Questões HM Flashcards

1
Q

A Revolução Gloriosa marcou o início de uma nova etapa da relação entre os monarcas ingleses e o Parlamento, cimentada pelo Bill of Rights (Declaração de Direitos), em 1689, na qual se estabeleceu que os reis, a partir daquele momento, necessitariam do aval dos representantes políticos para implementar medidas que afetassem áreas importantes da vida no reino.

A

CERTO. Exatamente. A partir desse momento, a Inglaterra passa a ter um rei com poder limitado pelo Parlamento.

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2
Q

Originária da Escócia, a dinastia dos Stuart reinava na Inglaterra desde a morte de Elizabete I, em 1603, apesar das constantes pressões políticas da oposição anglicana, que não se conformava com a entronização de uma linhagem católica.

A

ERRADO.

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3
Q

Em 1688, com a deposição de Jaime II, o parlamento inglês dividiu-se em dois grupos, tories e wighs, cujas características políticas correspondiam ao credo religioso professado: os tories, conservadores, eram católicos; os wighs, liberais, eram anglicanos.

A

ERRADO. O erro desse item está no fato de que essa divisão política acontece no contexto da posse de Jaime II, e não com a deposição de Jaime II. No contexto da posse, há uma divisão entre os que eram favoráveis a sua posse (Tories - que não eram católicos) e os que eram contra (Whigs); a oposição dos Whigs dava-se pelo fato de Jaime II ser católico.

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4
Q

Para contornar os problemas políticos criados pelo reinado de Jaime II, a solução sucessória, encontrada na Holanda, foi o genro do monarca inglês, Guilherme de Orange, que invadiu a Inglaterra a pedido da oposição e subiu ao trono como Guilherme III, envolvendo os ingleses em seus projetos de vencer militarmente a França de Luís XIV.

A

CERTO. Exatamente. Guilherme de Orange, casado com a filha de Jaime II, foi a solução para a crise política na Inglaterra. A partir desse momento, o trono passou a ser subordinado aos governos do parlamento.

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5
Q

A Revolução Puritana de 1640 e a Revolução Gloriosa de 1688, ainda que integrantes de um mesmo contexto, são distintas nos propósitos e nos meios utilizados, visto que a segunda se insurgiu contra o Parlamento, mas procurou manter incólume o poder monárquico.

A

ERRADO. As duas revoluções não foram distintas nos propósitos. Ambas as revoluções buscavam limitar os poderes reais. O final do item está categoricamente errado, pois era o Parlamento que buscava limitar o poder monárquico, submetendo-o a uma constituição que o alijava das decisões políticas.

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6
Q

Dois motivos excluem a Revolução Industrial do conjunto de revoluções burguesas que sepultaram o Antigo Regime: ter mantido em aberto o processo de transição do feudalismo ao capitalismo e ter exercido diminuta influência na transformação política dos países que se industrializavam.

A

ERRADO. Dizer que a Revolução Industrial exerceu diminuta influência na transformação política dos países que se industrializavam é muito errado. O que dizer das revoluções de 1848, que já continham fortes elementos sociais. O que dizer dos Estados atuando para proteger os interesses da burguesia industrial?

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7
Q

Chamados iluministas, pensadores europeus do século XVIII — especialmente franceses — revolucionaram intelectualmente o mundo moderno ao atacarem com vigor a injustiça, a intolerância religiosa e os privilégios, preparando o terreno para as revoluções que destruiriam o Antigo Regime.

A

CERTO. Exatamente. O ideário iluminista serviu de subsídio para as revoluções burguesas, tanto na Europa quanto nas Américas.

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8
Q

O pensamento iluminista, mesmo restrito a alguns países da Europa ocidental no transcurso do século XVIII, foi decisivo para a eclosão da Era Revolucionária. Entre seus principais expoentes, Voltaire se destaca, por ter formulado a teoria da separação dos poderes, fundamental para a contestação ao Estado absolutista.

A

ERRADO. A teoria da separação dos poderes é de Montesquieu, não de Voltaire.

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9
Q

A Revolução Francesa de 1789 marcou o perfil ideológico das revoluções burguesas, dado seu caráter liberal e pioneiramente democrático, que acompanhou todo o processo revolucionário, da queda da Bastilha à ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder.

A

ERRADO. Não houve caráter liberal e democrático durante todo o processo revolucionário. As revoluções liberais não tem grande componente igualitário; apenas durante a Era do Terror de Robespierre há maior preocupação com questões democráticas.

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10
Q

Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.

A concessão de voto universal, independentemente de renda.

A

ERRADO. O voto universal MASCULINO foi estabelecido na Constituição do Ano I, de 1793. No entanto, com o retorno dos girondinos, em 1795, o voto volta a ser censitário, conforme a Constituição do Ano III. O sufrágio universal masculino somente será garantido na III República, em 1871; enquanto que o sufrágio verdadeiramente universal, que inclui as mulheres, será institucionalizado em 1944.

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11
Q

Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.

A tentativa bem-sucedida de aprovação de um código civil, já em 1789.

A

ERRADO. Somente em 1804, já sob a liderança de Napoleão Bonaparte, o Código Civil francês foi adotado.

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12
Q

Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.

A separação entre Igreja e Estado, uma das principais reformas da Assembleia Nacional no ano de 1789.

A

ERRADO. A separação entre a Igreja e o Estado, na França, só acontece no século XX, em 1905. O que ocorreu durante a Assembleia Nacional foi a proposição da Constituição Civil do Clero, que passou a considerar membros do funcionalismo público os integrantes do alto clero.

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13
Q

Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.

A instituição de um sistema de compra de cargos públicos, em substituição ao sistema hereditário existente no Antigo Regime.

A

ERRADO. Não houve mudanças na forma de nomeações de cargos públicos. O sistema de meritocracia somente foi implantado na Era Napoleônica.

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14
Q

Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.

A conscrição maciça de homens solteiros entre 18 e 25 anos, medida precursora do recrutamento militar obrigatório.

A

CERTO. Esse foi o recurso utilizado pela Convenção da Revolução, em 1793, para enfrentar as alianças que foram formadas para derrotar a Revolução.

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15
Q

Por simbolizar a luta contra o despotismo, a Revolução Francesa foi alvo da reação conjunta dos defensores do Antigo Regime, na qual se sobressaiu a Inglaterra, a quem convinha a manutenção da estrutura de poder absolutista para a expansão de negócios financeiros e para a abertura de mercados para seus produtos industrializados.

A

ERRADO. Primeiro erro: não houve despotismo na França antes da Revolução Francesa, mas um absolutismo típico do Antigo Regime. A Revolução, que pôs fim ao absolutismo francês, sofreu resistência das alianças entre as potências estabelecidas na Europa, mas não da Inglaterra, que permaneceu favorável ao liberalismo político. Para os ingleses, a propagação do liberalismo era favorável à difusão do capitalismo, enquanto os regimes absolutistas aplicavam o intervencionismo e o protecionismo como práticas econômicas.

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16
Q

Graças a Napoleão Bonaparte, liderança que emergiu na última fase da Revolução Francesa, o processo revolucionário iniciado em 1789 adquiriu feições de movimento essencialmente popular, como demonstra o isolamento político da classe burguesa.

A

ERRADO. O período essencialmente popular da Revolução Francesa não foi o último, mas o terceiro, durante a Convenção Nacional, entre 1792 e 1795. Nesse momento, foram aprovados o sufrágio universal masculino e a declaração da Primeira República Francesa.

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17
Q

O que aconteceu na França a partir de 1789 foi a explosão do sentimento generalizado de repulsa a um absolutismo crescentemente anacrônico, ainda que amenizado pelo reformismo assumido pela dinastia Bourbon, a qual empreendera estratégia de conferir ao regime ares de pretensa modernidade — o despotismo esclarecido.

A

ERRADO. Não houve reformismo por parte da dinastia Bourbon. O despotismo esclarecido não chegou à França antes da Revolução Francesa. De acordo com Eric Hobsbawm, em A Era das Revoluções: “Mas na maioria dos países de despotismo esclarecido essas reformas ou eram inaplicáveis, e portanto meros floreios teóricos, ou então improváveis de mudar o caráter geral de suas estruturas político-sociais; ou ainda fracassaram em face da resistência das aristocracias locais e de outros interesses estabelecidos, deixando o país recair em uma versão um pouco mais limpa do seu antigo Estado. Na França elas fracassaram mais rapidamente do que em outras partes, pois a resistência dos interesses estabelecidos era mais efetiva”.

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18
Q

Entende-se a Revolução Francesa como um processo que não se esgota rapidamente, com períodos de maior ou menor intensidade do fervor revolucionário. De todas as fases desse processo, a Convenção Nacional, dominada pelos jacobinos, foi a que conferiu caráter mais radical à Revolução, de que são exemplos o fim da monarquia, a adoção do sufrágio universal e o grande número de execuções de adversários.

A
CERTO. Exatamente. O item faz uma descrição generalizada de como foi o processo revolucionário na França. A Revolução Francesa pode ser dividida nas seguintes fases: Assembleia Constituinte (1789-1791);
Monarquia Constitucional (1791-1792); Convenção Nacional (1792-1795); Diretório (1795-1799).
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19
Q

A Revolução Francesa, iniciada em 1789, conheceu longa e complexa travessia em suas etapas. Ao ser concluída, com a era napoleônica, estavam parcial ou totalmente destruídas muitas das bases sobre as quais se assentava o Antigo Regime.

A

CERTO. Exatamente. Perceba que o item faz concessões ao longo das afirmativas, o que é um indício de que o item esteja correto. Apesar da tentativa de conter as transformações sociais e políticas introduzidas durante a Revolução Francesa, o Congresso de Viena não foi exitoso em restaurar todas as bases sobre as quais se assentava o Antigo Regime.

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20
Q

Iniciada em 1789, a Revolução Francesa rompeu com o despotismo e pôs fim ao Antigo Regime, mas não instaurou uma sociedade democrática e igualitária.

A

CERTO. Sabe-se que a Revolução Francesa rompeu com o sistema absolutista, mas ficou longe de implementar o que se pretendia em sua fase radical (2a fase).

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21
Q

Devido ao aprendizado de seus métodos por revolucionários que a sucederam, a Revolução Francesa é considerada a mãe das revoluções políticas ocorridas depois dela.

A

CERTO

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22
Q

O típico burguês do século XVIII se identificava com a lógica do trabalhador produtivo: mantinha, como categoria social (médicos, professores, altos funcionários régios, comerciantes), proximidades com os pobres que exerciam ofícios mecânicos (artesãos, lavradores etc.), promovendo uma lenta integração da plebe contra os costumes da aristocracia.

A

ERRADO. Não houve lenta integração da plebe contra os costumes da aristocracia. A luta conjunta entre a burguesia e a plebe contra os aristocratas, a partir da década de 1830, com a ascensão burguesa, logo foi desfeita. As revoluções de 1848 foram marcadas pelo conflito entre burguesia (já no poder) e as camadas mais baixas.

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23
Q

A reflexão filosófica e política da denominada República das Letras e o cosmopolitismo europeu a ela inerente, por si só, não foram os fatores que conduziram à ação revolucionária: esse papel coube à plebe que, de fato, pôs a teoria em prática.

A

CERTO. A reflexão filosófica e política desenvolvida por essa elite letrada, bem como pelo cosmopolitismo europeu a ela inerente só desenvolveram a Revolução com a divulgação das ideias iluministas e com a ação do povo, que foi imprescindível para realizar fatos históricos, como a tomada da Bastilha.

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24
Q

O levante liberal em Viena, em 1848, levou Metternich a comandar uma dura repressão militar na capital austríaca, que restaurou a ordem anterior.

A

ERRADO. A revolução no Império Austríaco foi favorecida pelo enfraquecimento da monarquia, pelo desenvolvimento de uma corrente liberal no seio da sociedade burguesa e aristocrática de Viena e pela reivindicação de um reconhecimento dos povos de idioma não germânico: poloneses, tchecos, romenos, croatas, italianos do norte e principalmente os húngaros, que dispunham de um governo semi-autônomo.

O movimento austríaco contra o regime absolutista de Fernando I e seu braço-direito, o príncipe Klemens Wenzel von Metternich, que governava havia trinta anos, eclodiu em Viena com manifestações de rua e barricadas. No dia 13 de março de 1848, tumultos na Áustria liderados pela burguesia insuflaram a assembleia da Baixa Áustria a marchar para o palácio de Hofburg, obrigando o chanceler Metternich a fugir para a liberal Inglaterra. Foi formado um governo liberal, e a assembleia constituinte reunida em julho votou a abolição dos direitos feudais, conforme já ocorrera na Alemanha. O imperador Fernando I foi obrigado a aceitar uma constituição, o parlamentarismo e a emancipação do campesinato. O parlamento passou a ser eleito pelo sufrágio masculino, várias instituições feudais foram abolidas, teve fim a censura à imprensa e formou-se uma guarda nacional para a defesa das reivindicações liberais. A burguesia austríaca, entretanto, não soube conservar sua revolução. A aristocracia retomou o poder, liderada pelo novo chanceler, o príncipe de Schwartzenberg. O exército e o chanceler Schwartzenberg retomaram Praga e Viena, e obrigaram Fernando I a abdicar em nome de seu sobrinho, Francisco José I, então com 18 anos. Dissolvido o parlamento, os liberais foram perseguidos, as reformas abolidas e o absolutismo restaurado.

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25
Q

Embora exprimissem demandas nacionais, as revoluções de 1848 constituíram movimentos coordenados, articulados de forma central durante as campanhas liberais de Paris.

A

ERRADO. Não houve coordenação central das revoluções de 1848. Apesar de estarem inseridas em uma conjuntura revolucionária que acometeu toda a Europa, as articulações locais não respondiam a uma coordenação central, exprimiam demandas liberalizantes particulares de seus países e de seus contextos sociopolíticos.

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26
Q

Os movimentos revolucionários de 1830 resultaram da mobilização de diferentes setores sociais, com motivações e objetivos próprios, contra o sistema estabelecido pelo Congresso de Viena.

A

CERTO. Segundo Eric Hobsbawn, em A Era das Revoluções, “A onda revolucionária de 1830 foi, portanto, um acontecimento muito mais sério do que a de 1820. De fato, ela marca a derrota definitiva dos aristocratas pelo poder burguês na Europa Ocidental. A classe governante dos próximos 50 anos seria a “grande burguesia” de banqueiros, grandes industriais e, às vezes, altos funcionários civis, aceita por uma aristocracia que se apagou ou que concordou em promover políticas primordialmente burguesas, ainda não ameaçada pelo sufrágio universal, embora molestada por agitações externas causadas por negociantes insatisfeitos ou de menor importância, pela pequena burguesia e pelos primeiros movimentos trabalhistas”.

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27
Q

A primeira fissura no status territorial europeu estabelecido em 1815 ocorreu em Bruxelas, em 1830, quando protestos de origem social tomaram dimensões políticas, o que levou à expulsão das tropas holandesas e à consequente proclamação da independência da Bélgica.

A

CERTO. Ainda segundo Hobsbawn, em A Era das Revoluções, “A segunda onda revolucionária ocorreu em 1829-34, e afetou toda a Europa a oeste da Rússia e o continente norte-americano, pois a grande época de reformas do presidente Andrew Johnson (1829-37), embora não diretamente ligada aos levantes europeus, deve ser entendida como parte dela. Na Europa, a derrubada dos Bourbon na França estimulou várias outras insurreições. Em 1830, a Bélgica conquistou sua independência da Holanda (…)”.

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28
Q

Traços distintivos da vida política portuguesa nos três primeiros quartéis do século XIX foram o predomínio do absolutismo e a relativa fragilidade dos grupos liberais.

A

ERRADO. A partir das invasões napoleônicas e da Revolução do Porto, em 1820, fica difícil falar em PREDOMÍNIO do absolutismo em Portugal.

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29
Q

A Prússia recebeu grande porção do território da Saxônia, embora tenham sido rejeitadas as suas pretensões de soberania sobre a Alsácia, a Lorena e o ducado de Varsóvia.

A

CERTO. A Prússia, que fazia parte do grupo de potências que objetivavam a restauração na Europa, recebeu a posse de territórios na Saxônia, na Polônia e na Westfália (atual Alemanha). A soberania sobre a Alsácia e a Lorena não cabia à Prússia, localizada mais ao Leste. Enquanto ao ducado de Varsóvia, juntamente do que restava da Polônia, foi incorporado ao Império Russo.

