PI Questões 2 Flashcards
Temendo a expansão da influência iraniana no Oriente Médio, Israel e Arábia Saudita finalmente estabeleceram relações diplomáticas, em setembro 2020, com a assinatura do histórico Acordo de Abraão.
Errado. O Acordo de Abraão consiste no Tratado de Paz, Relações Diplomáticas e Normalização Total entre os Emirados Árabes Unidos e o Estado de Israel. A Arábia Saudita mantém certo distanciamento oficial de Israel, apesar de haver interesse comum em relação à projeção de poder do Irã na região.
Os Emirados Árabes Unidos foram o terceiro país árabe a normalizar relações diplomáticas com Israel, seguindo o Egito, que reconheceu o Estado judeu, em 1974, e a Jordânia, que o fez em 1994.
Certo. Após o Acordo de Abraão com os EAU, Israel também assinou acordos com Bahrein, Marrocos e Sudão.
Os acordos que normalizaram as relações diplomáticas de Israel com países árabes representam valiosa mudança no Oriente Médio e no Magrebe, pois expande o número de países que optaram pelo diálogo e entendimento no relacionamento com Israel.
Certo. Trata-se de aposta na prosperidade e na segurança das regiões. Os acordos possibilitam a preponderância da diplomacia e da negociação na solução de diferendos.
Para a diplomacia brasileira, que reconhece o Estado da Palestina desde 2010, os acordos não são bem-vindos para a tentativa de solucionar a questão israelo-palestina, pois reforçam a política expansionista de Israel e sua tentativa de buscar legitimidade internacional para seus objetivos territoriais.
Errado. Para o Itamaraty, os Acordos de Abraão podem representar desdobramento promissor para a questão israelo-palestina, ao criarem ambiente propício para diálogo que conduza à solução de dois Estados.
O governo russo anunciou a conclusão do gasoduto Nord Stream 2, que reforça sua presença em território ucraniano e amplia a dependência da Europa em relação ao gás exportado pela Rússia.
A construção do gasoduto Nord Stream 2, que passa pelo mar Báltico e liga a Rússia à Alemanha, teve início 2018 e se relaciona com a estratégia russa de reduzir a relevância geopolítica da Ucrânia em relação a suas exportações de gás para a Europa.
O Nord Stream 2 é o gasoduto submarino mais longo do mundo, custou 9,5 bilhões de euros (R$ 54,5 bilhões) e foi concluído em setembro de 2021, mas não chegou a entrar em funcionamento devido à falta de aprovação de órgãos reguladores alemães. O projeto acabou travado por tempo indeterminado como parte dos pacotes de sanções da Alemanha e dos Estados Unidos à Rússia pela invasão da Ucrânia.
Os Estados Unidos se posicionaram contra o projeto de construção do Nord Stream 2, por avaliar que o novo gasoduto apenas aumentará a dependência da Europa dos recursos energéticos russos.
Certo. O governo Trump chegou a impor sanções contra as empresas ligadas à obra, além de anunciar a redução das tropas norte-americanas lotadas na Alemanha. No entanto, o governo Biden vem flexibilizando a posição dos EUA em relação ao projeto.
Além do gasoduto Nord Stream 2, destinado a abastecer o mercado alemão, a Rússia vem expandindo a sua influência mundial no ramo energético, com a inauguração do gasoduto Força da Sibéria, em 2019, o qual fornece gás natural da região de Yakutia (Sibéria) para o norte da China.
Certo. O acordo é um fato importante para a geopolítica mundial do gás natural, na qual a Rússia exerce um papel central. China e Rússia também cooperam na construção do gasoduto Força da Sibéria 2, que também envolve a Mongólia.
A presença brasileira no Conselho de Segurança da ONU, no biênio 2022-2023, será importante para aumentar a articulação diplomática junto a Rússia que, juntamente com os Estados Unidos, não apoia o pleito brasileiro a um assento permanente no CSNU.
Errado. Dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, Rússia, Reino Unido e França apoiam expressamente o pleito do Brasil a um assento permanente no CSNU.
Um dos aspectos mais relevantes do relacionamento entre Brasil e Líbano envolve questões migratórias. Os primeiros libaneses chegaram ao Brasil após a Primeira Guerra Mundial e constituem importante elemento cultural para a sociedade brasileira até os dias atuais.
Errado. É uma questão maldosa, mas, considerando a pertinência do tema para a prova de terceira fase que ocorreu no final de semana, é importante saber que os primeiros contingentes de migrantes libaneses, a grande maioria cristãos, chegaram ao Brasil em 1880.
