Questões HB Flashcards
2017 QUESTÃO 51 A Primeira República caracterizou-se pelo regime oligárquico e pela economia agroexportadora. Com relação a esses assuntos, julgue (C ou E) os itens a seguir.
O sistema de colonato, adotado pelos fazendeiros do café para a utilização da mão de obra oriunda da imigração, fracassou em virtude da resistência dos imigrantes em submeterem-se a longas jornadas de trabalho e à falta de instrumentos agrícolas adequados.
ERRADO. O sistema de colonato não foi um fracasso.Na verdade, foi exitoso para a atração de imigrantes europeus, pois conseguiu aliar a mão de obra assalariada com baixos custos para o grande produtor, na medida em que o imigrante poderia produzir em um espaço de terra delimitado.
2017 QUESTÃO 51 A Primeira República caracterizou-se pelo regime oligárquico e pela economia agroexportadora. Com relação a esses assuntos, julgue (C ou E) os itens a seguir.
Embora os chamados coronéis constituíssem um grupo importante para a sustentação do sistema oligárquico, seus interesses concorriam com os de outros atores políticos cuja participação na condução do governo da Primeira República era também significativa.
CERTO. Os grandes centros urbanos, que apresentavam maior pluralidade de interesses e de atores políticos, concorriam com os “currais eleitorais” dominados pela influência dos coronéis, geralmente localizados nas zonas rurais.
2015 QUESTÃO 47 A Primeira República (1889-1930) constituiu, nas consagradas expressões da historiografia, a “República que não foi” e o autêntico “teatro das oligarquias”. Fruto de um golpe de Estado conduzido por militares, em pouco tempo, viu chegarem ao poder os representantes dos grupos proprietários rurais, em um contexto no qual, repetindo a realidade colonial e monárquica pós-Independência, a terra continuou a ser o polo irradiador do poder. Relativamente a esse período da história brasileira, julgue (C ou E) os itens que se seguem.
De princípios do século XX ao início da Primeira Guerra Mundial, o Brasil avançou no surto industrial iniciado ainda no Segundo Império, graças, entre outros fatores, à oferta de energia elétrica, aos capitais liberados pelo café e à progressiva ampliação do mercado interno; com a Grande Guerra, abriu-se novo período de expansão para a indústria no Brasil.
CERTO. Sobre a existência de um surto industrial no Segundo Reinado. Está correto afirmar que, sim, houve reiterados surtos industriais durante o Segundo Reinado. Não foram políticas de industrialização levadas a cabo pelo Estado. Foram empreendimentos privados – algumas vezes, com magro apoio do Estado – que redundaram, sobretudo, na expansão do setor têxtil, da indústria naval e da engenharia civil. Quanto aos capitais liberados pelo café, os principais cafeicultores do Vale do rio Paraíba do Sul e do Oeste paulista, embora reinvestissem grande parcela de seus dividendos na cafeicultura, também investiam na indústria. Além disso, o mercado consumidor ampliou-se, embora desigualmente, pois ex-escravos conviviam com imigrantes, profissionais liberais, industrialistas e cafeicultores. Com relação à Grande Guerra: não há muito dúvida, na historiografia, sobre a expansão da indústria durante a Primeira Guerra Mundial, pelo menos até 1915, inclusive por parte de Celso Furtado.
2015 QUESTÃO 47 A Primeira República (1889-1930) constituiu, nas consagradas expressões da historiografia, a “República que não foi” e o autêntico “teatro das oligarquias”. Fruto de um golpe de Estado conduzido por militares, em pouco tempo, viu chegarem ao poder os representantes dos grupos proprietários rurais, em um contexto no qual, repetindo a realidade colonial e monárquica pós-Independência, a terra continuou a ser o polo irradiador do poder. Relativamente a esse período da história brasileira, julgue (C ou E) os itens que se seguem.
Depois das contínuas crises políticas dos primeiros anos, a República conheceu certa estabilidade com o governo de Campos Sales: com a Política dos Estados, também conhecida como Política dos Governadores, montou-se a engrenagem legislativa e assegurou-se o predomínio das oligarquias estaduais que estavam no poder.
CERTO. A questão não deixa dúvidas, está “redondinha”. Conforme Boris Fausto, em História do Brasil, “A partir dessas questões (convulsões sociais e políticas durante o governo Prudente de Moraes), Campos Sales concebeu um arranjo conhecido como política dos governadores. Seus objetivos podem ser assim resumidos: reduzir ao máximo as disputas políticas no âmbito de cada Estado, prestigiando os grupos mais fortes; chegar a um acordo básico entre a União e os Estados; pôr fim à hostilidade existente entre Executivo e Legislativo, domesticando a escolha dos deputados. O governo central sustentaria assim os grupos dominantes nos Estados, enquanto estes, em troca, apoiariam a política do presidente da República”.
2015 QUESTÃO 47 A Primeira República (1889-1930) constituiu, nas consagradas expressões da historiografia, a “República que não foi” e o autêntico “teatro das oligarquias”. Fruto de um golpe de Estado conduzido por militares, em pouco tempo, viu chegarem ao poder os representantes dos grupos proprietários rurais, em um contexto no qual, repetindo a realidade colonial e monárquica pós-Independência, a terra continuou a ser o polo irradiador do poder. Relativamente a esse período da história brasileira, julgue (C ou E) os itens que se seguem.
