Questões HM Flashcards
A Revolução Gloriosa marcou o início de uma nova etapa da relação entre os monarcas ingleses e o Parlamento, cimentada pelo Bill of Rights (Declaração de Direitos), em 1689, na qual se estabeleceu que os reis, a partir daquele momento, necessitariam do aval dos representantes políticos para implementar medidas que afetassem áreas importantes da vida no reino.
CERTO. Exatamente. A partir desse momento, a Inglaterra passa a ter um rei com poder limitado pelo Parlamento.
Originária da Escócia, a dinastia dos Stuart reinava na Inglaterra desde a morte de Elizabete I, em 1603, apesar das constantes pressões políticas da oposição anglicana, que não se conformava com a entronização de uma linhagem católica.
ERRADO.
Em 1688, com a deposição de Jaime II, o parlamento inglês dividiu-se em dois grupos, tories e wighs, cujas características políticas correspondiam ao credo religioso professado: os tories, conservadores, eram católicos; os wighs, liberais, eram anglicanos.
ERRADO. O erro desse item está no fato de que essa divisão política acontece no contexto da posse de Jaime II, e não com a deposição de Jaime II. No contexto da posse, há uma divisão entre os que eram favoráveis a sua posse (Tories - que não eram católicos) e os que eram contra (Whigs); a oposição dos Whigs dava-se pelo fato de Jaime II ser católico.
Para contornar os problemas políticos criados pelo reinado de Jaime II, a solução sucessória, encontrada na Holanda, foi o genro do monarca inglês, Guilherme de Orange, que invadiu a Inglaterra a pedido da oposição e subiu ao trono como Guilherme III, envolvendo os ingleses em seus projetos de vencer militarmente a França de Luís XIV.
CERTO. Exatamente. Guilherme de Orange, casado com a filha de Jaime II, foi a solução para a crise política na Inglaterra. A partir desse momento, o trono passou a ser subordinado aos governos do parlamento.
A Revolução Puritana de 1640 e a Revolução Gloriosa de 1688, ainda que integrantes de um mesmo contexto, são distintas nos propósitos e nos meios utilizados, visto que a segunda se insurgiu contra o Parlamento, mas procurou manter incólume o poder monárquico.
ERRADO. As duas revoluções não foram distintas nos propósitos. Ambas as revoluções buscavam limitar os poderes reais. O final do item está categoricamente errado, pois era o Parlamento que buscava limitar o poder monárquico, submetendo-o a uma constituição que o alijava das decisões políticas.
Dois motivos excluem a Revolução Industrial do conjunto de revoluções burguesas que sepultaram o Antigo Regime: ter mantido em aberto o processo de transição do feudalismo ao capitalismo e ter exercido diminuta influência na transformação política dos países que se industrializavam.
ERRADO. Dizer que a Revolução Industrial exerceu diminuta influência na transformação política dos países que se industrializavam é muito errado. O que dizer das revoluções de 1848, que já continham fortes elementos sociais. O que dizer dos Estados atuando para proteger os interesses da burguesia industrial?
Chamados iluministas, pensadores europeus do século XVIII — especialmente franceses — revolucionaram intelectualmente o mundo moderno ao atacarem com vigor a injustiça, a intolerância religiosa e os privilégios, preparando o terreno para as revoluções que destruiriam o Antigo Regime.
CERTO. Exatamente. O ideário iluminista serviu de subsídio para as revoluções burguesas, tanto na Europa quanto nas Américas.
O pensamento iluminista, mesmo restrito a alguns países da Europa ocidental no transcurso do século XVIII, foi decisivo para a eclosão da Era Revolucionária. Entre seus principais expoentes, Voltaire se destaca, por ter formulado a teoria da separação dos poderes, fundamental para a contestação ao Estado absolutista.
ERRADO. A teoria da separação dos poderes é de Montesquieu, não de Voltaire.
A Revolução Francesa de 1789 marcou o perfil ideológico das revoluções burguesas, dado seu caráter liberal e pioneiramente democrático, que acompanhou todo o processo revolucionário, da queda da Bastilha à ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder.
ERRADO. Não houve caráter liberal e democrático durante todo o processo revolucionário. As revoluções liberais não tem grande componente igualitário; apenas durante a Era do Terror de Robespierre há maior preocupação com questões democráticas.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A concessão de voto universal, independentemente de renda.
ERRADO. O voto universal MASCULINO foi estabelecido na Constituição do Ano I, de 1793. No entanto, com o retorno dos girondinos, em 1795, o voto volta a ser censitário, conforme a Constituição do Ano III. O sufrágio universal masculino somente será garantido na III República, em 1871; enquanto que o sufrágio verdadeiramente universal, que inclui as mulheres, será institucionalizado em 1944.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A tentativa bem-sucedida de aprovação de um código civil, já em 1789.
ERRADO. Somente em 1804, já sob a liderança de Napoleão Bonaparte, o Código Civil francês foi adotado.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A separação entre Igreja e Estado, uma das principais reformas da Assembleia Nacional no ano de 1789.
ERRADO. A separação entre a Igreja e o Estado, na França, só acontece no século XX, em 1905. O que ocorreu durante a Assembleia Nacional foi a proposição da Constituição Civil do Clero, que passou a considerar membros do funcionalismo público os integrantes do alto clero.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A instituição de um sistema de compra de cargos públicos, em substituição ao sistema hereditário existente no Antigo Regime.
ERRADO. Não houve mudanças na forma de nomeações de cargos públicos. O sistema de meritocracia somente foi implantado na Era Napoleônica.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A conscrição maciça de homens solteiros entre 18 e 25 anos, medida precursora do recrutamento militar obrigatório.
CERTO. Esse foi o recurso utilizado pela Convenção da Revolução, em 1793, para enfrentar as alianças que foram formadas para derrotar a Revolução.
Por simbolizar a luta contra o despotismo, a Revolução Francesa foi alvo da reação conjunta dos defensores do Antigo Regime, na qual se sobressaiu a Inglaterra, a quem convinha a manutenção da estrutura de poder absolutista para a expansão de negócios financeiros e para a abertura de mercados para seus produtos industrializados.
ERRADO. Primeiro erro: não houve despotismo na França antes da Revolução Francesa, mas um absolutismo típico do Antigo Regime. A Revolução, que pôs fim ao absolutismo francês, sofreu resistência das alianças entre as potências estabelecidas na Europa, mas não da Inglaterra, que permaneceu favorável ao liberalismo político. Para os ingleses, a propagação do liberalismo era favorável à difusão do capitalismo, enquanto os regimes absolutistas aplicavam o intervencionismo e o protecionismo como práticas econômicas.