O Brasil concentra a maior comunidade de libaneses e descendentes em todo o mundo.
Certo. Estima-se que haja entre 7 e 10 milhões de libaneses e descendentes aqui no Brasil. A atual comunidade brasileira no Líbano conta com mais de 17 mil residentes.
Em 1944, o governo brasileiro reconheceu a independência do Líbano, dando início às relações diplomáticas, e, em 1946, acreditou Ministro Plenipotenciário junto ao governo libanês. A Embaixada do Brasil em Beirute foi aberta em 1954.
Certo. O Brasil abriu Consulado em Beirute, ainda sob mandato francês, em 1920. Também em 1954, a Embaixada do Líbano foi aberta no Rio de Janeiro, então capital do Brasil.
O relacionamento bilateral entre Brasil e Líbano beneficia-se de múltiplos canais. Ilustra essa percepção a cooperação no âmbito da Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), cuja liderança da Força-Tarefa Marítima está, desde 2011, a cargo do Brasil.
Errado. O Brasil deixou a liderança da Força-Tarefa Marítima da UNIFIL em 2020.
A atuação de liderança do Brasil na UNIFIL traz grandes dividendos ao país tanto no âmbito bilateral, pois reforça os laços políticos e sociais com os libaneses, quanto no âmbito multilateral.
Certo. As credenciais multilaterais do Brasil junto às Nações Unidas são reforçadas quando o país se engaja em missões de grande porte como a UNIFIL. Exemplo disso é a recondução do Brasil para mais um mandato como membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU no biênio 2022-2023.
Na esteira dos laços políticos, as relações econômicas entre Brasil e Líbano também avançam. O Líbano é hoje o maior parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio e responde por 35% do consumo de carne de aves na região.
Errado. A Arábia Saudita é o principal parceiro comercial do Brasil no Oriente Médio e responde por 45% das importações brasileiras na região. Os Emirados Árabes Unidos são o principal destino das exportações brasileiras, com 23% do total exportado pelo Brasil para o Oriente Médio, sobretudo carnes de aves, carnes bovinas açúcares e melaços. O comércio bilateral com o Líbano é pouco expressivo, com grande superávit favorável ao Brasil.
Outro aspecto relevante das relações econômicas entre Brasil e Líbano foi a entrada em vigor, em novembro de 2020, do Acordo de Livre Comércio entre o MERCOSUL e o Líbano.
Errado. O ALC entre o MERCOSUL e o Líbano ainda não foi concluído. O Brasil é quem coordena as negociações pelo bloco sul-americano com o Líbano. Para o Itamaraty, a expectativa é a de que o acordo possa ser concluído em 2022.
O Brasil fornece mais da metade do café, do frango, da carne suína e da carne bovina consumidos no Líbano, o que demonstra o potencial de crescimento de um mercado ainda deprimido e que passa por problemas econômicos.
Certo. De acordo com dados do Itamaraty, o Brasil fornece ao Líbano 70% de seu consumo de café e frango, além de 60% de seu consumo de carne suína e bovina. O total do comércio bilateral em 2020 ficou em apenas US$160 milhões.
Além da tradicional cooperação Sul-Sul, o Brasil tem histórico engajamento em ações de cooperação humanitária, cujo maior exemplo recente foi o envio de ajuda ao Líbano, após a explosão no porto de Beirute, em 2020.
Certo. No dia 12 de agosto de 2020, duas aeronaves brasileiras transportaram um total de 6,5 toneladas de alimentos, remédios, suprimentos e equipamentos médico-hospitalares doados pelo governo brasileiro e pela comunidade libanesa no Brasil, em missão liderada pelo ex-Presidente Michel Temer, ele mesmo descendente de libaneses.
No plano cultural, desde 2011, o Brasil mantém o Centro Cultural Brasil-Líbano na sua Embaixada em Beirute. O Centro trabalha pela promoção e difusão da língua portuguesa e da cultura brasileira.
Há exatos 10 anos, o Brasil inaugurou o Centro Cultural Brasil-Líbano, com o objetivo de reforçar sua presença cultural no país do Oriente Médio. Essa medida faz parte do importante aspecto de soft power da diplomacia brasileira, que contribui para a projeção internacional do país.
Após os ataques terroristas do 11 de setembro, o Brasil propôs a convocação do órgão de consulta do TIAR e recordou que o êxito na luta contra o terrorismo não pode depender apenas da eficácia da autodefesa ou do uso da força militar.
