Reumato III Flashcards

1
Q

Explique a fisiopatologia da febre reumática

A

(1) Faringoamigdalite por streptococcus b-hemolítico do grupo A (S. pyogenes)
(2) Produção de anticorpos (1-5 sem) > Reação cruzada
(3) Doença inflamatória sistêmica aguda (5-15 anos): ataca articulações, coração, núcleos da base, pele..

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2
Q

Como se comporta a artrite da febre reumática?

A

Poliartrite (60-80%):

  • Migratória (poucos dias em cada), grandes articulações, assimétrica;
  • Resolução em 2-4 semanas;
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3
Q

Em relação à cardite (50-60%) da febre reumática descreva as lesões e duração

A

a. Endocardite (universal): fase aguda dura até 2 meses
- Aguda: insuf. mitral (sopro holossistólico + sopro de Carey Coombs - EM funcional - S diastólico SEM hiperB1 e estalido de abertura); insuf. aórtica;
- Crônica: estenose mitral

b. Miocardite: assintomática > IC
- Bx patognomônico: Nódulo de Aschoff

c. Pericardite (dor que melhora com inclinação do tórax; atrito pericárdico; supra ST difuso; derrame pericárdico)

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4
Q

Quais as 2 manifestações cutâneas que configuram critérios maiores para febre reumática e suas características?

A
  • Raras; indolores; autolimitadas; associadas à cardite (fazer ECO)
    (1) Eritema marginatum: tronco; migratório; sem prurido
    (2) Nódulos subcutâneos
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5
Q

Qual critério diagnóstico da febre reumática é suficiente sozinho para dar o dx? Quais suas características?

A
  • Coreia de Sydenham (20%): movimentos bruscos e fora de propósitos em extremidades e face, melhoram com repouso e pioram com estresse + labilidade emocional
  • Surge após 1-6 meses da infecção e dura 3-4 meses (> em meninas)
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6
Q

Em relação aos reagentes de fase aguda na febre reumática:

  1. Qual primeiro a aumentar?
  2. Qual normaliza com o tratamento?
  3. Qual normaliza só com o final do processo inflamatório?
A
  1. PCR
  2. VHS
  3. Mucoproteína
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7
Q

Quais (5) critérios maiores da febre reumática?

A
  1. Artrite ou poliartralgia (área endêmica)
  2. Cardite clínica ou subclínica (eco)
  3. Coreia de Sydenham
  4. Eritema marginatum
  5. Nódulos subcutâneos
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8
Q

Quais critérios menores da febre reumática?

A
  1. Poliartralgia ou monoartralgia (área endêmica)
  2. Febre >38,5 - 38,0ºC
  3. Aumento da VHS e/ou PCR
  4. BAV 1º grau - só quando não houver cardite
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9
Q

Como dar o diagnóstico de febre reumática?

O que muda se for o diagnóstico de um surto recorrente?

A

(1) Critério obrigatório: faringoamigdalite s. pyogenes confirmada por: ASLO (após 1 sem) ou cultura (swab) ou teste rápido (swab) +
- 2 critérios maiores OU
- 1 critério maior e 2 menores

(2) Add: 3 critérios menores + obrigatório

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10
Q

Como realizar o tratamento da fase aguda da febre reumática?

A

(1) Erradicar o S. pyogens (prevenir novos surtos e transmissão): Penicilina benzatina IM dose única
(2) Artrite: AAS (altas doses) - resposta em 48h
(3) Cardite: corticoide em dose alta
(4) Sydenham: Fenobarbital/Haloperidol/Valproato +/- Corticoide (casos graves)

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11
Q

Como realizar a profilaxia primária (pcte com faringoamigdalite estreptocócica) e secundária da febre reumática?

A

(1) Bezetacil IM dose única até 9d da infecção

(2) Bezetacil IM 1,2 milhões U - 21/21 dias
- Sem cardite: até 21 anos e 5 anos do último surto;
- Com cardite leve curada ou IM residual leve: até 25 anos e 10 anos do último surto;
- Lesão valvar moderada-grave: até 40 anos ou para o resto da vida

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12
Q

Homem, 45 anos, comparece à consulta queixando de dor intensa na 1ªMTF do pé direito, de início na madrugada, com sinais flogísticos, além de febre de 38ºC. Relata que no dia anterior participou de um churrasco e bebeu muita cerveja. Relata um episódio prévio semelhante há alguns meses. HPP: HAS em uso de HCTZ 25 mg MID; obesidade grau II.