Graças a Napoleão Bonaparte, liderança que emergiu na última fase da Revolução Francesa, o processo revolucionário iniciado em 1789 adquiriu feições de movimento essencialmente popular, como demonstra o isolamento político da classe burguesa.
ERRADO. O período essencialmente popular da Revolução Francesa não foi o último, mas o terceiro, durante a Convenção Nacional, entre 1792 e 1795. Nesse momento, foram aprovados o sufrágio universal masculino e a declaração da Primeira República Francesa.
O que aconteceu na França a partir de 1789 foi a explosão do sentimento generalizado de repulsa a um absolutismo crescentemente anacrônico, ainda que amenizado pelo reformismo assumido pela dinastia Bourbon, a qual empreendera estratégia de conferir ao regime ares de pretensa modernidade — o despotismo esclarecido.
ERRADO. Não houve reformismo por parte da dinastia Bourbon. O despotismo esclarecido não chegou à França antes da Revolução Francesa. De acordo com Eric Hobsbawm, em A Era das Revoluções: “Mas na maioria dos países de despotismo esclarecido essas reformas ou eram inaplicáveis, e portanto meros floreios teóricos, ou então improváveis de mudar o caráter geral de suas estruturas político-sociais; ou ainda fracassaram em face da resistência das aristocracias locais e de outros interesses estabelecidos, deixando o país recair em uma versão um pouco mais limpa do seu antigo Estado. Na França elas fracassaram mais rapidamente do que em outras partes, pois a resistência dos interesses estabelecidos era mais efetiva”.
Entende-se a Revolução Francesa como um processo que não se esgota rapidamente, com períodos de maior ou menor intensidade do fervor revolucionário. De todas as fases desse processo, a Convenção Nacional, dominada pelos jacobinos, foi a que conferiu caráter mais radical à Revolução, de que são exemplos o fim da monarquia, a adoção do sufrágio universal e o grande número de execuções de adversários.
CERTO. Exatamente. O item faz uma descrição generalizada de como foi o processo revolucionário na França. A Revolução Francesa pode ser dividida nas seguintes fases: Assembleia Constituinte (1789-1791); Monarquia Constitucional (1791-1792); Convenção Nacional (1792-1795); Diretório (1795-1799).
A Revolução Francesa, iniciada em 1789, conheceu longa e complexa travessia em suas etapas. Ao ser concluída, com a era napoleônica, estavam parcial ou totalmente destruídas muitas das bases sobre as quais se assentava o Antigo Regime.
CERTO. Exatamente. Perceba que o item faz concessões ao longo das afirmativas, o que é um indício de que o item esteja correto. Apesar da tentativa de conter as transformações sociais e políticas introduzidas durante a Revolução Francesa, o Congresso de Viena não foi exitoso em restaurar todas as bases sobre as quais se assentava o Antigo Regime.
Iniciada em 1789, a Revolução Francesa rompeu com o despotismo e pôs fim ao Antigo Regime, mas não instaurou uma sociedade democrática e igualitária.
CERTO. Sabe-se que a Revolução Francesa rompeu com o sistema absolutista, mas ficou longe de implementar o que se pretendia em sua fase radical (2a fase).
Devido ao aprendizado de seus métodos por revolucionários que a sucederam, a Revolução Francesa é considerada a mãe das revoluções políticas ocorridas depois dela.
CERTO
O típico burguês do século XVIII se identificava com a lógica do trabalhador produtivo: mantinha, como categoria social (médicos, professores, altos funcionários régios, comerciantes), proximidades com os pobres que exerciam ofícios mecânicos (artesãos, lavradores etc.), promovendo uma lenta integração da plebe contra os costumes da aristocracia.
ERRADO. Não houve lenta integração da plebe contra os costumes da aristocracia. A luta conjunta entre a burguesia e a plebe contra os aristocratas, a partir da década de 1830, com a ascensão burguesa, logo foi desfeita. As revoluções de 1848 foram marcadas pelo conflito entre burguesia (já no poder) e as camadas mais baixas.
A reflexão filosófica e política da denominada República das Letras e o cosmopolitismo europeu a ela inerente, por si só, não foram os fatores que conduziram à ação revolucionária: esse papel coube à plebe que, de fato, pôs a teoria em prática.
CERTO. A reflexão filosófica e política desenvolvida por essa elite letrada, bem como pelo cosmopolitismo europeu a ela inerente só desenvolveram a Revolução com a divulgação das ideias iluministas e com a ação do povo, que foi imprescindível para realizar fatos históricos, como a tomada da Bastilha.
O levante liberal em Viena, em 1848, levou Metternich a comandar uma dura repressão militar na capital austríaca, que restaurou a ordem anterior.
ERRADO. A revolução no Império Austríaco foi favorecida pelo enfraquecimento da monarquia, pelo desenvolvimento de uma corrente liberal no seio da sociedade burguesa e aristocrática de Viena e pela reivindicação de um reconhecimento dos povos de idioma não germânico: poloneses, tchecos, romenos, croatas, italianos do norte e principalmente os húngaros, que dispunham de um governo semi-autônomo.
O movimento austríaco contra o regime absolutista de Fernando I e seu braço-direito, o príncipe Klemens Wenzel von Metternich, que governava havia trinta anos, eclodiu em Viena com manifestações de rua e barricadas. No dia 13 de março de 1848, tumultos na Áustria liderados pela burguesia insuflaram a assembleia da Baixa Áustria a marchar para o palácio de Hofburg, obrigando o chanceler Metternich a fugir para a liberal Inglaterra. Foi formado um governo liberal, e a assembleia constituinte reunida em julho votou a abolição dos direitos feudais, conforme já ocorrera na Alemanha. O imperador Fernando I foi obrigado a aceitar uma constituição, o parlamentarismo e a emancipação do campesinato. O parlamento passou a ser eleito pelo sufrágio masculino, várias instituições feudais foram abolidas, teve fim a censura à imprensa e formou-se uma guarda nacional para a defesa das reivindicações liberais. A burguesia austríaca, entretanto, não soube conservar sua revolução. A aristocracia retomou o poder, liderada pelo novo chanceler, o príncipe de Schwartzenberg. O exército e o chanceler Schwartzenberg retomaram Praga e Viena, e obrigaram Fernando I a abdicar em nome de seu sobrinho, Francisco José I, então com 18 anos. Dissolvido o parlamento, os liberais foram perseguidos, as reformas abolidas e o absolutismo restaurado.
