Cirúrgica V - Vascular (Doença Arterial Obstrutiva Periférica Crônica) Flashcards

1
Q

DOENÇA ARTERIAL OBSTRUTIVA PERIFÉRICA CRÔNICA

A

Doença cujas manifestações clínicas são provocadas pela aterosclerose, levando a diminuição da circulação arterial nos membros inferiores.

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2
Q

O que pode gerar uma obstrução crônica da circulação:

A

Aterosclerose, trauma que levou a estenose da artéria, vasculite, embolia parcial.

Placa de aterosclerose: etiologia MULTIFATORIAL ainda não totalmente estabelecida.

  • Componente Inflamatório: macrofago, interleucinas
  • Componente Genético: dislipidemia familiar
  • Componente Ambiental: tabagismo, sedentarismo

A placa vai evoluindo com o tempo, quanto maior o núcleo lipídico dela, pior para o paciente e quanto maior for sua camada fibrosa melhor. E tiver hematoma é pior ainda.

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3
Q

Sintomatologia do paciente com DAOPC

A

O paciente era normal, andava bem e começou a ter limitação. Na grande maioria a limitação é imperceptível para o paciente. Muitos não tem pulso e nem sabem que tem doença crônica. Ele começa a ter claudicação, ele andava ate no centro e não consegue mais, andava 300m e passa a 100m, a distancia vai reduzindo ate o ponto que ele começa a ter dor em repouso. É o paciente que não dorme, fica com os membros pra fora da cama, para baixo (gravidade ajuda no fluxo e ele pode também fazer movimento pendular, pois sente alivio da dor) e por fim é o paciente que já tem a doença inviável, que tem a perna com feridas tróficas grandes. Gera limitações importantes ao paciente => piora da qualidade de vida

Claudicação

Dor de repouso

Amputações

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4
Q

Como conseguimos identificar lesões vasculares?

A

Uma forma mais barata e menos invasiva é o US doppler. A estenose obstrui o fluxo e isso aumenta a velocidade desse fluxo, semelhante a uma mangueira. Quanto mais estenosa, maior a velocidade do fluxo, maior turbulência, maior chance de lesar placa e endotélio do vaso. No US doppler se avalia a velocidade do fluxo e quanto maior ela for, maior a estenose.

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5
Q

Colateralização:

A

Pode formar um by-pass natural e o paciente ter pulso distal. Nesses casos o paciente pode ser assintomático ou pouco sintomático, pois a colateralização consegue suprir o fluxo. Para desenvolver esses vasos colaterais devemos orientar o paciente a caminhar mais do que ele consegue.. e ele anda 100 metros, aumentar para 110, 120… mesmo que doa, a dor é isquemia muscular e isso estimula a dilatação dos vasos colaterais.

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6
Q

Tratamento Clínico

A
  • Estatina - para a placa não crescer.
  • Antiagregante - para não haver agregação plaquetária.
  • Vasodilatador - para aumentar o lumem do vaso.
  • E estimula a caminhada.
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7
Q

Diagnosticos diferenciais da DAOPC:

A
  • Arterites (TAO, Takayasu)
  • Ergotismo - vasoconstricção por derivados da ergotamina (ex cocaina)
  • Displasia fibromuscular

Obs.: cocaína pode dar oclusão arterial que pode ser nos membros, cérebro, intestino

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8
Q

Fatores de risco para DAOPC:

A
  • TABAGISMO
  • HIPERLIPIDEMIA
  • Idade
  • Sexo- homens são mais acometidos.
  • Sedentarismo
  • Fibrinogênio elevado
  • Hiperhomocisteinemia.
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9
Q

Manifestações Clínicas da DAOPC

A
  • Até 50% dos pacientes são assintomáticos. O sintoma mais comum é a Claudicação intermitente: dor muscular ao esforço físico medida pela distância ou tempo, que regride ao repouso.
  • Dor em repouso: dor intensa de caráter permanente, que o obriga a permanecer com a extremidade comprometida pendente.
  • Úlceras e Gangrena: Quadro crítico quando associado à dor e lesões necróticas sinaliza risco iminente de perda da extremidade.
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10
Q

Classificação de Rutherford para doença arterial crônica:

A

Não temos que saber as categorias, apenas que o paciente que tem lesões tróficas é mais grave que o que tem dor em repouso e o que tem dor em repouso é mais grave que o claudicante. A isquemia do paciente com doença arterial crônica é sempre de extremidades: ponta de dedo, calcanhar, maléolo.. porque é área de contato onde ele teve um trauma.

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11
Q

Diagnóstico Clínico da DAOPC

A

ANAMNESE

  • claudicação intermitente, dor de repouso, úlcera/necrose
  • fatores de risco

EXAME FÍSICO

  • pulsos e sopros
  • ectoscopia (unhas, pelos, palidez, cianose, hipotermia, hipotrofia muscular, lesões tróficas…)
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12
Q