Certo. Para o Brasil, os ataques às torres gêmeas representaram um ataque a todo o sistema americano. No entanto, a diplomacia brasileira defende uma abordagem multilateral para os problemas que envolvem o terrorismo transnacional.
Em 2003, a diplomacia brasileira demonstrou apoio aos Estados Unidos nas ações que culminaram na invasão do Iraque e na deposição de Saddam Hussein.
Errado. O Brasil criticou a ação norte-americana de invasão do Iraque, realizada em descumprimento à Carta da ONU.
No âmbito do tratamento da agenda de segurança na ONU, o Brasil cunhou o princípio da “responsabilidade de proteger”.
Errado. O Brasil patrocinou o conceito de “responsabilidade ao proteger”. Diferentemente do princípio “R2P”, que prevê a responsabilidade subsidiária da comunidade internacional na proteção dos cidadãos de um país. O conceito da “RwP” defende que antes de empenhar-se em uma ação militar, espera-se que a comunidade internacional realize uma análise abrangente e criteriosa de todas as consequências que daí podem decorrer.
O Brasil é, historicamente, entusiasta do desarmamento e dos meios pacíficos de solução de controvérsias. Nesse contexto, o país assinou e ratificou o Tratado sobre o Comércio de Armas (TCA).
Certo. Desde novembro de 2018, o Brasil é Estado parte no TCA. O país assinou o tratado em 2013, juntamente com outros 60 países.
O Brasil voltará a ocupar assento não permanente do Conselho de Segurança da ONU no biênio 2022-2023. Será a décima primeira vez que o país integrará o mais importante órgão responsável pela segurança internacional.
Certo. O Brasil voltará a ocupar assento não permanente do Conselho de Segurança da ONU no biênio 2022-2023. Será a décima primeira vez que o país integrará o mais importante órgão responsável pela segurança internacional.
Rompendo com a política externa do ex-presidente Donald Trump, Joe Biden promoveu o acordo de paz entre os Estados Unidos e o Talibã, o que possibilitou a retirada das tropas norte-americanas do Afeganistão, após quase duas décadas de conflito.
Errado. O governo responsável por assinar o acordo de paz com o Talibã foi o governo Trump, em fevereiro de 2020. Com a posse de Joe Biden, em janeiro de 2021, os EUA intensificaram o processo de retirada de suas tropas do país da Ásia Central.
Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos apoiaram milícias armadas afegãs que resistiam à invasão soviética a partir de 1979.
Certo. Os grupos fundamentalistas sunitas apoiados pelos EUA, com financiamento e treinamento militar, eram conhecidos como mujahidins e tinham como um de seus principais líderes o saudita Osama Bin Laden.
Após sucessivas divergências diplomáticas, Estados Unidos e Rússia, pela primeira vez desde os acordos da década de 1960, não possuem obrigações bilaterais destinadas ao controle e à fiscalização de seus arsenais nucleares.
Errado. Em fevereiro de 2021, em meio a negociações complicadas, os governos dos EUA e da Rússia firmaram a extensão do Novo Start por mais cinco anos.
Assim como a União Europeia, o governo de Joe Biden decidiu não mais reconhecer Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela.
Errado. O governo Biden manteve o reconhecimento de Guaidó como presidente interino venezuelano, o que permitiu ao país norte-americano continuar com a interlocução com a principal vertente oposicionista ao governo de Nicolás Maduro.
Em 2018, Brasil e Estados Unidos acordaram a retomada da negociação de Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) para uso apenas comercial da Base de Alcântara.
Certo. Assinado em 2019, esse acordo permitirá que empresas norte-americanas conduzam lançamentos espaciais comerciais a partir do Brasil.
Para alcançar seu objetivo junto aos compromissos com o Acordo de Paris, o Brasil comprometeu-se com metas em duas grandes áreas: no setor energético e no setor de uso da terra e pecuária.
Certo. No setor energético, busca-se, por exemplo, até 2030, atingir participação de 66% da fonte hídrica na geração de eletricidade; alcançar 23% de participação de energias renováveis, excluída a energia hídrica, no fornecimento de energia elétrica. No setor de uso da terra e pecuária, busca-se, até 2030, acabar com o desmatamento ilegal no Brasil, restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas, recuperar 15 milhões de hectares de pastagens degradadas e integrar 5 milhões de hectares de lavoura-pecuária-florestas.
