Cirrose e suas complicações Flashcards

1
Q

Por qual vaso ocorre a maior vasculaização do fígado?

A

Pela VEIA PORTA.

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2
Q

Qual a formação da veia porta?

A

União da esplênica (recebe a MI) com a MS. Ou seja, todo o retorno venoso do intestino drena para a porta. A porta também é formada para as veias gástricas esquerdas e direitas (que drenam o esôfago também), pelas gástricas curtas e a gastro epiploica. Outras veias: veias retais superiores e médias (as inferiores drenam para a VCI) e veia umbilical e paraumbilical.

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3
Q

Quais os achados da hipertensão portal?

A

Pelo sangue se direcionar à VCI, a impossibilidade de passar pela veia porta faz com que o sangue busque outros caminhos (circulação colateral) para alcançar a VCI:

  • Varizes esofágicas e gástricas (v. ázigos).
  • Esplenomegalia.
  • Varizes retais.
  • Varizes periumbilicais (cabeças de medusa - pode haver sopro e frêmito = Cruveilhier-Baumgarten).
  • Encefalopatia (sangue não depurado direciona-se ao cérebro).
  • Ascite (depende).
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4
Q

Qual a fisiopatologia da ascite na hipertensão porta?

A

Para que ocorra ascite na hipertensão porta, deve haver hipertensão sinusoidal (dos sinusoides hepáticos).

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5
Q

Como classificar a hipertensão porta?

A

Pré-hepática (é antes do fígado), hepática ou intra-hepática (a hipertensão ocorre dentro do fígado - pode ser pré, intra ou pós SINUSOIDAL) e pós-hepática.

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6
Q

Qual forma de hipertensão porta promove a ascite?

A

Uma doença que promova hipertensão sinusoidal (intra-hepática intra e pós-sinusoidal e pós-hepática). As pré-hepáticas e pré-sinusoidais, em princípio, não provocam ascite.

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7
Q

Quais as principais causas de HP pré-hepática?

A

Trombose de v. porta ou trombose de v. esplênica.

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8
Q

Quais os fatores envolvidos na gênese da trombose de veia porta?

A

Hipercoagulabilidade (ex: fator V de Leiden), cirurgia bariátrica.
Crianças: INFECÇÃO DE CATETER UMBILICAL.

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9
Q

Quais as causas da trombose de veia esplênica?

A

Pancreatite crônica.

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10
Q

Quais as causas mais comuns da HP intra-hepática?

A

Pré-sinusoidal: o problema está no ESPAÇO PORTA - esquistossomose (em princípio NÃO HÁ ascite).
Sinusoidal: cirrose.
Pós-sinusoidal: oclusão da veia centro-lobular/doença veno-oclusiva (doença enxerto-hospedeiro, doença do chá da Jamaica e doença do chá de “maria-mole”).

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11
Q

Como a esquistossomose promove a ascite?

A

Apesar de ser uma causa de HP pré-sinusoidal, a esquistossomose promove ascite quando ela começa a lesar sinusoide (já numa doença mais avançada), como em casos de infestação muito intensa e a reação inflamatória invade o sinusoide.

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12
Q

Como ocorre a cirrose na esquistossomose?

A

É a cirrotização da esquistossomose: o paciente com esquistossomose pode ter cirrose por outras causas (hepatites virais crônicas, alcoólica, etc) ou por uma infestação muito grande, havendo dificuldade de vascularização hepática (obstrução do ramo da veia porta), promovendo sangramento varicoso desses ramos e isquemia dos hepatócitos.

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13
Q

Quais as causas da HP pós-hepática?

A

Cardíacas: ICC, pericardite constritiva.

Trombose da veia hepática (sd de Budd-Chiari), trombose da veia cava, neoplasia.

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14
Q

O que é a sd de Budd-Chiari?

A

É qualquer obstrução ao trato de saída do fígado (trombose de qualquer vaso que prejudique a drenagem hepática).

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15
Q

Como fazer o dx da hipertensão porta?

A

É predominantemente CLÍNICO.
Exames complementares: USG com Doppler para avaliar calibre e fluxo da porta, elastografia por US (≥ 21 kPa - quanto mais duro um fígado, mais congesto ele está e maior pode ser a HP) e gradiente pressórico entre PORTA e VCI.