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30
Q

A França foi obrigada a ceder a Normandia ao Reino Unido, a título de indenização pelas perdas decorrentes das Guerras Napoleônicas.

A

ERRADO. A lógica do Congresso de Viena não era punir a França, mas conter possível retomada expansionista. Por isso, não foram tirados territórios que a ela pertenciam antes das guerras napoleônicas.

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31
Q

Sob a presidência do imperador da Áustria, foi criada a Confederação Alemã, para congregar boa parte dos Estados que dantes estavam vinculados ao Sacro Império Romano-Germânico.

A

CERTO. Exatamente. Os Principados Alemães formaram a Confederação Alemã com 38 Estados, mais a Áustria e a Prússia.

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32
Q

A Suécia passou a controlar a Noruega, como compensação pela perda da Finlândia.

A

ERRADO. A Suécia não passou a controlar a Noruega em consequência dos acordos selados no Congresso de Viena. A Finlândia foi perdida pela Suécia em guerra contra a Rússia, em 1809. No Congresso de Viena, como compensação pela participação na derrota de Napoleão, o czar pôde conservar a Finlândia. Por sua vez, a Suécia foi indenizada com a aquisição da Noruega, tomada à Dinamarca. Todos esses arranjos se fizeram com total desrespeito aos interesses dos povos neles envolvidos. Não obstante os belgas diferirem radicalmente dos holandeses em matéria de cultura e religião, foram forçados a submeter-se ao governo da Holanda. Também não se teve menor consideração pelos interesses dos noruegueses ao transferi-los para a soberania da Suécia.

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33
Q

No século XIX, artistas e autores alinhados ao Romantismo adotavam uma atitude individualista e introspectiva, a qual contribuía para afastá-los dos grandes temas da política e dos esforços de construção de identidades nacionais.

A

ERRADO. É o contrário. Autores românticos eram engajados em grandes temas da política e da construção de identidades nacionais, exemplo notório é a participação de Émile Zola no famoso caso Dreyfus, com o famoso artigo “j’accuse”.

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34
Q

Os romances históricos oitocentistas de Walter Scott e de Alexandre Herculano valorizam o legado político do absolutismo e criticam a idealização do passado medieval europeu, comum em outros autores da época.

A

ERRADO. Alexandre Herculano, como liberal que era, teve como preocupação maior, nas suas ações políticas e seus escritos, a condenação do absolutismo e da intolerância da coroa no século XVI para denunciar o perigo do retorno a um centralismo da monarquia em Portugal. Por sua vez, Walter Scott foi um nacionalista favorável à causa jacobita (restauração da casa dos Stuart), mesmo ciente de que tratava de uma “causa morta”, conservador na política, favorável aos Tories.

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35
Q

O caráter europeu das revoluções de 1848 deve-se ao fato de o movimento ter promovido alterações políticas em várias regiões, como a Península Ibérica, a Grã-Bretanha, a Irlanda e a Escandinávia.

A

ERRADO. “Apesar da abrangência das revoluções que acometeram a Europa em 1848, não houve alterações políticas significativas.”

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36
Q

Uma consequência das revoluções de 1848 foi a saída de Klemens von Metternich da condição de ministro do exterior do Império Austríaco, posto por ele ocupado desde a época das Guerras Napoleônicas.

A

CERTO. No dia 15 de março de 1848, o imperador Ferdinando aprovou a liberdade de imprensa, garantiu uma nova Constituição e a formação de uma guarnição civil armada, atendendo, assim, às “exigências de março” dos manifestantes. A consequência foi a composição de uma comissão de cidadãos, formada por 24 burgueses que ocuparam a administração de Viena. Sem condições de governar, o imperador Ferdinando foi retirado de Viena; o príncipe Metternich renunciou e se exilou na Inglaterra. As revoltas em Paris e Viena contagiaram Berlim. A 18 de março de 1848, o povo reunido diante do palácio do rei Frederico Guilherme 4º exigiu liberdade de imprensa e de opinião, o fim da censura e a constituição de um Parlamento prussiano.

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37
Q

A radical descontinuidade política instaurada pela Revolução Francesa, sobretudo depois da abolição da monarquia em 1792, impediu o reagrupamento das forças que compunham o Antigo Regime e garantiu a estabilidade do regime republicano francês até o final da Primeira Guerra Mundial.

A

ERRADO. O golpe de 18 Brumário marcou o fim da Revolução. No outono de 1799, encerrou-se a era da Revolução Francesa. O acontecimento que assinalou esse fim foi o golpe de estado de Napoleão Bonaparte, em 18 brumário. Já desde algum tempo o regime instaurado pela Constituição do Ano III vinha pairando à beira do colapso.

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38
Q

Liberais atuantes na França da primeira metade do século XIX, como Benjamin Constant e François Guizot, notabilizaram-se por defender uma variante radical de liberalismo centrada na defesa do princípio da soberania popular e da ampliação do sufrágio.

A

ERRADO. O próprio título do texto já dá pistas de que o item estaria errado: “The political culture of limited suffrage”. Benjamin Constant não defendia o sufrágio universal. Acreditava na ilustração de certos setores da sociedade, que seriam os qualificados a exercerem a escolha política em nome da nação.

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39
Q

O liberalismo de Alexis de Tocqueville abriga uma apologia dos valores das classes médias baseada na crença da força civilizadora do comércio, popularizada por Adam Smith, entre Outros.

A

ERRADO. Para Alexis de Tocqueville, não é o comércio e sim a democracia, mesmo que se desenvolvendo em um contexto de individualismo isolacionista, que “adoça as maneiras”. Apesar de não ter adotado a crença iluminista na força civilizadora do comércio, manteve-se eqüidistante de posições conservadoras que viam a igreja e a cavalaria da Idade Média como bastiões de um mundo nobre, desfigurado pela ascensão vulgar do comercialismo. Apesar disto, será sua posição frente ao liberalismo econômico que permitirá, a autores como Merquior, afirmar que o liberalismo de Tocqueville era de natureza política e não econômica.

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40
Q

A despeito das dificuldades relativas à definição do termo, o liberalismo do século XIX distingue-se, em geral, pela preocupação com a proteção de direitos individuais fundamentais contra ameaças de intervenção arbitrária do Estado.

A

CERTO. Exatamente. O liberalismo do século XIX se diferencia por introduzir a defesa dos direitos individuais, como o direito à propriedade privada, o direito ao livre trânsito e o direito de se expressar.

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41
Q

No mundo de língua alemã, o liberalismo de Wilhelm von Humboldt, marcado por uma concepção deflacionista do Estado como simples meio destinado a garantir a segurança dos indivíduos, contrasta com a visão desenvolvida na filosofia política de Hegel, em que o Estado figurava como o lugar privilegiado da materialização da liberdade.

A

CERTO. O item descreve duas concepções da filosofia política alemã do século XIX. Enquanto a ideia Hegeliana apresenta maior valoração da presença do Estado na organização das sociedades, Humboldt preconiza o papel mínimo deste.

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42
Q

A Quádrupla Aliança, selada em 1815 entre a Grã-Bretanha, o Império Austríaco, o Império Russo e o Reino da Prússia, impediu a participação da França no Congresso de Viena e assegurou a exclusão desse país do círculo das grandes potências europeias até a metade do século XIX.

A

ERRADO. Um dos principais objetivos de Metternich e de outros corifeus da reação era fazer do acordo de Viena um baluarte permanente do status quo. Com esse fim em vista, criaram a Quádrupla Aliança da Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia, como um instrumento para manter o acordo intacto. Em 1818, a França foi admitida na combinação, convertendo-a destarte numa Quíntupla Aliança (“Concerto Europeu”). Era do interesse da Grã-Bretanha manter a França como parte do Concerto Europeu para não ocorrer nenhum tipo de revanchismo e desequilibrar as decisões em seu favor (contra as potências reformistas do Absolutismo - Áustria e Rússia).

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43
Q

Apesar de comprometido com a preservação de valores políticos e sociais pré-revolucionários, o Congresso de Viena não restaurou a ordem internacional vigente antes da Revolução Francesa; em lugar disso, produziu um novo tipo de equilíbrio entre os Estados europeus.

A

CERTO. Exatamente. Antes da Revolução Francesa, os Estados não se organizavam em Concerto para decidir os principais assuntos da agenda internacional. Após o abalo da Revolução e das Guerras Napoleônicas, a nova maneira de se manter um equilíbrio de forças foi forjada entre as principais potências da época, que decidiam em colegiado.

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44
Q

Característica comum a diferentes meios de expressão artística do Romantismo europeu foi a crítica ao racionalismo cientificista associado, entre outras, à figura de Isaac Newton.

A

CERTO. A essência do romantismo era a glorificação dos instintos e emoções em oposição ao culto do intelecto. Incluía também elementos como uma profunda veneração da natureza, o desprezo pelo formalismo, o amor sentimental aos humildes e, muitas vezes, o zelo ardoroso de reformar o mundo.

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45
Q

O princípio do equilíbrio europeu norteou as decisões tomadas; para tanto, limitou-se o poderio francês.

A

CERTO. Após o Congresso de Viena, a sociedade internacional europeia vai evoluir para um sistema de entendimento e colaboração controlado pelas grandes potências, deixando no passado tanto a imposição unilateral da força de uma potência singular, como a prevalência das múltiplas independências sobre as relações internacionais. A ideia de conter o poderio francês se enquadrava na supressão das ideias revolucionárias que ainda ameaçavam a ordem europeia.

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46
Q

O resultado do congresso em apreço foi parcialmente frustrado devido a guerras entre a França e a Espanha e entre o Piemonte e a Suíça.

A

ERRADO. Não houve frustração de parte do resultado do Congresso de Viena. Apesar da Espanha ter sido ocupada por tropas francesas, não houve guerra entre os dois países. Além disso, a neutralidade da Suíça havia sido estabelecida no Congresso de Viena, ou seja, a guerra entre o Piemonte e a Suíça apresentada no item não existiu.

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47
Q

O princípio da legitimidade foi utilizado na defesa da política de restauração da antiga ordem.

A

CERTO. Segundo Edward Mcnall Burns, em História da Civilização Ocidental, “A ideia básica que orientou os trabalhos do Congresso de Viena foi o princípio da legitimidade. Esse princípio foi inventado por Tayllerand como meio de proteger a França contra punições drásticas por parte de seus vencedores, mas acabou sendo adotado por Metternich como expressão apropriada da política geral de reação. Significava o termo que as dinastias reinantes da Europa nos tempos pré-revolucionários deviam ser restauradas e que cada país devia readquirir essencialmente os territórios que possuía em 1789”.

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48
Q

A partir de 1815, a ordem internacional, uma espécie de condomínio de poder pautado pela força, favoreceu o equilíbrio e a estabilidade no continente europeu ao longo do século XIX.

A

ERRADO. Cuidado! A banca joga muito com os termos estabilidade e equilíbrio, em se tratando de Congresso de Viena. São conceitos teóricos diferentes. Podemos dizer ele favoreceu a “estabilidade”, mas não se pode dizer que manteve o “equilíbrio” até o fim do século XIX. O equilíbrio fundado a partir de 1815 durou até 1848. Não se pode dizer que ele perdurou “ao longo do século XIX” Vejam na obra História das Relações Internacionais Contemporâneas o título do tópico 2.1.4: O movimento das nacionalidades e o “novo equilíbrio” entre 1848 e 1871

Se há um novo equilíbrio entre 1848 e 1871, o equilíbrio não foi “mantido” nem “favorecido” como afirmam os itens que vimos acima. Os seguinte trechos da obra História das Relações Internacionais Contemporâneas (HRIC) confirmam vejam:

  • “O sistema de hegemonia coletiva passaria por 3 guerras de reajuste (Guerra da Criméia, Unificação Italiana, Unificação Alemã) antes que o Império Alemão recompusesse o equilíbrio.” [pag 54]
  • “A diplomacia de conferências [de Bismarck] teria de reconstruir a o Concerto Europeu sob novo equilíbrio de poder” [pag 57]
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49
Q

Entre 1815 e 1848, embora divergissem em determinados aspectos relacionados à ordem, as grandes potências europeias, fazendo uso do direito de intervenção coletiva, agiram em concerto, do que decorre a expressão Concerto de Viena.

A

CERTO. Sim. A ordem estabelecida em Viena era um concerto, no qual as potências hegemônicas (Inglaterra, Prússia, França, Áustria e Rússia) agiam em conjunto para manter a ordem e a estabilidade no continente. A intervenção coletiva era característica importante desse momento (como ocorreu na Espanha, em 1830). Da mesma maneira, as grandes potências divergiam em muitos aspectos, como, por exemplo, a defesa da ordem liberal pela Inglaterra, de um lado, e a ordem conservadora e restauracionista da Santa Aliança, de outro.

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50
Q

A Ordem de Viena definiu um arranjo de poder com dois eixos claramente delimitados: o formado por Inglaterra e Prússia, consideradas potências liberais, e o constituído por Áustria, França e Rússia, consideradas potências conservadoras.

A

ERRADO. Os eixos existentes na Ordem de Viena não eram claramente delimitados, eles eram difusos em muitos aspectos. Além disso, os grupos identificáveis estão errados na questão. Áustria e Inglaterra, eram potências satisfeitas e, por isso, defendiam a manutenção do status quo; enquanto Rússia e Prússia eram potências em expansão, defendendo a reforma do sistema europeu e o expansionismo nacionalista. A França entra no concerto como potência vencida (guerras napoleônicas), mas, sob o princípio da legitimidade, manteve o direito sobre os territórios, o que contribuiu para a permanência do status quo defendido pelo primeiro grupo.

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51
Q

O princípio geral do equilíbrio entre as potências europeias valia tanto para a geopolítica quanto para a esfera econômica do continente.

A

ERRADO. Não havia, de forma alguma, equilíbrio econômico entre as potências europeias. A Grã-Bretanha levava clara vantagem nesse aspecto. Além disso, o equilíbrio geopolítico não era tão sólido.

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52
Q

Uma das principais características da ordem que se construiu a partir de 1815 e perdurou até o final do século XIX foi a ausência de guerras entre as grandes potências europeias.

A

ERRADO. Primeiro, como já foi visto, a ordem de Viena não perdurou até o fim do século XIX. Segundo, existiram, sim, conflitos entre as grandes potências. Os três principais exemplos são:

Guerras de Unificação Alemã;
Guerras de Unificação Italiana;
Guerra da Crimeia.

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53
Q

O Romantismo apoiou no idealismo, na imaginação e na fuga para o exótico, entre outras bases estéticas, a sua reação crítica à realidade capitalista.

A

CERTO. São as três principais características do movimento romântico:

Idealismo;
Imaginação; e
Fuga para o exótico.
Todas elas com o objetivo de se contrapor à lógica racional do capitalismo, criticando a modernidade, a urbanização e a industrialização.

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54
Q

Apoiado em valores filosóficos de afirmação da subjetividade e do idealismo, o Romantismo promoveu uma estética de equilíbrio e racionalidade.

A

ERRADO. Pelo contrário, o Romantismo condenava a racionalidade e o equilíbrio, mais característicos do Classicismo. No Romantismo, predominou o sentimentalismo, o nacionalismo.

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55
Q

O Romantismo celebrou esteticamente a urbanidade e os avanços tecnológicos alcançados com a industrialização europeia verificada durante o século XIX.

A

ERRADO. Esses aspectos eram exatamente o que o Romantismo condenava. O movimento romântico exaltava o passado, a forma de vida agrária, o vínculo do homem com o meio natural, não com a cidade - símbolo da diluição do indivíduo.

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56
Q

O Romantismo reunia a revolta contra estruturas estéticas e filosóficas medievais e a melancolia diante dos fundamentos ideológicos da modernidade, ou seja, combinava alienação com fetichismo da mercadoria.

A

ERRADO. Mais uma inversão de valores. O que foi descrito no item são aspectos com os quais o Romantismo se identificava. A Idade Média era, para o Romantismo, um momento histórico que representava uma estética sombria e melancólica, além da exaltação de ideias de lealdade e devoção.

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57
Q

Movimento que apregoava a alienação, o Romantismo desvinculou-se das transformações sociais pelas quais a Europa passou durante o século XIX.

A

ERRADO. Erradíssimo. Em muitas obras, o Romantismo esteve ligado às revoluções e aos grandes movimentos sociais do século XIX. Conforme Eric Hobsbawn, em A Era das Revoluções, “Raramente houve um período em que mesmo os artistas menos ‘ideológicos’ tenham sido mais universalmente partidários, frequentemente considerando o serviço à política como seu dever primordial”.

