Cardio III - HAS Flashcards
HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA

A HAS é uma doença multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados da PA maior ou igual a 140x90 mmHg (PA ≥ 140x90 mmHg) com pelo menos 2 medidas em 2 ocasiões diferentes (visitas).
V ou F
Em 5 a 10% dos casos a HAS é primária ou essencial, sendo de 90 a 95% de causa secundária. Além disso, a HAS não tem relação com o envelhecimento, ou seja, sua prevalência é a mesma ao longo da vida.

Em 90 a 95% dos casos a HAS é primária ou essencial, sendo de 5 a 10% de causa secundária. Além disso, a HAS está relacionada com o envelhecimento, ou seja, sua prevalência aumenta com a idade.

V ou F
A HAS apresenta associação independente com eventos como morte súbita, AVC, IAM, IC, DAP e DRC, portanto, os pacientes hipertensos possuem maiores chances de evoluírem com algum desses eventos.


Fatores de risco para HAS

- Idade: quanto maior a idade do paciente, maior a chance de desenvolver HAS pela calcificação das paredes arteriais;
- Etnia: mais comum em pacientes afrodescendentes;
- Sexo: mais comum no sexo masculino até os 65 anos, sendo que após isso prevalece no sexo feminino;
- Consumo de sal;
- Fatores socioeconômicos;
- Consumo de álcool;
- Obesidade: principalmente obesidade centrípeta;
- Sedentarismo: aumenta em até 30% a chance de desenvolver HAS;
- Fatores genéticos;
- Tabagismo;
Como aferir a PA do paciente:

- Paciente em repouso por 5 minutos;
- Certificar-se que: não está de bexiga cheia, não fumou nos últimos 30 minutos, não fez uso de bebidas alcóolicas, não praticou exercícios físicos na última hora, não fez uso de café/alimentos → situações que podem elevar PA;
- Paciente sentado, de pernas descruzadas, pés no chão, sentado na cadeira com braço ao nível do 4ºEI e cotovelo ligeiramente fletido;
- Manguito de 2 a 3 cm acima da fossa cubital;
- Estimar PAS pelo pulso radial: ao reaparecimento do pulso;
- Insuflar 20 a 30 mmHg acima do nível estimado da PAS pela palpação;
- PAS = 1º som (Fase I de Korotkoff);
- Auscultar 20 a 30 mmHg abaixo do último som (Fase V de Korotkoff) para confirmar seu desaparecimento;
- Se os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a PAD no abafamento dos sons (Fase IV de Korotkoff) e anotar valores de sistólica/diastólica/zero.
Classificação da PA com medição em consultório a partir de 18 anos de idade
Em 2020 com a nova diretriz Pré-hipertenso é de PAS 130-139 e a PAD 85-89 para que o paciente possa ser acompanhado de mais perto, para avaliar hipertensão mascarada que é quando a PA na consulta é menor e fora da consulta a PA é maior. O restante dos estágios continuam iguais. Essa mudança também está na diretriz europeia de 2018.
Todos os pacientes em estágio 3 já deve ser iniciado tratamento medicamentoso. O diagnóstico se dá em 2 ou mais consultas em que PAS ≥ 140 e/ou PAD ≥ 90 mmHg ou se o paciente já está em uso de anti-hipertensivo.

V ou F
Em crianças, é recomendado que se afira a PA anualmente a partir de 7 anos de idade, sendo que o diagnóstico de HAS em crianças definido por 3 medidas em ocasiões diferentes maior ou igual ao Percentil 95.

Em crianças, é recomendado que se afira a PA anualmente a partir de 3 anos de idade, sendo que o diagnóstico de HAS em crianças definido por 3 medidas em ocasiões diferentes maior ou igual ao Percentil 95.

V ou F
No idosos, é mais comum a ocorrência do Efeito do Avental Branco (EAB), de hipotensão ortostática e pós-prandial, além disso, em caso de pacientes que possuam FA, esta patologia pode dificultar a aferição da PA.


