Cirúrgica IV - Uro (Neoplasias Urológicas) Flashcards

1
Q

Tumores Renais Benignos

A

Extremamente comuns

  • Cistos renais simples (70% das massas renais assintomáticas) e complexos
  • Tumores sólidos benignos: Adenomas
  • Oncocitomas (tumor mais comum - realçam ao exame de imagem, ou seja, não dá para diferenciar de um CA maligno enquanto não faz a retirada)
  • Angiolipomas
  • Leiomionas.
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2
Q

Cisto Renal Simples

A
  • Velocidade de crescimento baixa: 1,9mm/ano que diminui com a idade.
  • Não tem repercussão clínica (é um achado)
  • Fatores de risco: Idade avançada, homem, HAS, insuficiência renal
  • Não tem nenhum tipo de tratamento
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3
Q

Cistos Renais Complexos

A

Precisam de um acompanhamento mais de perto, pois existem algumas lesões que podem ser tumorais

Classificação radiológica de Bosniak (avaliação por TC) – está relacionado com o risco de malignidade:

  • I: cisto simples, possibilidade de malignidade 0, não precisa acompanhar.
  • II F: lesões com mais de 3cm, risco de malignidade de 18%, precisa acompanhar semestralmente com TC.
  • III e IV: precisa tirar a lesão como se fosse um potencial câncer.
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4
Q

Oncocitoma (Renal)

A
  • Tumor benigno mais comum
  • Indistinguível do CCR (carcinoma de células renais)
  • Diagnóstico pós-operatório
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5
Q

Angiomiolipoma (Renal)

A

Único tumor benigno que é possível ter conhecimento antes da sua retirada – vai ser diagnosticado por exame de imagem. Massa sólida, com índice de atenuação negativo 4cm, pode estar associado a hemorragia espontânea – tem que fazer Embolização Arterial seletiva por cateterismo e, quando não for possível, faz a Nefrectomia parcial.

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6
Q

V ou F

“Qualquer massa renal que apresente realce na TC, em mais de 15 HU, deve ser considerada um CCR (CA de células renais) até que se prove o contrário”

A

Verdadeiro

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7
Q

Tumores Renais Malignos

A
  • 2-3% das neoplasias malignas do adulto
  • É o mais letal dos cânceres urológicos comuns
  • É mais comum nos homens do que nas mulheres numa proporção de 3:2
  • Tem um pico maior de incidência entre a 5ª e a 7ª década de vida
  • Mais frequente em negros
  • 7º tumor mais comum nos homens e o 9º nas mulheres
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8
Q

Tipos Histológicos dos Tumores Renais

A
  • Tumores metastáticos
  • Carcinoma
  1. Carcinoma de Células Renais de Células Claras
  2. Carcinoma de Células Renais Papilífero
  3. Carcinoma de Células Renais Cromófobo
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9
Q

Tumores Metastáticos dos Rins

A

Neoplasias malignas mais comuns dos rins

  • A probabilidade de uma célula metastática parar no glomérulo e causar um câncer renal é muito grande, porque o rim filtra todo o sangue.
  • 12% dos indivíduos que morrem de metástase têm metástase renal que muitas vezes nem é diagnosticado em vida, é apenas achado em necrópsia.
  • Do ponto de vista estatístico, a maior parte dos tumores que se encontra no rim provém do pulmão, mama (na mulher), TGI, melanoma e tumores hematológicos.
  • Padrão: pequenas moedas no rim, pois é uma disseminação pela metástase do sangue
  • Quando se pega um RX e tem lesões circulares, pensa-se em metástases de outros sítios e não em um tumor primário do rim
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10
Q

Carcinoma Renal

A

Principal tumor primário do rim.

  • Carcinoma de Células Renais de Células Claras, que corresponde a 80% dos tumores renais – é um carcinoma mais agressivo, com prognóstico pior.
  • Carcinoma de Células Renais Papilífero corresponde a 15%
  • Carcinoma de Células Renais Cromófobo corresponde a 5%.

Obs:. Antigamente existia uma diferenciação em tumor sarcomatóide, mas o que se vê hoje é que essa diferenciação ocorre em qualquer um dos 3 CAs (de 1 a 5% deles) e tem pior prognóstico

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11
Q

Fatores de Risco para Tumor Renal Maligno

A
  • Cigarro
  • Obesidade
  • HAS em uso de anti-hipertensivos
  • DR terminal em hemodiálise (pode chegar até 6x mais chance de CA de rim)
  • Genética: existem formas familiares
  • Doença de Von Hippel-Lindau
  • Esclerose Tuberosa
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12
Q