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58
Q

Bastante singulares, os movimentos liberais dos jovens universitários na Alemanha, em 1820, arrefeceram-se ao longo do século XIX, em favor da superação do dilema entre unidade e liberalismo, como defendeu Bismarck na discussão sobre renúncia às liberdades parlamentares.

A

CERTO. Exatamente. As ondas liberais na Alemanha são diluídas em torno da opção pela unificação em torno de um Estado Alemão. A chegada de Bismarck à chancelaria da Prússia é fundamental para que os liberais aceitem abrir mão das liberdades parlamentares em troca da unidade do Estado.

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59
Q

A trajetória do liberalismo, no transcurso do século XIX, caracterizou-se por ambiguidade conceitual e prática, ora defendendo projetos reformistas, ora assumindo posições revolucionárias.

A

CERTO. Exatamente. O Liberalismo do século XIX transitou entre posições revolucionárias e reformistas. Ao mesmo tempo em que rejeitava o Antigo Regime, rejeitavam a democracia integral, situando-se no meio do caminho entre os dois extremos.

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60
Q

Na Europa, o liberalismo tomou forma, particularmente na década de 20 do século XIX, nas reformas democráticas e no combate às conspirações militares em defesa do Antigo Regime.

A

ERRADO. Não houve reformas democráticas na Europa, no século XIX. O liberalismo, nesse momento, não se confunde com os ideais democráticos (muito radicais), mas reserva o poder a elites específicas (burguesia).

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61
Q

Do ponto de vista da importância diplomática do Congresso de Viena (1814/1815), julgue C ou E.

Permitiu, como exercício pleno de diplomacia parlamentar, ativa participação de todos os delegados presentes na Conferência.

A

ERRADO. Não houve ativa participação de todos os delegados presentes no Congresso de Viena. As decisões foram tomadas em torno dos quatro grandes (+ a França de Tayllerand): Inglaterra, Rússia, Áustria e Prússia.

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62
Q

Do ponto de vista da importância diplomática do Congresso de Viena (1814/1815), julgue C ou E.

Lançou as bases do chamado Concerto Europeu, que assegurou maior estabilidade ao continente europeu no período que vai até 1914.

A

CERTO. Exatamente. À exceção da guerra da Crimeia (1853-56), não houve nenhum outro confronto que envolvesse, em lados opostos, as grandes potências, entre 1815 e 1914. O Concerto Europeu, método pelo qual a estabilidade foi mantida no continente, vigorou durante todo o século XIX.

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63
Q

Do ponto de vista da importância diplomática do Congresso de Viena (1814/1815), julgue C ou E.

Foi a partir de então que se formou o conceito de “grandes potências”, considerado por vários autores como precedente histórico da categoria “Membros Permanentes” do Conselho de Segurança da ONU.

A

CERTO. Segundo Eric Hobsbawn, em A Era dos Extremos, “entendia-se que as cruciais decisões nesses congressos [após o Congresso de Viena] fossem tomadas pelas ‘grandes potências’ (o próprio termo é uma invenção desse período). O ‘concerto da Europa’ - outro termo que surgiu então - não correspondia, por exemplo, a uma ONU, mas sim aos membros permanentes do Conselho de Segurança (CSNU)”.

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64
Q

Do ponto de vista da importância diplomática do Congresso de Viena (1814/1815), julgue C ou E.

Não logrou resolver o problema da ordem de precedência do corpo diplomático, o que provocou conflitos protocolares com sérias implicações políticas.

A

ERRADO. Foi durante o Congresso de Viena que se firmou o primeiro regulamento para definir a precedência diplomática que, por exemplo, criou o cargo de embaixador.

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65
Q

A publicação do Manifesto Comunista, de Marx e Engels, tornou-se, rapidamente, a referência ideológica do movimento revolucionário em toda a Europa.

A

ERRADO. A influência do Manifesto Comunista no ideário dos movimentos revolucionários europeus não foi imediata. Foram os ideários nacionalistas que tiveram grande importância na Primavera dos Povos, de 1848.

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66
Q

Na França, a burguesia, a nobreza e os setores populares mais conservadores consideravam o sobrinho de Napoleão, Luís Napoleão, eleito presidente em 1849 e proclamado Imperador em 1851, um “domador de revoluções”.

A

ERRADO. Luís Napoleão detinha a simpatia de todos os estratos da sociedade francesa no período, tendo sido eleito, em 1848, com aclamação popular. No entanto, em 1851, após um plebiscito, nomeou-se imperador. Ainda assim, foi um governante que favoreceu todas as classes sociais, o que impede a sua classificação como um domador de revoluções.

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67
Q

Em algumas regiões, o movimento de 1848 assumiu, rapidamente, características nacionalistas: na Hungria, o governo provisório efetivamente declarou a independência do Império austro-húngaro, o qual só recuperou os territórios perdidos com a ajuda de tropas russas.

A

ERRADO. Não havia Império Austro-Húngaro em 1848, pois o compromisso entre as nobrezas da Áustria e da Hungria somente foi firmado em 1867.

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68
Q

A Inglaterra foi pouco atingida pela onda revolucionária de 1848, pois já vinha adotando medidas liberais.

A

CERTO. Exatamente. As revoluções de 1848 tiveram pouco impacto em países com desenvolvimento industrial já estabelecido, como a Inglaterra que, desde a Revolução Gloriosa vinha implementando medidas liberais e estruturando sua economia.

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69
Q

Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.

rejeição sistemática ao status quo.

A

ERRADO. Exatamente o contrário. O liberalismo favorecia politicamente o status quo, na medida em que defendia os interesses da classe média liberal.

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70
Q

Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.

valorização dos direitos individuais.

A

CERTO. Os direitos individuais são uma das bases do liberalismo político. A filosofia liberal coloca o indivíduo à frente da razão de Estado, dos interesses de grupo, das exigências da coletividade.

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71
Q

Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.

defesa intransigente da liberdade.

A

CERTO. Exato. A teoria liberal era orientada em direção da liberdade, que garantiria o exercício da sociedade política. Nessa perspectiva, não existiria uma sociedade viável e legítima sem o reconhecimento da liberdade.

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72
Q

Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.

faculdade de escolha sem coerção.

A

CERTO. O racionalismo da teoria política liberal se opunha à autoridade, ao preconceito e aos atos de impulso. Nesse contexto, acreditava no êxito da sociedade pautado na escolha racional do indivíduo.

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73
Q

Quanto aos vários sentidos de que se revestiu historicamente a noção de liberalismo político, julgue C ou E os itens abaixo.

conformidade com a lei.

A

CERTO. Logicamente, o exercício do poder político deve ser pautado por normas de direito e controlado por jurisdições. As transgressões devem ser punidas e sancionadas por tribunais.

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74
Q

As ondas revolucionárias citadas no texto refletem, ao lado de outros fatores, o choque entre as forças comprometidas com o Antigo Regime e as identificadas com o anseio de transformações na sociedade européia na primeira metade do século XIX.

A

CERTO. Exatamente. Após a Revolução Francesa e a expansão Napoleônica na Europa, as Potências estabelecidas, especialmente as que eram comprometidas com a restauração da ordem vigente no continente, empreenderam o esforço de impedir a expansão dos ideais revolucionários originados na França para os demais países europeus, tentando manter ao máximo a organização do Antigo Regime, atendendo aos interesses da burguesia que se formava.

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75
Q

O segundo período do texto revela um dos principais objetivos do Congresso de Viena, qual seja, o de impedir a repetição da experiência libertária que a França protagonizara a partir de 1789 e que Bonaparte, a despeito de sua vocação imperial, disseminara pela Europa.

A

CERTO. Isso mesmo. “Evitar uma segunda Revolução Francesa, ou ainda a catástrofe pior de uma revolução européia generalizada tendo como modelo a francesa, foi o objetivo supremo de todas as potências que tinham gasto mais de vinte anos para derrotar a primeira” era o principal objetivo das potências reunidas em Viena.

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76
Q

Tendo ficado imune às ondas revolucionárias que convulsionaram a Europa continental, a Grã-Bretanha recusou-se a aceitar as determinações do Congresso de Viena e, internamente, a promover reformas em suas instituições políticas.

A

ERRADO. A Grã-Bretanha não ficou imune às revoluções que “estouraram” na Europa continental. Os movimentos operários, como o ludismo e o cartismo, por exemplo, foram demonstrações sociais que não fogem do contexto das revoluções europeias. Nesse sentido, apesar da estratégia de certo distanciamento da Europa, a Grã-Bretanha adotou certas medidas reformadoras internamente.

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77
Q

A Revolução Constitucionalista do Porto, de 1820, inscreveu-se no contexto da primeira onda revolucionária européia e, em seus desdobramentos, provocou o retorno de D. João VI a Portugal e a adoção de medidas recolonizadoras pela metrópole, o que impulsionou o processo de independência do Brasil.

A

CERTO. Exato. A primeira onda revolucionária, da década de 1820, teve lugar nos países mediterrâneos da Europa, inclusive Portugal. É nesse contexto de reivindicações das elites portuguesas, que demandavam uma monarquia constitucionalista, que D. João VI retorna ao país para se submeter à Constituição. Além disso, as Cortes Portuguesas demandavam o retorno do exclusivo colonial com o Brasil, pois sua economia era largamente dependente da Brasileira, fato que contribuiu para o movimento independentista brasileiro.

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78
Q

A onda revolucionária de 1848, por sua amplitude e espontaneidade, foi amplamente exitosa em suas aspirações populares, tanto na Europa — com o fim do sistema eleitoral censitário — quanto na América — com as reformas de Jackson (EUA).

A

ERRADO. Não se pode afirmar que a onda revolucionária de 1848 tenha sido amplamente exitosa em suas aspirações populares. Conquistas como o sufrágio universal, o fim de alguns privilégios e a submissão das monarquias a constituições não foram atingidas em todos os lugares que se rebelaram. Além disso, as reformas de Jackson não guardam relação com as revoltas europeias, pois foram medidas implantadas de cima para baixo, sem participação popular direta.

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79
Q

A onda revolucionária de 1848 evidenciou um aspecto historicamente decisivo daquele momento, isto é, o fato de as burguesias liberais terem assumido, resolutamente, a partir de então, as bandeiras revolucionárias da democracia social e de um socialismo mais atenuado, que não se confundia com aquele proposto por Marx e Engels.

A

ERRADO. As ondas revolucionárias de 1848 já marcavam uma clara distinção de agendas. De um lado as burguesias, com agendas reformadoras moderadas (objetivando a organização do Estado em benefício do capital), e de outro as massas assalariadas, que ainda demandavam inserção na vida política dos Estados, mas também melhores condições de vida e de trabalho.

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80
Q

Quando a Era Revolucionária se esgotou, em 1848, o mapa político e social europeu em muito se aproximava do cenário pré-1789, o que demonstra ter sido o impacto da industrialização bem mais aparente que real para a configuração da nova sociedade liberal e burguesa.

A

ERRADO. Falar que o impacto da industrialização foi só aparente é um grande erro. A Revolução Industrial foi muito importante para os processos revolucionários na Europa, pois ampliou os centros urbanos e introduziu novas formas de produção que mudaram as sociedades europeias.

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81
Q

Com a derrota de Bonaparte, os países vitoriosos reuniram-se em Viena, em 1815, dispostos a restaurar o status quo vigente na Europa antes de 1789, o que pode ser entendido como tentativa de dar sobrevida ao Antigo Regime.

A

CERTO. Exatamente. O item fala a respeito do Congresso de Viena, de 1815. Nele, reuniram-se as potências que derrotaram Napoleão e que tinham o objetivo de colocar um fim na onda revolucionária. A maior parte dos que tomaram parte nas negociações era representante do Antigo Regime, e, por isso, tentavam restaurar a ordem existente antes da Revolução Francesa.

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82
Q

A decisão de se criar a Santa Aliança, emanada do Congresso de Viena, subordinava-se, fundamentalmente, a dois objetivos: sufocar, na Europa, novas tentativas revolucionárias que pudessem surgir no rastro da Revolução Francesa e impedir que, na América, se concretizassem os ensaios emancipacionistas das colônias.

A

CERTO. Isso mesmo. A Santa Aliança objetivava, além da restauração do sistema político do continente europeu, impedir as independências na América Latina, pois estas ameaçavam também as estruturas sistêmicas das potências na Europa. A Inglaterra não apoiava tais iniciativas, pois eram prejudiciais à expansão do livre mercado e, por isso e pela introdução da Doutrina Monroe, nos Estados Unidos, essas intervenções contra as independências não foram efetivadas.

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83
Q

O sentimento nacional, que aflora sobretudo com a Revolução Francesa, amplia-se na medida em que o movimento social e as lutas políticas se intensificam. Exemplo especial disso foi a luta pela independência da Grécia, na primeira metade do século XIX, causa a que aderiram combatentes libertários oriundos de várias nações.

A

CERTO. Exatamente. O nacionalismo tem um grande impulso nesse momento. Com a introdução do liberalismo político, em meio aos movimentos revolucionários, os nacionalismos florescem em toda a Europa. Um dos exemplos notórios é a independência grega.

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84
Q

Os socialistas aparecem na cena política européia participando de movimentos revolucionários ou insurrecionais, a partir do momento em que as obras de Marx e Engels são mais divulgadas e estudadas, o que acontece nas décadas finais do século XIX.

A

ERRADO. A participação dos socialistas na cena política europeia é anterior à difusão das obras de Marx e Engels, a exemplo da atuação dos Cartistas na Inglaterra.

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85
Q

Movimento anarquista, a Comuna de Paris (1870) constituiu-se, concreta e objetivamente, no “assalto ao poder” por parte do operariado, utopia que tanto estimulava as ações dos grupos socialistas. O êxito do movimento, que levou pânico às elites européias, garantiu aos revolucionários o controle da capital da França até às vésperas da Primeira Guerra Mundial.

A

ERRADO. A Comuna de Paris, de 1871, não foi exitosa, durando apenas 3 meses. Esse movimento foi reprimido pelas tropas do Presidente provisório da França, que substituiu Napoleão III, com o apoio de tropas prussianas.

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86
Q

Na Europa, ondas revolucionárias em 1820, 1830 e 1848 demonstram não ter sido tarefa simples o aniquilamento do Antigo Regime, o qual, após o vendaval revolucionário francês, ganhou certo fôlego restauracionista com a queda de Napoleão Bonaparte.

A

CERTO. Exatamente. O fim das instituições político-sociais do Antigo Regime foi difícil e demandou anos de mobilização popular e das elites. O Congresso de Viena, de 1815, tentou conter a expansão dos ideais defendidos pela Revolução Francesa, com o objetivo de preservar o status quo europeu. No entanto, os processos revolucionários de 1820, 1830 e 1848, em maior ou menor medida, conseguiram colocar um fim na estrutura do Antigo Regime.

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87
Q

Pode-se afirmar que o processo revolucionário vivido pela Europa Ocidental apresentava, até 1848, clara simetria entre suas duas frentes — a econômica, representada pela Revolução Industrial, e a política, representada pelas revoluções liberais. A partir de 1848, a unidade se rompeu, e a bandeira do liberalismo burguês assumiu contornos cada vez mais conservadores.

A

CERTO. Exatamente. As divergências entre os estratos sociais vão surgindo no decorrer das ondas revolucionárias. A alta burguesia, por exemplo, não tinha interesse em transformações tão radicais como queriam as classes trabalhadoras.

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88
Q

O vazio de poder criado pela invasão francesa, pelas abdicações reais e, por fim, pela prisão de Fernando VII deu espaço para debates acerca da soberania e da representação política na Espanha, uma vez que a tradicional relação pessoal entre súdito e rei fora quebrada. Nesse contexto, foi elaborada a Constituição Gaditana, de 1812, que pretendia desmantelar os fundamentos do absolutismo.

A

CERTO. Oficialmente, a Constituição de Cádis esteve em vigor dois anos, desde o dia sua promulgação, 19 de Março de 1812, dia de São José, daí o cognome de La Pepa que lhe deu o povo andaluz, até 24 de Março de 1814, dia em que foi revogada com o regresso a Espanha do rei Fernando VII. Embora efemeramente, foi restaurada por duas vezes: de 1820 a 1823, durante o chamado Triénio Liberal, e em 1836 - 1837, como norma constitucional transitória durante a elaboração da Constituição de 1837.

