Cirúrgica VI - Coloprocto (Apendicite Aguda) Flashcards

1
Q

Apendicite Aguda

A
  • Corresponde ao principal tipo de abdome agudo cirúrgico.
  • Processo inflamatório infeccioso do apêndice cecal – órgão vestigial.
  • Incidência maior no escolar, adolescente e adulto jovem, sendo menos frequente nos idosos → quando ocorre nesse grupo, possui morbi-mortalidade maior.
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2
Q

Etiopatogenia da Apendicite aguda

A

O apêndice é um órgão vestigial que secreta muco para lubrificar as fezes. Se algo obstrui a luz do apêndice, acaba obstruindo também a saída desse muco. Quando o apêndice distende, causa dor visceral, por distensão do peritônio visceral, causando uma dor periumbilical, imprecisa, intermitente. Se o apêndice distender e vencer a obstrução, o paciente melhora o quadro clínico. Mas se não conseguir vencer, o muco vai ser colonizado por bactérias normais daquele segmento, causando um processo inflamatório que se inicia na mucosa, se extendendo até a serosa → evolui para dor precisa e localizada na FID, pois a inflamação passa para o peritônio parietal.

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3
Q

Quadro clínico da apendicite aguda

A
  • Dor abdominal há mais de 6 horas. Geralmente essa dor tem início de aspecto visceral, devido à distensão do apêndice → o apêndice distende, portando distende o peritônio visceral. O apêndice está no ceco que possui origem embriológica do intestino médio, então a dor vai predominar em região mesogástrica, periumbilical e vai ser imprecisa, intermitente. Quando se inicia a inflamação e essa inflamação atinge o peritônio parietal por contiguidade, o paciente passa a ter uma dor do tipo parietal, precisa, bem localizada na FID. É geralmente nessa fase que o paciente procura o pronto socorro. Dessa forma, o paciente vai ser enquadrado no quadro sindrômico de abdome agudo com sinais de irritação peritoneal.
  • Náuseas e vômitos
  • Sintomas infecciosos – febre, adinamia, hiporexia.
  • RHA diminuídos
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4
Q

Achados clássicos do exame físico na apendicite aguda

A
  • RHA diminuídos → instala-se o íleo adinâmico.
  • Na inspeção, o paciente está quieto, porque em uma dor parietal, com irritação peritoneal, quanto mais ele se meche, mais dói.
  • Percussão, palpações superficial e profunda dolorosas em FID e no máximo no hipogástrio.
  • Sinal de Blumberg – descompressão brusca dolorosa no ponto de Mc Burney na FID;
  • Sinal de Rovsing – comprime FIE e por deslocamento de ar tem dor na FID;
  • Sinal do Psoas - paciente em decúbito lateral esquerdo, a extensão da coxa direita, efetuada pelo examinador provocará dor;
  • Sinal do Obturador Interno - flexão com rotação externa da coxa direita no paciente deitado poderá provocar dor referida no hipogástrio;
  • Sinal de Lenander – temperatura retal acima da axilar >1ºC. Não é muito utilizado mais.

OBS.: São sinais que sugerem peritonite em FID, sendo que a principal causa de peritonite em FID é a apendicite aguda.

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5
Q

Diagnóstico da apendicite aguda

A

Essencialmente clínico-laboratorial: quadro clínico abdominal + rotina de abdome agudo.

Laboratoriais: leucocitose com desvio à esquerda, PCR elevado, amilase e lipase normais, pode ter alteração na rotina de urina quando o apêndice for retrocecal e ele inflamado tiver contato com o ureter, podendo ter leucocitúria por irritação com bacteriúria negativa.

Radiológicos: O Rx de abdome pode vir normal e pode ter sinal do íleo paralítico ou alça sentinela (distensão gasosa em FID com nível hidroaéreo), borramento do músculo psoas e presença de fecalito.

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6
Q

Em caso de dúvidas no diagnóstico da apendicite aguda, pode-se lançar mão de outros exames:

A
  • Ultrassonografia – peço quando há dúvida diagnóstico, quando suspeita de complicações pelo quadro arrastado e na mulher também pede por conta do útero e ovários (DIP, cisto ovariano – confundem muito), então em mulher faz para exclusão diagnóstica (faz pélvico ou transvaginal). 40% dos pacientes com apendicite aguda vêm com US normal → ausência de apendicite ao US NÃO exclui o diagnóstico.
  • Tomografia / Ressonância – são os melhores exames na dúvida diagnóstica e suspeita de complicações. A tomografia helicoidal é o exame padrão ouro. Em paciente que não pode fazer a TC, faz RNM.
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7
Q

A ureterolitíase causa quadro clínico bem semelhante à apendicite… Como podemos diferenciá-los ?

A

Rotina de urina vai ser diferencial nesse caso

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8
Q

Tratamento da apendicite aguda

A

Cirúrgico – apendicectomia por laparotomia ou laparoscopia.

OBS: a laparoscopia faço nos pacientes que eu já fiz todos os exames e não deu nada, mas eu não tenho critérios para dar alta. Vai ser um exame complementar diagnóstico-terapêutico. Tratamento cirúrgico sempre associado com antibioticoterapia.

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9
Q

Diagnósticos diferenciais de apendicite aguda

A

DIP, cisto ovariano roto, apendicite epiplóica, diverticulite de Meckel, gravidez ectópica rota, diverticulite de ceco, ileíte da Doença de Crohn, psoíte, neoplasia de ceco ou apêndice.

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10
Q

Complicação mais frequente da apendicite aguda

A

Abscesso

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