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16
Q

Qual o calibre e o fluxo na HP pela USG Doppler?

A

Calibre da porta > 12mm e da esplênica > 9 mm.

O fluxo é HEPATO FUGAL.

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17
Q

Explique o dx de HP pelo gradiente pressórico entre porta e VCI.

A

Esse gradiente pressórico está relacionado com a manifestação clínica (MUITO POUCO usado na prática):
- Para cirrose compensada: ≥ 6 aponta para HP. Conforme eu aumento, as manifestações aparecem (≥ 10 = varizes; ≥ 12 = aumento no risco de ascite e de ruptura de varizes).

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18
Q

Quais os cenários de abordagem das varizes?

A

As que nunca sangraram, as que estão sangrando e as que já sangraram (evitar o 1° sangramento, cessar o sangramento e evitar novos sangramentos, respectivamente).

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19
Q

Qual a indicação da profilaxia primária para sangramento das varizes?

A

Apenas as varizes de alto risco de sangrar (rastreio pela endoscopia).

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20
Q

Quais as varizes de alto risco de sangrar?

A

Calibre médio (≥ 5 mm) ou grosso (> 20 mm); cherry-red spots (manchas vermelho-cerejas nas varizes); varizem em pacientes com Child B ou C.

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21
Q

Como pode ser feita a profilaxia primária do sangramento das varizes?

A

Terapia farmacológica (beta-bloqueador não seletivo VO na dose mais alta que ele consegue tolerar - propanolol) OU endoscópica (ligadura elástica por EDA). Não fazer as duas juntas.

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22
Q

Carvedilol serve como beta-block para profilaxia primária para varizes de alto risco?

A

SIM.

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23
Q

Quando vou fazer a profilaxia endoscópica para profilaxia primária do sangramento de varizes?

A

Em casos de intolerância aos BB ou de varizes de calibre maior.

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24
Q

Qual a principal causa da HDA quando o paciente chega vomintando sangue (hematêmese)?

A

A HDA ULCEROSA, não a varicosa, porém a abordagem inicial é a MESMA.

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25
Q

Qual a conduta em paciente com HDA (hematêmese)?

A

1° eu devo ESTABILIZAR o paciente.

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26
Q

Como deve ser feita a estabilização do paciente com HDA?

A

Entra a mesma história para o paciente vítima de trauma: ABC - garantir VA pérvia, manter ventilação adequada e garantir estabilidade hemodinâmica (cristaloides + prazol* + suspender BB + procinéticos** + terlipressina* + ATB**). Além disso, posso transfundir hemoderivados (hc, plaquetas, fibrinogênio, complexo protrombínico, plasma).

  • Para HDA ulcerosa.
  • *Facilitar o esvaziamento gástrico e fazer uma endoscopia de forma mais tranquila.
  • **É um vaso constrictor esplâncnico: promove retirada de sangue da porta. Outras drogas: somatostatina e octreotide. A talipressina É A MELHOR.
  • ***ATB para pacientes com ascite: profilaxia da PBE (ceftriaxona ou norfloxacino).
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27
Q

Eu preciso da confirmação endoscópica de sangramento varicoso para começar a terapia farmacológica para o paciente com HDA?

A

NÃO, sendo que eu posso fazer apenas no paciente com HDA.

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28
Q

Quando vou transfundir hc para o paciente com HDA?

A

< 7g para não coronariopata ou < 9g para coronariopata. Mas devo ser orientado pela clínica do paciente.

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29
Q

Quando vou transfundir plaqueta para o paciente em HDA?

A

Eu quero manter essas plaquetas > 50 mil.

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30
Q

Qual a minha conduta para identificar a fonte da HDA e tratá-la?

A

EDA (o tratamento é endoscópico tanto da varicosa quanto da ulcerosa) fazendo a ligadura elástica (escolha).

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31
Q

Em quanto tempo após o quadro de HDA eu devo fazer a EDA?

A

Em até 12h.

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32
Q

Qual a escolha do tto endoscópico de varizes gástricas que estão sangrando?

A

A melhor técnica é o uso do cianoacrilato.

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33
Q

Qual a diferença entre varizes gástricas e ectasias gástricas?

A

A ectasia gástrica promove o estômago em melancia, sendo telangiectasias. Quando são as ectasias gástricas sangrando, o tratamento por EDA é por laser de argônio e não cianoacrilato.