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89
Q

A Constituição de Cádiz esteve em vigor por duas décadas, sendo revogada apenas com a vitória do movimento restaurador iniciado na Galícia, que restabeleceu o absolutismo espanhol.

A

ERRADO. Oficialmente, a Constituição de Cádis esteve em vigor dois anos, desde o dia sua promulgação, 19 de Março de 1812, dia de São José, daí o cognome de La Pepa que lhe deu o povo andaluz, até 24 de Março de 1814, dia em que foi revogada com o regresso a Espanha do rei Fernando VII. Embora efemeramente, foi restaurada por duas vezes: de 1820 a 1823, durante o chamado Triénio Liberal, e em 1836 - 1837, como norma constitucional transitória durante a elaboração da Constituição de 1837.

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Apresentado por seus participantes como um movimento restaurador, o Vintismo tinha o objetivo de restabelecer a tradição política portuguesa por meio da elaboração de um novo pacto político, a ser materializado em uma Constituição.

A

ERRADO. O Vintismo era um movimento liberal, não um movimento de restaurador. No contexto europeu, movimentos de restauração eram movimentos antiliberais, como os que restauraram o absolutismo na Espanha (Fernando VII) e na França (Luís XVIII e Carlos X). A terminologia apropriada para o Vintismo é regeneração.

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91
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Em Portugal, D. Miguel contava com a simpatia da Santa Aliança e, sob a tutela desta, revogou a Constituição de 1822, jurada por seu pai, D. João VI. Esse país contaria com nova Constituição apenas em 1834, ao final da guerra civil vencida por D. Pedro IV.

A

ERRADO. A Constituição portuguesa que seguiu a revogação da Constituição de 1822 foi a de 1826. A Carta Constitucional da Monarquia Portuguesa de 1826 foi a segunda Constituição Portuguesa. Esta Carta Constitucional esteve em vigor durante 3 períodos distintos:

  • O primeiro foi desde abril de 1826 (outorga da Carta) até maio de 1828 (D. Miguel é aclamado rei absolutista);
  • O segundo período decorreu desde agosto de 1834 (D. Miguel foi expulso de Portugal e foi restaurada a monarquia constitucional) até setembro de 1836 (Revolução Setembrista com a restauração provisória da constituição de 1822);
  • O terceiro e último período decorreu desde janeiro de 1842 (golpe de estado de Costa Cabral) até outubro de 1910 (implantação da República).
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92
Q

Os movimentos e as revoltas liberais do século XIX foram prioritariamente integrados por socialistas e anarquistas que defendiam uma sociedade sem classes sociais e o fim da propriedade privada e da livre concorrência de mercado.

A

ERRADO. As principais correntes revolucionárias do século XIX foram as ondas de 1820, 1830 e 1848 e em todas elas a prevalência foi de ideias liberais, sobretudo baseadas no constitucionalismo.

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93
Q

A Comuna de Paris, movimento popular e proposta política de caráter radical e de orientação socialista, controlou a cidade de Paris por cerca de três meses, na esteira da derrota da França na Guerra Franco-Prussiana.

A

CERTO. Exatamente. A Comuna de Paris foi o resultado revolucionário da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871. A derrota francesa na Batalha de Sedan, em setembro de 1870, levou à queda do imperador Napoleão III e à formação de um governo republicano que passou a ser presidido por Adolphe Thiers, em janeiro de 1871. Uma eleição foi convocada para a Assembleia Nacional, cuja maioria de deputados eleitos em fevereiro do mesmo ano era da ala conservadora do espectro político francês, principalmente ligada aos proprietários rurais. Ao mesmo tempo, os exércitos prussianos, que se encontravam em território francês, impuseram um cerco a Paris. A população da capital havia organizado diversas manifestações contra a derrota do exército frente aos prussianos e também por melhorias nas condições de vida e trabalho a que estava submetida.

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94
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A Guerra da Crimeia — um dos maiores conflitos militares em que se envolveram Estados europeus e asiáticos entre as Guerras Napoleônicas e a Primeira Guerra Mundial —, ao opor, de um lado, Grã-Bretanha e França, e, do outro, a Rússia, provocou séria elevação no nível de tensão do sistema internacional.

A

CERTO. A Guerra da Crimeia foi o primeiro dos grandes conflitos europeus pós-Era Napoleônica, que modificaram o sistema de equilíbrio acordado em Viena, de Concerto, para uma nova forma de equilíbrio na Europa, introduzido após as guerras de unificação alemã e italiana, baseada no sistema de alianças secretas.

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95
Q

O equilíbrio entre os grandes Estados europeus, estabelecido no Congresso de Viena, rompeu-se com a agressiva política externa realizada na Alemanha por Otto von Bismarck, a qual, após a fundação do II Reich, causou perdas territoriais expressivas à Grã-Bretanha, à Rússia, à França e à Áustria.

A

ERRADO. Não houve uma política externa agressiva por parte de Bismarck, foi uma política de contenção da França e formação de alianças pontuais para proteger seu Império. O objetivo principal de Bismarck era garantir a integridade do recém criado Império Alemão contra os vizinhos, temerosos de uma hegemonia alemã, e contra uma possível revanche francesa pela perda da Alsácia-Lorena ao término da guerra franco-prussiana (ideia da “SATURAÇÃO” DO IMPÉRIO ALEMÃO). Era uma política continental clássica, malgrado diversas aventuras coloniais. Constituía-se como estratégia central de Bismarck o isolamento diplomático da França e o impedimento de alianças desta com outros Estados, especialmente com a Rússia. O instrumento diplomático favorito da política de Bismarck foram as alianças formais e duradouras, mesmo em tempos de paz (ex: Dupla aliança com a Áustria-Hungria, em 1879).

96
Q

As relações intra-europeias foram tensas, devido à aliança de defesa mútua entre o Reino da Itália e o Império Austro-Húngaro, na última década do século XIX, para conter as ameaças francesa e alemã.

A

ERRADO. Não existia uma aliança de defesa mútua entre o Reino da Itália e o Império Austro-Húngaro, ainda mais para se defenderem de França e Alemanha. A correlação de forças, à época, colocava Alemanha e Império Austro-Húngaro bem próximos um do outro.

97
Q

Houve a neutralização da Confederação Suíça, em 1871, e a incorporação a seu território de parte da Savoia, o que contribuiu para restabelecer o equilíbrio geopolítico na Europa continental.

A

ERRADO. A Suíça já era neutra desde antes, e teve sua neutralidade reconhecida em 1815 no Congresso de Viena. Além disso, a incorporação da Savoia foi exercida pela França, juntamente com o Condado de Nice, por um plebiscito datado de 1860.

98
Q

Houve expressiva hierarquia e estratificação de poder entre as cinco grandes potências — Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e Áustria-Hungria — e os demais países europeus.

A

CERTO. O item pode causar dúvidas em razão da redação ruim, mas está correto. Havia, sim, um distanciamento entre as cinco grandes potências e os demais países. O peso do poder político e militar desses países era incomparável aos demais. De acordo com José Flávio Sombra Saraiva, em História das Relações Internacionais Contemporâneas, “Internamente, o sistema europeu de Estados manteve, após 1871, a sua expressiva hierarquia e estratificação entre, de um lado, as cinco verdadeiras grandes potências (Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e Áustria-Hungria) e, de outro, as potências de segunda e terceira categorias”.

99
Q

Ocorreu desequilíbrio de poder em favor da Grã-Bretanha e em detrimento da Alemanha, como resultado da superioridade dos recursos econômicos, demográficos e militares britânicos.

A

ERRADO. Pelo contrário. Ocorreu desequilíbrio tendo em vista o crescimento de poder da Alemanha a partir do fim da Guerra Franco-Prussiana, o que contribuiu para o desencadeamento da Primeira Grande Guerra. Além disso, é factualmente errado afirmar que a Grã-Bretanha possuía superioridade demográfica em relação à Alemanha.

100
Q

Conduzida pelo vitorioso chanceler prussiano Bismarck, a unificação alemã alterou radicalmente o cenário político europeu, em especial por ter colocado a França em posição subalterna. Pequeno foi, contudo, seu impacto econômico em uma época em que o imperialismo alçava vôos em direção às mais distantes regiões do globo.

A

ERRADO. Além do grande peso político da unificação alemã, o impacto econômico também foi significativo. O processo de industrialização, que já se avançava fortemente na Prússia e nos demais Estados germânicos, foi intensificado durante a unificação, também causando um desequilíbrio em favor da Alemanha.

101
Q

A questão romana e do pontificado somente seria resolvida em 1929, no Tratado de Locarno, em que se estabeleceu a criação do Estado do Vaticano.

A

ERRADO. A “questão romana” e do pontificado foi resolvida por meio do Tratado de Latrão, não do Tratado de Locarno.

102
Q

O Romantismo literário, o republicanismo revolucionário e o historicismo que enfatizava a singularidade nacional inspiraram o processo de unificação da Itália.

A

ERRADO. O “republicanismo revolucionário” não inspirou o processo de unificação. O processo de unificação italiana não ocorreu enquanto se constatou divergência entre dois projetos: radical, republicano (Garibaldi) e liberal moderada (Savoia, Piemont e Sardenha). O processo de unificação somente ocorrerá com a conciliação desses dois projetos, sob a ideia hegemônica de Cavour: monarquia liberal.

103
Q

O processo de unificação da Itália iniciou-se nos Condados de Nice e de Savoia, que comandavam a guerra contra a Áustria e conseguiram amalgamar os movimentos secessionistas que começaram a eclodir em 1859.

A

ERRADO. Esses condados eram dominados pela Áustria dos Habsburgos.

104
Q

A deposição de Napoleão III na França liquidou as garantias de que gozava o Papa, que assistiu à invasão dos Estados Pontificais pelas forças unionistas e à conversão de Roma em capital da Itália unificada.

A

CERTO. Com o advento da Guerra Franco-Prussiana, a França, que havia prometido proteger os Estados Pontifícios, retira as forças presentes em Roma, o que permite a unificação da Itália.

105
Q

A unificação italiana teve consequências diretas no equilíbrio da política europeia, em especial, na intensificação da política denominada isolamento esplêndido (splendid isolation), implementada pela Inglaterra.

A

ERRADO. O item mistura duas realidades europeias de tempos distintos. O isolamento esplêndido é uma realidade a partir de Viena (1815), em particular após a Conferência de Verona. Essa postura é muito mais aplicável à primeira metade do século.

106
Q

Exemplo de êxito daquilo que o texto identifica como “variedade de uniões alfandegárias”, o Zollverein foi o passo inicial e decisivo para o processo de unificação política alemã. Liderada pela burguesia austríaca, a crescente integração econômica dos Estados germânicos isolou a aristocracia junker e deu suporte à estratégia bismarckiana.

A

ERRADO. No âmbito do Zollverein, a aristocracia Junker não foi isolada do processo político-econômico, pelo contrário, foi um dos grupos (senão o mais) dominantes.

107
Q

A unificação italiana, de pilar liberal, sob a liderança de Cavour, espraiou-se pela monarquia piemontesa, não tendo essa orientação ideológica, contudo, predominado em toda a península itálica.

A

CERTO. Exatamente. Havia o ideal liberal conservador no Norte da Itália, que defendia a Monarquia Constitucional. No outro extremo, havia um movimento conhecido como “Jovem Itália”, sob a liderança de Giuseppe Mazzini, que defendia ideais democráticos e republicanos.

108
Q

Alguns escritores europeus da segunda metade do século XIX, tais como Johann Wolfgang von Goethe, Charles Baudelaire e James Joyce, pertenceram à chamada geração ultrarromântica, marcada por atitude pessimista em relação à vida, gosto pelo macabro e pela vida boêmia.

A

ERRADO. Muitos erros nessa questão. Goethe faleceu em 1832, e fez parte da geração romântica da primeira metade do século XIX. Por sua vez, Baudelarie não pode ser classificado como ultrarromântico, mas ao simbolismo. Finalmente, James Joyce está mais para as vanguardas que para o romantismo.

109
Q

Foi característica marcante do Romantismo literário a simpatia pela Antiguidade Clássica, sobretudo pela cultura latina, cujos padrões estilísticos os escritores oitocentistas procuraram emular.

A

ERRADO. É o contrário. Para os românticos, a Antiguidade Clássica (racionalismo) era oposta a seus preceitos. O Romantismo adota o medievalismo, a evasão e o improviso como base de suas obras.

110
Q

As composições de Wolfgang Amadeus Mozart figuram como exemplos da música romântica, em razão da ênfase na expressão das emoções individuais, da preferência pela música instrumental, da opção frequente por grandes orquestras e da desvalorização da música sacra.

A

ERRADO. Mozart não desvalorizava a música sacra, pelo contrário, compôs várias obras desse tipo. Além disso, seu período de vida não corresponde ao movimento romântico alemão (viveu no século XVIII).

111
Q

Diversos artistas e estetas românticos adotaram uma postura crítica diante do ideário iluminista ao enfatizarem a intuição, os sentimentos individuais, a imaginação, o mistério, em detrimento do racionalismo, do universalismo e do otimismo típicos dos iluministas.

A

CERTO. Exatamente. O item descreve características importantes do movimento romântico, mais ligado ao subjetivo e ao plano dos sentimentos, contrário à objetividade e ao racionalismo iluminista.

112
Q

Artistas ligados ao Romantismo alemão propunham aproximar dos seus congêneres europeus a literatura, a música e as artes plásticas produzidas nos países de língua alemã, o que, somado à atitude de desligamento em relação ao mundo cotidiano e à política, imunizou esse movimento contra o crescente nacionalismo da cena cultural europeia.

A

ERRADO. Não se pode dizer que o Romantismo ficou imune ao crescente nacionalismo da cena europeia. Foi, inclusive, instrumento do nacionalismo alemão e italiano no processo de unificação.

113
Q

Entre 1870 e 1891, as relações internacionais da Europa foram marcadas pela ampliação da rigidez sistêmica e pela formação de bipolaridade de blocos, o que criou antagonismos entre antigas e novas potências.

A

ERRADO. O período entre 1870 e 1891 foi marcado pelo sistema de alianças de Bismarck, no qual havia equilíbrio entre as principais potências. A partir de 1891 até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, houve um recrudescimento das disputas por poder na Europa e nas novas colônias, conformando o sistema em uma bipolaridade em blocos de poder antagônicos.

114
Q

O ensaio de uma política de país insatisfeito, ansioso por ampliar sua hegemonia, mesmo por meios semibelicosos, caracterizou a política internacional de Bismarck, o que suscitou fortes reações de potências europeias, em particular da França.

A

ERRADO. A política internacional de Bismarck é exatamente contrária ao que afirma o item. Ele implementou uma política de potência satisfeita, que objetivava garantir seu território e conter o revanchismo francês.

115
Q

A política externa de Bismarck foi preferencialmente europeia e voltada para o equilíbrio do continente europeu, que, segundo o chanceler alemão, deveria ser recomposto após a guerra franco-prussiana.

A

CERTO. Exatamente. A política de contenção do revanchismo francês, de garantia do território alemão e de equilíbrio no continente era a prioridade da política externa sob a chancela de Bismarck.

116
Q

Bismarck visava, entre outros aspectos, garantir a integridade territorial do recém-criado Estado alemão e o equilíbrio do sistema internacional europeu com a inclusão da Alemanha nesse sistema.

A

CERTO. É possível repetir a informação do item anterior: a política de contenção do revanchismo francês, de garantia do território alemão e de equilíbrio no continente era a prioridade da política externa sob a chancela de Bismarck.

117
Q

Absorvido pela política interna da Prússia, o chanceler Otto von Bismarck não empreendeu projetos na área econômica que pudessem contribuir para a Alemanha como um todo.

A

ERRADO. Bismarck chegou ao cargo de Chanceler da Prússia em 1862, momento em que iniciou uma aproximação econômica para evitar o excesso de tributação entre os Estados alemães. A partir de acordos alfandegários, teve início o processo de Unificação Alemã.

118
Q

Para reduzir custos e ampliar a possibilidade de alianças externas, Bismarck optou por não investir na modernização do exército prussiano, apostando na via diplomática e na ação política para isolar a Áustria, cujo interesse era a manutenção de uma Alemanha fragmentada.

A

ERRADO. Uma das premissas mais importantes do fortalecimento do Estado prussiano e da Alemanha, após a unificação, foi o fortalecimento, por meio da profissionalização e da modernização do Exército.