O esplendor de cidades como Manaus e Belém, de que seriam exemplos exponenciais os teatros Amazonas e da Paz, explica-se pela riqueza gerada pela borracha, cujo ciclo de expansão estendeu-se até meados do século XX, quando esse produto conquistou o mercado mundial e desbancou a importância econômica do café na Primeira República.
ERRADO. O ciclo de expansão da borracha não se estendeu até meados do século XX, permaneceu restrito entre finais do século XIX e, no máximo, até a Primeira Guerra Mundial. Além disso, esse produto nunca desbancou a importância do café na Primeira República.
2009 QUESTÃO 68 A história da Primeira República, ou República Velha, no Brasil, foi marcada por tensões políticas e econômicas relevantes para o entendimento da Revolução de 1930. A respeito desse período e de suas contradições, julgue (C ou E) os itens a seguir.
Na República Velha, a economia agroexportadora, tecnologicamente moderna, apresentou elevada produtividade e introduziu as bases sustentáveis para o amplo processo de industrialização iniciado pelos próprios agroexportadores nessa fase histórica.
ERRADO. Totalmente errado esse item. A economia agroexportadora não era tecnologicamente moderna, muito menos apresentou elevada produtividade. Além disso, as bases para o processo de industrialização não foram introduzidas durante a Primeira República.
2009 QUESTÃO 68 A história da Primeira República, ou República Velha, no Brasil, foi marcada por tensões políticas e econômicas relevantes para o entendimento da Revolução de 1930. A respeito desse período e de suas contradições, julgue (C ou E) os itens a seguir.
Nesse período, as oligarquias políticas dos estados, congregadas em partidos políticos, atuavam, na prática, em torno de bases, interesses e projetos locais e regionais.
CERTO. Exatamente. A política dos governadores, idealizada por Campos Sales, era sustentada pelo personalismo político entre o Presidente, os governadores e as oligarquias regionais, mantendo, assim, a estabilidade do sistema político nacional.
2009 QUESTÃO 68 A história da Primeira República, ou República Velha, no Brasil, foi marcada por tensões políticas e econômicas relevantes para o entendimento da Revolução de 1930. A respeito desse período e de suas contradições, julgue (C ou E) os itens a seguir.
Nessa quadra histórica do Brasil, adotou-se sistema eleitoral que, na prática, submetia-se ao controle dos chefes políticos locais, sobretudo no campo, o que ficou conhecido como voto de cabresto.
CERTO. Isso mesmo. Uma das principais características desse período era o controle em relação ao voto que, ia sempre ao encontro das demandas dos coronéis (líderes políticos locais), sob ameaça de repressão e violência.
2007 Texto para as questões 32 e 33 O oligarca é um coronel como outro qualquer — ou um representante dele — que se mantém pela liderança, pelo autoritarismo e pelos favores que concede a seus aliados. Sem isso e as obrigações que se impõem, dificilmente se manteria no poder. Os favores concedidos não procedem somente dos seus bens pessoais, mas aproveitam-se das rendas e do poder do Estado para uma política individual. Edgard Carone. A República velha. Rio de Janeiro: DIFEL, 1978, p. 269-70 (com adaptações). QUESTÃO 32 Tomando o texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens seguintes, acerca do Brasil da Primeira República (1889-1930).
O regime político adotado favorecia o exercício do poder a serviço dos interesses nacionais em detrimento dos interesses individuais dos dirigentes.
ERRADO. Uma das principais características do regime político no período da Primeira República foi o desprendimento das lideranças políticas da sociedade. Desse modo, não se pode afirmar que o regime beneficiava os interesses nacionais, mas sim de uma elite oligárquica.
2007 Texto para as questões 32 e 33 O oligarca é um coronel como outro qualquer — ou um representante dele — que se mantém pela liderança, pelo autoritarismo e pelos favores que concede a seus aliados. Sem isso e as obrigações que se impõem, dificilmente se manteria no poder. Os favores concedidos não procedem somente dos seus bens pessoais, mas aproveitam-se das rendas e do poder do Estado para uma política individual. Edgard Carone. A República velha. Rio de Janeiro: DIFEL, 1978, p. 269-70 (com adaptações). QUESTÃO 32 Tomando o texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens seguintes, acerca do Brasil da Primeira República (1889-1930).
Durante esse período, o conceito de propriedade separava os bens da classe fundiária do bem público gerido pelo Estado.
ERRADO. Também está errado. Nesse período, o público e o privado confundiam-se. Muitos latifundiários estavam diretamente ligados à coisa pública e dela se beneficiavam.
2007 Texto para as questões 32 e 33 O oligarca é um coronel como outro qualquer — ou um representante dele — que se mantém pela liderança, pelo autoritarismo e pelos favores que concede a seus aliados. Sem isso e as obrigações que se impõem, dificilmente se manteria no poder. Os favores concedidos não procedem somente dos seus bens pessoais, mas aproveitam-se das rendas e do poder do Estado para uma política individual. Edgard Carone. A República velha. Rio de Janeiro: DIFEL, 1978, p. 269-70 (com adaptações). QUESTÃO 32 Tomando o texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens seguintes, acerca do Brasil da Primeira República (1889-1930).
