Relações Econômicas Internacionais Flashcards
Crise de 1929
Causas: superaquecimento da economia e superprodução a partir da recuperação europeia pós-guerra; expansão do crédito nos anos 1920; especulação financeira; crise no setor agrícola; altas taxas de juros.
Políticas econômicas nos EUA
Smoot-Hawley Act (1930, governo de Herbert Hoover):
aumento de tarifas às importações, para proteger a economia norte-americana.
New Deal (1933, governo de Franklin D. Roosevelt): promoção do Estado de bem-estar social, com forte intervenção estatal na economia, para retomar o emprego e o crescimento e reformar o sistema financeiro.
Conferência e sistema de Bretton Woods
- 1944, reunindo 44 países (inclusive o Brasil)
- Críticas à políticas protecionistas de 1930 (beggar-thy-neighbor) - aumento de tarifas e desvalorização competitiva do câmbio -, que agravaram a crise.
Bretton Woods - Plano White
Plano White (EUA): criação de fundo para garantir câmbio fixo em ouro, e para emprestar dinheiro a países em dificuldades de balanço de pagamentos. Criação de banco de reconstrução e desenvolvimento dos aliados.
Bretton Woods - Plano Keynes
Plano Keynes (Reino Unido): adoção de câmbio fixo; criação de uma Câmara de Compensações Internacionais, com a moeda escritural “bancor”. Prevaleceram as ideias de White.
Bretton Woods - consequências
- Criação do FMI e do BIRD;
- Estabelecimento do padrão dólar-ouro (dura até o “choque Nixon”, em 1971);
- Proposta da Organização Internacional do Comércio (OIT): sua carta constitutiva, firmada em Havana (1948), nunca entrou em vigor (EUA não a ratificaram).
Banco Mundial
Grupo Banco Mundial
- BIRD: criado para financiar a reconstrução e o desenvolvimento (inclusive de países arrasados na II GM) e fomentar o desenvolvimento de PEDs;
- Agencia Multilateral de Garantia de Investimentos (AMGI) - visa promover o investimento estrangeiro em PEDs;
- Associação internacional de desenvolvimento |(AID) - concede empréstimos a PEDs que não atendem às condições do BIRD;
- Corporação Financeira Internacional (CFI) - promove investimentos privados nos PEDs;
- Centro Internacional para Arbitragem de Disputas sobre Investimentos (CIADI) - promove a solução jurídica de controvérsias e a conciliação entre investidores.
- Reforma: o poder de voto foi alterado em 2010, favorecendo os PEDs. Os países com maior poder de voto são EUA, Japão e China (o Brasil é o 12.)
Fundo Monetário Internacional (FMI)
- Objetivos: promover cooperação monetária, comércio internacional, transações financeiras e estabilidade cambial e apoiar membros em casos de desajuste de pagamentos. Os membros deixam reservas à disposição do FMI (calculadas por cotas), que pode emprestá-las a membros mediante condicionalidades.
- A proporção de cotas de cada membro influencia seu poder de voto. São necessários 85% dos votos para várias decisões - inclusive a mudança de cotas (EUA têm, na prática, “poder de veto”, com 16,51% dos votos).
- Reforma do FMI: o Brasil defende aumento e redistribuição das cotas em favor dos emergentes e dos PEDs. Nas reformas de 2008 e 2010, o Brasil aumentou sua cota e tem a 10º maior. 15ª Revisão de Cotas concluída em 2020, sem aumento ou redistribuição de cotas.
Clube de Paris
-1956: criado como grupo informal de credores oficiais, para encontrar soluções coordenadas e sustentáveis para países com dificuldades de pagamentos. Principal foro para reestruturação de dívidas soberanas.
2016 - Ingresso do Brasil no clube de Paria.
Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID)
- 1959: Acordo de fundação do BID aprovado no âmbito da OEA, é assinado e entra em vigor; criação por influência da OPA (governo JK).
- Reduzir a pobreza e as desigualdades sociais, responder aos desafios da mudança climática, apoiar o desenvolvimento de energias renováveis e promover a sustentabilidade ambiental.
- 48 países-membros: 26 membros mutuários (países da América Latina e do Caribe; podem tomar empréstimos) e 22 membros não mutuários.
- Brasil empatado com a Argentina como segundo maior acionista (11,4% dos votos), atrás dos EUA (30%).