119
Q

A guerra de 1870 contra a França surpreendeu o chanceler Bismarck, que considerava o conflito empecilho perigoso a seus planos de unificação da Alemanha.

A

ERRADO. A guerra contra a frança foi planejada por Bismarck, que a via como um mal necessário à unificação dos Estados alemães (uma ameaça externa capaz de unir os Estados do Sul, como a Baviera, que se mantinham resistentes à unificação).

120
Q

Na Itália, o processo de unificação, que teve em Mazzini e Garibaldi lideranças exponenciais, envolveu necessariamente confrontos externos, até porque seu território era alvo de interesses múltiplos, a exemplo dos interesses austríacos, dos pontifícios e dos franceses.

A

CERTO. Exatamente. A unificação da Itália envolveu diversos atores e interesses distintos, como os da Áustria, que dominava territórios do Norte da atual Itália, e que foram conquistados pelos exércitos de Cavour; os do Papa, que detinha grandes extensões de território no centro do país e que contava com a proteção de Napoleão III da França.

121
Q

O Nacionalismo já se manifestava nas ondas revolucionárias mencionadas no texto e teve, nas unificações alemã e italiana, na segunda metade do século XIX, dois de seus símbolos mais expressivos.

A

CERTO. Isso mesmo. Os nacionalismos, da forma como conhecemos, foram introduzidos ao discurso político-revolucionário nesse momento da história. Após a Revolução Francesa, muitas revoltas na Europa lançaram mão do sentimento de unidade nacional em benefício de seus objetivos. Nesse contexto, as unificações alemã e italiana são os grandes exemplos de materialização dessa fórmula revolucionária.

122
Q

A trajetória política vivida pelo Brasil, da independência aos primeiros anos do Segundo Reinado, apresenta semelhanças com o quadro de sucessivas ondas revolucionárias que atingiram parte considerável da Europa na primeira metade do século XIX. Disso é exemplo a Revolução Praieira, cujo sentido social se aproxima do ideário das revoluções européias de 1848.

A

CERTO. Exato. A Revolução do Porto, de 1820, foi fundamental para o processo de independência do Brasil. Da mesma maneira, as revoltas de 1830, que causaram a queda de Carlos X, também influenciaram na abdicação de D. Pedro I, em 1831. O mesmo pode ser dito da Revolução Praieira, que também sofreu influência dos processos revolucionários europeus.

123
Q

A unificação política da Alemanha seguiu trajetória singular. Ela se fez a despeito da mais absoluta ausência de unidade econômica entre os Estados germânicos e da adoção do mais extremado liberalismo.

A

ERRADO. O item contém dois erros importantes:
Não havia ausência de unidade econômica, na medida em que os Estados da atual Alemanha mantinham, desde 1834, uma união aduaneira, o Zollverein; Bismarck não adota o liberalismo, mas a unidade nacional em detrimento do liberalismo.

124
Q

As unificações políticas da Alemanha e da Itália foram alcançadas graças à mobilização popular e à força de movimentos sociais. Esse fato explica o viés pacifista e levemente socialista que ambos os Estados passaram a ostentar, em flagrante oposição à realidade da época.

A

ERRADO. Em relação à Itália, pode até ser aceita a afirmação de que houve movimentação popular; mas, no que diz respeito à Unificação da Alemanha, a atuação política de Bismarck e sua habilidade política foram fundamentais. Além disso, nenhum dos dois casos de unificação ocorreu de forma pacífica e/ou levemente socialista.

125
Q

Os nacionalismos do século XIX foram protagonizados pelas classes instruídas e beneficiadas pelo progresso educacional das escolas e universidades, de onde saíram seus grandes defensores. Nesse aspecto, a questão das línguas nacionais foi um dos fatores predominantes das identidades nacionais.

A

CERTO

126
Q

A Comuna de Paris, movimento popular e proposta política de caráter radical e de orientação socialista, controlou a cidade de Paris por cerca de três meses, na esteira da derrota da França na Guerra Franco-Prussiana.

A

CERTO. Exatamente. A Comuna de Paris foi o resultado revolucionário da derrota francesa na Guerra Franco-Prussiana de 1870-1871. A derrota francesa na Batalha de Sedan, em setembro de 1870, levou à queda do imperador Napoleão III e à formação de um governo republicano que passou a ser presidido por Adolphe Thiers, em janeiro de 1871. Uma eleição foi convocada para a Assembleia Nacional, cuja maioria de deputados eleitos em fevereiro do mesmo ano era da ala conservadora do espectro político francês, principalmente ligada aos proprietários rurais. Ao mesmo tempo, os exércitos prussianos, que se encontravam em território francês, impuseram um cerco a Paris. A população da capital havia organizado diversas manifestações contra a derrota do exército frente aos prussianos e também por melhorias nas condições de vida e trabalho a que estava submetida.

127
Q

A Guerra da Crimeia — um dos maiores conflitos militares em que se envolveram Estados europeus e asiáticos entre as Guerras Napoleônicas e a Primeira Guerra Mundial —, ao opor, de um lado, Grã-Bretanha e França, e, do outro, a Rússia, provocou séria elevação no nível de tensão do sistema internacional.

A

CERTO. A Guerra da Crimeia foi o primeiro dos grandes conflitos europeus pós-Era Napoleônica, que modificaram o sistema de equilíbrio acordado em Viena, de Concerto, para uma nova forma de equilíbrio na Europa, introduzido após as guerras de unificação alemã e italiana, baseada no sistema de alianças secretas.

128
Q

O equilíbrio entre os grandes Estados europeus, estabelecido no Congresso de Viena, rompeu-se com a agressiva política externa realizada na Alemanha por Otto von Bismarck, a qual, após a fundação do II Reich, causou perdas territoriais expressivas à Grã-Bretanha, à Rússia, à França e à Áustria.

A

ERRADO. Não houve uma política externa agressiva por parte de Bismarck, foi uma política de contenção da França e formação de alianças pontuais para proteger seu Império. O objetivo principal de Bismarck era garantir a integridade do recém criado Império Alemão contra os vizinhos, temerosos de uma hegemonia alemã, e contra uma possível revanche francesa pela perda da Alsácia-Lorena ao término da guerra franco-prussiana (ideia da “SATURAÇÃO” DO IMPÉRIO ALEMÃO). Era uma política continental clássica, malgrado diversas aventuras coloniais. Constituía-se como estratégia central de Bismarck o isolamento diplomático da França e o impedimento de alianças desta com outros Estados, especialmente com a Rússia. O instrumento diplomático favorito da política de Bismarck foram as alianças formais e duradouras, mesmo em tempos de paz (ex: Dupla aliança com a Áustria-Hungria, em 1879).

129
Q

As relações intra-europeias foram tensas, devido à aliança de defesa mútua entre o Reino da Itália e o Império Austro-Húngaro, na última década do século XIX, para conter as ameaças francesa e alemã.

A

ERRADO. Não existia uma aliança de defesa mútua entre o Reino da Itália e o Império Austro-Húngaro, ainda mais para se defenderem de França e Alemanha. A correlação de forças, à época, colocava Alemanha e Império Austro-Húngaro bem próximos um do outro.

130
Q

Houve a neutralização da Confederação Suíça, em 1871, e a incorporação a seu território de parte da Savoia, o que contribuiu para restabelecer o equilíbrio geopolítico na Europa continental.

A

ERRADO. A Suíça já era neutra desde antes, e teve sua neutralidade reconhecida em 1815 no Congresso de Viena. Além disso, a incorporação da Savoia foi exercida pela França, juntamente com o Condado de Nice, por um plebiscito datado de 1860.

131
Q

Houve expressiva hierarquia e estratificação de poder entre as cinco grandes potências — Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e Áustria-Hungria — e os demais países europeus.

A

O item pode causar dúvidas em razão da redação ruim, mas está correto. Havia, sim, um distanciamento entre as cinco grandes potências e os demais países. O peso do poder político e militar desses países era incomparável aos demais. De acordo com José Flávio Sombra Saraiva, em História das Relações Internacionais Contemporâneas, “Internamente, o sistema europeu de Estados manteve, após 1871, a sua expressiva hierarquia e estratificação entre, de um lado, as cinco verdadeiras grandes potências (Alemanha, França, Grã-Bretanha, Rússia e Áustria-Hungria) e, de outro, as potências de segunda e terceira categorias”.

132
Q

Ocorreu desequilíbrio de poder em favor da Grã-Bretanha e em detrimento da Alemanha, como resultado da superioridade dos recursos econômicos, demográficos e militares britânicos.

A

ERRADO. Pelo contrário. Ocorreu desequilíbrio tendo em vista o crescimento de poder da Alemanha a partir do fim da Guerra Franco-Prussiana, o que contribuiu para o desencadeamento da Primeira Grande Guerra. Além disso, é factualmente errado afirmar que a Grã-Bretanha possuía superioridade demográfica em relação à Alemanha.

133
Q

Conduzida pelo vitorioso chanceler prussiano Bismarck, a unificação alemã alterou radicalmente o cenário político europeu, em especial por ter colocado a França em posição subalterna. Pequeno foi, contudo, seu impacto econômico em uma época em que o imperialismo alçava vôos em direção às mais distantes regiões do globo.

A

ERRADO. Além do grande peso político da unificação alemã, o impacto econômico também foi significativo. O processo de industrialização, que já se avançava fortemente na Prússia e nos demais Estados germânicos, foi intensificado durante a unificação, também causando um desequilíbrio em favor da Alemanha.

134
Q

A questão romana e do pontificado somente seria resolvida em 1929, no Tratado de Locarno, em que se estabeleceu a criação do Estado do Vaticano.

A

ERRADO. A “questão romana” e do pontificado foi resolvida por meio do Tratado de Latrão, não do Tratado de Locarno.

135
Q

O Romantismo literário, o republicanismo revolucionário e o historicismo que enfatizava a singularidade nacional inspiraram o processo de unificação da Itália.

A

ERRADO. O “republicanismo revolucionário” não inspirou o processo de unificação. O processo de unificação italiana não ocorreu enquanto se constatou divergência entre dois projetos: radical, republicano (Garibaldi) e liberal moderada (Savoia, Piemont e Sardenha). O processo de unificação somente ocorrerá com a conciliação desses dois projetos, sob a ideia hegemônica de Cavour: monarquia liberal.

136
Q

O processo de unificação da Itália iniciou-se nos Condados de Nice e de Savoia, que comandavam a guerra contra a Áustria e conseguiram amalgamar os movimentos secessionistas que começaram a eclodir em 1859.

A

ERRADO. Esses condados eram dominados pela Áustria dos Habsburgos.

137
Q

A deposição de Napoleão III na França liquidou as garantias de que gozava o Papa, que assistiu à invasão dos Estados Pontificais pelas forças unionistas e à conversão de Roma em capital da Itália unificada.

A

CERTO. Com o advento da Guerra Franco-Prussiana, a França, que havia prometido proteger os Estados Pontifícios, retira as forças presentes em Roma, o que permite a unificação da Itália.

138
Q

A unificação italiana teve consequências diretas no equilíbrio da política europeia, em especial, na intensificação da política denominada isolamento esplêndido (splendid isolation), implementada pela Inglaterra.

A

ERRADO. O item mistura duas realidades europeias de tempos distintos. O isolamento esplêndido é uma realidade a partir de Viena (1815), em particular após a Conferência de Verona. Essa postura é muito mais aplicável à primeira metade do século.

139
Q

Exemplo de êxito daquilo que o texto identifica como “variedade de uniões alfandegárias”, o Zollverein foi o passo inicial e decisivo para o processo de unificação política alemã. Liderada pela burguesia austríaca, a crescente integração econômica dos Estados germânicos isolou a aristocracia junker e deu suporte à estratégia bismarckiana.

A

ERRADO. No âmbito do Zollverein, a aristocracia Junker não foi isolada do processo político-econômico, pelo contrário, foi um dos grupos (senão o mais) dominantes.

140
Q

A unificação italiana, de pilar liberal, sob a liderança de Cavour, espraiou-se pela monarquia piemontesa, não tendo essa orientação ideológica, contudo, predominado em toda a península itálica.

A

CERTO. Exatamente. Havia o ideal liberal conservador no Norte da Itália, que defendia a Monarquia Constitucional. No outro extremo, havia um movimento conhecido como “Jovem Itália”, sob a liderança de Giuseppe Mazzini, que defendia ideais democráticos e republicanos.

141
Q

Alguns escritores europeus da segunda metade do século XIX, tais como Johann Wolfgang von Goethe, Charles Baudelaire e James Joyce, pertenceram à chamada geração ultrarromântica, marcada por atitude pessimista em relação à vida, gosto pelo macabro e pela vida boêmia.

A

ERRADO. Muitos erros nessa questão. Goethe faleceu em 1832, e fez parte da geração romântica da primeira metade do século XIX. Por sua vez, Baudelarie não pode ser classificado como ultrarromântico, mas ao simbolismo. Finalmente, James Joyce está mais para as vanguardas que para o romantismo.

142
Q

Foi característica marcante do Romantismo literário a simpatia pela Antiguidade Clássica, sobretudo pela cultura latina, cujos padrões estilísticos os escritores oitocentistas procuraram emular.

A

ERRADO. É o contrário. Para os românticos, a Antiguidade Clássica (racionalismo) era oposta a seus preceitos. O Romantismo adota o medievalismo, a evasão e o improviso como base de suas obras.

143
Q

As composições de Wolfgang Amadeus Mozart figuram como exemplos da música romântica, em razão da ênfase na expressão das emoções individuais, da preferência pela música instrumental, da opção frequente por grandes orquestras e da desvalorização da música sacra.

A

ERRADO. Mozart não desvalorizava a música sacra, pelo contrário, compôs várias obras desse tipo. Além disso, seu período de vida não corresponde ao movimento romântico alemão (viveu no século XVIII).

144
Q

Diversos artistas e estetas românticos adotaram uma postura crítica diante do ideário iluminista ao enfatizarem a intuição, os sentimentos individuais, a imaginação, o mistério, em detrimento do racionalismo, do universalismo e do otimismo típicos dos iluministas.

A

CERTO. Exatamente. O item descreve características importantes do movimento romântico, mais ligado ao subjetivo e ao plano dos sentimentos, contrário à objetividade e ao racionalismo iluminista.

145
Q

Artistas ligados ao Romantismo alemão propunham aproximar dos seus congêneres europeus a literatura, a música e as artes plásticas produzidas nos países de língua alemã, o que, somado à atitude de desligamento em relação ao mundo cotidiano e à política, imunizou esse movimento contra o crescente nacionalismo da cena cultural europeia.

A

ERRADO. Não se pode dizer que o Romantismo ficou imune ao crescente nacionalismo da cena europeia. Foi, inclusive, instrumento do nacionalismo alemão e italiano no processo de unificação.

146
Q

Entre 1870 e 1891, as relações internacionais da Europa foram marcadas pela ampliação da rigidez sistêmica e pela formação de bipolaridade de blocos, o que criou antagonismos entre antigas e novas potências.

A

ERRADO. O período entre 1870 e 1891 foi marcado pelo sistema de alianças de Bismarck, no qual havia equilíbrio entre as principais potências. A partir de 1891 até a eclosão da Primeira Guerra Mundial, houve um recrudescimento das disputas por poder na Europa e nas novas colônias, conformando o sistema em uma bipolaridade em blocos de poder antagônicos.

147
Q

O ensaio de uma política de país insatisfeito, ansioso por ampliar sua hegemonia, mesmo por meios semibelicosos, caracterizou a política internacional de Bismarck, o que suscitou fortes reações de potências europeias, em particular da França.

A

ERRADO. A política internacional de Bismarck é exatamente contrária ao que afirma o item. Ele implementou uma política de potência satisfeita, que objetivava garantir seu território e conter o revanchismo francês.

148
Q

A política externa de Bismarck foi preferencialmente europeia e voltada para o equilíbrio do continente europeu, que, segundo o chanceler alemão, deveria ser recomposto após a guerra franco-prussiana.

A

CERTO. Exatamente. A política de contenção do revanchismo francês, de garantia do território alemão e de equilíbrio no continente era a prioridade da política externa sob a chancela de Bismarck.

149
Q

Bismarck visava, entre outros aspectos, garantir a integridade territorial do recém-criado Estado alemão e o equilíbrio do sistema internacional europeu com a inclusão da Alemanha nesse sistema.