Os dissidentes encontravam, nesse período, concretas possibilidades de ascensão política, em razão da mobilidade social.
ERRADO. A Colmeia Oligárquica impedia que lideranças dissidentes chegassem ao poder. A possibilidade de ascensão política era praticamente inexistente.
2007 Texto para as questões 32 e 33 O oligarca é um coronel como outro qualquer — ou um representante dele — que se mantém pela liderança, pelo autoritarismo e pelos favores que concede a seus aliados. Sem isso e as obrigações que se impõem, dificilmente se manteria no poder. Os favores concedidos não procedem somente dos seus bens pessoais, mas aproveitam-se das rendas e do poder do Estado para uma política individual. Edgard Carone. A República velha. Rio de Janeiro: DIFEL, 1978, p. 269-70 (com adaptações). QUESTÃO 32 Tomando o texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens seguintes, acerca do Brasil da Primeira República (1889-1930).
Nesse período, estreito vínculo estabeleceu-se entre governo e partido, envolvendo lealdade entre ambos, porém sobrepondo-se os interesses deste aos daquele.
CERTO. Exatamente. A agenda partidária (à época, os partidos eram estaduais) estava à frente da agenda do governo, apesar de a política dos governadores, estabelecida por Campos Sales, ter dado certa estabilidade e governabilidade ao Poder central.
QUESTÃO 33 Ainda tomando o texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens subseqüentes, relativos ao Brasil da Primeira República.
O regime oligárquico favorecia, também no cenário político, o domínio das famílias socialmente hegemônicas.
CERTO. Exato. As oligarquias que dominavam a cena política na Primeira República eram concentradas em famílias importantes em suas respectivas regiões.
QUESTÃO 33 Ainda tomando o texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens subseqüentes, relativos ao Brasil da Primeira República.
Durante a Primeira República, apesar do regime político, observam-se, por vezes, sucessões de oligarquias nos estados da Federação.
CERTO. Isso mesmo. A República era, constantemente, tomada pelas oligarquias como um bem privado
QUESTÃO 33 Ainda tomando o texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens subseqüentes, relativos ao Brasil da Primeira República.
Borges de Medeiros manteve-se como detentor do poder oligárquico no governo do Rio Grande do Sul por mais de duas décadas.
CERTO. A oligarquia no Rio Grande do Sul, encabeçada por Borges de Medeiros, manteve-se no poder por mais de vinte anos. O próprio Borges de Medeiros foi Presidente do Rio Grande do Sul de 1898 a 1922.
QUESTÃO 33 Ainda tomando o texto como referência inicial, julgue (C ou E) os itens subseqüentes, relativos ao Brasil da Primeira República.
Nesse período, os governantes eram, na maioria das vezes, dominados por indivíduos, famílias ou grupos.
CERTO. Exatamente. É a figura do personalismo, que dominava a política da Primeira República.
A partir da caracterização da Primeira República (1889-1930) apresentada no texto, além de outros aspectos significativos da etapa inicial do regime republicano brasileiro, julgue (C ou E) os itens que se seguem.
Em 3 de outubro de 1930, o presidente da República, Washington Luís, foi deposto por um movimento armado dirigido por civis e militares de três estados da federação, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Terminava, assim, a Primeira República. O episódio ficou conhecido como a Revolução de 30, embora tenha havido, e ainda haja, muita discussão sobre o uso da palavra revolução para descrever o que aconteceu. A Primeira República caracterizava-se pelo governo das oligarquias regionais, principalmente das mais fortes e organizadas, como as de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A partir da segunda década do século, fatos externos e internos começaram a abalar o acordo oligárquico. Entre os externos, devem-se mencionar a Grande Guerra, a Revolução Russa e a quebra da Bolsa de Nova York em 1929.
José Murilo de Carvalho. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 89 (com adaptações).
Especialmente a partir do governo Campos Sales, o “acordo oligárquico” mencionado no texto ganhou densidade, sendo bem representado pela Política dos Estados, também conhecida como Política dos Governadores, por meio da qual o atendimento às demandas das oligarquias estaduais era a contrapartida ao apoio político dado aos seus representantes, que momentaneamente ocupavam o governo federal.
CERTO. É isso mesmo. O item descreve, brevemente, o que foi a Política dos Governadores, implementada durante o governo Campos Sales.
A partir da caracterização da Primeira República (1889-1930) apresentada no texto, além de outros aspectos significativos da etapa inicial do regime republicano brasileiro, julgue (C ou E) os itens que se seguem.
Em 3 de outubro de 1930, o presidente da República, Washington Luís, foi deposto por um movimento armado dirigido por civis e militares de três estados da federação, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Terminava, assim, a Primeira República. O episódio ficou conhecido como a Revolução de 30, embora tenha havido, e ainda haja, muita discussão sobre o uso da palavra revolução para descrever o que aconteceu. A Primeira República caracterizava-se pelo governo das oligarquias regionais, principalmente das mais fortes e organizadas, como as de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A partir da segunda década do século, fatos externos e internos começaram a abalar o acordo oligárquico. Entre os externos, devem-se mencionar a Grande Guerra, a Revolução Russa e a quebra da Bolsa de Nova York em 1929.