Efeito do Avental Branco (EAB)

O EAB é a diferença de pressão entre as medidas obtidas no consultório e fora dele, desde que essa diferença seja igual ou superior a 20 mmHg na PAS e/ou 10 mmHg na PAD, e o EAB é diferente de Hipertensão do Avental Branco.
Em casos de Efeito do Avental Branco, existe o MAPA e MRPA que diminuem o efeito do jaleco branco e permite estimar o risco cardiovascular com maior precisão.
MAPA (Monitorização Ambulatorial da Pressão Arterial):

Paciente fica com manguito por 24h com aferições de 15 em 15 minutos e também realiza aferições noturnas. Espera-se que a noite tenha redução da PA, em pacientes obesos isso pode não acontecer, consegue ver a PA no dia a dia do paciente, tem evidencia prognostica mais robusta, disponibilidade é um pouco limitada. Consegue distinguir em quais momentos a PA aumenta, dando a possibilidade de mudar o horário das medicações, avaliar se sintomas condizem com alterações na PA
MRPA (Monitorização residencial da Pressão Arterial):

Medidas realizadas pelo paciente em ambiente domiciliar com 3 medidas pela manhã antes do desjejum e antes da tomada das medicações e 3 medidas pela noite antes do jantar durante 5 dias, ou 2 medidas em cada sessão por 7 dias. Não tem a medida noturna, como no MAPA
Medidas anormais: PAS ≥ 130 mmHg ou PAD ≥ 80 mmHg (Nova diretriz de 2020)
AMPA (Automedida da Pressão Arterial)

(Diretriz de 2020): automedida da pressão arterial que é quando o próprio paciente faz a monitorização, aferindo em 72hrs em qualquer momento do dia. 7 medidas feitas no período de 16 a 72hrs, de preferência com aparelho automático de braço
Indicações Clínicas para MAPA ou MRPA


Indicações específicas para MAPA


Hipertensão mascarada (HM):

Valores normais da PA no consultório, porém com PA elevada pela MAPA ou MRPA e sua prevalência é de 13%. Paciente que possui HM tem risco cardiovascular 2x mais aumentado que paciente normotenso.
Hipertensão do Avental Branco (HAB):

Valores anormais da PA no consultório, porém com valores considerados normais pela MAPA ou MRPA e sua prevalência global da HAB é de 13%. O RCV é maior do que no paciente normotenso, visto que tem maior efeito adrenérgico, as lesões em órgão alvo é maior, tem maior chance de desenvolver DM e progressão para hipertensão sistêmica e hipertrofia ventricular.
Descenso noturno

Durante o sono, considera-se normal a redução de 10% a 20% nos níveis de PA em relação ao período de vigília. Este é o descenso noturno fisiológico
O benefício do MAPA em relação ao MRPA é que avalia o descenso durante o sono.
Valores de referência para a definição de HAS pelas medidas de consultório, MAPA e MRPA

MRPA teve alteração na diretriz de 2020 para 130x80

Triagem e Diagnóstico de hipertensão arterial


Avaliação Clínica do Paciente hipertenso

- História completa:
- Tempo de tratamento;
- Tratamentos realizados anteriormente;
- Fatores de riscos;
- Indícios de HAS secundária e LOA;
- Aspectos socioeconômicos;
- Estilo de vida;
- Medicamento em uso além dos anti-hipertensivos;
- Exame físico: procurar indícios de HAS secundária e LOA;
- Exame de Fundo de Olho (Fundoscopia): deve ser solicitado na primeira avaliação para todos os hipertensos Estágio 3 com DM ou LOA;
Sinais que sugerem causas secundárias

- Características Cushingóides
- Palpação abdominal: Rins aumentados (rim policístico)
- Sopros abdominais ou torácicos (renovascular, coarctação de aorta, doença da aorta ou ramos)
- Pulsos femorais diminuídos (Coarctação de aorta, doença da aorta ou ramos)
- Diferença na PA nos braços (Coarctação de aorta e estenose de subclávia)
Sinais de lesão em órgão alvo

- Cérebro: défictis motores e sensoriais
- Retina: Lesões à fundoscopia
- Artérias: ausência de pulsos, assimetrias ou reduções. lesões cutâneas, sopros
- Coração: Desvio de ictus, presença de B3 ou B4, sopros, arritmias, edema periférico, crepitações pulmonares
V ou F
Diferença de PA nos braços com PAS < 30 mmHg ou PAD < 25 mmHg (é a máxima diferença que pode acontecer).

Diferença de PA nos braços com PAS < 20 mmHg ou PAD < 10 mmHg (é a máxima diferença que pode acontecer).

Exames de rotina para o paciente hipertenso:

- Urina 1;
- ECG convencional;
- Creatinina e TFG;
- Ácido úrico;
- Potássio plasmático;
- Colesterol total e frações;
- Triglicérides;
- Glicemia de jejum;

























