História da Economia Brasileira Flashcards
Os efeitos da crise mundial de 1929 foram transmitidos à economia brasileira pelo comércio internacional. No que se refere aos primeiros anos da década de trinta, verifica-se que:
A demanda por café, principal produto da pauta de exportação, apresentava baixa elasticidade-preço e baixa elasticidade-renda.
Por isso a queda dos preços resultou em aumento proporcionalmente menor da quantidade exportada.
A desvalorização do mil-réis encareceu os produtos importados, funcionando como uma “proteção” à produção doméstica contra a concorrência das importações. Houve uma reorientação da demanda para a produção doméstica, impulsionando a industrialização.
A manutenção da renda e demanda interna, devido especialmente à política de defesa do café, combinada ao encarecimento dos produtos importados, resultado da depreciação dos mil-réis, estimulou a rápida recuperação industrial e elevado crescimento industrial no período 1933 a 1937.
Houve uma renegociação da dívida externa (o III funding loan) e a política de defesa do café baseou-se na compra da produção financiada por emissão monetária e um imposto sobre a exportação do produto.
Como já havia grandes estoques de café e as super safras continuaram até 1933, para evitar novas quedas de preço, o governo estabeleceu uma política
em que 30% da produção era exportada, 30% era estocada e 40% era queimada.
Segundo a interpretação de Celso Furtado a respeito da recuperação da economia brasileira depois da Grande Depressão, pode-se afirmar que:
A política de defesa do café constituiu uma política fiscal anticíclica de grande envergadura que sustentou a demanda estimulando a recuperação industrial. Deixar o café sem colheita agravaria desemprego, com efeito multiplicador negativo sobre a renda e a demanda.
Por outro lado, a destruição de excedentes contribuiu para sustentar os preços do café. O aumento dos estoques resultaria em mais queda de preços, com efeito negativo sobre as receitas de exportação.
No que se refere à economia brasileira durante a Segunda Guerra Mundial, pode-se afirmar que as condições criadas por este conflito:
A inflação aumentou muito durante a guerra. Dificuldade de importar e reequipar e ampliar a indústria, numa economia com elevado crescimento no período 1942-1945, para atender a demanda doméstica e exportações crescente resultou em aceleração da inflação.
Em 1940, os EUA, temendo a desestabilização política em vários países latino-americanos devido à queda dos preços de café decorrente da perda de mercados, estabeleceu o Acordo Inter-Americano do Café com o objetivo de sustentar preços.
Durante a segunda guerra, as importações ficaram
estagnadas e as exportações aumentaram, resultando em elevados superávits comerciais.
A queda drástica do preço do café à época da Grande Depressão levou o governo brasileiro a implementar uma política de defesa do setor cafeeiro. Segundo Celso Furtado:
A política de compra de café com a queima de parte da produção constitui-se numa política fiscal anticíclica, uma política keynesiana avant la lettre (executada antes da publicação da Teoria Geral de John Maynard Keynes).
Ao sustentar a renda da cafeicultura, reduziu-se o efeito negativo do multiplicador dos gastos sobre a renda e o emprego.
A ocorrência de duas supersafras quase seguidas
(27/28 e 29/30), quando já havia uma safra inteira estocada foi o fator preponderante para a queda de preços.
Como a demanda de café é inelástica (baixa elasticidade renda e preço), a demanda caiu pouco durante a grande depressão, recuperando-se relativamente com a queda de preço.
Segundo as interpretações Cepalinas clássicas (C.Furtado; M. da C. Tavares), a fase inicial da industrialização por substituição de importações no Brasil foi impulsionada:
A teoria da CEPAL considera a industrialização antes dos anos 30 com uma base importante para o Processo de Substituição de Importações que se estabelece a partir da crise da economia primário exportadora nos anos 30.
Mas se já havia indústria (e substituição de importações) antes dos anos 30, por que os autores da CEPAL consideram os anos 30 como o início do Processo de Substituição e Importações? Qual a diferença entre a industrialização que ocorria desde a segunda metade do século XIX e o Processo de Substituição de Importações?
O Processo de Substituição de Importações, para Celso Furtado e os autores da CEPAL, não é apenas produzir domesticamente o que antes era importado (a substituição de importações que já ocorria como subproduto da economia agroexportadora), mas um processo em que a indústria torna-se o motor dinâmico da economia.
Ocorre um deslocamento do centro dinâmico da economia das atividades exportadoras para as atividades voltadas para o mercado interno.