José Murilo de Carvalho. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 89 (com adaptações).
A manutenção regular e sem maiores sobressaltos do pacto oligárquico requeria a realização de eleições periódicas, com voto secreto, embora não universal, já que o sistema censitário excluía da condição de eleitores as mulheres, os analfabetos e os pobres.
ERRADO. Não havia, na época, o voto secreto no Brasil (essa prática foi implementada após a Revolução de 1930, durante o governo de Getúlio Vargas, com o intuito de colocar um fim nas práticas de coerção eleitoral, muito comuns durante a Primeira República). Além disso, durante a República Oligárquica, ocorreram sobressaltos importantes em 1810, em 1822 e em 1830, quando dissidências às oligarquias dominantes denunciaram as articulações coronelistas.
Ainda considerando o assunto abordado no texto, o termo revolução, embora questionado, é de uso freqüente na historiografia brasileira quando se trata de denominar o movimento que, em 1930, depôs Washington Luís e alçou o gaúcho Getúlio Vargas à chefia do governo federal. No que respeita à crise que abalou o pacto oligárquico e que culminou com a vitória do movimento armado dirigido por Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba, julgue (C ou E) os itens seguintes.
Em 3 de outubro de 1930, o presidente da República, Washington Luís, foi deposto por um movimento armado dirigido por civis e militares de três estados da federação, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba. Terminava, assim, a Primeira República. O episódio ficou conhecido como a Revolução de 30, embora tenha havido, e ainda haja, muita discussão sobre o uso da palavra revolução para descrever o que aconteceu. A Primeira República caracterizava-se pelo governo das oligarquias regionais, principalmente das mais fortes e organizadas, como as de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul. A partir da segunda década do século, fatos externos e internos começaram a abalar o acordo oligárquico. Entre os externos, devem-se mencionar a Grande Guerra, a Revolução Russa e a quebra da Bolsa de Nova York em 1929.
José Murilo de Carvalho. Cidadania no Brasil: o longo caminho. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, p. 89 (com adaptações).
A predominância econômica de São Paulo e de Minas Gerais tinha correspondência na hegemonia política que exerciam esses estados, popularmente sintetizada na expressão Política do café-com-leite. Não havia, contudo, unanimidade quanto a essa liderança nacional, razão pela qual as sucessões presidenciais, não raro, geravam dissensões entre setores das oligarquias.
CERTO. Exatamente. O item faz alusão às crises eleitorais em 1910, 1922 e 1930, quando o “Pacto Oligárquico” foi colocado em xeque.
2004 TEXTO Com a queda da monarquia, em 1889, ainda que preservada a dominação oligárquica, o novo regime acaba beneficiando-se dos efeitos modernizadores, decorrentes da abolição da escravatura (1888), sobre o desenvolvimento da economia cafeeira que se dinamiza com a introdução do trabalho livre e de imigrantes europeus. Com a Primeira República, extingue-se o sistema censitário, mas os analfabetos são excluídos totalmente do direito de voto. As primeiras pressões democratizantes buscando alterar a ordem liberal excludente se desencadeiam apenas na década de 20, quando se inicia a crise da República Velha, que, com a Revolução de 1930, submerge no centro de suas próprias contradições. As insurreições sucessivas dos tenentes e a Coluna Prestes permitem, mais tarde, que a Aliança Liberal, com a Revolução de 1930, transcenda à mera disputa regionalista e se transforme em um projeto nacional que busca legitimidade nas camadas médias urbanas, superando os limites ideológicos das oligarquias dissidentes. Essas aspirações crescentes do Brasil urbano serão, em parte, frustradas, após 1930, pela conjugação de duas tendências antiliberais — o estatismo crescente e o pensamento autoritário. A radicalização político-ideológica dos anos críticos, entre 1934 e 1938, solapa o consenso revolucionário e produz efeitos perversos. Na república populista, após o Estado Novo de Vargas, persiste o mesmo padrão dominante da lógica liberal e da práxis autoritária. A estruturação partidária de 1945 a 1966 foi dominada pela hegemonia dos partidos conservadores. Hélgio Trindade. Brasil em perspectiva: conservadorismo liberal e democracia bloqueada. In: Carlos Guilherme Mota (Org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500–2000) – a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 357–64 (com adaptações). A partir do texto acima, julgue os itens que se seguem, relativos à evolução histórica do Brasil republicano.
A estrutura política vigente na República Velha preservou, como afirma o texto, a dominação oligárquica herdada do Império. Formalmente inspirado nos EUA, o modelo republicano adotado é presidencialista, mas, diferentemente de sua fonte inspiradora, mostra-se profundamente centralizado e sustentado por poucos — mas poderosos — partidos políticos nacionais.
ERRADO. Alguns erros importantes nesse item:
A estrutura oligárquica que dominava o poder político no Império era centralizada, diferentemente das oligarquias que passaram a controlar a política nacional durante a Primeira República, que seguiram a descentralização do federalismo de inspiração norte-americana;
O Presidente, à época, compunha um acordo que era articulado com as elites locais e estaduais do país;
Por fim, os mais importantes partidos políticos do período da Política dos Governadores tinham caráter regional, como o Partido Republicano Paulista (PRP), o Partido Republicano Mineiro (PRM) e o Partido Republicano Rio-Grandense (PRR).