Sinais e Sintomas associados ao câncer renal

A
  • Grande parte dos tumores renais são assintomáticos (diagnóstico incidental – 60%).
  • Quando o sintoma aparece, a doença já está em fase agressiva e metastática
  • Quando tem sintomas: Hematúria total (60%); Dor lombar (40%); Massa palpável (10%); Hematoma perirrenal.
  • Ainda pode causar obstrução da VCI - cresce para dentro da veia renal, emitindo um trombo renal para a VCI o qual pode subir e chegar até no átrio: Edema bilateral de MMII; Varicocele não redutível ou do lado direito.
  • Sistêmico: Tosse persistente, Dor óssea, Linfadenopatia cervica, Perda de peso / febre / mal-estar
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13
Q

V ou F

Do ponto de vista estatístico, existe embasamento para detecção em massa de câncer renal pelo custo-benefício tendo em vista que o CA de rim não é raro

A
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14
Q

O que é chamado de “tríade demasiado tardia” em relação ao câncer renal

A
  • Hematúria total (60%)
  • Dor lombar (40%)
  • Massa palpável (10%)

Essa tríade será denominada de tríade demasiado tardia, ou seja, quando esse paciente chega apresentando esses 3 sintomas no consultório, geralmente ele já é um indivíduo com metástase → provavelmente um paciente que você fez diagnóstico de CA de rim, e ele vai morrer disso sem você conseguir tratar de forma adequada.

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15
Q

Síndromes paraneoplásicas e Câncer Renal

A

O CA de rim é o que tem maior foco paraneoplásico, conhecido como “o grande mimetizador” → 10-20% dos pacientes vão apresentar a síndrome paraneoplásica. Ela pode causar: hipercalcemia, HAS, policitemia, disfunção hepática não metastática (sd de stauffer), ataxia cerebelar, cushing

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16
Q

Diagnóstico do CA de Rim

A
  • Maior parte é incidental por US e TC (suspeitou na US → pede TC)
  • 25-30% apresentam metástases à distância ao diagnóstico
  • O principal sítio de metástase a distância do rim é o pulmão, depois ossos, fígado e cérebro
  • Raramente faz biópsia, pois o rim está no retroperitônio e é altamente vascularizado. Em situações pontuais:
  1. Exame de imagem não consegue descartar um abcesso renal
  2. Suspeita de um tumor metastático (não consegue descobrir o tumor primário)
  3. Suspeita de linfoma renal
  4. Paciente com rim único
17
Q

Classificação TNM para câncer Renal

A
  • T1: Tumores 7cm, limitado ao rim (T1a: <4cm / T1b: 4-7cm). Ideal é o diagnóstico quando está em T1a.
  • T2: Tumores >7cm, limitado ao rim
  • T3: Tumores com trombo para veia renal e veia cava inferior OU tumor que saiu para a gordura nefrética
  • T4: Tumor que saiu da fáscia de Gerota (invadiu cólon e estruturas anexas)

Também existe outra classificação com base o TNM:

  • Estádio I: T1 N0 M0 – T1 sem metástase
  • Estádio II: T2 N0 M0 – T2 sem metástase
  • Estádio III: T1 ou T2 N1 M0 que tenha qualquer linfonodo identificado na TC / T3 com ou sem invasão
  • Estádio IV: T4 e qualquer metástase a distância.
18
Q

Tratamento do Câncer Renal

A
  • Se não retirar o tumor de rim, o paciente vai morrer pois ele não é quimiossensível → é “sensível a bisturi.”
  • A cirurgia tende a uma nefrectomia parcial ou cirurgia poupadora de néfrons (padrão ouro)
  • A cirurgia radical está reservada para: Tumores > 7 cm / Tumores relacionados ao hilo renal
  • As terapias ablativas podem ser uma alternativa à nefrectomia parcial (crioablação ou radiofrequência - RFA)
  • O tumor do rim é um tumor imunogênico, pode fazer terapia alvo molecular
19
Q

Vigilância Ativa no Câncer Renal

A

A vigilância ativa ganhou muita força nos pacientes que tem prognóstico ruim, maior idade e tumores menores, então, ao invés de fazer cirurgia, faz se a vigilância com TC ou RM semestral ou RX tórax anual.

20
Q

Terapia alvo molecular no Câncer Renal

A

CA Renal é imunogênico

  • Interleucina II e o interferon diminuem a progressão da doença, podem levar à remissão de metástases (3-5% de todos os pacientes).
  • É uma alternativa quando se tem tumores metastáticos e não tem o que fazer
  • Bevacizumabe, um anticorpo monoclonal – atua na via VEGF
  • Tensirolimo/Everolimo – atua na via do mTOR. Bevacizumabe e Tensirolimo possuem efeitos muito limitados e são medicações caras (20 mil reais por mês – gasto alto para ganho limitado)
21
Q

Câncer de Testículo

A

Grupo morfológico de principalmente células germinativas: possuem um prognóstico e uma sensibilidade muito grande aos tratamentos que podemos oferecer. São divididos em tumores seminomas (52-56%) e tumores não seminomas (44-48%).