O TPI é uma corte concorrente aos sistemas jurídicos nacionais dos países que assinaram o Tratado de Roma.
Errado. O TPI é uma corte de última instância. Ele não agirá se um caso foi ou estiver sendo investigado ou julgado por um sistema jurídico nacional, a não ser que os procedimentos desse país não forem genuínos, como no caso de terem caráter meramente formal, a fim de proteger o acusado de sua possível responsabilidade jurídica.
O TPI é uma das agências especializadas da Organização das Nações Unidas e mantém relação de cooperação com a organização.
Errado. O Tribunal é uma instituição independente. Embora não faça parte das Nações Unidas, ele mantém uma relação de cooperação com a ONU.
O Tribunal pode exercer jurisdição apenas sobre genocídio, crimes contra a humanidade e crimes de guerra.
Errado. O TPI tem competência material sobre quatro tipos de crimes: crime de genocídio; crime contra a humanidade; crime de guerra; e crime de agressão. Em 2010, na Conferência de Revisão de Kampala, o crime de agressão foi adicionado como um dos crimes investigados e julgados pelo TPI, embora restrito aos países que adotaram a Emenda de Kampala.
O TPI possui jurisdição apenas sobre indivíduos acusados dos crimes mais graves, listados no Estatuto de Roma.
Certo. O TPI possui jurisdição sobre os indivíduos acusados dos crimes de genocídio, contra a humanidade, crimes de guerra e de agressão (e não sobre seus Estados, como no caso da CIJ). Isto inclui aqueles indivíduos diretamente responsáveis por cometer os crimes, como também aqueles que tiverem responsabilidade indireta, por auxiliar ou ser cúmplice do crime.
O Tribunal não possui jurisdição universal. Ele só pode exercer sua jurisdição se o acusado for um nacional de um Estado Parte ou de qualquer Estado que aceite a jurisdição do Tribunal ou se o crime tiver ocorrido no território de um Estado Parte ou de qualquer Estado que aceite a jurisdição do Tribunal.
Errado. O TPI também exercerá sua jurisdição se o Conselho de Segurança das Nações Unidas houver apresentado a situação ao Procurador, não importando a nacionalidade do acusado ou o local do crime. Além disso, o crime em questão deve ter acontecido após 1º de julho de 2002 (entrada em vigor do Estatuto de Roma) ou após a adesão do país ao TPI.
Atualmente, o Estatuto de Roma conta com 123 estados partes, dos quais 33 são africanos; 28 latino-americanos e caribenhos; 25 do grupo da Europa Ocidental e Outros; 18 da Europa do Leste e 19 da Ásia e Pacífico. Apesar da grande representatividade do tribunal, nenhum membro permanente do Conselho de Segurança da ONU reconhece a jurisdição do TPI.
Errado. Dos membros permanentes do CSNU, apenas Reino Unido e França fazem parte do TPI. Estados Unidos e Rússia assinaram o Estatuto de Roma, mas não o ratificaram. A China sequer assinou o documento.
O Brasil apoiou a criação do TPI por entender que uma corte penal eficiente, imparcial e independente representaria um grande avanço na luta contra a impunidade pelos mais graves crimes internacionais.
Certo. De acordo com o artigo 5º §4º da CF/88, incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004, o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifestado adesão.
Apesar de ter assinado o Estatuto de Roma, a China não ratificou o tratado por não concordar com a intromissão da corte em assuntos internos do país.
Errado. Diferentemente de Estados Unidos e Rússia, a China sequer assinou o Estatuto de Roma.
Os Estados Unidos adotaram, em junho de 2020, ordem executiva com sanções a pessoas associadas ao TPI, após a abertura de investigação pelo TPI de alegados crimes de guerra cometidos por soldados norte-americanos no Afeganistão.
Certo. Os EUA não fazem parte do TPI e alega não reconhecer sua jurisdição. O Brasil assinou, juntamente com outros 66 Estados partes do Estatuto de Roma, declaração de apoio ao TPI como instituição judicial independente e imparcial e de preservação de sua integridade contra ameaças ao Tribunal e a seus funcionários.
Em 2020, o Brasil encaminhou ofício ao TPI informando que o país quer participar como “amicus curiae” (amigo da corte) na apuração preliminar “A Situação no Estado da Palestina” e sugerindo que a corte não deveria dar prosseguimento à apuração.
Certo. Nos últimos anos, o Brasil tem aproximado seu posicionamento nos órgãos multilaterais às aspirações de Israel, inclusive no âmbito do TPI.
