Questões HM Flashcards
A Revolução Gloriosa marcou o início de uma nova etapa da relação entre os monarcas ingleses e o Parlamento, cimentada pelo Bill of Rights (Declaração de Direitos), em 1689, na qual se estabeleceu que os reis, a partir daquele momento, necessitariam do aval dos representantes políticos para implementar medidas que afetassem áreas importantes da vida no reino.
CERTO. Exatamente. A partir desse momento, a Inglaterra passa a ter um rei com poder limitado pelo Parlamento.
Originária da Escócia, a dinastia dos Stuart reinava na Inglaterra desde a morte de Elizabete I, em 1603, apesar das constantes pressões políticas da oposição anglicana, que não se conformava com a entronização de uma linhagem católica.
ERRADO.
Em 1688, com a deposição de Jaime II, o parlamento inglês dividiu-se em dois grupos, tories e wighs, cujas características políticas correspondiam ao credo religioso professado: os tories, conservadores, eram católicos; os wighs, liberais, eram anglicanos.
ERRADO. O erro desse item está no fato de que essa divisão política acontece no contexto da posse de Jaime II, e não com a deposição de Jaime II. No contexto da posse, há uma divisão entre os que eram favoráveis a sua posse (Tories - que não eram católicos) e os que eram contra (Whigs); a oposição dos Whigs dava-se pelo fato de Jaime II ser católico.
Para contornar os problemas políticos criados pelo reinado de Jaime II, a solução sucessória, encontrada na Holanda, foi o genro do monarca inglês, Guilherme de Orange, que invadiu a Inglaterra a pedido da oposição e subiu ao trono como Guilherme III, envolvendo os ingleses em seus projetos de vencer militarmente a França de Luís XIV.
CERTO. Exatamente. Guilherme de Orange, casado com a filha de Jaime II, foi a solução para a crise política na Inglaterra. A partir desse momento, o trono passou a ser subordinado aos governos do parlamento.
A Revolução Puritana de 1640 e a Revolução Gloriosa de 1688, ainda que integrantes de um mesmo contexto, são distintas nos propósitos e nos meios utilizados, visto que a segunda se insurgiu contra o Parlamento, mas procurou manter incólume o poder monárquico.
ERRADO. As duas revoluções não foram distintas nos propósitos. Ambas as revoluções buscavam limitar os poderes reais. O final do item está categoricamente errado, pois era o Parlamento que buscava limitar o poder monárquico, submetendo-o a uma constituição que o alijava das decisões políticas.
Dois motivos excluem a Revolução Industrial do conjunto de revoluções burguesas que sepultaram o Antigo Regime: ter mantido em aberto o processo de transição do feudalismo ao capitalismo e ter exercido diminuta influência na transformação política dos países que se industrializavam.
ERRADO. Dizer que a Revolução Industrial exerceu diminuta influência na transformação política dos países que se industrializavam é muito errado. O que dizer das revoluções de 1848, que já continham fortes elementos sociais. O que dizer dos Estados atuando para proteger os interesses da burguesia industrial?
Chamados iluministas, pensadores europeus do século XVIII — especialmente franceses — revolucionaram intelectualmente o mundo moderno ao atacarem com vigor a injustiça, a intolerância religiosa e os privilégios, preparando o terreno para as revoluções que destruiriam o Antigo Regime.
CERTO. Exatamente. O ideário iluminista serviu de subsídio para as revoluções burguesas, tanto na Europa quanto nas Américas.
O pensamento iluminista, mesmo restrito a alguns países da Europa ocidental no transcurso do século XVIII, foi decisivo para a eclosão da Era Revolucionária. Entre seus principais expoentes, Voltaire se destaca, por ter formulado a teoria da separação dos poderes, fundamental para a contestação ao Estado absolutista.
ERRADO. A teoria da separação dos poderes é de Montesquieu, não de Voltaire.
A Revolução Francesa de 1789 marcou o perfil ideológico das revoluções burguesas, dado seu caráter liberal e pioneiramente democrático, que acompanhou todo o processo revolucionário, da queda da Bastilha à ascensão de Napoleão Bonaparte ao poder.
ERRADO. Não houve caráter liberal e democrático durante todo o processo revolucionário. As revoluções liberais não tem grande componente igualitário; apenas durante a Era do Terror de Robespierre há maior preocupação com questões democráticas.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A concessão de voto universal, independentemente de renda.
