Histórico das Relações Brasil-EUA (1945-2018) Flashcards
Vargas I
“Equidistância pragmática” pré-II Guerra Mundial e “alinhamento negociado” durante a II Guerra Mundial (Gerson Moura).
Criação da CSN (1941) e financiamento do Eximbank para construção da usina de Volta Redonda. Acordos de Washington (1942; fornecimento de matéria-primas e minérios e minérios estratégicos + modernização da mina de Itabira e da ferrovia Vitória-Minas). Criação da Companhia Vale do Rio Doce, com apoio dos EUA e do Reino Unido (1942). Missões Taub (1941) e Cooke (1942) ao Brasil. Reaparelhamento das Forças Armadas (Lend and Lease Act). Bases militares no Nordeste. Rompimento de relações com a Alemanha, Itália e Japão (1942) e envio da FEB à Itália (1944).
Dutra
“Alinhamento sem recompensa” (Gerson Moura); o alinhamento aos EUA tornou-se objetivo da PEB (Ricupero)
PEB instrumentalizada em função de preocupações político-sociais internas de combate ao comunismo (Ricupero): TSE cancela o registro do PCB (1947); assinatura do TIAR (1947); rompimento de relações com a URSS (1947). Convergência de posições Brasil-EUA na criação da OEA (1948) e na diplomacia política multilateral (ONU), mas divergências no GATT (1947) e na Conferência de Havana (1948); oposição dos EUA à criação da CEPAL (1948). Missão Abbink (1948). Não reconhecimento da RPC, 1949. “Memorando da frustração”, 1950.
Prioridades dos EUA: contenção soviética (doutrina Truman, 1947; macarthismo/anticomunismo; reconstrução europeia (Plano Marshall, 1947/1948).
Vargas II
“Pragmatismo impossível” (Monica Hirst)
Parcerias: CMBEU (1951) e criação, para executar projetos por ela propostos, do BNDE (1952); acordo militar (1952); apoio dos EUA na Revolução Boliviana (1952) e na intervenção na Guatemala (1954); acordo sobre a exportação de Tório e compra de trigo pelo Brasil (1954).
Divergências: recusa brasileira de envio de tropas à Guerra da Coreia (1950-1953); limitação da remessa de lucros; criação da Petrobrás (1953); EUA extinguem CMBEU unilateralmente (1953).
Café Filho
Continuidade (Ricupero); abertura econômica
Instrução 113 da SUMOC (1955; favorece capital estrangeiro). Acordos de cooperação Brasil-EUA em energia atômica (1955).
JK
Brasil substitui pan-americanismo pelo alinhamento aos EUA na Guerra Fria (Ricupero)
Apoio do Brasil ao levante anticomunista na Hungria (1956). Acordo para base dos EUA em Fernando de Noronha (1957). Proposta da OPA (1958). Restabelecimento de relações comerciais Brasil-URSS (1958). Construção de reator nuclear (inaugurado em 1958). Rompimento do Brasil com o FMI (1959) e retomada do diálogo facilitada pelos EUA (1960).
Jânio Quadros
PEI contribuiu para a deterioração do relacionamento bilateral (Ricupero)
PEI: recusa da Guerra Fria como conceito ordenador e determinante das relações internacionais (Ricupero); autonomia, pragmatismo e universalismo. Missão Moreira Salles aos EUA e missão Roberto Campos à Europa ocidental, para negociar financiamento. Missões comerciais ao Leste Europeu (João Dantas) e à URSS (Paulo Leão de Moura) e recepção de missões comerciais da RPC e da URSS. Condecoração de Gue Guevara. “Aliança para o Progresso” de Kennedy (1961) foi recebida com frieza pelo Brasil, por enfatizar desenvolvimento social, e não infraestrutura e indústria de base.
João Goulart
PEI contribuiu para a deterioração do relacionamento bilateral (Ricupero)
PEI: reatamento com URSS (1961); abstenção sobre suspensão de Cuba da OEA (1962). Problemas advindos da encampação de empresas norte-americanas no Brasil. Limitação da remessa de lucros. Aproximação dos EUA a grupos militares brasileiros.
Castello Branco
Alinhamento/ “passo fora da cadência” (A. Cervo)
Reconhecimento imediato do novo governo pelos EUA. Ênfase na segurança. Rompimento com Cuba (1964). Reivindicação Brasileira de apoio ao desenvolvimento na I UNCTAD (1964). Envio de tropas e comando brasileiro da FIP na República Dominicana (1965-1966). Brasil recusa pedido dos EUA para enviar tropas ao Vietnã (1965).
Costa e Silva
Contenciosos comerciais bilaterais. Brasil não assina o TPS (1968) - tese de “congelamento de poder mundial”.
Médici
“Rivalidade emergente” (A. Cervo)
Continuidade de contenciosos comerciais bilaterais (açúcar, bolsas, café solúvel, calçados, fretes marítimos, têxteis). Extensão do mar territorial brasileiro para 200 milhas náuticas (1970) gera protestos dos EUA. Divergências sobre políticas nuclear e ambiental. Brasil recusa pedido de Nixon de apoio para fiscalização de cessar-fogo no Vietnã. Acordo para a Cooperação sobre os Usos Civis da Energia Atômica (1972), e Westinghouse vence licitação para Angra I.
Geisel
Defesa brasileira da NOEI na ONU (1974). Suspensão pelos EUA do fornecimento de urânio para Angra I (1974). Crítica dos EUA ao acordo nuclear do Brasil com a Alemanha Federal (1975). Memorando de entendimento assinado durante visita do secretário de Estado Henry Kissinger ao Brasil cria mecanismo de consultas políticas (1976). Críticas do governo Carter aos direitos humanos no Brasil. Denúncia do acordo militar de 1952 pelo Brasil (1977).
Figueiredo
Brasil recusa proposta dos EUA de embargo à URSS pela invasão do Afeganistão (1979) e de boicote aos Jogos Olímpicos de Moscou (1980). Brasil recusa proposta dos EUA de intervenção militar no Suriname (1980). Brasil critica a invasão de Granada (1983).
Sarney
“Encapsulamento de crises” (Seixas Corrêa)
Brasil critica intervenções dos EUA na América Central e integra o Grupo de Apoio a Contadora (1985) e o Grupo do Rio (1986). Controvérsias bilaterais sobre patentes de medicamentos e reserva de mercado pela lei e política de informática. ZOPACAS (1986, com voto contrário dos EUA na AGNU). Moratória da dívida brasileira (1987) e negociações economicistas da crise da dívida pelo Brasil (A. Cervo). Crítica brasileira à intervenção dos EUA no Panamá (1989).
Collor e Itamar
“Iniciativa para as Américas” de George Bush (1990). Brasil recusa pedido do governo Bush de envio de tropas para a Guerra do Golfo. Acordo do Jardim das Rosas/Acordo 4+1 (1991, negociado em bloco por Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai; criou o Conselho Consultivo sobre Comércio e Investimentos). Conclusão do acordo de renegociação da dívida externa brasileira (1994). Lançamento da negociação da ALCA (1994).
FHC
Brasil aderiu ao TNP (1998), mas não assinou o Protocolo Adicional. Aprovação da Lei de Propriedade Intelectual (1996) reduziu tensões com os EUA. Brasil e EUA copresidiram o comitê negociador da ALCA, mas com divergências sobre suas prioridades. Críticas dos Brasil ao Plano Colômbia (2000). Brasil manifestou solidariedade aos EUA após os ataques terroristas de 11/9, mas não respaldou ações contrárias ao Direito internacional.