A partir da análise contida no texto apresentado e considerando aspectos significativos da trajetória republicana brasileira, julgue os itens que se seguem.
Nossa aventura histórica é singular. Por isso e por realizar-se nos trópicos, ela é inteiramente nova. Se nossas classes dominantes se revelam infecundas, o mesmo não se passa com o povo, no seu processo de autocriação. E é com essa vantagem de sermos mestiços, que vamos chegar ao futuro. Foi, aliás, em busca do futuro que passamos todo um século a indagar quem somos, e o que queremos ser, e a projetar imagens de nós mesmos, espelho contra espelho. A cada sístole e a cada diástole desses cem anos corresponderam visões otimistas e pessimistas, barrocas e contidas, esperançosas e desalentadas. Pois cada momento — o da Belle Époque, o da Revolução de 30, o do Estado Novo, o da redemocratização, o do dia seguinte ao suicídio de Getúlio Vargas, o do desenvolvimentismo dos anos 50, o do regime militar e o da egunda redemocratização — refez o retrato do Brasil. Mudou, ao longo do tempo, a linguagem com que nos descrevemos. E mudou também o país acerca do qual se dissertava. Lidos um após outro, os nossos evangelistas soam dissonantes, mas, juntos, se corrigem ou olifonicamente se completam.
Alberto da Costa e Silva. Quem fomos nós no século XX: as grandes interpretações do Brasil. In: Carlos Guilherme Mota (org.). Viagem incompleta: a experiência brasileira (1500–2000) — a grande transação. São Paulo: SENAC, 2000, p. 38, (com adaptações).
Tal como ocorria na Europa à mesma época, a Belle Époque, cronologicamente situada em princípios do século XX, correspondeu a um período de prosperidade no Brasil, com o país se urbanizando, promovendo inédita e relativamente expressiva desconcentração de renda, politicamente ampliando os níveis de participação da sociedade e, em termos de política externa, enfatizando as alianças com a América Latina.
ERRADO. Durante a Primeira República, não houve, no Brasil, “inédita e relativamente expressiva desconcentração de renda, nem se viu aumentada a participação política da sociedade. Pelo contrário, o controle político sobre os votantes e a violência utilizada nos processos eleitorais eram uma forma de cercear as vontades do povo em detrimento dos interesses das oligarquias regionais.
A história da República brasileira foi marcada por rupturas institucionais. Com relação às crises na República, julgue (C ou E) os seguintes itens.
A governabilidade do Brasil durante a chamada República Oligárquica foi alcançada com o que a historiografia convencionou chamar de Política dos Governadores, instituída por Campos Sales. Essa medida tornou possível a articulação entre os interesses das oligarquias estaduais e os do governo federal. O frágil equilíbrio então alcançado teve fim com a crise da década de 20 do século passado, que levou a disputas entre as oligarquias de São Paulo e de Minas Gerais e resultou no início do Governo Vargas em 1930.
CERTO. Campos Sales é o grande responsável pela política dos estados, a qual vai ganhando em complexidade em tempos de Primeira República até ver o seu ocaso ao final da década de 1920.
O regresso conservador alterou a política externa, ao priorizar a contenção de Rosas, líder da Confederação Argentina.
Errado. Durante todo o período regencial, há uma precaução da elite brasileira em relação a Rosas. É um momento em que a política externa nacional é reflexo do período de fragilidade do Estado brasileiro, que impediu que se tivesse uma política externa ativa; além disso, os tratados assinados na década de 1820 constituíam restrição adicional a iniciativas nessa área. Diante disso, restou aos regentes assumirem uma posição defensiva e reativa relativamente aos maiores desafios externos da época.
O período regencial iniciou-se na abdicação de Pedro I ao trono, em decorrência de pressões diplomáticas britânicas e da oposição das elites escravocratas.
Errado. Não houve pressões britânicas para a abdicação de D. Pedro I. O processo foi resultado de interações políticas internas, que levaram ao desgaste de sua liderança no Brasil, além das questões dinásticas em Portugal.
Durante o avanço liberal, o Senado foi extinto como resultado da ação dos exaltados contra o que classificavam como reduto caramuru.
Errado. O Conselho de Estados que foi extinto, não o Senado.
No período regencial no Brasil, houve fraca coesão entre as elites e importante participação dos setores populares no processo político.
Certo. No período regencial no Brasil, houve fraca coesão entre as elites e importante participação dos setores populares no processo político.
O Ato Adicional de 1834 fortaleceu o Exército, que teve ampliado seu efetivo, oportunidade de profissionalização de seus membros e assegurou importância política.
Errado. É o contrário. O Ato Adicional, de 1834, enfraqueceu o Exército com a criação da Guarda Nacional. Algumas medidas liberais da Regência cabem ser citadas:
Criação da Guarda Nacional;
Código do Processo Criminal; e
Ato Adicional de 1834 (descentralização política).
Essas medidas levaram a instabilidades políticas, que provocaram o medo na elite de que causasse:
a) fragmentação territorial;
b) haitianismo.
Como reação, essa elite promoverá o Regresso Conservador (1837-1840). Pedro Araújo Lima subirá à Regência e conduzirá esse processo, tomando como medidas:
a) criação do “Ministério das Capacidades”, composto por Bernardo Pereira de Vasconcelos;
b) repressão e Lei Interpretativa do Ato Adicional;
c) criação do IHGB.