No que se refere ao desempenho da economia brasileira e às políticas implementadas nos anos trinta:
O governo de estabeleceu controle de câmbio e importações.
Estabeleceu o monopólio cambial do Banco do Brasil.
Em 1931, o serviço da dívida externa federal foi objeto de um funding loan a vigorar no período 1931-1934, com diversas características similares às de seus predecessores de 1898 e 1914.
Em um primeiro momento não foi necessário importar máquinas e equipamentos, pois era possível usar a capacidade ociosa preexistente, como exemplifica o caso da indústria têxtil, um dos setores que lideram o crescimento.
Não houve forte elevação da inflação porque o crescimento da produção doméstica baseou-se em grande parte na utilização da capacide de ociosa existente.
A respeito das políticas cambial e de comércio exterior do Sobre Governo Dutra nos anos que se seguiram à Segunda Guerra Mundial:
O Governo Dutra resolveu manter o câmbio fixo, com objetivo de combater a inflação, cumprir o Acordo de Bretton Woods e evitar a queda dos preços do café (havia uma aceitação da ideia de que desvalorizações cambiais resultavam em queda dos preços do café, porque estimulavam oferta no médio prazo e no curto prazo estimulava os cafeicultores a aceitarem
reduções de preços).
A política de livre cambismo (eliminação de restrições de câmbio e importação) combinada com a demanda reprimida por importações e a sobrevalorização do cruzeiro (câmbio fixo no nível pré-Segunda Guerra mais inflação elevada) resultou em esgotamento das reservas em dólar.
A partir de julho de 1947 o governo estabeleceu controles de importações por meio de um sistema de licenças prévias distribuídas de acordo com o grau de essencialidade das importações.
A manutenção do câmbio nominal fixo e câmbio real sobrevalorizado reduziu a competitividade das exportações de manufaturados, cujo volume havia aumentado durante a 2ª. Guerra Mundial.
Um dos objetivos da manutenção do câmbio fixo pelo Governo Dutra era o combate à inflação.
O dólar barato continha a inflação ao impor concorrência com os importados à indústria doméstica e permitir as importações de máquinas e equipamentos para o reequipamento e modernização da indústria.
Entre 1947 e 1953 estabeleceu-se um sistema de licenciamento de importações. A respeito de tal sistema:
Nos anos e 1952 e 1953, o país enfrentou uma crise cambial, devido à ocorrência de déficits comerciais que teve como consequência o não pagamento de compromissos externos.
O controle seletivo de importações implementado a partir de julho de 1947 pelo Governo Dutra, priorizou a importação de máquinas, equipamentos e insumos industriais em detrimento das importações de bens de consumo, resultando num estímulo à industrialização
por substituição de importações, especialmente nos setor de bens de consumo duráveis menos complexos.
Os preços do café elevaram-se no pós-Guerra até 1954. Os preços elevados, resultado da redução da oferta nos anos 30, contribuíram com a manutenção do câmbio fixo até 1953.
No primeiro ano do segundo Governo Vargas (1951), houve uma flexibilização do sistema de licenças de importação, que aumentou muito as importações e contribuiu para a crise cambial em 1952.
Havia uma preocupação de que a Guerra da Coréia resultasse num conflito mundial e por isso aumentou a emissão de licenças de importação em 1951.
As políticas de comércio exterior e cambial do início do Governo Dutra tiveram os seguintes objetivos:
A liberdade cambial e a manutenção do câmbio fixo (com um dólar barato) tinham como um dos objetivos o reequipamento da indústria e atender a demanda reprimida de importações de insumos.
As políticas de câmbio fixo e livre cambismo tenham o objetivos de combater a inflação dos preços do bens industriais.
Acreditava-se que a eliminação de restrições no mercado de câmbio atrairia investimentos externos para o país.
A liberdade cambial e a manutenção do câmbio fixo (com um dólar barato) tinham como um dos objetivos o combate à inflação.
A respeito da Instrução 113 da Superintendência de Moeda e Crédito (SUMOC):
A Instrução 113 da SUMOC foi implementada por Eugênio Gudin, ministro da Fazenda no Governo Café Filho (e amplamente utilizada, posteriormente, no governo Juscelino Kubitschek).
Essa medida possibilitava a importação, por parte de empresas estrangeiras no País, de máquinas e equipamentos – classificados nas três primeiras categorias de essencialidade – sem cobertura cambial (sem necessidade de dólares).
A Instrução 70 da SUMOC, de 9 de outubro de 1953, introduziu importantes mudanças no sistema cambial brasileiro. Esta Instrução instituiu as seguintes medidas:
A Instrução 70 da SUMOC foi implementada em outubro de 1953 no governo Getúlio Vargas.