Embora exprimissem demandas nacionais, as revoluções de 1848 constituíram movimentos coordenados, articulados de forma central durante as campanhas liberais de Paris.
ERRADO. Não houve coordenação central das revoluções de 1848. Apesar de estarem inseridas em uma conjuntura revolucionária que acometeu toda a Europa, as articulações locais não respondiam a uma coordenação central, exprimiam demandas liberalizantes particulares de seus países e de seus contextos sociopolíticos.
Os movimentos revolucionários de 1830 resultaram da mobilização de diferentes setores sociais, com motivações e objetivos próprios, contra o sistema estabelecido pelo Congresso de Viena.
CERTO. Segundo Eric Hobsbawn, em A Era das Revoluções, “A onda revolucionária de 1830 foi, portanto, um acontecimento muito mais sério do que a de 1820. De fato, ela marca a derrota definitiva dos aristocratas pelo poder burguês na Europa Ocidental. A classe governante dos próximos 50 anos seria a “grande burguesia” de banqueiros, grandes industriais e, às vezes, altos funcionários civis, aceita por uma aristocracia que se apagou ou que concordou em promover políticas primordialmente burguesas, ainda não ameaçada pelo sufrágio universal, embora molestada por agitações externas causadas por negociantes insatisfeitos ou de menor importância, pela pequena burguesia e pelos primeiros movimentos trabalhistas”.
A primeira fissura no status territorial europeu estabelecido em 1815 ocorreu em Bruxelas, em 1830, quando protestos de origem social tomaram dimensões políticas, o que levou à expulsão das tropas holandesas e à consequente proclamação da independência da Bélgica.
CERTO. Ainda segundo Hobsbawn, em A Era das Revoluções, “A segunda onda revolucionária ocorreu em 1829-34, e afetou toda a Europa a oeste da Rússia e o continente norte-americano, pois a grande época de reformas do presidente Andrew Johnson (1829-37), embora não diretamente ligada aos levantes europeus, deve ser entendida como parte dela. Na Europa, a derrubada dos Bourbon na França estimulou várias outras insurreições. Em 1830, a Bélgica conquistou sua independência da Holanda (…)”.
Traços distintivos da vida política portuguesa nos três primeiros quartéis do século XIX foram o predomínio do absolutismo e a relativa fragilidade dos grupos liberais.
ERRADO. A partir das invasões napoleônicas e da Revolução do Porto, em 1820, fica difícil falar em PREDOMÍNIO do absolutismo em Portugal.
A Prússia recebeu grande porção do território da Saxônia, embora tenham sido rejeitadas as suas pretensões de soberania sobre a Alsácia, a Lorena e o ducado de Varsóvia.
CERTO. A Prússia, que fazia parte do grupo de potências que objetivavam a restauração na Europa, recebeu a posse de territórios na Saxônia, na Polônia e na Westfália (atual Alemanha). A soberania sobre a Alsácia e a Lorena não cabia à Prússia, localizada mais ao Leste. Enquanto ao ducado de Varsóvia, juntamente do que restava da Polônia, foi incorporado ao Império Russo.
A França foi obrigada a ceder a Normandia ao Reino Unido, a título de indenização pelas perdas decorrentes das Guerras Napoleônicas.
ERRADO. A lógica do Congresso de Viena não era punir a França, mas conter possível retomada expansionista. Por isso, não foram tirados territórios que a ela pertenciam antes das guerras napoleônicas.
Sob a presidência do imperador da Áustria, foi criada a Confederação Alemã, para congregar boa parte dos Estados que dantes estavam vinculados ao Sacro Império Romano-Germânico.
CERTO. Exatamente. Os Principados Alemães formaram a Confederação Alemã com 38 Estados, mais a Áustria e a Prússia.
A Suécia passou a controlar a Noruega, como compensação pela perda da Finlândia.
ERRADO. A Suécia não passou a controlar a Noruega em consequência dos acordos selados no Congresso de Viena. A Finlândia foi perdida pela Suécia em guerra contra a Rússia, em 1809. No Congresso de Viena, como compensação pela participação na derrota de Napoleão, o czar pôde conservar a Finlândia. Por sua vez, a Suécia foi indenizada com a aquisição da Noruega, tomada à Dinamarca. Todos esses arranjos se fizeram com total desrespeito aos interesses dos povos neles envolvidos. Não obstante os belgas diferirem radicalmente dos holandeses em matéria de cultura e religião, foram forçados a submeter-se ao governo da Holanda. Também não se teve menor consideração pelos interesses dos noruegueses ao transferi-los para a soberania da Suécia.
No século XIX, artistas e autores alinhados ao Romantismo adotavam uma atitude individualista e introspectiva, a qual contribuía para afastá-los dos grandes temas da política e dos esforços de construção de identidades nacionais.
ERRADO. É o contrário. Autores românticos eram engajados em grandes temas da política e da construção de identidades nacionais, exemplo notório é a participação de Émile Zola no famoso caso Dreyfus, com o famoso artigo “j’accuse”.
Os romances históricos oitocentistas de Walter Scott e de Alexandre Herculano valorizam o legado político do absolutismo e criticam a idealização do passado medieval europeu, comum em outros autores da época.
ERRADO. Alexandre Herculano, como liberal que era, teve como preocupação maior, nas suas ações políticas e seus escritos, a condenação do absolutismo e da intolerância da coroa no século XVI para denunciar o perigo do retorno a um centralismo da monarquia em Portugal. Por sua vez, Walter Scott foi um nacionalista favorável à causa jacobita (restauração da casa dos Stuart), mesmo ciente de que tratava de uma “causa morta”, conservador na política, favorável aos Tories.
O caráter europeu das revoluções de 1848 deve-se ao fato de o movimento ter promovido alterações políticas em várias regiões, como a Península Ibérica, a Grã-Bretanha, a Irlanda e a Escandinávia.
ERRADO. “Apesar da abrangência das revoluções que acometeram a Europa em 1848, não houve alterações políticas significativas.”
Uma consequência das revoluções de 1848 foi a saída de Klemens von Metternich da condição de ministro do exterior do Império Austríaco, posto por ele ocupado desde a época das Guerras Napoleônicas.
CERTO. No dia 15 de março de 1848, o imperador Ferdinando aprovou a liberdade de imprensa, garantiu uma nova Constituição e a formação de uma guarnição civil armada, atendendo, assim, às “exigências de março” dos manifestantes. A consequência foi a composição de uma comissão de cidadãos, formada por 24 burgueses que ocuparam a administração de Viena. Sem condições de governar, o imperador Ferdinando foi retirado de Viena; o príncipe Metternich renunciou e se exilou na Inglaterra. As revoltas em Paris e Viena contagiaram Berlim. A 18 de março de 1848, o povo reunido diante do palácio do rei Frederico Guilherme 4º exigiu liberdade de imprensa e de opinião, o fim da censura e a constituição de um Parlamento prussiano.