No período regencial, além da Farroupilha, outros movimentos armados eclodiram no Brasil: no Grão-Pará, a Cabanagem; no Maranhão e no Piauí, a Balaiada; na Bahia, a Sabinada e a revolta dos Malês, esta referente a uma insurreição escrava planejada por africanos muçulmanos.
Certo. São exemplos de revoltas que explodiram nesse contexto conturbado do poder administrativo nacional, oscilante entre a centralização e a descentralização. As demandas das revoltas não são homogêneas, no entanto.
Na raiz da Guerra Farroupilha encontra-se a forte influência republicana dos países fronteiriços sobre estancieiros e charqueadores do Rio Grande do Sul, os quais, visando à expansão de seus negócios, exigiram do governo imperial a proibição da entrada, no mercado brasileiro, da carne salgada produzida no Uruguai e na Argentina.
Errado. O maior objetivo dos Farroupilhas era o fim da sobretaxa do charque em cada província nacional, que o tornava mais caro que o charque importado da Argentina e do Uruguai, que pagavam apenas o imposto de importação. A autonomia dada às Assembleias Legislativas, no Ato Adicional de 1834, propiciou a independência na criação de impostos em cada província, o que prejudicava o transporte do “gado em pé” e do charque que vinha do Sul do país para a região mais urbanizada do centro-sul. A revolução Farroupilha também tomou contornos independentistas e republicanos, mas não se pode afirmar, categoricamente, que foi por influência dos países vizinhos.
Na Bahia, a população, sob a liderança do médico Francisco Sabino Barroso, revoltou-se contra o recrutamento forçado para a formação de tropas que deveriam lutar no Rio Grande do Sul e instituiu a República Bahiense.
Certo. Exatamente. A Sabinada teve início em 1837, opondo-se ao governo da Regência e tentando implementar uma República na Bahia que duraria até a maioridade de Dom Pedro II. Além disso, o movimento rebelou-se contra o recrutamento forçado.
No Maranhão, setores da classe média contrários ao sistema imperial insubordinaram-se e proclamaram a independência da província, optando pelo regime republicano.
Errado. A Balaiada, no Maranhão, foi uma insurgência popular contra a miséria e a escravidão, entre os anos de 1838 e 1841. A crise teve origem na queda dos preços do algodão (principal produto produzido na região), em consequência da alta produtividade dos Estados Unidos.
Os farroupilhas, no Rio Grande do Sul, rebelaram-se contra o sistema monárquico e, no manifesto de fundação do movimento, proclamaram a independência da província, tendo como objetivo econômico primordial inseri-la na economia internacional.
Errado. A Revolta Farroupilha, que durou de 1835 a 1845, objetivava proteger o mercado de carne da concorrência estrangeira, que pagava impostos de importação menores que os coletados dos produtores gaúchos em cada província do Brasil. Não havia interesse em inserir a economia da região no sistema econômico internacional.
A crise regencial e a consolidação do Império ocorridas entre as décadas de 30 e 40 do século XIX não afetaram a harmonia entre centralização e descentralização do poder político e das instituições.
Errado. A base motivadora de todas as principais revoltas durante o período regencial foram questionamentos político-institucionais em relação à centralização e a descentralização da administração do Estado.
O termo regressista, na acepção forjada por Bernardo Pereira de Vasconcelos, foi empregado, a partir de 1840, para qualificar a defesa do liberalismo político e do fortalecimento das autoridades provinciais.
Errado. O termo regressita, ou restaurador, ou caramuru, foi dado àqueles que defendiam o regresso do Imperador. Composto pelas antigas elites portuguesas e pelos brasileiros mais conservadores, os regressistas defendiam, até 1834 (ano em que D. Pedro I morreu), a volta do antigo Imperador e a centralização do Estado brasileiro.
A Lei Interpretativa do Ato Adicional de 1834, aprovada em maio de 1840, fortaleceu o poder das assembleias legislativas provinciais.
Errado. É o contrário. A Lei Interpretativa do Ato Adicional de 1834 diminui o poder das assembleias legislativas provinciais, pois retomou a centralização da administração do Estado, relativizada pelo Ato Adicional, em 1834.
O pensamento político e os dirigentes dividiam-se entre liberais e conservadores, sendo os primeiros defensores da centralização do poder e os segundos, do federalismo.
Errado. O item inverteu as predileções dos grupos políticos da época. Eram os conservadores que defendiam a centralização do poder; enquanto os liberais pregavam a descentralização.
Entre os conservadores, Bernardo Pereira de Vasconcelos esteve presente na origem do partido político que defendia a centralização do poder do Estado.
Certo. Exatamente. Em 1835, Bernardo Pereira de Vasconcelos rompe com o movimento liberal, acusando-o de ter instigado as forças e as revoltas descentralizadoras que acometeram o período regencial. Segundo ele, “fui liberal e lutei pela liberdade nova, nas mentes, mas ainda não na lei, agora é preciso fazer parar o carro da revolução”.
O debate parlamentar acerca da renovação dos tratados de comércio dividiu o pensamento nacional entre liberais e protecionistas, sendo estes últimos defensores da industrialização do país.