A

CERTO. É possível repetir a informação do item anterior: a política de contenção do revanchismo francês, de garantia do território alemão e de equilíbrio no continente era a prioridade da política externa sob a chancela de Bismarck.

150
Q

Absorvido pela política interna da Prússia, o chanceler Otto von Bismarck não empreendeu projetos na área econômica que pudessem contribuir para a Alemanha como um todo.

A

ERRADO. Bismarck chegou ao cargo de Chanceler da Prússia em 1862, momento em que iniciou uma aproximação econômica para evitar o excesso de tributação entre os Estados alemães. A partir de acordos alfandegários, teve início o processo de Unificação Alemã.

151
Q

Para reduzir custos e ampliar a possibilidade de alianças externas, Bismarck optou por não investir na modernização do exército prussiano, apostando na via diplomática e na ação política para isolar a Áustria, cujo interesse era a manutenção de uma Alemanha fragmentada.

A

ERRADO. Uma das premissas mais importantes do fortalecimento do Estado prussiano e da Alemanha, após a unificação, foi o fortalecimento, por meio da profissionalização e da modernização do Exército.

152
Q

A guerra de 1870 contra a França surpreendeu o chanceler Bismarck, que considerava o conflito empecilho perigoso a seus planos de unificação da Alemanha.

A

ERRADO. A guerra contra a frança foi planejada por Bismarck, que a via como um mal necessário à unificação dos Estados alemães (uma ameaça externa capaz de unir os Estados do Sul, como a Baviera, que se mantinham resistentes à unificação).

153
Q

Na Itália, o processo de unificação, que teve em Mazzini e Garibaldi lideranças exponenciais, envolveu necessariamente confrontos externos, até porque seu território era alvo de interesses múltiplos, a exemplo dos interesses austríacos, dos pontifícios e dos franceses.

A

CERTO. Exatamente. A unificação da Itália envolveu diversos atores e interesses distintos, como os da Áustria, que dominava territórios do Norte da atual Itália, e que foram conquistados pelos exércitos de Cavour; os do Papa, que detinha grandes extensões de território no centro do país e que contava com a proteção de Napoleão III da França.

154
Q

O Nacionalismo já se manifestava nas ondas revolucionárias mencionadas no texto e teve, nas unificações alemã e italiana, na segunda metade do século XIX, dois de seus símbolos mais expressivos.

A

CERTO. Isso mesmo. Os nacionalismos, da forma como conhecemos, foram introduzidos ao discurso político-revolucionário nesse momento da história. Após a Revolução Francesa, muitas revoltas na Europa lançaram mão do sentimento de unidade nacional em benefício de seus objetivos. Nesse contexto, as unificações alemã e italiana são os grandes exemplos de materialização dessa fórmula revolucionária.

155
Q

A trajetória política vivida pelo Brasil, da independência aos primeiros anos do Segundo Reinado, apresenta semelhanças com o quadro de sucessivas ondas revolucionárias que atingiram parte considerável da Europa na primeira metade do século XIX. Disso é exemplo a Revolução Praieira, cujo sentido social se aproxima do ideário das revoluções européias de 1848.

A

CERTO. Exato. A Revolução do Porto, de 1820, foi fundamental para o processo de independência do Brasil. Da mesma maneira, as revoltas de 1830, que causaram a queda de Carlos X, também influenciaram na abdicação de D. Pedro I, em 1831. O mesmo pode ser dito da Revolução Praieira, que também sofreu influência dos processos revolucionários europeus.

156
Q

A unificação política da Alemanha seguiu trajetória singular. Ela se fez a despeito da mais absoluta ausência de unidade econômica entre os Estados germânicos e da adoção do mais extremado liberalismo.

A

CERTO. O item contém dois erros importantes: não havia ausência de unidade econômica, na medida em que os Estados da atual Alemanha mantinham, desde 1834, uma união aduaneira, o Zollverein;
Bismarck não adota o liberalismo, mas a unidade nacional em detrimento do liberalismo.

157
Q

As unificações políticas da Alemanha e da Itália foram alcançadas graças à mobilização popular e à força de movimentos sociais. Esse fato explica o viés pacifista e levemente socialista que ambos os Estados passaram a ostentar, em flagrante oposição à realidade da época.

A

ERRADO. Em relação à Itália, pode até ser aceita a afirmação de que houve movimentação popular; mas, no que diz respeito à Unificação da Alemanha, a atuação política de Bismarck e sua habilidade política foram fundamentais. Além disso, nenhum dos dois casos de unificação ocorreu de forma pacífica e/ou levemente socialista.

158
Q

Os nacionalismos do século XIX foram protagonizados pelas classes instruídas e beneficiadas pelo progresso educacional das escolas e universidades, de onde saíram seus grandes defensores. Nesse aspecto, a questão das línguas nacionais foi um dos fatores predominantes das identidades nacionais.

A

CERTO

159
Q

O cenário econômico da maioria dos países da Europa ocidental do século XIX foi marcado por grande proliferação de associações mutualistas de crédito, caixas econômicas, companhias de seguros e empresas de capital aberto, assim como por um forte incremento da economia monetária.

A

CERTO. É o início da “financeirização” do Capitalismo.

160
Q

O ritmo da industrialização europeia, principalmente na Alemanha, Inglaterra e Itália, foi prejudicado pelo encarecimento das novas formas de energia e pela falta de mão de obra, decorrente da emigração em massa de europeus para os EUA e para a América do Sul.

A

ERRADO. O ritmo da industrialização na Europa não foi comprometido pelo encarecimento das novas formas de energia, pelo contrário, a energia tornou-se mais barata à medida que se incrementaram as tecnologias de produção. Outro erro na questão é atribuir falta de mão de obra no continente. A emigração em massa se deu pela incapacidade do setor produtivo de absorver a quantidade de mão de obra, pois a urbanização acelerada aumentou, em muito, as populações nas grandes metrópoles europeias.

161
Q

Incrementou-se o comércio internacional, tendo havido, ainda, expansão econômica da América Latina, particularmente da economia primária e de exportação.

A

CERTO. Exatamente. O comércio internacional aumentou à medida que o processo de industrialização se intensificava, com clara distinção entre os países produtores de manufaturas e os produtores de matérias primas, como o Brasil.

162
Q

A utilização de novos materiais e fontes de energia ampliou a capacidade de produção e consolidou o capitalismo como sistema dominante.

A

CERTO. É justamente nesse período que o capitalismo se consolida como modo de produção dominante na economia mundial, muito em função das novas formas de produção de energia e utilização de novas matérias primas.

163
Q

O processo industrial expandiu-se para os diferentes continentes e, simultaneamente, o sistema financeiro internacionalizou-se.

A

ERRADO. Conforme José Flávio Sombra Saraiva, em História das Relações Internacionais Contemporâneas, “Entre 1871 e 1914, completou-se e estabilizou-se um longo período de divisão mundial do trabalho: de um lado fornecedores de matérias-primas; de outro, regiões produtoras de bens industrializados. Somente os Estados Unidos alteraram o seu modo de inserção no mercado mundial nesse período”, ou seja, o processo industrial não se expandiu para os diferentes continentes. Além disso, não houve expansão simultânea do sistema financeiro internacional.

164
Q

Surgida em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores, ou I Internacional, pretendia articular a luta do movimento operário em escala mundial.

A

CERTO. Exatamente. A Primeira Internacional não estava vinculada apenas ao socialismo, havendo grande influência do anarquismo. Havia baixa institucionalização do movimento, sem a existência de partidos, mas com uma luta pelos direitos dos trabalhadores. Somente em 1870, com a II Internacional, haverá maior influência (hegemonia) socialista.

165
Q

Ao longo do século XIX, o movimento operário europeu foi marcadamente ideológico e, na maioria absoluta dos casos, plenamente identificado com o socialismo.

A

ERRADO. Existe um componente muito prático no movimento operário europeu, ligada às ações sindicalistas e operárias. Além disso, não estava plenamente identificado com o socialismo. Dividia espaço com o anarquismo e outras correntes marxistas, como o anarcossindicalismo.

166
Q

Presa às circunstâncias históricas do passado, a Igreja Católica mostrou-se insensível à questão social, vindo a se manifestar sobre esse tema apenas no século XX.

A

ERRADO. Apesar do conservadorismo no século XIX, o papa Leão XIII divulga a Encíclica Rerum Novarum, que mostra preocupação social com a condição operária.

167
Q

Com o apoio das tropas prussianas, a Comuna de Paris logrou assumir o controle da capital francesa e nela implantou o modelo anarquista de administração pública.

A

ERRADO. É o contrário. A Comuna, que dá fim ao governo de Napoleão III, não conta com o apoio das tropas prussianas, mas com a hostilidade dessas. As tropas prussianas, juntamente com as antigas forças do governo francês derrubado, são as responsáveis por colocar um fim na Comuna de Paris.

168
Q

Apesar da acirrada oposição de Marx e Engels, o avanço do movimento operário sustentou-se em aguda radicalização política e ideológica.

A

ERRADO. Marx e Engels não se opunham ao movimento operário, muito pelo contrário.

169
Q

Por volta de 1860, uma nova palavra entrou no vocabulário econômico e político do mundo: “capitalismo”. O triunfo global do capitalismo é o tema mais importante da história nas décadas que sucederam 1848. Foi o triunfo de uma sociedade que acreditou que o crescimento repousava na competição da livre iniciativa privada, no sucesso de comprar tudo no mercado mais barato (inclusive trabalho) e vender no mais caro. Eric J. Hobsbawm. A Era do Capital (1848-1875). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 21 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o significado histórico da Revolução Industrial, julgue (C ou E) os itens a seguir.

A competição citada no texto, razão de ser de crescimento econômico que não teria fim, como se acreditava à época, circunscreveu-se à iniciativa privada. A triunfante sociedade burguesa, defensora intransigente dos princípios liberais, impediu que a ação dos Estados nacionais interferisse na economia, o que resultou em clima de paz e de rivalidades amortecidas, que perdurou até meados do século XX.

A

ERRADO. Existe tentativa de impedir o intervencionismo do Estado, mas o intervencionismo existiu, especialmente na corrida Imperialista de finais do século XIX e início do século XX. Além disso, o item desconsidera as guerras mundiais ao falar de um “clima de paz” até meados do século XX.

170
Q

Entre os diversos elementos que se conjugam para a conceituação mais abrangente da Revolução Industrial, destacam-se a substituição das ferramentas pelas máquinas, da energia humana pela motriz e da forma doméstica de produção pelo sistema fabril.

A

CERTO. Exato. O item apresenta algumas das importantes alterações dos meios de produção existentes, que possibilitaram o desenvolvimento industrial no período.

171
Q

Por volta de 1860, uma nova palavra entrou no vocabulário econômico e político do mundo: “capitalismo”. O triunfo global do capitalismo é o tema mais importante da história nas décadas que sucederam 1848. Foi o triunfo de uma sociedade que acreditou que o crescimento repousava na competição da livre iniciativa privada, no sucesso de comprar tudo no mercado mais barato (inclusive trabalho) e vender no mais caro. Eric J. Hobsbawm. A Era do Capital (1848-1875). Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1982, p. 21 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência inicial e considerando o significado histórico da Revolução Industrial, julgue (C ou E) os itens a seguir.

No período de tempo mencionado no texto, a partir de meados do século XIX, a Revolução Industrial deixa de ser um acontecimento essencialmente inglês e tende a se disseminar. Nesse processo de universalização da moderna indústria, assinalada pela expansão imperialista, verifica-se a consolidação do capitalismo como sistema econômico dominante.

A

CERTO. A industrialização é disseminada na Europa continental no século XIX. Ao longo do século, as indústrias vão-se desenvolvendo e, já no último quartel do século, consolidam o sistema capitalista como sistema econômico hegemônico, sem deixar de introduzir sua expressão imperialista nos continentes africano e asiático.

172
Q

Assentada na notável evolução tecnológica que a caracterizou, a Revolução Industrial alterou radicalmente o sistema produtivo, ampliando, de maneira inédita, o volume da produção e os mercados consumidores. Essa transformação, contudo, foi insuficiente para determinar novos padrões de pensamento e de comportamento da sociedade, que ainda permanecia presa a ideias e valores do passado rural.

A

ERRADO. Claro que a Revolução Industrial determinou novos padrões de pensamento e de comportamento. A rápida urbanização e a precarização do trabalho, por exemplo, foram motivadoras das teorias socialistas.

173
Q

A disseminação da economia industrial na Europa Continental foi facilitada pelos grandes fluxos de investimentos internacionais que surgiram dos excedentes de capitais, com o objetivo de boas oportunidades de negócios, o que permitiu a injeção de capitais no sistema financeiro europeu e de tecnologias no processo de industrialização.

A

CERTO. É uma descrição resumida do processo de industrialização na Europa. O transbordamento de fluxos de capital do Reino Unido contribuiu para a expansão da industrialização nos grandes centros urbanos da Europa Ocidental a partir do século XIX.

174
Q

A expansão da Revolução Industrial na Europa favoreceu o surgimento de movimentos políticos e sociais, alguns deles relacionados ao rápido processo de urbanização que se verificou no continente a partir do século XIX.

A

CERTO. Com certeza. O melhor exemplo é o socialismo, que se originou durante o processo de industrialização. Segundo Eric Hobsbawn, em A Era das Revoluções, “(…) as consequências mais sérias da Revolução Industrial foram sociais: a transição da nova economia criou a miséria e o descontentamento, os ingredientes da revolução social. E, de fato, a revolução social eclodiu na forma de levantes espontâneos dos trabalhadores da indústria e das populações pobres das cidades, produzindo as revoluções de 1848 no continente e os amplos movimentos cartistas na Grã-Bretanha.”

175
Q

A economia industrial no continente europeu foi dinamizada, entre outros importantes fatores, pela inexistência, até a década de 60 do século XIX, de políticas protecionistas de comércio exterior.

A

ERRADO. Claro que havia políticas protecionistas de comércio exterior antes da década de 1860. O modelo de tratados desiguais que a Inglaterra aplicou no Brasil, ainda em 1810, foi replicado em alguns outros mercados consumidores importantes, como a Turquia, na década de 1830, favorecendo as exportações britânicas. No entanto, a própria Inglaterra inicia um processo de liberalização econômica em meados do século, que durará até a crise de 1873-96, quando o protecionismo retoma força e as ações imperialistas tornam-se a regra.

176
Q

O retardo do desenvolvimento da economia industrial nos países da Europa Continental, comparativamente ao da Grã-Bretanha, deveu-se à precária cultura liberal empreendedora e às dificuldades econômicas advindas de conflitos armados.

A

CERTO. Enquanto a Europa Continental vivenciou intensos períodos de guerras, como a Revolução Francesa, as Guerras Napoleônicas, além das Revoluções de 1820, 1830 e 1848; grosso modo, a Inglaterra passou ao largo disso tudo. Ao mesmo tempo, a cultura liberal já se fazia presente na política econômica inglesa desde meados do século XVII.

177
Q

Em A Riqueza das Nações, Adam Smith critica o mercantilismo, alinhando-se, nesse aspecto, com os fisiocratas franceses, mas deles se afastando ao sustentar que ao Estado compete conduzir e proteger a economia nacional na disputa por mercados com outros países.

A

ERRADO. Quando se fala em liberalismo econômico e em Adam Smith, não se pode falar em presença marcante do Estado na economia. Para Smith, diferentemente dos fisiologistas franceses, a lei do mercado é a que rege a economia, e o Estado, ao tentar influenciar a economia, só causaria distorções.

178
Q

Ao longo do século XIX, nas regiões economicamente mais dinâmicas, capitalismo e sociedade industrial consolidaram-se em meio a um cenário de crescente urbanização, de formação e expansão do mercado de trabalho assalariado, de uma economia cada vez mais permeada por bens industrializados, de concentração e centralização da riqueza e dos capitais em grandes empresas, e de um mercado em franco processo de mundialização.

A

CERTO. Exatamente; O processo de industrialização europeu acelera a urbanização do continente, quando atrai a mão de obra que antes vivia no campo. Esse aumento da massa assalariada, consequentemente, incrementa a circulação de capital (investimentos).

179
Q

Como a Inglaterra foi pouco beneficiada pela Revolução Comercial, a Revolução Industrial veio a oferecer-lhe oportunidade para recuperar seu relativo atraso econômico.