  1. HD
  2. Exame mandatório e achado
  3. Outros exames
  4. Tratamento da fase aguda
  5. Orientações gerais
A
  1. Artrite gotosa aguda
  2. Artrocentese (celularidade, pesquisa de cristais, gram e cultura) = Forte birrefringência negativa dentro dos leucócitos (sob luz polarizada); leucocitose
  3. Ác. úrico sérico e urina; Rx (erosões em saca-bocado);
    • Repouso absoluto 2d + crioterapia
      - AINEs (Indometacina até 2d do fim da dor) +/- Colchicina
      - Se C.I: Corticoide intra-articular ou sistêmico (SEMPRE excluir artrite séptica)
      - Se refratário: Anakinra (inib IL1)
      * OBS: NÃO mexer no alopurinol e NÃO dar AAS
  4. Retirar TZD; Cessar etilismo; reduzir carne vermelha (vísceras) e frutos do mar; emagrecer
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13
Q

Explique a fisiopatologia da gota

A

(1) Superprodução de purinas (xantina oxidase > ácido úrico) e/ou redução da eliminação renal de ácido úrino
(2) Supersaturação (ác. úrico >6-7 mg/dl) > Cristais

(3) Depósitos teciduais (tofos):
a. Trauma, infecção, alteração aguda [ácido úrico] > “microtofos” intra-articulares > fagocitose por PMN > + resposta inflamatória = Artrite aguda

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14
Q

Como é a evolução esperada de episódios de artrite gotosa aguda inadequadamente tratados?

A

(1) Gota intercrítica (assintomática) com períodos mais curtos >

(2) Gota tofácea crônica (acúmulo de cristais e tecido granulomatoso):
- Poliarticular; contínua; deformidades; tofos (extremidades e pavilhão auditivo)

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15
Q

Como é realizada a profilaxia de novas crises de gota e a redução da uricemia?

A

(1) Colchicina 0,5mg 12/12h nos 6 primeiros meses +

(2) Hipourocemiantes (ác. úrico <6,0 mg/dL)
- Indicações: >=2 crises/ano; gota tofácea; artrite erosiva
- Opções:
a. Inibidor da xantina oxidase: alopurinol (100-1000mg/d)
b. Redutor da reabsorção renal: probenecida; benzobromarona

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16
Q

Em relação ao tratamento de redução da uricemia na gota:

a. Quais efeitos colaterais do alopurinol?
b. Quando indicar um uricosúrico?

A

a. Febre; exantema; necrólise epidermoide tóxica;
NIA + hepatite granulomatosa;
Aplasia medular; vasculite;

b. Hipoexcretor (ácido úrico urina <600mg/24h) e ausência de nefrolitíase e nefropatia

17
Q

Mulher, 60 anos, queixa de dor súbita e intensa em joelho D associada à sinais flogísticos. Radiografia evidenciou condrocalcinose. Realizada artrocentese: celularidade aumentada, fraca birrefringência positiva, ausência de bactérias.

a. Qual HD?
b. Como tratar?
c. Quais as outras (2) formas de apresentação da doença?

A

a. Artropatia por pirofosfato de cálcio (pseudogota)

b. Aguda: AINEs + aspiração articular +/- colchicina +/- corticoide intrarticular
Crônica: Colchicina 0,5 mg 12/12h

c. Subaguda (pseudorreumatoide) e crônica (pseudo-osteoartrite)

18
Q

Qual principal local acometido pela artropatia por hidroxiapatita (fosfato básico de cálcio)?

A

Tendão do músc. supraespinhoso

19
Q

Quais as 2 principais gêneses da artropatia por oxalato de cálcio?