Certo. Exato. Havia, sim um debate em torno da renovação dos tratados de livre comércio. As discussões estavam divididas entre conservadores (que defendiam a liberalização comercial) e os liberais (que lutavam pelo protecionismo como incentivo à indústria nascente brasileira). Esse debate não se mistura com os partidos liberal e conservador, resumindo-se ao espectro econômico.
Por força de lei de 1831 que definiu a competência dos regentes, tratados de qualquer natureza haveriam de passar pela prévia aprovação da Assembleia (Câmara e Senado) antes de serem ratificados.
Certo. Exato. Nesse momento, o Poder Executivo perde força para o Poder Legislativo, inclusive em questões de política externa.
Ao contrário da Cabanagem, movimento armado conduzido pelas elites paraenses, a Revolução Farroupilha, longamente sustentada pelo Rio Grande do Sul, caracterizou-se como movimento essencialmente popular, do qual ricos estancieiros se recusaram a participar.
Errado. A Cabanagem foi uma revolta popular no Pará, e não no Rio Grande do Sul. A Revolução Farroupilha, por sua vez, foi um movimento elitista em defesa de preferências tarifárias para os interesses dos produtores de charque no Sul do país.
Em meio à crise política prolongada, em larga medida alimentada pelo choque entre posições centralistas e federalistas, o período regencial chegou ao fim por meio de um golpe sem armas, materializado na antecipação da maioridade de D. Pedro II e na vitória dos defensores da monarquia parlamentar centralizada.
Certo. Exatamente. O item descreve o Golpe da Maioridade, que objetivou dar o trono a D. Pedro II.
O embate entre os defensores do centralismo monárquico — concentração do poder na capital — e as posições federalistas, que advogavam mais autonomia das províncias, é fator significativo para a eclosão de movimentos em várias regiões do país, ao longo do período regencial.
Certo. Exatamente. O período regencial apresentou uma disputa entre defensores da centralização e da descentralização no Brasil, especialmente após o Ato Adicional, de 1834, que ampliou a descentralização do governo.
O parlamentarismo brasileiro, extinto com o advento do regime republicano, apresentava traços que fugiam claramente do esquema clássico europeu, notadamente do modelo inglês, razão pela qual era chamado de “às avessas”. Exemplo disso era a prerrogativa do monarca de nomear e demitir livremente os ministros de Estado.
Certo. Exatamente. O parlamentarismo do Brasil, durante o Segundo Reinado, distanciou-se do parlamentarismo inglês, pois o Imperador detinha as prerrogativas concedidas pelo Poder Moderador (sobreposto aos três poderes).
A Regência foi vista pelas elites provinciais como oportunidade de construção de uma monarquia federalista, o que responderia a certas expectativas de autonomia levantadas no momento de sua adesão à independência do Brasil. De fato, a discussão de peças legais que aumentavam a autonomia local teve início em finais no Primeiro Reinado e resultaram na promulgação, por exemplo, do Código Criminal, ainda em 1830, e do Código do Processo Criminal, em 1832.
Certo. O ponto mais alto da descentralização política acontece com a instituição do Ato Adicional, de 1834, no período conhecido como “Avanço Liberal”.
A Cabanagem destacou-se entre os movimentos de contestação à Regência por sua duração (1835 a 1840), a despeito de ter se concentrado em um território muito restrito e com pequena participação popular.
Errado. A Cabanagem contou com importante apoio popular. Grande parte dos revoltosos eram pessoas pobres que moravam em cabanas nas beiras dos rios da região chamados de cabanos.
O contexto da negociação da fronteira entre Brasil e Uruguai, em meados da década de 50 do século XIX, caracterizou-se pela presença em território uruguaio de tropas do Exército Imperial brasileiro, cujos objetivos incluíam, ainda, a contenção da política expansionista de Juan Manuel de Rosas, líder da Confederação Argentina.
Errado. Quando o Brasil assinou tratado de limites com o Uruguai, o governo já estava nas mãos dos Colorados (Frunctuoso Rivera), e Rosas já havia sido derrotado.
Segundo Francisco Doratioto, em O Brasil no rio da Prata, “A derrota de Rosas permitiu à diplomacia imperial alcançar importantes objetivos no Rio da Prata. O governo do Uruguai, dependente financeira e politicamente do Império, assinou um tratado que definiu limites nos termos desejados pelo Rio de Janeiro, bem como assinou outros acordos que tornaram o Estado Oriental dependente do Brasil”.
A maior parte dos recursos para financiar a participação brasileira na Guerra do Paraguai adveio de empréstimos internacionais, principalmente do banco Rothschild, de Londres.
Errado. O tesouro real indicou um gasto de 614 mil contos de réis na Guerra do Paraguai, provindos das seguintes fontes:
Empréstimo Estrangeiro: 49 (em milhares de contos de Réis)
Empréstimo Interno: 27
Emissão de dinheiro: 102
Emissão de títulos: 171
Imposto: 265
O conflito custou, pois, ao Brasil, quase onze anos do orçamento público anual, em valores de pré-guerra, o que permite compreender melhor o persistente “déficit” público nas décadas de 1870 e 1880. Também chama a atenção, nos números sobre as fontes dos recursos gastos na luta, a participação proporcionalmente pequena de empréstimos externos.