Na arquitetura institucional da ONU, atribuiu-se a órgão de composição reduzida, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), responsabilidade compartilhada com a Assembleia Geral sobre a condução dos assuntos relacionados à paz e à segurança internacionais.
Certo. O CSNU tem primazia sobre os assuntos relacionados à paz e à segurança internacionais.
Com base nos Capítulos VI ou VII da Carta da ONU, o Conselho de Segurança pode decidir sobre medidas a serem adotadas em relação aos estados cujas ações não se coadunem com as normas relativas à paz e à segurança internacionais.
Certo. Dentre as decisões que podem ser tomadas ao amparo do Capítulo VII estão o embargo de armas, sanções abrangentes e mesmo a autorização de intervenção armada. Essas medidas são manifestações impositivas da autoridade do CSNU, pois dispensam o consentimento das partes em conflito.
O Conselho de Segurança é composto por cinco membros permanentes (Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido – os “P-5”) e por dez membros não permanentes, eleitos para mandatos de dois anos. O CSNU jamais foi reformado, motivo pelo qual o Brasil e países do G4 buscam uma inédita expansão do órgão, o que daria maior representatividade do sistema internacional contemporâneo.
Errado. A Carta da ONU previa, inicialmente, a existência de cinco membros permanentes e seis membros não permanentes. Com uma reforma aprovada em 1963 (entrou em vigor em 1965), aumentou-se o número de membros não permanentes para dez.
A pretensão brasileira à posição de membro permanente do CSNU encontra amplo apoio entre os países em desenvolvimento, sobretudo na América Latina, com destaque para os países membros do MERCOSUL.
Errado. Não há posicionamento expresso do MERCOSUL a respeito da candidatura brasileira. A Argentina faz parte do grupo “Unidos pelo Consenso”, formado em 1995, por países contrários às modalidades mais profundas de reforma do Conselho de Segurança.
Depois do Japão, o Brasil é o país que por mais vezes foi eleito membro não permanente do CSNU. O país foi eleito para o órgão dez vezes.
Errado. O item estaria correto, não fosse a última eleição do Brasil para o CSNU, no dia 11 de junho. O Brasil ocupará um assento não permanente pela 11º vez, no biênio 2022-2023. Recebemos 182 votos (de um total de 183 países votantes), o que demonstra o amplo reconhecimento das contribuições do Brasil à atuação do Conselho. Além da atuação no CSNU como membro eletivo, o Brasil mantém a prática de participação nos debates abertos organizados pelo órgão.
O Brasil ocupará, no biênio 2022-2023, assento não permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU). Será a 11ª vez que o País integrará o mais importante órgão responsável pela segurança coletiva internacional.
Certo. Nas eleições ocorridas este mês, em Nova York, durante a 75ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o Brasil recebeu 181 votos. O resultado reflete o reconhecimento da histórica contribuição brasileira para a paz e a segurança internacionais.
A ONU tem 193 Estados membros, sendo que o último membro aceito foi o Sudão do Sul, em 2011. A Assembleia Geral da ONU reúne todos os membros da organização, os quais têm direito a voto em suas votações. Entre as funções da AGNU está a indicação do Secretário-Geral da organização, após autorização prévia do Conselho de Segurança e com voto favorável dos cinco membros permanentes.
Errado. A indicação do Secretário-Geral ocorre após mera recomendação do CSNU, sem necessidade de aprovação dos P-5.
Devido à crise da pandemia da COVID-19, o atual Secretário-Geral da ONU não logrou o apoio necessário do CSNU para sua recondução a um segundo mandato.
Errado. Em junho de 2021, o CSNU decidiu recomendar a recondução de António Guterres ao cargo de Secretário-Geral da ONU (mandato 2022-2027). A recomendação conta com o decidido apoio do governo brasileiro.
A Palestina é Estado observador não membro da Assembleia Geral da ONU. Para ser aceita como membro pleno da ONU, deve ser aceita por maioria de dois terços dos membros, após recomendação do CSNU.
Certo. O processo decisório da AGNU pode ocorrer de duas maneiras: para a aprovação de questões importantes, requer-se maioria de dois terços dos membros presentes e votantes; para os demais assuntos, requer-se maioria simples dos membros presentes e votantes.
A Corte Internacional de Justiça é formada por quinze juízes de diferentes nacionalidades, que não representam seus próprios países, e são eleitos pela AGNU e pelo CSNU, trienalmente, para mandatos de nove anos.