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34
Q

Como abordar a pessoa com HDA em casos de ausência de EDA (esperando ou se não resolveu)?

A

Passar o balão de Sengstaken-Blakemore = usado em casos refratários à EDA + drogas. Lembrar de proteger a VA nesses pacientes (IOT).

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35
Q

Qual a conduta no paciente com HDA refratário ao tratamento com EDA, drogas e balão?

A

Uso o TIPS (shunt portossistêmico intra-hepático transjugular).

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36
Q

Qual a vantagem e a desvantagem do TIPS para HDA refratária?

A

Vantagem: serve como ponte para transplante hepática (não afeta a vascularização periférica do fígado).
Desvantagem: o sangue passa a chegar MUITO RAPIDAMENTE ao AD e, consequentemente, ao cérebro, podendo promover encefalopatia em 1/3 dos casos.

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37
Q

Quais as CI ao TIPS?

A

Encefalopatia prévia ou atual, IC grave, hipertensão pulmonar grave, insuficiência hepática grave, doença policística do fígado, abcesso hepático e sepse.

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38
Q

Qual a conduta em pacientes com HDA e hemorragia refratária sem a possibilidade do uso do TIPS?

A

Cirurgia de urgência com a realização de shunts não seletivos.

39
Q

Ou seja, quais as opções de tratamento do sangramento por varizes na HDA?

A

EDA com ligadura elástica em até 12h -> balão -> TIPS -> cirurgia de urgência.

40
Q

Como fazer a profilaxia secundária do sangramento das varizes?

A

Terapia farmacológica (BB) E endoscópica (ligadura elástica).

41
Q

Qual a conduta se o paciente é refratário à profilaxia secundária com BB e ligadura elástica?

A

TIPS ou shunt esplenorrenal distal (seletivo).

42
Q

Como deve ser a abordagem inicial da ascite?

A

Eu quero fazer uma paracentese sempre, que pode ser dx ou terapêutica.

43
Q

Como localizar o sítio de punção da paracentese?

A

Traço uma linha da EIAS esquerda 3 cm para a linha média do paciente e, então, eu subo mais 3 cm. Outra forma é traçar uma linha da cicatriz umbilial à EIAS esquerda, dividindo essa linha em 3 parte. A punção é realizada no encontro do terço médio com o terço distal.

44
Q

Por que é preferível fazer paracentese à esquerda?

A

Pois o paciente que tem ascite, geralmente tem hipertensão porta. Se ele tem hipertensão porta ele pode ter encefalopatia hepática. Se ele tem/teve encefalopatia hepática ele pode estar em uso de lactulona, e a lactulona pode fazer distensão do CECO, fazendo com que a chance de puncionar o ceco seja muito grande.
Outra coisa é que no lado direito tem muito mais cicatriz, como de apendicectomia (e eu devo puncionar longe de cicatriz, pois pode haver aderência e aumentar a chance de perfurar uma alça).

45
Q

Há indicação de realizar reposição de fatores de coagulação no pacientes submetidos à paracentese?

A

Como o paciente hepatopata produz menos fatores de coagulação e fazem o INR mais elevado, não há indicação de fazer reposição de fatores de coagulação para realizar a paracentese, mesmo com contagem plaquetária relativamente baixa.

46
Q

Qual a única CI absoluta à paracentese?

A

O paciente que está em CIVD ou em hiperfibrinólise.

47
Q

O que é o grande divisor de águas no paciente com ascite pela paracentese? Explique.

A

O GASA: albumina do sangue do paciente - albumina no líquido ascítico.

48
Q

O que o GASA significa e quais os valores de corte?

A

Um GASA ≥ 1,1 confirma que é HIPERTENSÃO PORTA - GASA de alto gradiente.
Um GASA < 1,1 NÃO é HP - pode ser doença peritoneal (neoplasia, TB) ou outra doença (sd nefrótica, pancreatite).

49
Q

Como a análise do líquido ascítico pode me ajudar a definir a etiologia dessa ascite no GASA ≥ 1,1 (pós-hepática, sinusoidal, …)?