A radical descontinuidade política instaurada pela Revolução Francesa, sobretudo depois da abolição da monarquia em 1792, impediu o reagrupamento das forças que compunham o Antigo Regime e garantiu a estabilidade do regime republicano francês até o final da Primeira Guerra Mundial.
ERRADO. O golpe de 18 Brumário marcou o fim da Revolução. No outono de 1799, encerrou-se a era da Revolução Francesa. O acontecimento que assinalou esse fim foi o golpe de estado de Napoleão Bonaparte, em 18 brumário. Já desde algum tempo o regime instaurado pela Constituição do Ano III vinha pairando à beira do colapso.
Liberais atuantes na França da primeira metade do século XIX, como Benjamin Constant e François Guizot, notabilizaram-se por defender uma variante radical de liberalismo centrada na defesa do princípio da soberania popular e da ampliação do sufrágio.
ERRADO. O próprio título do texto já dá pistas de que o item estaria errado: “The political culture of limited suffrage”. Benjamin Constant não defendia o sufrágio universal. Acreditava na ilustração de certos setores da sociedade, que seriam os qualificados a exercerem a escolha política em nome da nação.
O liberalismo de Alexis de Tocqueville abriga uma apologia dos valores das classes médias baseada na crença da força civilizadora do comércio, popularizada por Adam Smith, entre Outros.
ERRADO. Para Alexis de Tocqueville, não é o comércio e sim a democracia, mesmo que se desenvolvendo em um contexto de individualismo isolacionista, que “adoça as maneiras”. Apesar de não ter adotado a crença iluminista na força civilizadora do comércio, manteve-se eqüidistante de posições conservadoras que viam a igreja e a cavalaria da Idade Média como bastiões de um mundo nobre, desfigurado pela ascensão vulgar do comercialismo. Apesar disto, será sua posição frente ao liberalismo econômico que permitirá, a autores como Merquior, afirmar que o liberalismo de Tocqueville era de natureza política e não econômica.
A despeito das dificuldades relativas à definição do termo, o liberalismo do século XIX distingue-se, em geral, pela preocupação com a proteção de direitos individuais fundamentais contra ameaças de intervenção arbitrária do Estado.
CERTO. Exatamente. O liberalismo do século XIX se diferencia por introduzir a defesa dos direitos individuais, como o direito à propriedade privada, o direito ao livre trânsito e o direito de se expressar.
No mundo de língua alemã, o liberalismo de Wilhelm von Humboldt, marcado por uma concepção deflacionista do Estado como simples meio destinado a garantir a segurança dos indivíduos, contrasta com a visão desenvolvida na filosofia política de Hegel, em que o Estado figurava como o lugar privilegiado da materialização da liberdade.
CERTO. O item descreve duas concepções da filosofia política alemã do século XIX. Enquanto a ideia Hegeliana apresenta maior valoração da presença do Estado na organização das sociedades, Humboldt preconiza o papel mínimo deste.
A Quádrupla Aliança, selada em 1815 entre a Grã-Bretanha, o Império Austríaco, o Império Russo e o Reino da Prússia, impediu a participação da França no Congresso de Viena e assegurou a exclusão desse país do círculo das grandes potências europeias até a metade do século XIX.
ERRADO. Um dos principais objetivos de Metternich e de outros corifeus da reação era fazer do acordo de Viena um baluarte permanente do status quo. Com esse fim em vista, criaram a Quádrupla Aliança da Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia, como um instrumento para manter o acordo intacto. Em 1818, a França foi admitida na combinação, convertendo-a destarte numa Quíntupla Aliança (“Concerto Europeu”). Era do interesse da Grã-Bretanha manter a França como parte do Concerto Europeu para não ocorrer nenhum tipo de revanchismo e desequilibrar as decisões em seu favor (contra as potências reformistas do Absolutismo - Áustria e Rússia).
Apesar de comprometido com a preservação de valores políticos e sociais pré-revolucionários, o Congresso de Viena não restaurou a ordem internacional vigente antes da Revolução Francesa; em lugar disso, produziu um novo tipo de equilíbrio entre os Estados europeus.
CERTO. Exatamente. Antes da Revolução Francesa, os Estados não se organizavam em Concerto para decidir os principais assuntos da agenda internacional. Após o abalo da Revolução e das Guerras Napoleônicas, a nova maneira de se manter um equilíbrio de forças foi forjada entre as principais potências da época, que decidiam em colegiado.
Característica comum a diferentes meios de expressão artística do Romantismo europeu foi a crítica ao racionalismo cientificista associado, entre outras, à figura de Isaac Newton.
CERTO. A essência do romantismo era a glorificação dos instintos e emoções em oposição ao culto do intelecto. Incluía também elementos como uma profunda veneração da natureza, o desprezo pelo formalismo, o amor sentimental aos humildes e, muitas vezes, o zelo ardoroso de reformar o mundo.
O princípio do equilíbrio europeu norteou as decisões tomadas; para tanto, limitou-se o poderio francês.
CERTO. Após o Congresso de Viena, a sociedade internacional europeia vai evoluir para um sistema de entendimento e colaboração controlado pelas grandes potências, deixando no passado tanto a imposição unilateral da força de uma potência singular, como a prevalência das múltiplas independências sobre as relações internacionais. A ideia de conter o poderio francês se enquadrava na supressão das ideias revolucionárias que ainda ameaçavam a ordem europeia.
O resultado do congresso em apreço foi parcialmente frustrado devido a guerras entre a França e a Espanha e entre o Piemonte e a Suíça.
ERRADO. Não houve frustração de parte do resultado do Congresso de Viena. Apesar da Espanha ter sido ocupada por tropas francesas, não houve guerra entre os dois países. Além disso, a neutralidade da Suíça havia sido estabelecida no Congresso de Viena, ou seja, a guerra entre o Piemonte e a Suíça apresentada no item não existiu.
O princípio da legitimidade foi utilizado na defesa da política de restauração da antiga ordem.
CERTO. Segundo Edward Mcnall Burns, em História da Civilização Ocidental, “A ideia básica que orientou os trabalhos do Congresso de Viena foi o princípio da legitimidade. Esse princípio foi inventado por Tayllerand como meio de proteger a França contra punições drásticas por parte de seus vencedores, mas acabou sendo adotado por Metternich como expressão apropriada da política geral de reação. Significava o termo que as dinastias reinantes da Europa nos tempos pré-revolucionários deviam ser restauradas e que cada país devia readquirir essencialmente os territórios que possuía em 1789”.