Certo. Sediada no Palácio da Paz, em Haia, a CIJ foi criada em substituição à Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI), que funcionou no mesmo local desde 1922.
O Conselho de Cooperação do Golfo (CCG) é uma organização internacional que compreende seis países do Golfo Pérsico: Omã, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Bahrein, Catar e Kuwait. Sua formação, em 1981, pode ser considerada uma resposta à Revolução Iraniana, de 1979.
Certo. Havia, à época, não só a preocupação com o governo revolucionário xiita do Irã, mas também com a força do governo de Saddam Hussein, no Iraque.
Desde 2017, após sofrer acusações de apoio ao terrorismo na região do Golfo Pérsico, o Catar sofre embargo econômico imposto por Arábia Saudita, Egito, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.
Errado. Em janeiro de 2021, o embargo imposto ao Catar foi suspenso e as relações com esses países normalizadas. O esforço diplomático contou com a mediação do Kuwait e do CCG.
A Liga dos Estados Árabes foi criada no contexto da Guerra dos Seis dias, em 1967, em protesto aos ataques Israelenses ao Egito e à Síria.
Errado. A Liga Árabe foi criada em 22 de março de 1945, pelos líderes de Egito, Síria, Líbano, Transjordânia, Iraque, Arábia Saudita e Iêmen. A ideia era formar um “pacto de solidariedade” entre os países e manter a organização aberta à entrada de novos Estados. Seu objetivo era a cooperação pan-árabe nos setores comercial, cultural, educacional e da saúde.
A Organização para a Cooperação Islâmica (OCI) reúne 57 países com expressiva população islâmica em vários continentes, inclusive na América do Sul. A organização criou a Declaração dos Direitos Humanos no Islã, que estabelece a sujeição dos direitos à Xaria islâmica.
Certo. O Suriname faz parte da organização. A Declaração dos Direitos Humanos no Islã, conhecida como Declaração do Cairo, de 1990, é criticada por concorrer com a Declaração Universal dos Direitos Humanos.
Irã e Arábia Saudita, desde 1979, protagonizam uma disputa geopolítica e ideológica na região. Atualmente, os interesses iranianos e sauditas estão em lados opostos nas guerras civis na Síria e no Iêmen.
Certo. Os iranianos apoiam o governo Assad, na Síria, e os rebeldes Houtis, no Iêmen. Por sua vez, a Arábia Saudita lidera a coalização que apoia o governo iemenita, com bombardeios aéreos, e dá suporte a grupos contrários ao governo Assad, na Síria.
Apesar de divergências e desconfianças em relação ao Irã, a Turquia coopera com os iranianos no contexto do conflito na Síria. Os dois países têm problemas com o separatismo nacionalista curdo.
Certo. A região conhecida como “Curdistão” compreende parte dos territórios do Irã, do Iraque, da Síria e da Turquia. Os curdos são a maior nação sem Estado atualmente.
O programa nuclear iraniano data da década de 1950, após cooperação com os Estados Unidos, no âmbito do programa “Átomos para a Paz”. No entanto, o país somente aderiu ao TNP durante as negociações que viabilizaram o Plano de Ação Conjunto Abrangente (JCPOA) com o P5+1.
Errado. O Irã é parte do TNP desde 1970 e assinou diversos tratados por meio dos quais repudiou a posse de armas de destruição em massa.
Como consequência das determinações acordadas no JCPOA, os Estados Unidos e a União Europeia levantaram todas as sanções contra o Irã em 2016. No entanto, após a saída dos norte-americanos do acordo, o Irã voltou a ser sancionado.
Errada. Os EUA e a UE levantaram sanções ao Irã relacionadas a temas nucleares, mas outras sanções relacionadas aos direitos humanos e ao terrorismo, por exemplo, seguiram em vigor.
Em 2020, o Irã retomou o enriquecimento de urânio acima do percentual e do volume permitidos pelo JCPOA, com o argumento de que seria uma retaliação pela saída dos EUA e pelas sanções reimpostas ao país.
Certo. Com a eleição de Joe Biden, há uma expectativa de que o acordo seja novamente aceito pelos dois países.
Em tendência de abertura política nos últimos anos, o Irã elegeu um novo presidente moderado, dando seguimento à política externa empreendida por Hassam Rouhani.
Errado. Foi eleito, no primeiro turno, o chefe do judiciário iraniano, o conservador Ebrahim Raisi. O resultado coloca todas as instituições políticas importantes do país sob o controle da chamada linha dura da República Islâmica.