A

O nível de ptn total do líquido ascítico (LA) pois se eu tenho pouca proteína no LA (< 2,5 g/dl), esse paciente provavelmente é hipoproteinêmico, sendo mais comum na CIRROSE (sinusoidal) do que na IC (pós-hepático). Agora, se há muita ptn no LA (≥ 2,5 g/dl), esse paciente tem HP mas não tem hipoproteinemia, como na pós-hepática (IC, Budd-Chiari).
*Isso é apenas uma estimativa, aponta para um dx, não confirma.

50
Q

Como a análise do líquido ascítico pode me ajudar a definir a etiologia dessa ascite no GASA < 1,1 (pancreatite, peritôneo ou nefrótica)?

A

Novamente a proteína do LA, pois se a ptn está baixa (< 2,5 g/dl), indica hipoproteinemia (sd nefrótica), enquanto que ≥ 2,5 g/dl são as outras PROVAVELMENTE (neoplasia, TB peritoneal e pancreatite).

51
Q

Qual a importância da TB provocando ascite e qual exame favorece esse diagnóstico?

A

A TB é uma doença extremamente frequente em nosso meio, devendo ser pensada em casos de ascite. O exame que ajuda no diagnóstico é a dosagem do ADA (> 40 fala MUITO a favor de TB peritoneal).

52
Q

Quais outros exames além do GASA eu posso solicitar no LA para auxiliar no ddx?

A

a) Aspecto macroscópico: 1) Seroso: cirrose; 2) Hemorrágico: ACIDENTE DE PUNÇÃO, neoplasia; 3) Turvo: infecção ou ascite quilosa;
b) Citometria: 1) PMN ≥ 250 aponta para PB (PBE ou PBS).
c) Citologia: pesquisa de células neoplásicas.
d) Bioquímica: ptn, glicose e LDH, TGC.
e) Gram e cultura.

53
Q

Como diferenciar no LA entre PBE ou PBS?

A

Inicialmente eu suspeitei pela citometria com PMN ≥ 250. Agora o que irá me ajudar nessa diferenciação é através da bioquímica: ptn, glicose e LDH (outros: CEA, FA - mas é mais raro de pedir).

54
Q

O que a contagem de TGC elevado no LA pode me indicar? O que significa?

A

A ascite quilosa, que pode ser causada por NEOPLASIA (linfoma!!!), TB, pancreatite, trauma, neoplasias sólidas (ex: mama).

55
Q

Como deve ser feito o tto da ascite?

A

1°) Restrição de SÓDIO: 2g Na (4-6g de SAL)/dia.
2°) Restrição hídrica: fazer APENAS quando ele estiver hiponatrêmico (Na < 125): 1-1,5L/dia.
3°) Diuréticos (VO): espironolactona (iniciar com 100 mg, chegando a um máximo de 4x da dose inicial - 400) + furosemida (iniciar com 40 mg, chegando a um máximo de 4x da dose inicial - 160 mg).
4°) Paracentese de alívio: casos de quadro MUITO sintomático ou a ascite está MUITO tensa.

56
Q

Por que a restrição hídrica deve ser cautelosa no paciente com ascite?

A

Pois esse paciente já apresenta menos líquido intravascular (pois tem muito líquido no peritôneo), fazendo com que, se a restrição hídrica for muito intensa, eu pioro essa hipotensão e o quadro do paciente.

57
Q

Como fazer o uso de diurético na ascite?

A

Geralmente utiliza-se terapia dupla de um inibidor da aldosterona (espironolactona) com um diurético de alça (furosemida), onde eu faço uma relação entre a dose da espirono e da furosemida (relação E/F), devendo ser, sempre que possível, de 100:40 (ou seja, a cada 100 de E eu uso 40 de F).

58
Q

Como aumentar as doses de diuréticos VO na ascite?

A

Eu vou aumentando conforme o paciente não alcançar o alvo desejado, que deve ser alcançado diariamente: se em 3-5 dias ele não alcançar, eu aumento a dose.

59
Q

Como saber se a terapia com diurético está funcionando para a ascite?

A

Através do PESO DIÁRIO do paciente. Os objetivos são queda de 0,5 kg/dia (sem edema) ou 1 kg/dia (se edema).

60
Q

O que é uma ascite refratária?

A

É aquela ascite que não melhora apesar das 4 medidas terapêuticas ou ela recupera muito rápido após a paracentese de alívio (recorrência precoce) ou por que eu NÃO POSSO USAR diurético (azotemia, Na < 120 ou K > 6).