A partir de 1815, a ordem internacional, uma espécie de condomínio de poder pautado pela força, favoreceu o equilíbrio e a estabilidade no continente europeu ao longo do século XIX.
ERRADO. Cuidado! A banca joga muito com os termos estabilidade e equilíbrio, em se tratando de Congresso de Viena. São conceitos teóricos diferentes. Podemos dizer ele favoreceu a “estabilidade”, mas não se pode dizer que manteve o “equilíbrio” até o fim do século XIX. O equilíbrio fundado a partir de 1815 durou até 1848. Não se pode dizer que ele perdurou “ao longo do século XIX” Vejam na obra História das Relações Internacionais Contemporâneas o título do tópico 2.1.4: O movimento das nacionalidades e o “novo equilíbrio” entre 1848 e 1871
Se há um novo equilíbrio entre 1848 e 1871, o equilíbrio não foi “mantido” nem “favorecido” como afirmam os itens que vimos acima. Os seguinte trechos da obra História das Relações Internacionais Contemporâneas (HRIC) confirmam vejam:
- “O sistema de hegemonia coletiva passaria por 3 guerras de reajuste (Guerra da Criméia, Unificação Italiana, Unificação Alemã) antes que o Império Alemão recompusesse o equilíbrio.” [pag 54]
- “A diplomacia de conferências [de Bismarck] teria de reconstruir a o Concerto Europeu sob novo equilíbrio de poder” [pag 57]
Entre 1815 e 1848, embora divergissem em determinados aspectos relacionados à ordem, as grandes potências europeias, fazendo uso do direito de intervenção coletiva, agiram em concerto, do que decorre a expressão Concerto de Viena.
CERTO. Sim. A ordem estabelecida em Viena era um concerto, no qual as potências hegemônicas (Inglaterra, Prússia, França, Áustria e Rússia) agiam em conjunto para manter a ordem e a estabilidade no continente. A intervenção coletiva era característica importante desse momento (como ocorreu na Espanha, em 1830). Da mesma maneira, as grandes potências divergiam em muitos aspectos, como, por exemplo, a defesa da ordem liberal pela Inglaterra, de um lado, e a ordem conservadora e restauracionista da Santa Aliança, de outro.
A Ordem de Viena definiu um arranjo de poder com dois eixos claramente delimitados: o formado por Inglaterra e Prússia, consideradas potências liberais, e o constituído por Áustria, França e Rússia, consideradas potências conservadoras.
ERRADO. Os eixos existentes na Ordem de Viena não eram claramente delimitados, eles eram difusos em muitos aspectos. Além disso, os grupos identificáveis estão errados na questão. Áustria e Inglaterra, eram potências satisfeitas e, por isso, defendiam a manutenção do status quo; enquanto Rússia e Prússia eram potências em expansão, defendendo a reforma do sistema europeu e o expansionismo nacionalista. A França entra no concerto como potência vencida (guerras napoleônicas), mas, sob o princípio da legitimidade, manteve o direito sobre os territórios, o que contribuiu para a permanência do status quo defendido pelo primeiro grupo.
O princípio geral do equilíbrio entre as potências europeias valia tanto para a geopolítica quanto para a esfera econômica do continente.
ERRADO. Não havia, de forma alguma, equilíbrio econômico entre as potências europeias. A Grã-Bretanha levava clara vantagem nesse aspecto. Além disso, o equilíbrio geopolítico não era tão sólido.
Uma das principais características da ordem que se construiu a partir de 1815 e perdurou até o final do século XIX foi a ausência de guerras entre as grandes potências europeias.
ERRADO. Primeiro, como já foi visto, a ordem de Viena não perdurou até o fim do século XIX. Segundo, existiram, sim, conflitos entre as grandes potências. Os três principais exemplos são:
Guerras de Unificação Alemã;
Guerras de Unificação Italiana;
Guerra da Crimeia.
O Romantismo apoiou no idealismo, na imaginação e na fuga para o exótico, entre outras bases estéticas, a sua reação crítica à realidade capitalista.
CERTO. São as três principais características do movimento romântico:
Idealismo;
Imaginação; e
Fuga para o exótico.
Todas elas com o objetivo de se contrapor à lógica racional do capitalismo, criticando a modernidade, a urbanização e a industrialização.
Apoiado em valores filosóficos de afirmação da subjetividade e do idealismo, o Romantismo promoveu uma estética de equilíbrio e racionalidade.
ERRADO. Pelo contrário, o Romantismo condenava a racionalidade e o equilíbrio, mais característicos do Classicismo. No Romantismo, predominou o sentimentalismo, o nacionalismo.
O Romantismo celebrou esteticamente a urbanidade e os avanços tecnológicos alcançados com a industrialização europeia verificada durante o século XIX.
ERRADO. Esses aspectos eram exatamente o que o Romantismo condenava. O movimento romântico exaltava o passado, a forma de vida agrária, o vínculo do homem com o meio natural, não com a cidade - símbolo da diluição do indivíduo.
O Romantismo reunia a revolta contra estruturas estéticas e filosóficas medievais e a melancolia diante dos fundamentos ideológicos da modernidade, ou seja, combinava alienação com fetichismo da mercadoria.
ERRADO. Mais uma inversão de valores. O que foi descrito no item são aspectos com os quais o Romantismo se identificava. A Idade Média era, para o Romantismo, um momento histórico que representava uma estética sombria e melancólica, além da exaltação de ideias de lealdade e devoção.
Movimento que apregoava a alienação, o Romantismo desvinculou-se das transformações sociais pelas quais a Europa passou durante o século XIX.
ERRADO. Erradíssimo. Em muitas obras, o Romantismo esteve ligado às revoluções e aos grandes movimentos sociais do século XIX. Conforme Eric Hobsbawn, em A Era das Revoluções, “Raramente houve um período em que mesmo os artistas menos ‘ideológicos’ tenham sido mais universalmente partidários, frequentemente considerando o serviço à política como seu dever primordial”.
Bastante singulares, os movimentos liberais dos jovens universitários na Alemanha, em 1820, arrefeceram-se ao longo do século XIX, em favor da superação do dilema entre unidade e liberalismo, como defendeu Bismarck na discussão sobre renúncia às liberdades parlamentares.
CERTO. Exatamente. As ondas liberais na Alemanha são diluídas em torno da opção pela unificação em torno de um Estado Alemão. A chegada de Bismarck à chancelaria da Prússia é fundamental para que os liberais aceitem abrir mão das liberdades parlamentares em troca da unidade do Estado.