A

Síndrome urêmica crônica e reposição de Vit. C

20
Q

Explique a fisiopatologia da artrite séptica

A

(1) Bactérias na articulação via hematogênica (+ comum), inoculação direta ou contiguidade >
(2) + resposta inflamatória (PMN) >
(3) Invasão da cartilagem por bactéricas e céls inflamatórias >
(4) Derrame purulento > aumento da pressão intra-articular > isquemia local >
(5) Intensificação da destruição

21
Q

Quais agentes mais comuns de artrite séptica nas seguintes populações:

a. RN, crianças e idosos
b. adolescentes e adultos jovens sexualmente ativos
c. Imunodeprimidos, usuários de drogas IV

A

a. Staphylococcus aureus
b. Neisseria gonorrhoeae
c. Gram negativos

22
Q

Quias FRs mais importantes para artrite séptica?

A
  1. Lesão articular prévia; prótese articular
  2. Imunossuprimidos (idosos, DM, câncer, HIV, glicocorticoides..)
  3. Cateter venoso profundo; drogas injetáveis
  4. Hemoglobinopatias;
  5. Infecções cutâneas (contiguidade)
  6. Menstruação e gravidez (gonocócica)
23
Q

Quais diferenças clínicas da artrite séptica nos imunossuprimidos?

A

Pode se manifestar com oligo/poliartrite e mais branda!

24
Q

Criança de 10 anos queixa-se de dor intensa em joelho D há 1 dia, associada à febre (39,5ºC), calafrios e prostração. Ao exame: sinal da tecla positivo, intenso rubor e calor e limitação da amplitude de movimento passiva e ativa.

a. HD e agente provável
b. Propedêutica
c. Tratamento

A

A. Artrite séptica - S. aureus

B. Artrocentese (líquido turvo; leucócito ~100.000 c/ predomínio de neutrófilo; gram e cultura) +
Hemocultura, hemograma e PCR

C. Punção aspirativa diária 7-10d +
ATB empírico EV até cultura: Oxaciclina (S. aureus) + Ceftriaxone (gram negativo) 3-4 semanas

25
Q

Caso eu tenha pacientes com artrite séptica com FR/colonização por S. aureus MRSA ou pseudomonas (imunossuprimido/usuário de droga), quais ATBs devo usar?

A
  • MRSA: Vanco

- Pseudomonas: Cefepime/Ceftazidime

26
Q

Mulher de 25 anos, é internada com quadro de febre alta e calafrios e poliartralgia. Ao exame percebe-se pequenas vesículas indolores com base eritematosa e centro hemorrágico em mãos. Após alguns dias começou a apresentar piora da dor e sinais inflamatórios intensos em joelho e tornozelo D. Refere vida sexual ativa e nega uso de preservativos.
A. HD e fases
B. Exames
C. Tratamento
D. Qual germe costuma estar associada e como abordar?

A

A. Artrite séptica gonocócica: síndrome artrite-dermatite > artrite supurativa

B. Hemocultura, artrocentese, cultura de uretra/colo/reto/orofaringe

C. Ceftriaxone 7-10 d (resposta dramática) + drenagem articular

D. Chlamydia - associar doxiciclina 100mg 12/12h 7d OU Azitromicina 1g dose única

27
Q

Como costuma se manifestar a artrite tuberculosa e fúngica?

Como tratar?

A

Monoartrite, em grandes articulações, indolente, com poucos sinais flogísticos

TB: RIPE
Fúngica: Anfo B intra-articular e sistêmica

28
Q

Paciente de 50 anos, queixa-se de poliartrite assimétrica há alguns dias, mas que já ocorreu outras vezes, associada a dor, edema e rubor da orelha D e E e do nariz. Além disso, relata tosse seca, rouquidão, disfonia, dispneia e chieira associada aos “surtos”. Ao exame: olho vermelho, orelha E em aspecto de couve flor, artrite em punhos e MCFs e joelho E.