61
Q

Como tratar uma ascite refratária? Qual a prevalência dela?

A

Ocorre em carca de 10% dos casos. A conduta, nesses casos, é:

1) Tratamento inicial: a) Suspender o BB (que ele provavelmente está tomando pelas varizes) se PA < 90x60 e/ou PAM < 82, pois o BB limita a ação do diurético. b) Midodrina VO (droga usado para tratar hipotensão postural).
2) Em caso de falha: a) Paracenteses terapêuticas seriadas (14-21d). b) Para casos de contraindicação à terapia anterior: TIPS ou transplante.

62
Q

Como saber se o paciente realmente está fazendo restrição de sódio?

A

Através da dosagem de sódio na urina de 24h, pois se houver muito sódio, ela não está seguindo a dieta.

63
Q

O que é a paracentese de grande volume e qual a importância dela para o paciente?

A

É aquela que eu retiro de 5-6 L ou mais de LA. A importância dela é que eu retiro, junto com o LA, muita PROTEÍNA (albumina), sendo OBRIGATÓRIA a reposição de albumina para evitar a sd hepatorrenal.

64
Q

Como fazer a reposição de albumina na paracentese de grande volume?

A

Entre 6-8 (podendo chegar até 10) g de albumina por LITRO RETIRADO.

65
Q

Qual a etiologia da PBE?

A

Quando é espontânea, normalmente, é com apenas 1 bactéria, podendo ser: E. coli, Klebsiella, estreptococos (pneumococo).

66
Q

Qual o QC da PBE?

A

Assintomático (menos comum) OU febre, dor abdominal e encefalopatia (tríade clássica).

67
Q

Como fazer o dx da PBE?

A

PMN ≥ 250 no LA.

68
Q

Qual o tto da PBE?

A

Excluir PBS + retirar BB + ATB (cefotaxima 2g 12/12h por 5 dias).

69
Q

Qual condição o paciente com PBE apresenta maior risco de desenvolver e como diminuir esse risco?

A

Ele está sob maior risco de desenvolver a sd hepatorrenal (SHR), por isso eu TENHO que fazer a profilaxia da SHR com ALBUMINA: 1,5 g/kd agora e 1 g/kg no 3° dia.

70
Q

Como fazer profilaxia da PBE?

A

Pode ser primária ou secundária.

71
Q

Como fazer a profilaxia primária da PBE?

A

a) AGUDA: fazer no sangramento varicoso - ceftriaxona ou norfloxacino por 7d.
b) CRÔNICA: fazer quando a “barriga está desprotegida” (pouca proteína no LA, pois pode ser pouca Ig: ptn < 1-1,5 g/dl) - norfloxacino 400 mg/dia.

72
Q

Como fazer a profilaxia secundária da PBE?

A

Como enquanto o paciente tem ascite, ele pode ter outra PBE, eu vou fazer a secundária ENQUANTO ELE TIVER ASCITE: norfloxacino 400 mg/dia.

73
Q

Qual a etiologia da PBS?

A

Normalmente são 2 ou mais bactérias (polimicrobiana), pois É UM ABDOME CIRÚRGICO.

74
Q

Como fazer o dx de PBS?

A

PMN ≥ 250/mm³ no LA + ptn, glicose e LDH (para diferenciar entre PBE e PBS):
Dois ou mais dos seguintes: PTN > 1g/dl, glicose < 50 mg/dl, LDH elevado.
Outros: CEA > 5 e FA > 240.

75
Q

O que fazer após o dx de PBS?

A

EU DEVO INVESTIGAR A CAUSA, POIS É UMA “BARRIGA PODRE”, É UM ABDOME CIRÚRGICO, pois se eu não realizar cx na PBS, a mortalidade é de 100%.

76
Q

Como fazer o tto da PBS?

A

Suspender BB + profilaxia SHR + ATB (polimicrobiano: cefotaxima + metronidazol) + PROCURAR A BARRIGA PODRE através de exame de imagem (TC) + CIRURGIA ou DRENAGEM.

77
Q

Quais outras infecções podem ocorrer no LA? Qual a conduta em cada caso?