ERRADO. O voto universal MASCULINO foi estabelecido na Constituição do Ano I, de 1793. No entanto, com o retorno dos girondinos, em 1795, o voto volta a ser censitário, conforme a Constituição do Ano III. O sufrágio universal masculino somente será garantido na III República, em 1871; enquanto que o sufrágio verdadeiramente universal, que inclui as mulheres, será institucionalizado em 1944.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A tentativa bem-sucedida de aprovação de um código civil, já em 1789.
ERRADO. Somente em 1804, já sob a liderança de Napoleão Bonaparte, o Código Civil francês foi adotado.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A separação entre Igreja e Estado, uma das principais reformas da Assembleia Nacional no ano de 1789.
ERRADO. A separação entre a Igreja e o Estado, na França, só acontece no século XX, em 1905. O que ocorreu durante a Assembleia Nacional foi a proposição da Constituição Civil do Clero, que passou a considerar membros do funcionalismo público os integrantes do alto clero.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A instituição de um sistema de compra de cargos públicos, em substituição ao sistema hereditário existente no Antigo Regime.
ERRADO. Não houve mudanças na forma de nomeações de cargos públicos. O sistema de meritocracia somente foi implantado na Era Napoleônica.
Julgue (C ou E) os itens abaixo com relação às transformações institucionais introduzidas pela Revolução Francesa.
A conscrição maciça de homens solteiros entre 18 e 25 anos, medida precursora do recrutamento militar obrigatório.
CERTO. Esse foi o recurso utilizado pela Convenção da Revolução, em 1793, para enfrentar as alianças que foram formadas para derrotar a Revolução.
Por simbolizar a luta contra o despotismo, a Revolução Francesa foi alvo da reação conjunta dos defensores do Antigo Regime, na qual se sobressaiu a Inglaterra, a quem convinha a manutenção da estrutura de poder absolutista para a expansão de negócios financeiros e para a abertura de mercados para seus produtos industrializados.
ERRADO. Primeiro erro: não houve despotismo na França antes da Revolução Francesa, mas um absolutismo típico do Antigo Regime. A Revolução, que pôs fim ao absolutismo francês, sofreu resistência das alianças entre as potências estabelecidas na Europa, mas não da Inglaterra, que permaneceu favorável ao liberalismo político. Para os ingleses, a propagação do liberalismo era favorável à difusão do capitalismo, enquanto os regimes absolutistas aplicavam o intervencionismo e o protecionismo como práticas econômicas.
Graças a Napoleão Bonaparte, liderança que emergiu na última fase da Revolução Francesa, o processo revolucionário iniciado em 1789 adquiriu feições de movimento essencialmente popular, como demonstra o isolamento político da classe burguesa.
ERRADO. O período essencialmente popular da Revolução Francesa não foi o último, mas o terceiro, durante a Convenção Nacional, entre 1792 e 1795. Nesse momento, foram aprovados o sufrágio universal masculino e a declaração da Primeira República Francesa.
O que aconteceu na França a partir de 1789 foi a explosão do sentimento generalizado de repulsa a um absolutismo crescentemente anacrônico, ainda que amenizado pelo reformismo assumido pela dinastia Bourbon, a qual empreendera estratégia de conferir ao regime ares de pretensa modernidade — o despotismo esclarecido.
ERRADO. Não houve reformismo por parte da dinastia Bourbon. O despotismo esclarecido não chegou à França antes da Revolução Francesa. De acordo com Eric Hobsbawm, em A Era das Revoluções: “Mas na maioria dos países de despotismo esclarecido essas reformas ou eram inaplicáveis, e portanto meros floreios teóricos, ou então improváveis de mudar o caráter geral de suas estruturas político-sociais; ou ainda fracassaram em face da resistência das aristocracias locais e de outros interesses estabelecidos, deixando o país recair em uma versão um pouco mais limpa do seu antigo Estado. Na França elas fracassaram mais rapidamente do que em outras partes, pois a resistência dos interesses estabelecidos era mais efetiva”.
Entende-se a Revolução Francesa como um processo que não se esgota rapidamente, com períodos de maior ou menor intensidade do fervor revolucionário. De todas as fases desse processo, a Convenção Nacional, dominada pelos jacobinos, foi a que conferiu caráter mais radical à Revolução, de que são exemplos o fim da monarquia, a adoção do sufrágio universal e o grande número de execuções de adversários.