Essa medida: restabeleceu o monopólio cambial do Banco do Brasil; extinguiu o controle quantitativo de importações; instituiu um sistema de taxas múltiplas
de câmbio e leilão de divisas.
Na prática significou uma desvalorização da taxa de câmbio: a taxa de câmbio para as exportações recebia bonificações (taxa oficial + bonificação) e a taxa de câmbio para importações era a taxa oficial mais um ágio determinado em leilão de divisas.
O 2º Governo Vargas (1951-54) adotou uma série de medidas que acabaram favorecendo o avanço da industrialização na segunda metade dos anos 1950. Incluem-se entre essas:
A mudança no sistema cambial, com a instituição do regime de taxas múltiplas de câmbio e leilão de divisas; A criação do Grupo Misto CEPAL-BNDE, cujos estudos serviram de base para a elaboração do
Plano de Metas; A criação do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico (BNDE).
A criação da Petróleo Brasileiro S. A. (PETROBRÁS).
O BNDE foi criado em 1952.
Em 1953, foi constituído o Grupo Misto BNDE-Cepal que constituiu a base do Plano de Metas. A Petrobrás foi criada em 1953.
A Instrução 70 da SUMOC foi implementada em outubro de 1953 e instituiu um regime de taxas múltiplas de câmbio e leilão de divisas.
Sobre a economia no Governo Kubitschek, é correto afirmar que:
O Plano de Metas estimulou decisivamente o PSI, especialmente no setor de bens de consumo duráveis, e em importantes áreas do setor de bens de capital.
Em 1958, JK deu apoio político para que Lucas Lopes, ministro da Fazenda, patrocinasse a implementação do Programa de Estabilização Monetária 1958-1959, que tinha como objetivo a contenção da inflação.
O programa, que contou com o apoio do FMI, era baseado no controle de crédito e de gasto público.
Fracassou rapidamente, pois não contou com o apoio sustentado de JK e O Brasil deixou de cumprir o programa acordado com o FMI.
Os investimentos foram financiados também por recursos públicos, inclusive via emissão monetária e crédito dos bancos públicos.
A agricultura cresceu a taxas mais baixas do que a indústria, reduzindo a participação do setor agrícola no PIB.
Os investimentos realizados em rodovias superaram a meta prevista.
No caso das metas relativas ao carvão e ferrovias, o grau de realização foi baixo relativamente ao previsto.
Na segunda metade da década de 1950 ocorreram importantes transformações na estrutura produtiva do País. Os seguintes fatores contribuíram para as transformações no período em causa:
No Governo JK, muitas importações de bens de capital foram realizadas através da Instrução 113 da SUMOC que permitia às empresas estrangeiras instaladas no Brasil realizar importações diretas “sem cobertura” cambial.
O valor dos bens de capital era registrados como investimento direto.
Essa medida significava um subsídio ao capital estrangeiro para a realização de investimento direto.
Os preços do café caíram no período, resultando em queda das exportações totais em 15%.
Programa de Estabilização Monetária 1958-1959, que tinha como objetivo a contenção da inflação fracassou rapidamente, pois não contou com o apoio sustentado de JK e o Brasil deixou de cumprir o programa acordado com o FMI.
O Plano de Metas foi uma experiência bem sucedida de planejamento e política industrial.
Reunia 20 metas mais a construção de Brasília em cinco setores: energia, transporte, indústria de base, alimentação e educação.
Relativamente ao Plano de Metas, e à política econômica implementada no Governo Juscelino Kubitshek pode-se afirmar que:
As metas relativas à agricultura representavam apenas 3% dos investimento planejados e a inflação se acelerou. Também não havia prioridade para a reforma agrária.
Manteve-se a preferência cambial para a indústria por meio do sistema de taxas múltiplas de câmbio e leilão de divisas.
Promoveu em 1957 uma reforma tarifária que, finalmente, estabeleceu que a tarifa brasileira ad valorem e não mais específica e se utilizou com grande freqüência a lei do similar nacional com o objetivo de proteger a produção da indústria doméstica.
A expansão do crédito e o financiamento via emissão monetária dos déficits orçamentários contribuíram para acelerar a inflação.
Não houve unificação nem extinção do sistema de taxas múltiplas.
O regime cambial para importação foi simplificado, com a criação de uma categoria geral e outra especial, em substituição às cinco categorias da Instrução 70 e foram mantidos os leilões de divisas.