A

ERRADO. Dois erros na questão:

A Inglaterra não foi pouco beneficiada pela Revolução Comercial (lembrar da relação assimétrica em seu benefício que mantinha com Portugal);
Não detinha atraso econômico em relação aos outros países, pelo contrário, a economia inglesa havia progredido mais que os demais países até então.

180
Q

À época, a população inglesa era equivalente, em número, à da França, embora a Inglaterra tivesse dimensões bem menores.

A

ERRADO. Nesse período, a população francesa era maior que a da Inglaterra (muito maior).

181
Q

O carvão, o ferro — as duas grandes riquezas da Inglaterra — já eram fartamente exploradas no início da Revolução.

A

ERRADO. A exploração do carvão mineral já era estabelecida na Inglaterra, no início da Revolução Industrial. No entanto, a exploração de ferro não era pujante como diz o item.

182
Q

O fato de ter um sistema financeiro ainda precário não impediu que a Inglaterra levasse adiante seu processo de industrialização.

A

ERRADO. Não se pode dizer que o sistema financeiro britânico era precário. A inglaterra tinha um sistema financeiro estabelecido e dinâmico o suficiente para atender às necessidades financeiras da Revolução Industrial.

183
Q

A Inglaterra não dispunha de recursos agrícolas e florestais suficientes para as suas necessidades.

A

CERTO. Exatamente. Basta lembrar que o país demandava, principalmente dos Estados Unidos, algodão para suprir a necessidade das fábricas têxteis. A estrutura agrária inglesa era dominada por pequenos proprietários, desde a Revolução Gloriosa, de 1689. Em relação às florestas, o item também está correto, pois já haviam sido largamente desmatadas.

184
Q

A propósito da famosa Encíclica Rerum Novarum, de 1891, julgue C ou E.

O papa Leão XIII, responsável pelo documento, condenou explicitamente o regime capitalista.

A

ERRADO. Não houve crítica explícita ao capitalismo na Encíclica Rerum Novarum, mas em relação a seus efeitos sobre a classe operária.

185
Q

A propósito da famosa Encíclica Rerum Novarum, de 1891, julgue C ou E.

A Encíclica admitia a luta de classes, pois considerava iníqua a propriedade privada.

A

ERRADO. Há dois erros no item:

A Encíclica não admitia a luta de classes, mas pregava uma concórdia de classes. Defendia a aceitação de níveis diferentes de riqueza dentro das sociedades;
A Encíclica entendia a propriedade privada como sendo algo natural entre as sociedades humanas.

186
Q

A propósito da famosa Encíclica Rerum Novarum, de 1891, julgue C ou E.

A Encíclica apelava aos empregadores para que respeitassem a dignidade dos operários.

A

CERTO. Esse foi um dos pontos principais defendidos pelo papa Leão XIII.

187
Q

A propósito da famosa Encíclica Rerum Novarum, de 1891, julgue C ou E.

Dada a própria natureza do sistema industrial, a Encíclica considerava inútil a ação dos sindicatos.

A

ERRADO. A Encíclica incentivava a criação de sindicatos cristãos, com o objetivo de buscar a cooperação entre iguais para obter vantagem numérica: “Desgraçado o homem só, pois; quando cair, não terá ninguém que o levante”.

188
Q

No final do século XVIII e no início do XIX, após a introdução do bastidor hidráulico de Arkwright, uma onda de avanços técnicos impulsionou a segunda Revolução Industrial, movida a eletricidade, produtos químicos e óleos. Juntas, essas descobertas tornariam as indústrias mais limpas e eficientes do que as fábricas da etapa anterior, movidas a vapor e a carvão. E as novas técnicas alavancariam o comércio de maneira inimaginável. No final do século XIX, barcos a vapor, telégrafos e motores elétricos multiplicavamse: Arkwright não podia ter previsto nada disso quando patenteou sua máquina fiandeira em 1769. Em um século e meio, o mundo mudou de forma irreversível nas esferas comercial, social e política. Patrícia S. Daniels e Stephen G. Hyslop. Atlas da História do Mundo. National Geographic, São Paulo: Abril, 2004, p. 242-3 (com adaptações). Tendo o texto acima como referência e considerando o significado histórico da Revolução Industrial, julgue (C ou E) os itens subsequentes.

Infere-se do texto que as incessantes inovações tecnológicas estão presentes no transcurso da Revolução Industrial, o que altera o tipo de força motriz que impulsiona a moderna industrialização e, certamente, contribui para a ampliação da capacidade produtiva e para a expansão do comércio mundial.

A

CERTO. Exatamente. A Revolução Industrial introduziu diversos avanços que modificaram o tipo de força motriz; trocaram as máquinas a vapor pelo motor a explosão (com uso de combustíveis fósseis). Essas transformações ampliaram a produtividade industrial de forma inédita na Grã-Bretanha e na Europa.

189
Q

O processo de industrialização iniciado na Grã-Bretanha, na segunda metade do século XVIII, acelerou a substituição de antigas formas de produção pelo capitalismo, que se consolidava como sistema econômico dominante, com a atividade fabril suplantando o trabalho doméstico e a crescente prevalência do trabalho assalariado.

A

CERTO. Isso mesmo. O processo de industrialização também moderniza as atividades econômicas, com a introdução de fábricas e do trabalho assalariado (características do sistema capitalista que surge nesse período).

190
Q

As novas condições sociais geradas pela Revolução Industrial constituíram fermento de ondas revolucionárias que convulsionaram a Europa, notadamente em 1848.

A

CERTO. Exato. As ondas revolucionárias que acometeram as sociedades europeias no século XIX foram, em maior ou menor medida, influenciadas pelas alterações sociopolíticas introduzidas com a modernização da produção a partir da revolução industrial.

191
Q

Entre as transformações irreversíveis mencionadas no texto, produzidas pelo avanço da industrialização, o cenário existente em fins do século XIX assinalava a proibição do trabalho infantil e feminino, a regulamentação da jornada de trabalho e o surgimento dos serviços previdenciários, em meio a uma sociedade que lentamente se urbanizava.

A

ERRADO. Não havia, em finais do século XIX, a proibição do trabalho infantil e feminino, muito menos uma urbanização lenta nas sociedades que experimentavam a industrialização.

192
Q

A fase inicial da industrialização, predominantemente inglesa, a partir do século XVIII, foi marcada pela produção de bens de consumo, especialmente os têxteis, e pela utilização do ferro e do carvão como base do processo produtivo.

A

CERTO. Exatamente. O item faz uma síntese do momento considerado como a Primeira Revolução Industrial, no qual a mecanização do processo produtivo passou a utilizar o ferro e o carvão como insumos.

193
Q

Embora emitindo sinais que apontavam para a universalização futura do capitalismo, a industrialização ascendente ao longo do século XIX foi monopolizada pela Inglaterra e manteve-se adstrita à Europa Ocidental.

A

ERRADO. O século XIX foi o momento de expansão da industrialização, tanto na Europa Ocidental como para outros continentes, como a América (Estados Unidos) e a Ásia (Japão).

194
Q

Novas formas de produção de energia, como a hidrelétrica, e novos combustíveis, como o petróleo, tiveram discreta participação no ciclo industrial que, já no final do século XIX, colocava o motor a explosão no centro do processo industrial.

A

ERRADO. O motor a explosão foi uma das razões para a expansão na utilização do petróleo, já em fins do século XIX. Também nesse momento, a produção de energia elétrica por meio das usinas hidrelétricas experimentou grande expansão.

195
Q

As formas de indústrias desenvolvidas nas últimas décadas do século XX e início do século XXI modificaram o paradigma da linha clássica de produção em favor da produção informatizada e com alto grau de automação e tecnologia.

A

CERTO. Exatamente. A produção “just in time” foi introduzida entre as décadas de 1960 e 1970, utilizando da informatização para melhorar a eficiência da produção.

196
Q

O processo de expansão do capitalismo, a partir de meados do século XIX, fez-se à margem dos Estados nacionais, conduzido que foi pela iniciativa privada. Isso explica a reduzida intensidade das crises que envolveram os países europeus ao longo da corrida imperialista, quadro que tendeu a modificar-se apenas a partir dos anos 1930, devido ao impacto da grande depressão econômica.

A

ERRADO. Os Estados nacionais tiveram participação fundamental na expansão do capitalismo europeu, no século XIX. Conforme Lenin, o imperialismo seria a fase superior do capitalismo, quando a expansão necessitasse dominar outras nações.

197
Q

A partir de meados do século XIX, o sistema capitalista adquire feições novas. Sem perder suas características fundamentais e definidoras, como a propriedade privada dos meios de produção e o objetivo da acumulação, ele se torna crescentemente monopolista e financeiro.

A

CERTO. Exatamente. Na segunda metade do século XIX, o capitalismo adquire feições monopólicas, especialmente no âmbito das finanças. Com as transferências de capitais para financiar o investimento em produção de matéria prima, os sistemas financeiros internacionais são desenvolvidos.

198
Q

A tendência à concentração de empresas e à centralização de capitais altera, na prática, as antigas formas de concorrência e elimina o antigo discurso liberal assentado no livre-cambismo, na liberdade dos mares e na condenação às práticas protecionistas.

A

ERRADO. Não mesmo. O acúmulo de capitais descrito é aceito pelo liberalismo econômico. De acordo com Hobsbawm, em A Era do Capital, “Certamente, os contemporâneos teriam dado ênfase à contribuição de um outro fator: a liberação da iniciativa privada, o motor que, todos concordam, promoveu o progresso da indústria. Nunca houve um consenso mais esmagador entre economistas ou políticos e administradores inteligentes no que toca à receita para o crescimento da sua época: o liberalismo econômico”.

199
Q

Instituição poderosa, com larga ascendência sobre governos e sociedades, a Igreja Católica adota, com o Papa Leão XIII, a corajosa atitude de expor sua doutrina social em um contexto de grave crise social — a depressão econômica dos anos 1870. O conteúdo da encíclica Rerum Novarum representava um convite aos católicos a combater o “capitalismo materialista” e, em decorrência, a apoiar pontos centrais do marxismo, em remota preparação ao advento da Teologia da Libertação, cem anos mais tarde.

A

ERRADO. Realmente, a Igreja Católica apresenta a Encíclica Rerum Novarum, mas esta não faz um apoio ao marxismo. Apenas dá suporte a algumas medidas de proteção aos trabalhadores. Também não combate o capitalismo, pelo contrário, apoia um capitalismo com suporte bíblico, inclusive.

200
Q

Liberalismo e socialismo são duas das grandes representações do século XIX que estendem sua presença no século seguinte. Ao passo que o socialismo foi empunhado por setores da burguesia comprometidos com a justiça social e com uma face mais humanizada do capitalismo, o liberalismo mostrou, desde o primeiro momento, ser o abrigo natural dos grupos democrático-radicais.

A

ERRADO. Não se pode dizer, com certeza, que determinados estamentos sociais alinharam-se, de maneira exclusiva, ao liberalismo ou ao socialismo. De todo modo, foi o liberalismo que aproximou-se mais de setores da burguesia urbana europeia; enquanto o socialismo foi mais próximo do operariado. Além disso, anseios democráticos estiveram presentes em ambas as correntes políticas.

201
Q

A Revolução Industrial consolida novas relações de produção e, ao promover a expansão imperialista, contemplando novas formas de dominação colonial, estende a atuação do moderno capitalismo às mais distantes regiões do planeta.

A

CERTO. Exatamente. Segundo Lenin, o imperialismo foi a fase superior do capitalismo. A expansão imperialista foi justificada, à época, com o direcionamento do excedente de capital às colônias e a apropriação dos recursos naturais estratégicos das colônias.

202
Q

As transformações verificadas no sistema produtivo capitalista, a partir de meados do século XIX, tiveram na substituição do ferro e do carvão pelo aço e pela eletricidade o ponto de partida para a configuração da moderna industrialização.

A

CERTO. Exatamente. Uma das grandes transformações introduzidas pela Segunda Revolução Industrial foi a mudança dos insumos de energia (carvão mineral pela eletricidade e petróleo) e da siderurgia (o aço possibilitou inúmeras atividades econômicas e o dinamismo na construção civil).

203
Q

As últimas décadas do século XIX assistiram à disseminação da crença burguesa em um progresso ilimitado, do qual as exposições universais — tal como a citada no texto — eram símbolos poderosos.

A

CERTO. Isso mesmo. As exposições universais eram símbolo da celebração da ciência e do progresso tecnológico da época. Nesse período, as sociedades ocidentais estavam em êxtase pelo constante progresso nas ciências e na produção capitalista.

204
Q

A inexistência de crises mais pronunciadas no sistema capitalista, ao longo da segunda metade do século XIX, reforçava o ponto de vista de governos e de grandes empresários no tocante à perenidade do desenvolvimento material que estava em marcha.

A

ERRADO. Existiu, sim, uma grande crise econômica na segunda metade do século XIX, entre 1873 e 1896. Sobre a Longa Depressão de 1873, segundo Eric Hobsbawm, em A Era dos Impérios, “sua peculiaridade mais digna de nota foi sua universalidade; afetando tanto nações que se envolveram em guerras como as que mantiveram a paz; as que têm outra moeda instável…; as que vivem num sistema de livre comércio de matérias primas e aquelas onde há restrições comerciais, maiores ou menores”.

205
Q

Assinada pelo Papa Leão XIII em 1891, a encíclica Rerum Novarum, primeira grande manifestação oficial da Igreja Católica para a elaboração de uma doutrina social-cristã, ao mesmo tempo em que atacava firmemente os excessos da exploração capitalista, expressava sutil apoio às teses socialistas.

A

ERRADO. A encíclica Rerum Novarum não apoiavam as teses socialistas. Da mesma forma, a encíclica propõe um discurso moderado, ao pedir que os empregadores tratem os assalariados com mais dignidade. No entanto, o documento não deixou de ser revolucionário para a época, pois a defesa da justiça social por parte da Igreja Católica era algo inédito.

206
Q

A moderna industrialização, a partir da Revolução Industrial inglesa, desvelou uma nova realidade histórica que o texto indica como visceralmente oposta ao que existia antes, tornando obsoletas as “ formas de vida e sociabilidade consolidadas durante milênios”. Essa diferença manifesta-se, por exemplo, de modo “ escancarado e estridente”, na mudança do locus tradicional da vida social — homens e mulheres fogem ou são expulsos do mundo agrário e rural para as cidades.

A

CERTO. É isso mesmo. O processo de urbanização é um dos mais importantes efeitos da Revolução Industrial, que promoveu grande atratividade para o êxodo de pessoas do campo para as cidades.

207
Q

Liberalismo e socialismo, “ as duas grandes utopias da modernidade”, como afirma o texto, encontraram seus limites à mesma época, ainda que por motivos e caminhos distintos. Com efeito, a crise social, política e econômica verificada nas décadas de 20 e 30 do século XX destruiu as bases do Estado liberal — substituído pelos modelos totalitários fascistas — e eliminou todo e qualquer apoio ideológico ao stalinismo soviético.

A

ERRADO. Não se pode dizer que a confluência de várias crises (social, política e econômica), nas décadas de 1920 e 1930, que, apesar de terem estimulado o rompimento com as bases do Estado liberal, tenha “eliminado todo e qualquer apoio ideológico ao stalinismo soviético”, pois a União Soviética, a partir de 1930 (quando passou ilesa em relação aos efeitos nefastos da crise de 1929), conseguiu expandir sua influência ideológica por todo o Leste europeu, por vários países da Ásia, Oriente Médio, África e América Latina.

208
Q

O anarquismo do século XIX, que se desenvolveu a partir do pensamento e da ação de figuras como Pierre-Joseph Proudhon e Mikhail Aleksandrovitch Bakunin, foi marcado pelo ideal de supressão do Estado, pela aceitação da violência como tática política e pela rejeição do antissemitismo.

A

ERRADO. No século XIX, o pensamento antissemita estava, sim, presente no pensamento de anarquistas como Proudhon e Bakunin. Durante algumas discussões com Karl Marx, Bakunin apresentou comentários antissemitas comuns entre os preconceitos europeus com relação aos judeus, tratando-os como uma nação sem território.

209
Q

Diferentemente do liberalismo, que forma uma tradição política centrada no individualismo, o socialismo abrange um conjunto de teorias políticas, filosofias sociais, práticas e formas de engajamento estruturadas em torno de princípios coletivistas que priorizam a solidariedade e a distribuição equitativa da riqueza.