  1. HD
  2. Exame e achado
  3. Tratamento
A
  1. Policondrite
  2. Biópsia de cartilagem: condrite
  3. Prednisona em doses moderadas ou alta (se condrite laringotraqueobrônquica)
29
Q

Adolescente de 16 anos comparece à consulta queixando-se de febre, dor torácica ventilatório-dependente à direita, dor em abdome inferior que piora com a tosse e constipação intestinal, além de artrite em joelho E, com dor intensa, há 2 dias. Relata que apresenta episódios semelhantes com frequência, mas que costumam se resolver em até uma semana. Refere que pai costuma ter os mesmos sintomas. Ao exame: descompressão brusca dolorosa; lesão eritematosa, quente e edemaciada em face anterior das pernas. Exame de imagem não evidenciou nenhum foco visceral de abdome agudo.

a. Qual HD?
b. Qual manifestação grave associada?
c. Como tratar?
d. Quais efeitos colaterais do medicamento?

A

a. Febre familiar do Mediterrâneo (polisserosite paroxística familiar)
b. Amiloidose AA (nefropatia amiloide)
c. Colchicina VO 1-2 mg/d
d. Intolerância GI; miopatia reversível; neuropatia

30
Q

Mulher, 40 anos, queixa dores difusas pelo corpo há mais de 6 meses, em piora, associadas a insônia e fadiga. Além disso, relata cefaleia tensional ocasional, bem como alterações no hábito intestinal, principalmente quando está estressada. Ao exame: dor à digitopressão com polegar da nuca, trapézio superior, musculatura paravertebral e glútea, epicôndilos dos cotovelos e joelhos. Força muscular preservada.

  1. HD
  2. 2 diagnósticos diferenciais “funcionais”
  3. Exames complementares para dx diferencial
  4. Tratamento
A
  1. Fibromialgia

2 Síndrome da fadiga crônica (fadiga limitante >=6 meses + odinofagia, adenomegalia, poliartralgia, mialgia…)

Dor miofascial (fibromialgia localizada - subescapular, trapézio I e S)

  1. Hemograma, VHS, FR, FAN, TSH.. (Tudo normal)
  2. Psicoterapia + exercício físico + medicamentos:
    - Sintomáticos: ciclobenzaprina, analgésicos simples..
    - Moduladores da dor: amitriptilina, duoloxetina, gabapentina, pregabalina..
31
Q

Mulher, 60 anos, queixa dor em joelhos de longa data progressiva, que piora com início do movimento e após o término, associada à edema e RM de cerca de 15 min. Ao exame: obesidade grau II, joelho valgo, presença de crepitações à movimentação e sinal da tecla positivo. Atrofia de quadríceps D e E.

  1. HD
  2. Achados radiológicos esperados
  3. Conduta não farmacológica (6)
A
  1. OA joelhos
  2. Redução do espaço articular, esclerose óssea subcondral e OSTEÓFITOS –> cistos e erosões ósseas
  3. Perda de peso + exercícios aeróbicos de baixo impacto + fisioterapia +
    órteses (sapatos anti-impacto, bengalas, palmilhas) +
    crioterapia + repouso ao longo do dia
32
Q

Homem, 45 anos, queixa dor progressiva em região da coxa com irradiação até o joelho (D > E), que piora para subir e descer escadas e ao caminhar em superfícies irregulares. Ao exame: dor à rotação interna do quadril e limitação leve do movimento à direita.

  1. HD
  2. Conduta
A
  1. OA coxofemoral
  2. Medidas não-farmacológicas

Refratários ou grave:

  • Paracetamol 1g VO 6/6h > AINEs > Opioides (tempo limitado) +/- Creme de capsaicina +/-
  • Glicosamina, condroitina, hidroxicloroquina.. (controverso)
  • Medicações intra-articulares: ácido hialurônico e corticoide (controverso)

Incapacidade e refratariedade:
- Artroplastia total (principalmente joelho e quadril e >65 anos)

33
Q

Quais principais locais de acometimento da OA no pé e da coluna?

A
  • 1ª MTF e talonavicular;

- Cervical (C5-C6; C6-C7) e lombar;

34
Q

Mulher de 55 anos queixa dor progressiva de caráter mecânico associada ao aparecimento de nódulos em IFPs e IFDs, além de dor em primeira carpometacarpiana, principalmente ao realizar oposição do polegar.

a. HD
b. Nome das alterações encontradas

A

a. OA primária de mãos

b. Nódulos de Bouchard (IFPs);
Nódulos de Heberden (IFDs);
Rizartrose (trapeziometacarpiana)