Cirúrgica V - Vascular (Oclusão Arterial Aguda) Flashcards
Oclusão Arterial Aguda
A oclusão arterial aguda é uma interrupção aguda do fluxo sanguíneo. Existem duas formas de oclusão aguda: Trombo e Êmbolo
Trombo
é quando está preso ao vaso. Para formar um trombo é necessário lesão da íntima do vaso. Essa lesão pode ocorrer por um rompimento de placa aterosclerótica ou por um trauma, que lesa a parede do vaso.
Causas de formação de trombo
Causas: aterosclerose, aneurisma, dissecção de aorta, aprisionamento, doença cística adventicial, iatrogenia, trombofilia, trauma.
Como eu sei que é um trombo crônico ou agudo?
Presença de ramos colaterais desenvolvidos na crônica
Êmbolo
é a mesma coisa que o trombo, mas que migra, geralmente para em bifurcações.
Causas de embolia:
- Causas cardíacas: arritmia, alterações anatômicas do coração, valvopatias, mixoma atrial.
- Causas não cardíacas: aneurisma, doença ateromatosa, próteses vasculares, iatrogenia, embolia paradoxal (paciente tem êmbolo venoso, mas tem mal formação cardiológica com forame oval pérvio – torna-se êmbolo arterial)
Onde o êmbolo para?
A grande maioria para na bifurcação femoral, que é onde tem maior diferença de calibre. Depois, seguido de ilíacas, depois poplíteas e depois partes mais superiores.
Diferença entre trombose e embolia em relação a:
a) Início
b) Dor
c) Antescedentes de claudicação
d) Doença cardíaca
e) Pulsos arteriais no membro contralateral
a) Embolia apresenta início apenas agudo, enquanto trombose pode ser agudo ou gradual
b) Na embolia a dor é subita e intensa, enquanto na trombose é súbita e de intensa à moderada
c) Na embolia a cludicação está ausente, enquanto na trombose está presente
d) Na embolia a doença cardíaca é frequente, enquanto na trombose ocasional
e) Na embolia o pulso contralateral geralmente está preservado, já na trombose geralmente ausente
Manifestações Clínicas da oclusão arterial aguda
São os 5 “P”s da isquemia: Vão ser mais intensos na embolia e na trombose aguda por trauma (lembrando que a trombose crônica vai ter ramo colateral e vão ser sintomas mais amenos)
- Pain (dor);
- Pulseless (ausência de pulso);
- Paresthesia/Paralysis (parestesia/paralisia);
- Pailor (palidez) - pode estar pálido ou cianótico;
- Poiquilothermia (poiquilotermia –frio, por redução do fluxo sanguíneo).
Classificação de Rutherford para Oclusão Arterial Aguda
I é o paciente que tem perfusão boa, mas tem uma embolia (diagnóstico mais difícil) e o III é o mais fácil de acertar, o pé já está preto. Temos que atuar no II. Do IIA para o IIB passa a ter acometimento de dorso de mão e pés. Só em dedos é IIA. O IIB é a eminência (fluxo venoso também está comprometido), se você não diagnosticar pode evoluir para o III e levar à amputação de membros.
Tratamento da Embolia
É uma embolectomia, é feita dissecção da artéria proximal e distal, abre ela e passa um cateter desinsuflado, insufla e puxa, o êmbolo sai junto. Quando passar o balão, pode sair um êmbolo e um trombo secundário. Pode fazer o diagnóstico clínico, mas o US com doppler ajuda no preparo cirúrgico.
Tratamento da trombose
Em trombose por doença crônica é feita uma trombólise e coloca um stent. A maioria dos casos faz só o stent, não vai precisar da trombólise.
Complicações da Oclusão Arterial Aguda
Síndrome Compartimental
Síndrome de reperfusão
Amputação de membros
Síndrome Compartimental
É uma complicação que o paciente com oclusão pode ter, sendo mais comum na EMBOLIA. O músculo possui alguns compartimentos que não são distendíveis devido à fáscia. Na isquemia ocorre formação de radicais livres, causando influxo de neutrófilos, gerando inflamação. Com isso, há acúmulo de sódio dentro da célula, gerando edema muscular e acúmulo de potássio extracelular. Esse edema não tem pra onde ir, então começa a comprimir estruturas próximas (pode comprimir vaso).
A síndrome compartimental é identificada por edema duro, mostrando que o músculo está tenso dentro das fáscias. O primeiro sintoma na síndrome compartimental é parestesia (pela compressão de vasos). O pulso é o último a sumir! Em geral, quando o tempo de isquemia é maior que 4 horas, já no procedimento cirúrgico é feita a fasciotomia. Ou então são feitos exames físicos seriados a cada 2 horas. A panturrilha é o local mais acometido. Pode fazer fasciotomia escalonada ou pode fazer inteiriço.
Síndrome de reperfusão
São as complicações que o paciente pode ter depois do tratamento da oclusão e da síndrome compartimental:
- Lesão renal pela mioglobinúria (pela lesão muscular);
- Hiperpotassemia (pelo potássio que estava aumentado no extracelular - pode causar arritmia). Como prevenir? Diagnóstico precoce + hidratação vigorosa com soro fisiológico (o ringer lactato pode piorar o paciente, por ter potássio em sua composição!)