Um exame dos resultados alcançados pelo Plano de Metas permite as seguintes constatações:
Houve aumento da participação do estado na formação bruta de capital.
Houve significativos investimentos na produção de bens de capital, que foi um dos setores que lideraram o crescimento do período do Plano de Metas.
A meta para a construção de rodovias foi superada em 38%
O Plano de Metas implementado pelo Governo Kubitschek foi fundamental para o processo de desenvolvimento econômico brasileiro.
Na sua elaboração, utilizou-se o conceito de pontos de estrangulamento. Os setores que foram identificados como pontos de estrangulamento da economia brasileira são:
O Grupo Misto BNDE-CEPAL fez um levantamento exaustivo dos principais pontos de estrangulamento da economia brasileira, áreas de demanda insatisfeita em função das características desequilibradas do desenvolvimento econômico – sobretudo os setores de transporte, energia e alimentação.
O ambiente criado pela Segunda Guerra Mundial afetou profundamente a economia brasileira. A respeito das principais mudanças verificadas:
As relações de troca (ou termos de troca) melhoraram.
As importações ficaram estagnadas.
Aumentou a participação do imposto de renda e
impostos sobre o consumo.
A tarifa brasileira era baseada em valores específicos e num ambiente de inflação alta havia perdido significado como instrumento de proteção.
Houve aumento do produto industrial após 1942 e também das exportações e elevados superávits comerciais.
Durante a segunda guerra, a balança comercial apresentou elevados superávits, resultado do aumento das exportações com importações estagnadas.
Contribuíram para o aumento do valor exportado: a elevação de preços dos produtos exportados; as exportações de materiais estratégicos incluídos nos acordos de suprimento com os aliados; e a elevação das exportações de manufaturados.
A CSN foi criada em 1942 e teve apoio do governo americano por meio de financiamento do Eximbank.
Principais características da política de industrialização brasileira no Pós-Guerra:
O Governo fornecia crédito de longo prazo aos novos projetos de investimento, por meio dos bancos públicos, especialmente o BNDES.
Houve proteção à indústria doméstica por meio de tarifas (a partir de 1957, com a Lei de Tarifas do Governo JK) e barreiras não tarifárias.
O estado participou diretamente na produção de bens e serviços nos setores de infra-estrutura e bens
intermediários.
A execução do Plano de Metas do governo Juscelino Kubitschek caracterizou, economicamente, a segunda metade da década de 1950 no Brasil. Essa execução foi exitosa em inúmeros aspectos, tais como:
O Plano de Metas foi exitoso em promover a industrialização nos setores de infra-estrutura (energia e transporte), bens de consumo duráveis e fez grandes
avanços nos setores de bens de capital e bens intermediários.
Aumentou a participação do capital estrangeiro e do Estado nos investimentos.
Aumentou a proteção comercial e manteve a preferência cambial à indústria doméstica (nacional ou de capital estrangeiro).
Financiou investimentos estatais com emissão de moeda e investimentos privados com crédito subsidiado do Banco do Brasil e do BNDE (hoje BNDES).
Expansão do crédito a longo prazo disponibilizado via BNDE).
Mas, aumentou a inflação de 30% para cerca de 50%, devido às formas de financiamento inflacionário do Plano; aumentou o déficit público, financiando-o com emissão de moeda; e aumentou a divida externa, com queda nas exportações e déficit em conta corrente.
Entre 1956 e 1960 (correspondendo ao governo JK), houve, no Brasil:
Houve, no Brasil, uma aceleração da inflação.
A participação do setor agropecuário no PIB caiu (de 22% para 16%), enquanto a participação da indústria no PIB aumentou (de 16% para 24%).
As exportações caíram entre 1956 e 1960.
Houve aumento da taxa de crescimento do PIB.
Houve aumento do déficit público.
Em meados da década de 1960, foi implementado no Brasil o Plano de Ação Econômica do Governo (PAEG). O conjunto de medidas adotadas nesse Plano:
Dentre as reformas do PAEG está a criação das Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional (ORTN’s), títulos públicos com cláusula de indexação (correção monetária) que tinha o objetivo de permitir o financiamento não inflacionário do déficit público por meio de dívida pública.
Sem a correção monetária, não havia possibilidade financiar o déficit por meio de títulos públicos, na medida em que a inflação era elevada e a Lei da Usura estabelecia um limite para a taxa de juros muito inferior à inflação.
Estabeleceu a correção monetária.