- Situação recente: empréstimo recorde em 2020 parra combate à pandemia; discussão sobre possível aumento de capital (último aumento do BID foi em 2010),
Crises financeiras recentes - México
México - crise tequila (1994): crise cambial em contexto de atrelamento do peso ao dólar (currency board). Tensões políticas e econômicas pressionavam a desvalorização, mas o câmbio mantido valorizado provocou déficit comercial e saída de capitais. O governo deve de desvalorizar a moeda e aumentar os juros.
Crises financeiras recentes - Asiática
Asiática (1997) - crise cambial e financeira (investimentos crescentes às custas de endividamento; falta de supervisão bancária; taxas de câmbio fixas; déficit crescente em conta corrente). Começou na Tailândia e espalhou-se para a Coreia do Sul, Indonésia e Malásia.
Crises financeiras recentes - Rússia
Rússia (1998) - produtividade decrescente, déficit fiscal e câmbio fixo valorizado agravaram-se após a crise asiática e a queda da demando de petróleo. O Rublo foi desvalorizado, e declarou-se moratória da dívida russa.
Crises financeiras recentes - Brasil
Brasil (1998-1999) - déficit orçamentário e de conta corrente. Com a crise russa, houve fuga de capitais e pressão pela desvalorização. O governo negociou um acordo com o FMI e deixou o Real flutuar (jan/1999).
Crises financeiras recentes - Argentina
Argentina (2001) - as crises russa e brasileira agravaram a situação argentina em meio a crescentes déficits governamental e desemprego. À crise econômica seguiu-se política (sucessão de presidentes). Declarou-se o default da dívida em 2001, e abandonou-se a convergência peso-dólar (que vigorava desde 1991) em 2002.
Crises financeiras recentes - Subprime
Subprime (2008) - a concessão de créditos a pessoas sem comprovação de créditos e com histórico ruim de pagamento (subprime) gerou a crise quando estourou a bolha imobiliária. Como os créditos subprime eram negociados no mercado financeiro, a crise alastrou-se para a economia real.
Crises financeiras recentes - Coronavírus
Coronavírus (2020) - diferentemente das anteriores, não teve origem financeira e foi consequência de uma crise sanitária. As grandes economias reagiram com pacotes de estímulo, redução de juros, concessão de créditos e transferência de renda.
G20 financeiro
Criação - mecanismo de diálogo informal criado em 1999, no contexto das crises dos anos 1990, para cooperação internacional em temas econômicos e financeiros. Reúne 19 maiores economias e a UE. Reuniu-se apenas em nível de Ministros de Finanças e presidentes de Bancos Centrais até 2008. Desde então, também se reúne em nível de chefes de Estado e de Governo.
G20 financeiro - Principais objetivos
Coordenar políticas, para promover o crescimento sustentável e a estabilidade econômica; promover regulação financeira que reduza o risco de crises financeiras; reformar a arquitetura financeira internacional. Recentemente, tem ampliado a gama de temas abordados (agricultura, meio ambiente, saúde, terrorismo, etc.).
G20 financeiro - Washington
Washington (2008) - gerir a crise financeira global; aperfeiçoar a regulação financeira; reformar a governança do FMI e do Banco Mundial; evitar protecionismo; estimular a atividade econômica,
G20 financeiro - Londres
Londres (2009) - emissão de Direitos Especiais de Saque (triplica a capacidade de empréstimo do FMI) e capitalização de bancos multilaterais de desenvolvimento; coordenação do estímulo fiscal; ingresso de emergentes do G20 no Comitê da Basileia sobre Supervisão Bancária e no Conselho de Estabilidade Financeira (FSB, criado para coordenar e monitorar reformas regulatórias).
G20 financeiro - Pittsburgh
Pittsburgh (2009) - transformação do G20 em mecanismo permanente e seu reconhecimento como principal foro de cooperação econômica internacional; defesa da reforma de poder de voto dos emergentes e dos PEDs no FMI e no Banco Mundial.
G20 financeiro - Riade virtual
Riade (2020, virtual) - compromisso com medidas sanitárias e financeiras adequadas para combater a pandemia, proteger a vida, o emprego e a renda das pessoas, apoiar a recuperação econômica global e aumentar a resiliência do sistema financeiro; apoio ao sistema multilateral de comércio e a um ambiente de comércio e investimento livre, justo, inclusivo, não discriminatório, transparente, previsível e estável. O Plano de Ação do G20, atualizado em 2020, estabelece princípios e compromissos para incentivar a cooperação econômica internacional no contexto da crise atual.
Criptoativos - Conselho de Estabilidade Financeira (FSB)
abordagem regulatória; criptoativos não representam risco à estabilidade financeira global no presente