Na década de 70 do século XIX, eram cordiais as relações entre o Império do Brasil e os Estados Unidos da América, o que se comprova pela visita de Pedro II à Exposição Universal do Centenário da Independência dos EUA, em 1876.
Certo. Exatamente. De acordo com Francisco Doratioto, em Relações Internacionais do Brasil, “As relações com os Estados Unidos também se tornaram cordiais, e respaldavam-nas o fato de ser o mercado norte-americano o maior consumidor do café exportado pelo Brasil, que era beneficiado por um sólido superávit na relação comercial bilateral. Em 1871, a cordialidade com os EUA, e também com a GB, levou o governo desses dois países a solicitar que D. Pedro II nomeasse um árbitro brasileiro para integrar o tribunal arbitral no caso do navio Alabama. A cordialidade com Washington foi reforçada em 1876, com a visita de D. Pedro II aos EUA para participar da inauguração da Exposição Universal da Filadélfia, em comemoração ao centenário da independência norte-americana. O Imperador causou excelente impressão e a imprensa estadunidense descreveu-o como monarca culto, sábio e simpático”.
No final da década de 40 do século XIX, foi adotada a doutrina de limites a ser seguida pelo Império a fim de proteger o status quo territorial, a qual estabelecia: o princípio do uti possidetis; a restrição da validade do Tratado de Santo Ildefonso aos casos em que não houvesse ocupação efetiva do território; a negociação bilateral; e o arbitramento em última instância.
Certo. Essa é uma descrição perfeita da doutrina de limites adotada a partir do Ministério dos Negócios Estrangeiros, encabeçado por Paulino José Soares de Souza, o Visconde do Uruguai, em 1849.
Ao se transformar no principal mercado consumidor do café brasileiro, a Inglaterra, em contrapartida, ampliou o volume de manufaturados exportados para o Brasil, o que consolidou o grau de dependência comercial brasileira em relação à principal potência europeia no século XIX.
Errado. Nesse momento, os Estados Unidos já eram o maior consumidor do café nacional. Além disso, as exportações de manufaturas inglesas passavam por altos e baixos, entre 1844 e 1860, momento de maior protecionismo alfandegário brasileiro.
Embora significativas, as tensões políticas entre o Brasil Imperial e a Inglaterra estiveram limitadas a duas questões interligadas: a do tráfico negreiro e a da abolição da escravatura no Brasil.
Errado. As tensões políticas entre Brasil e Inglaterra não estiveram limitadas à questão do tráfico de escravos (a abolição nem mesmo foi causa de tensão). A questão Christie, por exemplo, foi motivo de ruptura das relações diplomáticas entre os países.
A historiografia recente comprova que a Guerra da Tríplice Aliança esmagou o modelo original e distributivo da riqueza engendrado pelo humanismo autocrático de Solano Lopez no Paraguai.
Errado. A historiografia recente refuta a hipótese descrita no item (de bases marxistas).
No fim do período imperial e início da República no Brasil, as tensões platinas, que envolveram o Império Brasileiro, e o sucesso econômico do modelo agroexportador da Argentina contribuíram para acirrar a rivalidade entre os dois países, ainda que mantidos os laços de amizade.
Certo. Exatamente. Após a guerra do Paraguai, o Brasil mantém uma política de retraimento vigilante, em que monitora as ações da Argentina em relação à expansão de suas fronteiras. Da mesma maneira, os dois países disputavam a atração de imigrantes europeus para compor a massa assalariada em suas lavouras e suas indústrias nascentes.
Ao término do Segundo Reinado, os EUA deram alento à economia agrícola ao substituírem os europeus como grandes consumidores do café brasileiro.
Errada. Os Estados Unidos já eram, desde a primeira metade do século XIX, os maiores consumidores de café do Brasil. No entanto, a Europa como um todo consumiam mais do produto que os EUA.
William Trousdale, representante inglês no Rio de Janeiro na década de 1850, discordava da pressão norte-americana sobre D. Pedro II para a abertura do rio Amazonas à navegação internacional.
Errado. William Trousdale, secretário das relações exteriores dos Estados Unidos, advogou a abertura do rio Amazonas à navegação internacional, o que realmente ocorreu, em 1866, finda a Guerra de Secessão nos EUA. As relações com os Estados Unidos, embora tivessem tido bom trânsito devido ao precoce reconhecimento da independência do Brasil, sofreram desequilíbrios à época do expansionismo norte-americano.
No seio do partido liberal brasileiro, havia defensores da industrialização do país, a ser realizada com o auxílio de política alfandegária protecionista, proposta que entrava em choque com as pretensões britânicas a favor do livre-comércio.
Certo. Exatamente. Eram pretensões que acabaram por culminar na Tarifa Alves Branco, de 1844, que colocou fim ao livre-comércio estabelecido no pós-Independência do Brasil.
Quando a escravidão entrou em crise, as diplomacias de Brasil e Argentina alinharam-se e rivalizaram com a dos Estados Unidos da América, tendo em vista a captação, na Europa, de imigrantes que proveriam de mão-de-obra as suas lavouras.
Errado. As diplomacias de Brasil e Argentina competiram para atrair imigrantes europeus no processo de constituição de uma massa assalariada em seus países.