Os salários eram reajustados abaixo da inflação, o que resultou na queda dos salários reais, especialmente do salário mínimo real, e numa piora da distribuição de renda.
A política salarial constituiu um dos pilares do combate à inflação do PAEG.
O PAEG estabeleceu uma política de reajuste de preços e tarifas de serviços públicos com o objetivo de reduzir o déficit das empresas estatais e, com isso, reduzir o déficit público, que era considerado como fonte de inflação.
Essa política é chamada de realismo tarifário e também de inflação corretiva.
É chamada de inflação corretiva porque tem o efeito de aumentar a inflação no curto prazo, mas, na medida em que reduz o déficit público, contribui com a queda da inflação no médio prazo.
O PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo) e as reformas implementadas em 1964 e nos anos imediatamente subsequentes, no Brasil:
Entre as medidas e reforma implementadas pelo PAEG está a criação do Banco Central e do Conselho Monetário Nacional.
Houve maior abertura ao capital estrangeiro de risco (investimentos diretos) e, principalmente, de
empréstimo (regulamentação da Lei 4.131 que permitia a captação direta de recursos externos por empresas privadas nacionais e Resolução 63 do Bacen, que
regulamentou a captação de empréstimos externos pelos bancos nacionais para repasse às empresas domésticas).
Além disso, modificou-se a legislação para permitir maior facilidade das remessas de lucros ao exterior.
Foi implementada um Reforma Tributária que resultou na elevação da carga tributária de 16% do PIB em 1963 para 21% em 1967.
Foi criada a correção monetária nesse período.
O Programa de Ação Econômica do Governo (Paeg), elaborado sob a coordenação de Roberto Campos, foi divulgado no final de 1964 e incluía como objetivos
principais “a retomada do crescimento econômico, a contenção progressiva da inflação, a redução dos desníveis setoriais e regionais de renda, a expansão da oferta de empregos e o equilíbrio do balanço de pagamentos”. Com relação ao Paeg:
O PAEG diagnosticou como causas da inflação: o déficit público, a expansão do crédito às empresas e os reajustes salariais em proporção superior ao
crescimento da produtividade. Por isso as principais medidas de combate à inflação do PAEG:
i. Redução do déficit público – novas formas de financiamento (reforma tributária, criação das ORTN’s) e aumento das tarifas públicas (inflação corretiva)
ii. Restrição do crédito e aperto monetário - aumento das taxas de juros, melhora dos mecanismos de controle.
iii. política salarial - levando ao arrocho salarial
O PAEG criou a correção monetária e incluiu a Reforma Tributário que teve como objetivo e resultado o aumento da carga tributária.
As tarifas públicas foram reajustadas (realismo tarifário e inflação corretiva).
O PAEG foi bem sucedido no combate a inflação, tendo em vista que a inflação caiu de cerca de 90% em 1964 para menos de 30% em 1967.
Entre 1968 e 1973, o PIB real apresentou extraordinário crescimento no Brasil. Relativamente a esse período, conhecido como o do “milagre brasileiro”, é correto
afirmar que:
As interpretações sobre os fatores determinantes (AS
CAUSAS) do “milagre” encontradas na literatura podem ser divididas em três grandes grupos, não necessariamente excludentes, e que enfatizam:
i. a política econômica do período 1968-1973, com destaque para as políticas monetária e creditícia expansionistas e os incentivos às exportações;
ii. o ambiente externo favorável, devido à grande expansão da economia internacional, à melhoria dos termos de troca e ao crédito externo farto e barato (liquidez internacional abundante); e
iii. as reformas institucionais do PAEG (1964-1966), em particular as fiscais/tributárias e financeira, que teriam criado as condições para a aceleração subsequente do crescimento.
A taxa média de crescimento anual durante o período do “Milagre” foi de 11%.
O ambiente externo era favorável, devido à grande expansão da economia internacional, à melhoria dos termos de troca e ao crédito externo farto e barato (liquidez internacional abundante); A produtividade total dos fatores (PTF) é a quantidade de produto que se obtêm com uma unidade ponderada de todos os fatores de produção.
O aumento da produtividade total dos fatores (PTF) ao longo do tempo é designado por progresso tecnológico. Durante o Milagre, houve aumento da produtividade total dos fatores.
Houve um maior grau de abertura ao exterior após as reforma do PAEG.
Entre 1967 e 1973, o Brasil obteve elevadas taxas de crescimento econômico, de modo que o período ficou conhecido, no país, como o “período do milagre
econômico”; sobre este período, podemos afirmar que:
A dívida externa aumentou durante o período do Milagre Econômico, passando de cerca de US$ 4 bilhões em 1968 para US$ 13 bilhões em 1973.