A trajetória do liberalismo, no transcurso do século XIX, caracterizou-se por ambiguidade conceitual e prática, ora defendendo projetos reformistas, ora assumindo posições revolucionárias.
CERTO. Exatamente. O Liberalismo do século XIX transitou entre posições revolucionárias e reformistas. Ao mesmo tempo em que rejeitava o Antigo Regime, rejeitavam a democracia integral, situando-se no meio do caminho entre os dois extremos.
Na Europa, o liberalismo tomou forma, particularmente na década de 20 do século XIX, nas reformas democráticas e no combate às conspirações militares em defesa do Antigo Regime.
ERRADO. Não houve reformas democráticas na Europa, no século XIX. O liberalismo, nesse momento, não se confunde com os ideais democráticos (muito radicais), mas reserva o poder a elites específicas (burguesia).
Do ponto de vista da importância diplomática do Congresso de Viena (1814/1815), julgue C ou E.
Permitiu, como exercício pleno de diplomacia parlamentar, ativa participação de todos os delegados presentes na Conferência.
ERRADO. Não houve ativa participação de todos os delegados presentes no Congresso de Viena. As decisões foram tomadas em torno dos quatro grandes (+ a França de Tayllerand): Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia.
Do ponto de vista da importância diplomática do Congresso de Viena (1814/1815), julgue C ou E.
Lançou as bases do chamado Concerto Europeu, que assegurou maior estabilidade ao continente europeu no período que vai até 1914.
CERTO. Exatamente. À exceção da guerra da Crimeia (1853-56), não houve nenhum outro confronto que envolvesse, em lados opostos, as grandes potências, entre 1815 e 1914. O Concerto Europeu, método pelo qual a estabilidade foi mantida no continente, vigorou durante todo o século XIX.
Do ponto de vista da importância diplomática do Congresso de Viena (1814/1815), julgue C ou E.
Foi a partir de então que se formou o conceito de “grandes potências”, considerado por vários autores como precedente histórico da categoria “Membros Permanentes” do Conselho de Segurança da ONU.
CERTO. Segundo Eric Hobsbawn, em A Era dos Extremos, “entendia-se que as cruciais decisões nesses congressos [após o Congresso de Viena] fossem tomadas pelas ‘grandes potências’ (o próprio termo é uma invenção desse período). O ‘concerto da Europa’ - outro termo que surgiu então - não correspondia, por exemplo, a uma ONU, mas sim aos membros permanentes do Conselho de Segurança (CSNU)”.
Do ponto de vista da importância diplomática do Congresso de Viena (1814/1815), julgue C ou E.
Não logrou resolver o problema da ordem de precedência do corpo diplomático, o que provocou conflitos protocolares com sérias implicações políticas.
ERRADO. Foi durante o Congresso de Viena que se firmou o primeiro regulamento para definir a precedência diplomática que, por exemplo, criou o cargo de embaixador.
A publicação do Manifesto Comunista, de Marx e Engels, tornou-se, rapidamente, a referência ideológica do movimento revolucionário em toda a Europa.
ERRADO. A influência do Manifesto Comunista no ideário dos movimentos revolucionários europeus não foi imediata. Foram os ideários nacionalistas que tiveram grande importância na Primavera dos Povos, de 1848.
Na França, a burguesia, a nobreza e os setores populares mais conservadores consideravam o sobrinho de Napoleão, Luís Napoleão, eleito presidente em 1849 e proclamado Imperador em 1851, um “domador de revoluções”.
ERRADO. Luís Napoleão detinha a simpatia de todos os estratos da sociedade francesa no período, tendo sido eleito, em 1848, com aclamação popular. No entanto, em 1851, após um plebiscito, nomeou-se imperador. Ainda assim, foi um governante que favoreceu todas as classes sociais, o que impede a sua classificação como um domador de revoluções.
Em algumas regiões, o movimento de 1848 assumiu, rapidamente, características nacionalistas: na Hungria, o governo provisório efetivamente declarou a independência do Império austro-húngaro, o qual só recuperou os territórios perdidos com a ajuda de tropas russas.
ERRADO. Não havia Império Austro-Húngaro em 1848, pois o compromisso entre as nobrezas da Áustria e da Hungria somente foi firmado em 1867.
A Inglaterra foi pouco atingida pela onda revolucionária de 1848, pois já vinha adotando medidas liberais.
CERTO. Exatamente. As revoluções de 1848 tiveram pouco impacto em países com desenvolvimento industrial já estabelecido, como a Inglaterra que, desde a Revolução Gloriosa vinha implementando medidas liberais e estruturando sua economia.
Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.
rejeição sistemática ao status quo.
ERRADO. Exatamente o contrário. O liberalismo favorecia politicamente o status quo, na medida em que defendia os interesses da classe média liberal.
Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.
valorização dos direitos individuais.
CERTO. Os direitos individuais são uma das bases do liberalismo político. A filosofia liberal coloca o indivíduo à frente da razão de Estado, dos interesses de grupo, das exigências da coletividade.
Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.
defesa intransigente da liberdade.
CERTO. Exato. A teoria liberal era orientada em direção da liberdade, que garantiria o exercício da sociedade política. Nessa perspectiva, não existiria uma sociedade viável e legítima sem o reconhecimento da liberdade.
Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.
faculdade de escolha sem coerção.
CERTO. O racionalismo da teoria política liberal se opunha à autoridade, ao preconceito e aos atos de impulso. Nesse contexto, acreditava no êxito da sociedade pautado na escolha racional do indivíduo.
Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.
conformidade com a lei.
CERTO. Logicamente, o exercício do poder político deve ser pautado por normas de direito e controlado por jurisdições. As transgressões devem ser punidas e sancionadas por tribunais.
As ondas revolucionárias citadas no texto refletem, ao lado de outros fatores, o choque entre as forças comprometidas com o Antigo Regime e as identificadas com o anseio de transformações na sociedade européia na primeira metade do século XIX.
CERTO. Exatamente. Após a Revolução Francesa e a expansão Napoleônica na Europa, as Potências estabelecidas, especialmente as que eram comprometidas com a restauração da ordem vigente no continente, empreenderam o esforço de impedir a expansão dos ideais revolucionários originados na França para os demais países europeus, tentando manter ao máximo a organização do Antigo Regime, atendendo aos interesses da burguesia que se formava.
O segundo período do texto revela um dos principais objetivos do Congresso de Viena, qual seja, o de impedir a repetição da experiência libertária que a França protagonizara a partir de 1789 e que Bonaparte, a despeito de sua vocação imperial, disseminara pela Europa.