A

1) Ascite neutrofílica/neutrocítica. É uma ascite cheia de PMN (≥ 250) mas não tem bactérias nesse LA pela cultura (cultura negativa). Provavelmente é uma PBE que ainda não deu tempo de positivar a cultura - a conduta é a MESMA da PBE (cefotaxima).
2) Bacterascite. É uma ascite com bactéria (cultura positiva) porém com pouco PMN (< 250). A conduta é tratar APENAS se SINTOMÁTICO.

78
Q

Qual a fisiopatologia da encefalopatia hepática (EH)?

A

A drenagem de sangue de todos os metabólitos da digestão é feita para o fígado. Quando há hipertensão porta, eles não passarão para o fígado e irão para a circulação sem metabolização, fazendo com que essas toxinas cheguem ao cérebro e promovam a EH.
Pode haver EH sem a HP, como nos casos de hepatite fulminante, em que o fígado não consegue metabolizar.

79
Q

Quais as toxinas envolvidas na EH? Explique.

A

São várias, mas a principal é a amônia.

80
Q

Qual a origem da amônia que causa a EH?

A

A amônia é produzida pelo metabolismo do bolo fecla por bactérias da flora intestinal

81
Q

Qual a etiologia da EH?

A

Ocorre quando há produção maior dessas toxinas (oferta maior de bolo alimentar, quando há infecção ou quando o bolo alimentar fica em contato com as bactérias por mais tempo): HDA, infecção (PBE, PBS) ou constipação, respectivamente.

82
Q

Qual o QC da EH?

A

Alterações de sono, flapping, desorientação, coma, etc.

83
Q

Como tratar a EH?

A

1) Lactulona: pelo efeito catártico/laxativo e por produzir fezes mais ÁCIDAS (aumento a taxa de transformação de amônia em amônio, que não é absorvido na alça intestinal).
2) ATB: RIFAXIMINA (é o MELHOR para EH). Outros: neomicina, metronidazol.
3) Em casos de EH com agitação do paciente: Haloperidol.
* NÃO USAR BZD, POIS PODE PRECIPITAR A EH.

84
Q

O que é a SHR?

A

O paciente é hepatopata grave que está evoluindo com um quadro compatível de IRA.

85
Q

Qual a fisiopatologia da SHR?

A

Há uma vasodilatação periférica pelo excesso de NO. O rim está respondendo essa vasodilatação com vasoconstrição, pois há diminuição da perfusão renal, objetivando melhorar a perfusão renal. Mas no caso da SHR há um exagero nessa vasoconstrição, havendo IRA pré-renal. Porém essa IRA pré-renal, diferentemente das outras pré-renais, não melhora apenas com a admnistração de volume.

86
Q

Qual o QC da SHR?

A

Hepatopata grave + IRA ou Cr > 1,5.

87
Q

Quais as possíveis causas de IRA no paciente hepatopata grave?

A

Choque hipovolêmico hemorrágico (sangramento de varizes), sepse, SHR, excesso de diurético, uso de AINE.

88
Q

Como fazer o dx da SHR?

A

É um dx de EXCLUSÃO!!! Devo excluir as outras possibilidades para poder dx SHR: SEM hipovolemia, infecção (inclusive PBE), droga nefrotóxica e O RIM ESTÁ NORMAL À USG.

89
Q

Como tratar a SHR?

A

Albumina + vasoconstrição (noradrenalina OU terlipressina) +/- hemodiálise. A terapia definitiva ou caso refratariedade = transplante hepático.

90
Q

Qual a fisiopatologia da SHP?

A

O pulmão acompanha a vasodilatação periférica, diferentemente do rim, havendo aumento do diâmetro do capilar pulmonar, fazendo com que as hcs que estão mais distantes ao alvéolo não são oxigenadas, havendo uma oxigenação pior do sangue. Quando a pessoa está deitada, a gravidade faz com que a área de troca seja relativamente grande, diferentemente da posição ortostática, em que o sangue é concentrado mais longe do alvéolo e há diminuição da área de troca.

91
Q

Qual o QC da SHP?

A

Hepatopata grave + PLATIPNEIA + ORTODEÓXIA.

92
Q

O que é a platipneia?

A

É a dispneia na posição ortostática (diferente da ortopneia, que é a dispneia quando o paciente está em decúbito).

93
Q

O que é a ortodeóxia?

A

É a desoxigenação (dessaturação) com a ortostase.

94
Q

Qual o tto da SHP?

A

Transplante hepático.