CERTO. Exatamente. O item faz uma descrição generalizada de como foi o processo revolucionário na França. A Revolução Francesa pode ser dividida nas seguintes fases: Assembleia Constituinte (1789-1791); Monarquia Constitucional (1791-1792); Convenção Nacional (1792-1795); Diretório (1795-1799).
A Revolução Francesa, iniciada em 1789, conheceu longa e complexa travessia em suas etapas. Ao ser concluída, com a era napoleônica, estavam parcial ou totalmente destruídas muitas das bases sobre as quais se assentava o Antigo Regime.
CERTO. Exatamente. Perceba que o item faz concessões ao longo das afirmativas, o que é um indício de que o item esteja correto. Apesar da tentativa de conter as transformações sociais e políticas introduzidas durante a Revolução Francesa, o Congresso de Viena não foi exitoso em restaurar todas as bases sobre as quais se assentava o Antigo Regime.
Iniciada em 1789, a Revolução Francesa rompeu com o despotismo e pôs fim ao Antigo Regime, mas não instaurou uma sociedade democrática e igualitária.
CERTO. Sabe-se que a Revolução Francesa rompeu com o sistema absolutista, mas ficou longe de implementar o que se pretendia em sua fase radical (2a fase).
Devido ao aprendizado de seus métodos por revolucionários que a sucederam, a Revolução Francesa é considerada a mãe das revoluções políticas ocorridas depois dela.
CERTO
O típico burguês do século XVIII se identificava com a lógica do trabalhador produtivo: mantinha, como categoria social (médicos, professores, altos funcionários régios, comerciantes), proximidades com os pobres que exerciam ofícios mecânicos (artesãos, lavradores etc.), promovendo uma lenta integração da plebe contra os costumes da aristocracia.
ERRADO. Não houve lenta integração da plebe contra os costumes da aristocracia. A luta conjunta entre a burguesia e a plebe contra os aristocratas, a partir da década de 1830, com a ascensão burguesa, logo foi desfeita. As revoluções de 1848 foram marcadas pelo conflito entre burguesia (já no poder) e as camadas mais baixas.
A reflexão filosófica e política da denominada República das Letras e o cosmopolitismo europeu a ela inerente, por si só, não foram os fatores que conduziram à ação revolucionária: esse papel coube à plebe que, de fato, pôs a teoria em prática.
CERTO. A reflexão filosófica e política desenvolvida por essa elite letrada, bem como pelo cosmopolitismo europeu a ela inerente só desenvolveram a Revolução com a divulgação das ideias iluministas e com a ação do povo, que foi imprescindível para realizar fatos históricos, como a tomada da Bastilha.
O levante liberal em Viena, em 1848, levou Metternich a comandar uma dura repressão militar na capital austríaca, que restaurou a ordem anterior.
ERRADO. A revolução no Império Austríaco foi favorecida pelo enfraquecimento da monarquia, pelo desenvolvimento de uma corrente liberal no seio da sociedade burguesa e aristocrática de Viena e pela reivindicação de um reconhecimento dos povos de idioma não germânico: poloneses, tchecos, romenos, croatas, italianos do norte e principalmente os húngaros, que dispunham de um governo semi-autônomo.
O movimento austríaco contra o regime absolutista de Fernando I e seu braço-direito, o príncipe Klemens Wenzel von Metternich, que governava havia trinta anos, eclodiu em Viena com manifestações de rua e barricadas. No dia 13 de março de 1848, tumultos na Áustria liderados pela burguesia insuflaram a assembleia da Baixa Áustria a marchar para o palácio de Hofburg, obrigando o chanceler Metternich a fugir para a liberal Inglaterra. Foi formado um governo liberal, e a assembleia constituinte reunida em julho votou a abolição dos direitos feudais, conforme já ocorrera na Alemanha. O imperador Fernando I foi obrigado a aceitar uma constituição, o parlamentarismo e a emancipação do campesinato. O parlamento passou a ser eleito pelo sufrágio masculino, várias instituições feudais foram abolidas, teve fim a censura à imprensa e formou-se uma guarda nacional para a defesa das reivindicações liberais. A burguesia austríaca, entretanto, não soube conservar sua revolução. A aristocracia retomou o poder, liderada pelo novo chanceler, o príncipe de Schwartzenberg. O exército e o chanceler Schwartzenberg retomaram Praga e Viena, e obrigaram Fernando I a abdicar em nome de seu sobrinho, Francisco José I, então com 18 anos. Dissolvido o parlamento, os liberais foram perseguidos, as reformas abolidas e o absolutismo restaurado.