CERTO. Isso mesmo. “Evitar uma segunda Revolução Francesa, ou ainda a catástrofe pior de uma revolução européia generalizada tendo como modelo a francesa, foi o objetivo supremo de todas as potências que tinham gasto mais de vinte anos para derrotar a primeira” era o principal objetivo das potências reunidas em Viena.
Tendo ficado imune às ondas revolucionárias que convulsionaram a Europa continental, a Grã-Bretanha recusou-se a aceitar as determinações do Congresso de Viena e, internamente, a promover reformas em suas instituições políticas.
ERRADO. A Grã-Bretanha não ficou imune às revoluções que “estouraram” na Europa continental. Os movimentos operários, como o ludismo e o cartismo, por exemplo, foram demonstrações sociais que não fogem do contexto das revoluções europeias. Nesse sentido, apesar da estratégia de certo distanciamento da Europa, a Grã-Bretanha adotou certas medidas reformadoras internamente.
A Revolução Constitucionalista do Porto, de 1820, inscreveu-se no contexto da primeira onda revolucionária européia e, em seus desdobramentos, provocou o retorno de D. João VI a Portugal e a adoção de medidas recolonizadoras pela metrópole, o que impulsionou o processo de independência do Brasil.
CERTO. Exato. A primeira onda revolucionária, da década de 1820, teve lugar nos países mediterrâneos da Europa, inclusive Portugal. É nesse contexto de reivindicações das elites portuguesas, que demandavam uma monarquia constitucionalista, que D. João VI retorna ao país para se submeter à Constituição. Além disso, as Cortes Portuguesas demandavam o retorno do exclusivo colonial com o Brasil, pois sua economia era largamente dependente da Brasileira, fato que contribuiu para o movimento independentista brasileiro.
A onda revolucionária de 1848, por sua amplitude e espontaneidade, foi amplamente exitosa em suas aspirações populares, tanto na Europa — com o fim do sistema eleitoral censitário — quanto na América — com as reformas de Jackson (EUA).
ERRADO. Não se pode afirmar que a onda revolucionária de 1848 tenha sido amplamente exitosa em suas aspirações populares. Conquistas como o sufrágio universal, o fim de alguns privilégios e a submissão das monarquias a constituições não foram atingidas em todos os lugares que se rebelaram. Além disso, as reformas de Jackson não guardam relação com as revoltas europeias, pois foram medidas implantadas de cima para baixo, sem participação popular direta.
A onda revolucionária de 1848 evidenciou um aspecto historicamente decisivo daquele momento, isto é, o fato de as burguesias liberais terem assumido, resolutamente, a partir de então, as bandeiras revolucionárias da democracia social e de um socialismo mais atenuado, que não se confundia com aquele proposto por Marx e Engels.
ERRADO. As ondas revolucionárias de 1848 já marcavam uma clara distinção de agendas. De um lado as burguesias, com agendas reformadoras moderadas (objetivando a organização do Estado em benefício do capital), e de outro as massas assalariadas, que ainda demandavam inserção na vida política dos Estados, mas também melhores condições de vida e de trabalho.
Quando a Era Revolucionária se esgotou, em 1848, o mapa político e social europeu em muito se aproximava do cenário pré-1789, o que demonstra ter sido o impacto da industrialização bem mais aparente que real para a configuração da nova sociedade liberal e burguesa.
ERRADO. Falar que o impacto da industrialização foi só aparente é um grande erro. A Revolução Industrial foi muito importante para os processos revolucionários na Europa, pois ampliou os centros urbanos e introduziu novas formas de produção que mudaram as sociedades europeias.
Com a derrota de Bonaparte, os países vitoriosos reuniram-se em Viena, em 1815, dispostos a restaurar o status quo vigente na Europa antes de 1789, o que pode ser entendido como tentativa de dar sobrevida ao Antigo Regime.
CERTO. Exatamente. O item fala a respeito do Congresso de Viena, de 1815. Nele, reuniram-se as potências que derrotaram Napoleão e que tinham o objetivo de colocar um fim na onda revolucionária. A maior parte dos que tomaram parte nas negociações era representante do Antigo Regime, e, por isso, tentavam restaurar a ordem existente antes da Revolução Francesa.
A decisão de se criar a Santa Aliança, emanada do Congresso de Viena, subordinava-se, fundamentalmente, a dois objetivos: sufocar, na Europa, novas tentativas revolucionárias que pudessem surgir no rastro da Revolução Francesa e impedir que, na América, se concretizassem os ensaios emancipacionistas das colônias.
CERTO. Isso mesmo. A Santa Aliança objetivava, além da restauração do sistema político do continente europeu, impedir as independências na América Latina, pois estas ameaçavam também as estruturas sistêmicas das potências na Europa. A Inglaterra não apoiava tais iniciativas, pois eram prejudiciais à expansão do livre mercado e, por isso e pela introdução da Doutrina Monroe, nos Estados Unidos, essas intervenções contra as independências não foram efetivadas.
O sentimento nacional, que aflora sobretudo com a Revolução Francesa, amplia-se na medida em que o movimento social e as lutas políticas se intensificam. Exemplo especial disso foi a luta pela independência da Grécia, na primeira metade do século XIX, causa a que aderiram combatentes libertários oriundos de várias nações.
CERTO. Exatamente. O nacionalismo tem um grande impulso nesse momento. Com a introdução do liberalismo político, em meio aos movimentos revolucionários, os nacionalismos florescem em toda a Europa. Um dos exemplos notórios é a independência grega.
Os socialistas aparecem na cena política européia participando de movimentos revolucionários ou insurrecionais, a partir do momento em que as obras de Marx e Engels são mais divulgadas e estudadas, o que acontece nas décadas finais do século XIX.
ERRADO. A participação dos socialistas na cena política europeia é anterior à difusão das obras de Marx e Engels, a exemplo da atuação dos Cartistas na Inglaterra.
Movimento anarquista, a Comuna de Paris (1870) constituiu-se, concreta e objetivamente, no “assalto ao poder” por parte do operariado, utopia que tanto estimulava as ações dos grupos socialistas. O êxito do movimento, que levou pânico às elites européias, garantiu aos revolucionários o controle da capital da França até às vésperas da Primeira Guerra Mundial.
ERRADO. A Comuna de Paris, de 1871, não foi exitosa, durando apenas 3 meses. Esse movimento foi reprimido pelas tropas do Presidente provisório da França, que substituiu Napoleão III, com o apoio de tropas prussianas.