A

CERTO. Realmente. O item aponta diferenças principiológicas entre a corrente liberalista e a socialista. A primeira, individualista; a segunda, coletivista.

210
Q

O socialismo no século XIX fundou-se não apenas nas formulações teóricas dos intelectuais que o idealizaram, como Charles Fourrier, Louis Blanc e Karl Marx, mas também na prática de movimentos como o socialismo cristão, o sindicalismo e o cooperativismo.

A

CERTO. No século XIX, o socialismo científico e o real já dividiam o mesmo espaço, apesar de sua expressão real ainda estar marcada pela pequena escala. Somente no século XX o socialismo real experimentou a tomada de um governo com a Revolução Russa.

211
Q

Como intelectual engajado e agitador político, Karl Marx procurou cultivar laços com diferentes grupos socialistas da Europa, ainda que, paralelamente, tenha, com frequência, sublinhado o caráter “científico” da sua versão da teoria socialista e criticado o “socialismo utópico” de alguns dos seus contemporâneos.

A

CERTO. Karl Marx era crítico ferrenho do Socialismo Utópico, pois este não discutia a igualdade social como finalidade teórica, além de não considerar as raízes do capitalismo em seus estudos.

212
Q

O emprego e uso da noção e conceito de mercado, essencial ao capitalismo industrial, foi herdado do mercantilismo. A partir da necessidade de expansão e garantia de mercados, houve a formação de Estados territoriais e de impérios coloniais: o Imperialismo resultou da Revolução Industrial.

A

CERTO. O capitalismo industrial desenvolveu-se a partir do capitalismo comercial. Logo, não é incorreto afirmar que a noção e conceito de mercado tenha derivado do mercantilismo.

213
Q

Ao mesmo tempo em que serviu como fator de aproximação entre países distintos, a Revolução Industrial ampliou as desigualdades econômicas, sociais e políticas.

A

CERTO.

214
Q

Os cercamentos ingleses aconteceram com o objetivo de incentivar o excesso de mão de obra necessária às fábricas na Inglaterra. Esse processo foi pacífico e contou com o apoio dos pequenos e médios produtores, pois estes adotaram a lógica comercial vigente e se integraram à cadeia de consumo.

A

ERRADO. A primeira parte do item está correta, mas os cercamentos não foram um processo pacífico.

215
Q

Sob o influxo da mudança cultural provocada pelo então incipiente capitalismo, o uso econômico do tempo e o processo de internalização da disciplina passaram a fazer parte da retórica moral de escolas e congregações religiosas na Inglaterra.

A

CERTO. Junto às mudanças na produção e no comércio, as mudanças culturais acompanharam de modo a complementar e moldar as sociedades à necessidade do processo de consolidação capitalista.

216
Q

Em países mais industrializados, como a Inglaterra, as condições dos trabalhadores das fábricas eram muito precárias, com jornadas exaustivas de trabalho, o que resultou no surgimento dos primeiros movimentos trabalhistas — trade unions —, que, entre suas principais reivindicações, almejavam maior participação política por meio do sufrágio universal.

A

CERTO. As trade unions foram uma forma de organização dos trabalhadores na Grã-Bretanha do século XVIII e XIX onde a rápida expansão da sociedade industrial estava atraindo para as grandes cidades mulheres, crianças, trabalhadores rurais e imigrantes como força de trabalho para as grandes indústrias. Aos poucos, após constantes repressões às tentativas de reivindicações individuais e de pequenos grupos à melhorias de salários, condições salubres, direito à voto, dentre outras, os trabalhadores começaram a se agrupar visando a criação de uma força trabalhadora para estas reivindicações. Estas organizações foram as antecessoras dos sindicatos.

Vale ressaltar que a reivindicação pelo sufrágio universal permeou diversos movimentos da época, dentre os quais o Cartismo, que chegou a redigir uma “Carta do Povo”, enviada ao Parlamento visando uma série de reformas.

217
Q

Na Europa, o movimento trabalhista desse período, em sentido único, envolveu trabalhadores fabris, industriais e assalariados, deixando de fora artesãos e demais trabalhadores de ofícios manuais tradicionais.

A

ERRADO. Os artesãos e demais trabalhadores manuais se revoltavam contra as fábricas por conta da competição vista, muitas vezes, como desleal. Assim, juntavam-se a movimentos como o ludismo, conhecido pela prática da quebra das máquinas, para manifestarem-se contra o sistema nascente da Revolução Industrial. Os movimentos trabalhistas mais conhecidos são o ludismo e o Cartismo.

218
Q

Pelo Tratado de Madri, de 1750, a Espanha aceitou a posse portuguesa do Mato Grosso, da Amazônia e da margem oriental do rio da Prata.

A

Errado. Pelo Tratado de Madri, conforme Synésio Sampaio, em As fronteiras do Brasil, “Portugal e Espanha acordaram a troca da Colônia do Sacramento pelos Sete Povos das Missões – aldeamentos fundados por jesuítas espanhóis no atual Rio Grande do Sul. Isso quer dizer que a Espanha recuperou os territórios da margem oriental do rio da Prata (Sacramento)”.

219
Q

Com o Tratado de Badajoz, de 1801, a posse da região dos Sete Povos, no oeste gaúcho, passou à Espanha, mas o território foi retomado pelos portugueses em 1816.

A

Errado. Ainda de acordo com Synésio Sampaio, “A guerra de 1801 entre Portugal e Espanha provocou ocupações territoriais em Portugal (Olivença) e, na América. Aqui, tropas gaúchas conquistaram, para sempre, a região dos Sete Povos. O tratado de paz desse mesmo ano – Tratado de Badajoz – não previu a devolução dos territórios ocupados. Na prática, e para o Brasil também na teoria, estava anulado Santo Ildefonso”.

220
Q

A linha divisória entre Portugal e Espanha estabelecida pelo Tratado de Tordesilhas não abrangia o Pacífico, mas apenas o Atlântico.

A

Certo. Baseada nas páginas páginas 71-72 da obra “Navegantes, bandeirantes, diplomatas”, do embaixador Synesio Sampaio Goes Filho, “A verdade é que o tratado [de Tordesilhas] foi concebido exclusivamente para o Atlântico, o ‘mar oceano’, como então se chamava, pois o Pacífico não existia para os europeus daquela época. Só anos depois de sua assinatura, com o estabelecimento dos portugueses e espanhóis no Oriente, é que o antimeridiano de Tordesilhas passou a ser considerado também o divisor das terras nas ‘Índias’, região que, durante o século XVI, tem muito mais importância para Portugal do que o Brasil. Em 1529, pela chamada Escritura de Saragoça, estabeleceu-se que Carlos V cedia a D. João III, por 350 mil ducados, os direitos que pretendia ter sobre as Molucas e se estabelecia que a linha divisória entre as duas nações coloniais seria o antimeridiano que passava a 17º a oriente das referidas ilhas.”

221
Q

O enfrentamento militar com os espanhóis no Brasil meridional culminou com a ocupação parcial do Rio Grande de São Pedro, pela Espanha, por mais de uma década.

A

Certo. A ocupação a que se refere o item ocorreu na região de Desterro e em parte do Rio Grande de São Pedro. Por estar em vantagem militar no Sul do Brasil, os espanhóis conseguiram articular um tratado favorável às suas demandas. No Tratado de Santo Ildefonso, de 1777, Portugal cede à Espanha a Colônia de Sacramento em troca das terras invadidas.

222
Q

As tensões entre castelhanos e portugueses, no Novo Mundo, tiveram início com a decisão, tomada por Portugal, de ocupar vastas extensões de terra na bacia amazônica, já nas primeiras décadas do século XVI, e atingiram dimensão ainda mais violenta na vigência da União Ibérica (1580-1640).

A

Errado. Não houve tensão a partir da expansão do território da colônia portuguesa para além de Tordesilhas. Além disso, não foi uma política deliberada da Coroa de Portugal, mas uma expansão natural, que respondeu a ameaças externas (França, por exemplo) e à busca de metais preciosos e necessidade de mão de obra escrava. Finalmente, outro erro importante é o fato de que não ter ocorrido tensões territoriais durante a vigência da União Ibérica.

223
Q

Ponto principal entre as diversas áreas de colonização portuguesa no extremo sul do Novo Mundo, a Colônia de Sacramento foi fundada para servir como base do comércio lusitano na região, e a necessidade de neutralizar a crescente importância econômica dessa colônia levou os espanhóis a fundarem Buenos Aires na outra margem do rio da Prata.

A

Errado. Há uma inversão cronológica e conceitual no item. Buenos Aires foi fundada em 1536, e sua prosperidade, especialmente comercial, é que chamou a atenção da Coroa portuguesa para o estuário do Prata. Em decorrência da expansão econômica da cidade portenha, em 1680, é fundada a Nova Colônia do Santíssimo Sacramento, na margem oposta do rio.

224
Q

A decisão castelhana de invadir a Colônia de Sacramento, motivada por interesses específicos da elite de Buenos Aires, foi tomada quando o estado de hostilidade entre Castela e Portugal, presente em grande parte da segunda metade do século XVIII, sinalizava evidente distensão.

A

Errado. A origem das ocupações da Colônia de Sacramento não se deveu apenas por interesses específicos da elite de Buenos Aires, mas aos grandes interesses estratégicos da Espanha em manter a hegemonia regional na bacia do Prata. Além disso, o momento entre Castela e Portugal (segunda metade do século XVIII) era de tensão, não de distensão.

225
Q

No período entre a assinatura dos tratados de Madri (1750) e de Santo Ildefonso (1777), as duas metrópoles ibéricas foram levadas ao confronto bélico na fronteira meridional do Brasil, cujo resultado beneficiou Portugal, que anexou à sua colônia territórios que, pelo disposto no Tratado de Tordesilhas, pertenciam à Espanha.

A

Certo. Os momentos de conflito (1762 e 1776) marcaram vitórias militares espanholas, mas confirmaram territórios que Portugal não deveria ter direito, conforme Tordesilhas. Segundo Synesio Sampaio Goes Filho, em Navegantes, Bandeirantes, Diplomatas, “Santo Ildefonso confirmava a inclusão no território nacional de praticamente toda a área dos famosos dois terços do Brasil extra-Tordesilhas” (regiões Norte e Centro-Oeste).

226
Q

À medida que se expandia, a agroindústria açucareira forçava a ultrapassagem dos limites de Tordesilhas, ampliando o domínio territorial português em direção aos sertões ocidentais da Colônia.

A

Errado. A cultura da cana de açúcar concentrou-se, em todo o período colonial, na região litorânea. A ampliação do território ocorreu a partir da expansão da atividade pecuária, que adentrou no interior do Brasil seguindo o fluxo dos grandes rios, como o São Francisco.

227
Q

Eventuais atritos entre colonos espanhóis e portugueses foram irrelevantes para o processo de negociação de tratados de limites entre os Estados ibéricos. A rigor, esses acordos, assinados entre os séculos XVII e XVIII, respondiam prioritariamente a interesses estratégicos e a injunções da política europeia.

A

Errado. Os confrontos entre os colonos portugueses e espanhóis foram importantes para as negociações dos tratados de limites entre as metrópoles, especialmente na bacia do Rio da Prata (disputa pela Colônia de Sacramento e por Sete Povos das Missões).

228
Q

O ciclo dos currais e do gado, iniciado no sul do país, correspondeu a um dos capítulos mais importantes da ocupação territorial do Brasil no período colonial.

A

Errado. O ciclo dos currais e do gado tem início no Nordeste, não no Sul do país. No entanto, teve, sim, importante papel na ocupação territorial do Brasil.

229
Q

Em geral, os tratados de limites do século XIX buscavam atender também ao objetivo de aumento da navegação e do comércio com os vizinhos.

A

Certo. Isso mesmo. Um dos principais objetivos da diplomacia nacional, nos tratados de limites firmados no século XIX, era manter a livre navegação dos rios, pois era um meio fundamental de integrar o território nacional. Os tratados de limites como O Uruguai, o Peru, a Venezuela e a Bolívia objetivavam atender a garantia da navegação brasileira no continente, da mesma maneira que ampliar as relações comerciais com os países vizinhos.

230
Q

Os conflitos ocorridos na Europa no início do século XVIII, marcadamente a Guerra de Sucessão Espanhola, impulsionaram as discussões diplomáticas entre os reinos ibéricos acerca dos limites de seus domínios na América. Nesse contexto, destacou-se a ação de Alexandre de Gusmão como proponente da cedência da Colônia de Sacramento por Portugal, definida no Tratado de Madri.

A

Certo. O problema de Sacramento já vinha sendo observado por Gusmão quando este era assessor de D. Luís Miguel da Câmara, representante de Portugal em Paris no contexto da Guerra de Sucessão espanhola.

231
Q

A disputa entre Portugal e França pelo Cabo Norte, atual Amapá, foi resolvida com a assinatura do Tratado de Utrecht, em 1713.

A

Errado. A disputa não se resolve com a assinatura do Tratado de Utrecht, pois não se definiu qual seria o rio Japoc. A disputa se mantém até a resolução definitiva, na República.

232
Q

Ao promoverem a industrialização de Portugal, as reformas pombalinas atingiram os interesses da elite mercantil brasileira, cujos ganhos estavam relacionados à importação de manufaturados da Inglaterra.

A

Errado. A administração de Pombal representou um grande esforço no sentido de tornar mais eficaz a administração portuguesa e introduzir modificações no relacionamento Metrópole-Colônia. A reforma misturou características do velho e do novo, combinando o absolutismo ilustrado com a tentativa de uma aplicação consequente das doutrinas mercantilistas. A política pombalina prejudicou setores comerciais do Brasil marginalizados pelas companhias privilegiadas (criou a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba), mas não teve por objetivo perseguir a elite colonial. Pelo contrário, colocou membros dessa elite nos órgãos administrativos e fiscais do governo, na magistratura e nas instituições militares.

233
Q

Movimentos de revolta restritos ao ambiente regional, a Inconfidência Mineira, a Conjuração dos Alfaiates, na Bahia, e a Revolução Pernambucana de 1817 não visavam à emancipação de todo o território brasileiro.

A

Certo. Exatamente, eram revoluções regionais que, se pensavam em emancipação, estavam circunscritas ao contexto local.

234
Q

Anulando o Tratado dei Pardo de 1761, o Tratado de San Ildefonso de 1777 retomava o princípio do uti possidetis consagrado no Tratado de Madri de 1750 e confirmava, para a Coroa portuguesa, os territórios ocupados no centro-oeste e na Amazônia por meio de bandeiras, entradas e monções.

A

Certo. No Tratado de San Ildefonso de 1777, a Espanha devolve a ilha de Santa Catarina para Portugal, enquanto Portugal cedia a Colônia do Santíssimo Sacramento para a Espanha. Contudo, Portugal também conservava, na América Portuguesa, as fronteiras Oeste e Norte, negociadas pelo Tratado de Madri. Apesar de não estar explicitamente mencionado em San Ildefonso, retoma-se o princípio do uti possidetis, no qual seria dono quem efetivamente ocupasse as terras. No caso das terras do Norte e Centro-Oeste, eram os portugueses os ocupantes.

235
Q

Após a abdicação de D. Pedro I, liberais radicais se insurgiram em vários pontos do país contra os grupos no poder: ressentindo-se da extrema centralização política, alguns defendiam o modelo federativo, outros propunham a abolição gradual da escravidão e, ainda, havia os que pleiteavam a nacionalização do comércio.

A

Certo. Durante o Primeiro Reinado havia a crítica de que D. Pedro I centralizava demais o poder nas suas mãos. No entendimento de José Murilo de Carvalho, as revoluções de Tropa e Povo representaram demandas distintas que acabaram por pressionar os regentes a promoverem reformas e leis como a Lei Feijó, de 1831, que proibia o tráfico atlântico de escravos, a elaboração do Código de Processo Criminal de 1832, que tinha inspiração claramente democrática e federalista, e o Ato Adicional de 1834.

236
Q

O regresso conservador alterou a política externa, ao priorizar a contenção de Rosas, líder da Confederação Argentina.

A

Durante todo o período regencial, há uma precaução da elite brasileira em relação a Rosas. É um momento em que a política externa nacional é reflexo do período de fragilidade do Estado brasileiro, que impediu que se tivesse uma política externa ativa; além disso, os tratados assinados na década de 1820 constituíam restrição adicional a iniciativas nessa área. Diante disso, restou aos regentes assumirem uma posição defensiva e reativa relativamente aos maiores desafios externos da época.