O endividamento externo foi impulsionado pelo endividamento do setor privado num ambiente de elevada liquidez internacional (no mercado de eurodólares) e maior abertura ao capital estrangeiro,
resultado das reformas do PAEG.
A taxa de crescimento anual do PIB durante o “Milagre” foi de 11%, enquanto a taxa de crescimento populacional era cerca de 2,5% nos anos 60.
As exportações cresceram a taxas elevadas no período (cerca de 25%), devido ao crescimento da economia mundial, à melhora nos termos de troca e às políticas de incentivos fiscais e creditícios às exportações, além da política de minidesvalorizações cambiais.
O período foi chamado de “milagre”, em razão de o alto crescimento ter sido acompanhado por queda da inflação e sensível melhora do BP, que registrou superávits crescentes no período.
A inflação diminuiu no período, passando de cerca de 30% em 1967 para 15% em 1973.
Para evitar aumento da inflação, instituíram-se controles de preços, por meio da CONEP (Comissão Nacional de Estabilização de Preços), depois CIP – Comissão Interministerial
de Preços.
Era feito tabelamento de preços referentes a tarifas públicas e insumos industriais.
A política monetária foi expansionista com aumento da oferta de moeda e do crédito e controle das taxas de juros.
O período conhecido no Brasil como “milagre econômico” (1968-73) foi caracterizado pela combinação de elevadas taxas de crescimento do PIB (média de 11% ao ano) com queda da inflação e melhora do saldo do balanço de pagamentos (BP). Sobre a performance da economia brasileira nesse período, é correto afirmar que:
De fato, o crescimento econômico no período “milagre” foi favorecido pela política monetária expansionista e pela abundante liquidez internacional.
A melhora das contas externas (entradas de investimentos diretos e empréstimos externos levando a superávit no balanço de pagamentos) permitiu maior controle sobre a taxa de cambio.
A inflação foi mantida numa trajetória de queda por meio do controle de preços e de salários.
A política monetária foi expansionista. A política fiscal continuou restritiva.
As exportações cresceram, mas a importações aumentaram a taxas mais elevadas, resultando numa balança comercial com próxima do equilíbrio, com pequenos déficits ou pequenos superávits no período.
O crescimento foi impulsionado pelos setores de bens de consumo duráveis e pela construção.
As exportações cresceram a taxas elevadas no período (cerca de 25%), devido ao crescimento da economia mundial, à melhora nos termos de troca e às políticas de incentivos fiscais e creditícios às exportações, além da política de minidesvalorizações cambiais.
A evolução da economia brasileira no período de 1968 a 1973 é chamada de “milagre econômico”. Essa evolução teve algumas características importantes, como:
O produto real da economia, medido pelo PIB, cresceu à taxa média anual de 11%, uma aceleração em relação ao crescimento médio histórico da economia brasileira.
Houve aumento da desigualdade de renda, maior concentração renda, no período do Milagre.
As importações cresceram fortemente no período do Milagre, puxadas pelo aumento das compras de petróleo e bens de capital.
Houve superávits no balanço de pagamentos, devido às entradas de capital (investimentos diretos e empréstimos externos), mas a conta corrente do balanço de pagamentos era deficitária.
As entradas de capital mais do que compensavam os déficits na conta corrente do BP, levando a superávits no BP e acumulação de reservas
Na evolução recente da economia brasileira destaca-se o período conhecido por “Milagre Econômico”, quando as taxas de crescimento do PIB superaram seus
parâmetros históricos de comportamento.
Os resultados econômicos obtidos nesse período têm como base reformas e políticas econômicas implementadas pelo Regime Militar instaurado em 1964. Inclui-se entre as reformas e políticas adotadas no
período:
A política salarial estabelecida no PAEG e que teve prosseguimento, com poucas modificações no período do “Milagre” teve como resultado a redução do salário real e foi uma das causas do aumento da desigualdade de renda nas décadas de 60 e 70.
Portanto não houve política de melhoria da distribuição de renda das classes menos favorecidas, objetivando ampliar o mercado de bens de consumo não duráveis.
Reformas ou políticas adotadas no período: reforma tributária que foi consolidada pela Constituição de 1967; reforma do sistema financeiro e monetário, incluindo a criação do Banco Central; política de incentivo às exportações; e criação de segmento específico para financiamento habitacional com vistas a aumentar a oferta de emprego na indústria de
construção civil.