Na Europa, ondas revolucionárias em 1820, 1830 e 1848 demonstram não ter sido tarefa simples o aniquilamento do Antigo Regime, o qual, após o vendaval revolucionário francês, ganhou certo fôlego restauracionista com a queda de Napoleão Bonaparte.
CERTO. Exatamente. O fim das instituições político-sociais do Antigo Regime foi difícil e demandou anos de mobilização popular e das elites. O Congresso de Viena, de 1815, tentou conter a expansão dos ideais defendidos pela Revolução Francesa, com o objetivo de preservar o status quo europeu. No entanto, os processos revolucionários de 1820, 1830 e 1848, em maior ou menor medida, conseguiram colocar um fim na estrutura do Antigo Regime.
Pode-se afirmar que o processo revolucionário vivido pela Europa Ocidental apresentava, até 1848, clara simetria entre suas duas frentes — a econômica, representada pela Revolução Industrial, e a política, representada pelas revoluções liberais. A partir de 1848, a unidade se rompeu, e a bandeira do liberalismo burguês assumiu contornos cada vez mais conservadores.
CERTO. Exatamente. As divergências entre os estratos sociais vão surgindo no decorrer das ondas revolucionárias. A alta burguesia, por exemplo, não tinha interesse em transformações tão radicais como queriam as classes trabalhadoras.
O vazio de poder criado pela invasão francesa, pelas abdicações reais e, por fim, pela prisão de Fernando VII deu espaço para debates acerca da soberania e da representação política na Espanha, uma vez que a tradicional relação pessoal entre súdito e rei fora quebrada. Nesse contexto, foi elaborada a Constituição Gaditana, de 1812, que pretendia desmantelar os fundamentos do absolutismo.
CERTO. Oficialmente, a Constituição de Cádis esteve em vigor dois anos, desde o dia sua promulgação, 19 de Março de 1812, dia de São José, daí o cognome de La Pepa que lhe deu o povo andaluz, até 24 de Março de 1814, dia em que foi revogada com o regresso a Espanha do rei Fernando VII. Embora efemeramente, foi restaurada por duas vezes: de 1820 a 1823, durante o chamado Triénio Liberal, e em 1836 - 1837, como norma constitucional transitória durante a elaboração da Constituição de 1837.
A Constituição de Cádiz esteve em vigor por duas décadas, sendo revogada apenas com a vitória do movimento restaurador iniciado na Galícia, que restabeleceu o absolutismo espanhol.
ERRADO. Oficialmente, a Constituição de Cádis esteve em vigor dois anos, desde o dia sua promulgação, 19 de Março de 1812, dia de São José, daí o cognome de La Pepa que lhe deu o povo andaluz, até 24 de Março de 1814, dia em que foi revogada com o regresso a Espanha do rei Fernando VII. Embora efemeramente, foi restaurada por duas vezes: de 1820 a 1823, durante o chamado Triénio Liberal, e em 1836 - 1837, como norma constitucional transitória durante a elaboração da Constituição de 1837.
Apresentado por seus participantes como um movimento restaurador, o Vintismo tinha o objetivo de restabelecer a tradição política portuguesa por meio da elaboração de um novo pacto político, a ser materializado em uma Constituição.
ERRADO. O Vintismo era um movimento liberal, não um movimento de restaurador. No contexto europeu, movimentos de restauração eram movimentos antiliberais, como os que restauraram o absolutismo na Espanha (Fernando VII) e na França (Luís XVIII e Carlos X). A terminologia apropriada para o Vintismo é regeneração.
Em Portugal, D. Miguel contava com a simpatia da Santa Aliança e, sob a tutela desta, revogou a Constituição de 1822, jurada por seu pai, D. João VI. Esse país contaria com nova Constituição apenas em 1834, ao final da guerra civil vencida por D. Pedro IV.
ERRADO. A Constituição portuguesa que seguiu a revogação da Constituição de 1822 foi a de 1826. A Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa de 1826 foi a segunda Constituição Portuguesa. Esta Carta Constitucional esteve em vigor durante 3 períodos distintos:
- O primeiro foi desde abril de 1826 (outorga da Carta) até maio de 1828 (D. Miguel é aclamado rei absolutista);
- O segundo período decorreu desde agosto de 1834 (D. Miguel foi expulso de Portugal e foi restaurada a monarquia constitucional) até setembro de 1836 (Revolução Setembrista com a restauração provisória da constituição de 1822);
- O terceiro e último período decorreu desde janeiro de 1842 (golpe de estado de Costa Cabral) até outubro de 1910 (implantação da República).
Os movimentos e as revoltas liberais do século XIX foram prioritariamente integrados por socialistas e anarquistas que defendiam uma sociedade sem classes sociais e o fim da propriedade privada e da livre concorrência de mercado.
ERRADO. As principais correntes revolucionárias do século XIX foram as ondas de 1820, 1830 e 1848 e em todas elas a prevalência foi de ideias liberais, sobretudo baseadas no constitucionalismo.
A Comuna de Paris, movimento popular e proposta política de caráter radical e de orientação socialista, controlou a cidade de Paris por cerca de três meses, na esteira da derrota da França na Guerra Franco-Prussiana.
CERTO. Exatamente. A Comuna de Paris foi o resultado revolucionário da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871. A derrota francesa na Batalha de Sedan, em setembro de 1870, levou à queda do imperador Napoleão III e à formação de um governo republicano que passou a ser presidido por Adolphe Thiers, em janeiro de 1871. Uma eleição foi convocada para a Assembleia Nacional, cuja maioria de deputados eleitos em fevereiro do mesmo ano era da ala conservadora do espectro político francês, principalmente ligada aos proprietários rurais. Ao mesmo tempo, os exércitos prussianos, que se encontravam em território francês, impuseram um cerco a Paris. A população da capital havia organizado diversas manifestações contra a derrota do exército frente aos prussianos e também por melhorias nas condições de vida e trabalho a que estava submetida.
A Guerra da Crimeia — um dos maiores conflitos militares em que se envolveram Estados europeus e asiáticos entre as Guerras Napoleônicas e a Primeira Guerra Mundial —, ao opor, de um lado, Grã-Bretanha e França, e, do outro, a Rússia, provocou séria elevação no nível de tensão do sistema internacional.
CERTO. A Guerra da Crimeia foi o primeiro dos grandes conflitos europeus pós-Era Napoleônica, que modificaram o sistema de equilíbrio acordado em Viena, de Concerto, para uma nova forma de equilíbrio na Europa, introduzido após as guerras de unificação alemã e italiana, baseada no sistema de alianças secretas.