22
Q

V ou F

“O câncer de rim metastático o paciente vai morrer, o câncer de testículo consegue se pegar um indivíduo com metástase cerebral e curar.”

A

Verdadeiro

23
Q

Câncer de Testículo Epidemiologia

A
  • CA mais raro (1-2% dos CAs nos EUA)
  • Mais frequente em jovens em idade produtiva (homens de 20-40 anos) É o 2º tumor maligno mais comum entre 15 e 19 anos (só perde para a leucemia)
  • A incidência vem aumentando nos últimos anos
  • Mais comum em brancos e em países desenvolvidos (maior nível socioeconômico)
  • 10% aparecem em homens com história de criptorquidia
  • 10-30% apresentam doença metastática ao diagnóstico, ou seja, 70-90% tem a doença localizada
  • Após o advento da QT com Cisplatina, a taxa de sobrevida a longo prazo mesmo no CA metastático é de 90%
24
Q
A
25
Q

Seminoma Localizado

A

Acomete 50% dos homens que tem neoplasia de testículo – Tumor benigno que na maioria das vezes não exige tto adjuvante

26
Q

Fatores de risco para CA de testículo

A
  • Criptorquidia (risco 4-6x maior risco; a orquidopexia feita em tempo hábil, antes dos 13 anos, diminui esse risco em 2-3x).
  • História familiar
  • História pessoal (risco aumentado de câncer de testículo assincrônico) → Neoplasia intratubular de celular germinativas
  • Uso de estrogênio pela mãe na gravidez
  • Infertilidade (2/3 dos pacientes com câncer de testículo são inférteis) → Homem com queixa de infertilidade precisa ser investigado para CA de testículo.
27
Q

CA de Testículo: Tumores Não Seminomatosos (TCGNS)

A
  • Carcinoma embrionário
  • Tumor de saco vitelino
  • Teratoma
  • Coriocarcinoma

Na maioria das vezes é um misto de todos esses tipos – o prognóstico e tratamento é de acordo com o percentual de cada tipo.

28
Q

Apresentação Clínica CA dos Tumores Não Seminomatosos (TCGNS)

A
  • Massa testicular indolor (mais comum)
  • Dor testicular
  • História de trauma – geralmente o testículo que tem o tumor fica mais sensível, e um trauma que passaria despercebido acaba incomodando
  • Metástases a distância são encontradas em 30% dos não seminomas e em 15% dos seminomas
  • 1/3 dos casos de neoplasia de testículos foram anteriormente diagnosticados como orquiepididimite (pode acabar retardando um diagnóstico importante) → Toda vez que tem um nódulo tumoral sem nenhum sintoma inflamatório, sempre deve suspeitar de câncer de testículo.
29
Q

Diagnóstico dos Tumores Não Seminomatosos (TCGNS)

A
  • Exame físico (palpação de nodulação)
  • US
  • Marcadores tumorais – ficam aumentados nos não seminomatosos:

βHCG

α-fetoproteína

DHL

30
Q

Tratamento Inicial dos Tumores Não Seminomatosos (TCGNS)

A

ORQUIECTOMIA RADICAL INGUINAL:

  • NUNCA abre a bolsa escrotal, pois pode mudar a drenagem linfática e o padrão de disseminação
  • Abre a região inguinal, puxa o cordão e tira o testículo
  • Liga os vasos testiculares o mais alto possível para evitar a disseminação Curativa em até 85% dos seminomas no estadiamento clínico 1 e em até 80% nos não seminomatosos em estadiamento clínico 1.

ORQUIECTOMIA PARCIAL: Raro. Vai fazer quando:

  • Testículo único
  • Tumores bilaterais sincrônicos pequenos (<2-3cm) → poderia tirar um testículo, clampear o cordão e fazer uma biópsia de congelação e aí retira se for indicado
31
Q
A
32
Q

Seguimento dos Tumores Não Seminomatosos (TCGNS)

A

Pós orquidectomia deve fazer o re-estadiamento:

  • Marcadores tumorais
  • TC abdome total e TC tórax

TCG segue um padrão previsível de disseminação aos linfonodos retroperitoneais e então aos sítios distantes

33
Q

CA de Testículo: Seminoma

A

É associado a uma história natural indolente com menor incidência de doença metastática

  • Mais sensível à radio e quimio
  • Aumento dos marcadores pós orquiectomia indica doença metastática (fazer QT) → maioria das vezes isso não acontece.
34
Q

Algoritmo do tratamento das doenças metastáticas do CA de testículo

A

O algoritmo do tratamento das doenças metastáticas (minoria dos casos) sejam seminomas ou TCGNS, são altamente complexos, baseados em uma ampla gama de dados e da experiência de cada serviço:

  • Vigilância ativa
  • QT (platina)
  • Linfadenectomia retroperitoneal
  • RT