Exames Complementares na DAOPC

A
  • DOPPLER ULTRA-SOM (DUPLEX-SCAN ou Eco Doppler) avalia:
  1. Velocidade e volume do fluxo
  2. Área do vaso e da placa
  3. Constituição da placa, calcificada ou não
  4. Úlceras da parede arterial
  • ITB (Índice Tornozelo/Braço)
  • ANGIORRESSONÂNCIA: É um exame de imagem muito bom para ver vaso, mas é caro. Obs: paciente com IR não é bom candidato para angiotomografia nem antirressonância, pois pode ter como complicação a Fibrose nefrogênica sistêmica - fibrose que acomete inicialmente o rim e vai para toda a musculatura do corpo. Então paciente com IRC que precisa fazer exame de imagem: interna o paciente, hiperhidrata ele, faz o exame e continua hidratando. A creatinina vai subir mais vai cair.
  • ANGIO TC: Também é bom para ver vaso, mas não vê calcificação. Se tiver calcificação da artefatos.
  • ANGIOGRAFIA/ ARTERIOGRAFIA: É o exame padrão ouro para doença arterial crônica
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13
Q

ITB (Índice Tornozelo/Braço)

A

Ele dá parâmetros de risco cardiovascular do paciente. Ele é feito medindo a pressão na perna, pelo doppler, e a pressão braquial. Depois se divide a pressão da artéria tibial ou pediosa (a que for maior) e divide pelo braço. A medida que a pressão da perna fica menor que a do braço o índice diminui e quanto menor, maior o grau de isquemia e maior a chance dele ter AVC ou IAM. Então por exemplo, sabemos que o paciente com ITB de 0,4 tem mais risco cardiovascular do que um paciente com ITB de 0,7.

  • NORMAL : 0,90 e 1
  • Obstrução leve: > 0,70 e < 0,90
  • Obstrução moderada: > 0,40 e < 0,70
  • ISQUEMIA CRÍTICA: < 0,40
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14
Q

Conduta Terapêutica na DAOPC:

Trat. Clínico

Trat. Intervencionista

A

Tratamento Clínico (Todos)

  • Assintomático OU Claudicação

Tratamento Intervencionista

  • Dor em repouso E/OU Lesão trófica
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15
Q

Tratamento Clínico do paciente DAOPC

A
  • Estatina
  • Antiagregante (AAS, Ticlopidina e Clopidrogrel),
  • Vasodilatador (Cilostazol 100 mg 12/12 h – inibidor da Fosfodiesterase III- NÃO USAR SE: ICC ou Fração de EJEÇÃO < 40% - não pode usar pois piora a ICC devido a vasodilatação periférica)
  • Caminhada diária
  • Mudanças de habito (tabagismo, obesidade, sedentarismo).
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16
Q

Cuidados diários com os pés

A
  • Examinar a pele dos pés à procura de rachaduras, bolhas, ferimentos e sinais de infecção.
  • Na hiper-hidrose usar talco, se forem secos usar cremes hidratantes.
  • Usar sapatos confortáveis. Nunca andar descalço.
  • No frio usar meias de lã. NUNCA aplicar frio ou calor externos.
17
Q

Formas de Tratamento Cirúrgico:

Cirurgias Diretas Abertas

A
  • Endarterectomia: abre a artéria, tira a placa e fecha.
  • Angioplastia convencional: abre o vaso, tira a placa, coloca um PET (pedaço de veia por exemplo- imagem da direita) - aumenta o lumem da artéria.
18
Q

Formas de Tratamento Cirúrgico:

Derivação/Enxerto/Pontes/Bypass

A

São cirurgias longas que ecessitam de anestesia geral. : O paciente tem uma oclusão de ilíacas, por exemplo. Pode ser usado um enxerto anatômico (que acompanha o trajeto inicial do vaso inativo) para desviar o fluxo da aorta para depois da obstrução. Enxerto anatômico aorto-ilíaco e bypass longo de femoral comum para tibial (pode usar a safena invertida), usado em pacientes com oclusão de femoral superficial

19
Q

Formas de Tratamento Cirúrgico:

Derivação extra anatômica:

A

Não acompanha o trajeto do vaso. Feito em pacientes com trombose de aorta, mas não suportam uma endarterectomia (puxa um enxerto da subclávia até a femoral). É raro, feito para estabilizar o paciente para depois fazer algo definitivo, tem alto risco de infecção.

20
Q

Formas de Tratamento Cirúrgico:

Endovascular:

A

São as mais utilizadas, pois usa anestesia local, são procedimentos rápidos e mais seguros:

Angioplastia sem stent

Recanalização

Angioplastia com Stent

21
Q

Formas de Tratamento Cirúrgico:

Cirurgias Indiretas

Paciente grave com dor em membro com tratamento clínico otimizado mas não tem como ser submetido a procedimento cirúrgico (Não tem vaso)

A
  • Simpatectomia: feita em pacientes que tem dor crônica na perna e que não é candidato a cirurgia de revascularização. É feita uma laparotomia, entra a coluna e o pssoas, retira os gânglios simpáticos de L3 e L4 e isso causa uma vasodilatação no paciente, melhorando a dor.
  • Neurotripsia: Neurotripsia: corta os nervos e tira a dor do paciente. Muito raro de ser feito. -
  • Amputações: (Mais distal possível; abaixo do último pulso palpável). Deve ser feito de modo a promover adaptação à próteses e retorno mais rápido ao convívio social e profissional. A amputação infra-genicular deve ser feita com a fíbula menor que a tíbia (para evitar que a fíbula fique “espetando” e causando dor no paciente). Menor gasto energético do paciente ao efetuar manobras; Retorno mais rápido ao convívio social e profissional.
22
Q

Fatores de risco X Circulação Colateral

A

Estimular atividade física