para estadiamento do AcG?

A

USG endoscópica (padrão ouro para T e bom para o N) e TC (para mx). O N só pode ser estabelecido corretamenteo após ressecção cirúrgica da peça anatômica com retirada de pelo menos 16 linfonodos (!!!).
*Videolaparoscopia: não encontrei mx na TC. É usado para me certificar de que não há mx, que CI o procedimento cirúrgico curativo.

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16
Q

Qual o tto do AcG?

A

Ressecção com margem de segurança (em torno de 6 cm; se difuso: 8 cm) + linfadenectomia a D2.

17
Q

Como fazer a margem de segurança no ca gástrico em relação à localização da lesão?

A

Tumor distal: gastrectomia SUBTOTAL + BII ou Y de Roux.
Tumor proximal: gastrectomia TOTAL + Y de Roux (a anastomose passa a ser uma esofagojejuno anastomose, pois não há mais estômago).

18
Q

Quais os tipos de ressecção dos tumores?

A

R0: sem comprometimento macro ou microscópico das margens.
R1: margens livres macro mas comprometidas micro.
R2: margens comprometidas tanto macro quanto microscopicamente.

19
Q

Como fazer a terapia paliativa para o AcG?

A

QT (reduz sintomas e aumenta sobrevida), gastrectomia parcial (se risco cirúrgico baixo), dilatação endoscópica, RT.

20
Q

Como fazer o tto do ca gástrico precoce?

A

Igual ao do adenocarcinoma (gastrectomia com margem de segurança + linfadenectomia). Em algumas situações, pode receber tto endoscópico.

21
Q

Quais as situações permitem o tto do ca gástrico precoce por endoscopia?

A

Preencher todos os requisitos a seguir:

  • Limitado à mucosa.
  • Não pode ser ulcerada.
  • Não pode ter invasão linfovascular.
  • Lesão pequena (< 2 cm).
22
Q

Cadeias de linfonodos ressecados.

A

D1: perigástricos até 3 cm das margens do tumor.
D2: D1 + os que acompanham as artérias mais próximas (gástrica esquerda, esplênica e tronco celíaco).
D3: D2 + linfonodos do ligamento hepatoduodenal, cabeça do pâncreas e raíz do mesentério de delgado.

23
Q

Quais os linfomas gástricos mais comuns?

A

Linfoma difuso de grandes células B (LNH) e o linfoma MALT.

24
Q

Qual achado macroscópico por EDA do linfoma gástrico?

A

Indistinguível do AcG.

25
Q

Como dx o linfoma gástrico?

A

EDA + bx.

26
Q

Qual doença o linfoma MALT está fortemente associado?

A

HP.

27
Q

Qual o tto do linfoma gástrico?

A

Grandes células B: grastectomia total + RT + QT.
MALT: erradicação do HP.

28
Q

Qual o tumor mesenquimal mais comum do TGI?

A

O GIST (gastrintestinal stromal tumor).

29
Q

Qual a localização mais comum do GIST?

A

Estômago (até 70%).

30
Q

Qual a epidemiologia do GIST?

A

Maioria 60 anos, sem predileção por sexo.

31
Q

Qual a origem do GIST?

A

Derivam de células neurológicas autonômicas da camada muscular da parede gástrica, as céluals de Cajal (responsáveis pelo marca-passo da peristalse).

32
Q

Como dx o GIST?

A

Análise histopatológica da peça cirúrgica (a bx endoscópica só confirma em 50% dos casos).

33
Q

Quais os fatores relacionados ao GIST afetam seu grau de malignidade?

A

O n° de mitoses por campo (5 ou menos por 50 campos é benigno) e o tamanho do tumor (5 ou menos cm geralmente são benignos).
*Não são 100% confiáveis.

34
Q

Qual o tto do GIST?

A

Ressecção cirúrgica.
* RT e QT não são úteis no GIST.

35
Q

Como são as margens de seguraça no tratamento do GIST?

A

Não precisam ser extensas, podendo-se realizar as gastrectomias atípicas.

36
Q

Existe tratamento adjuvante no GIST? Explique.

A

Sim, sendo indicado quando alto risco de malignidade (> 5 cm, > 5 mitoses por 50 campos, atipia ou necrose), sendo feito com imatinibe.

37
Q

Qual síndrome paraneoplásica está frequentemente associada com o ca gástrico?

A

A acantose nigricans.