Aula 12 - Anamnese e exame cardíaco (inspeção e palpação) Flashcards

1
Q

Posição do coração

A

Base (2º EIC): átrios e vasos da base: artéria pulmonar, arco aórtico e veia cava superior

Ápice (5º EIC, LHC): extremidade inferior do ventrículo E (ápice cardíaco ou ictus cordis)

*ictus visível e palpável no 5 espaço intercostal esquerdo.

Biotipo. Nos indivíduos longilíneos (altos e delgados), o coração assume uma posição verticalizada; nos brevilíneos, o coração se horizontaliza; nos mediolíneos, o coração assume uma posição intermediária, verticalizando-se durante a inspiração profunda e horizontalizando-se na expiração forçada.

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2
Q

Ápice do coração

A

O ápice corresponde à ponta do coração e é constituído do ventrículo esquerdo, que mantém contato direto com o gradil costal no 5o espaço intercostal esquerdo, na maioria das pessoas.

O ictus cordis não corresponde exatamente à ponta do coração.
Esta particularidade anatômica é importante, pois, pela inspeção e palpação do choque da ponta do ventrículo esquerdo, muitas conclusões clínicas podem ser tiradas, no que se refere a dilatação e/ou hipertrofia desta cavidade.

O coração do recém-nascido e da criança é menor que o de uma pessoa adulta, mas, em proporção ao tamanho do tórax, parece ser maior, além de ter um formato mais globoso. Sua posição é mais transversal que no adulto e, por isso, a ponta do coração situa-se pelo menos um espaço intercostal acima.

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3
Q

Sinais e sintomas cardiovasculares

Quando a dor é localizada na parede anterior do tórax esquerdo

A

Dor pré cordial

Dor precordial não é sinônimo de dor cardíaca, pois pode ter origem no coração e em outros órgãos ou estruturas como pleura, esôfago, aorta, mediastino, estômago e na própria parede torácica.

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4
Q

Sinais e sintomas cardiovasculares

Geralmente aos esforços / ao deitar / após algumas horas de sono

A

Dispneia

A dispneia é um dos sintomas mais importantes dos pacientes com cardiopatia e significa a sensação consciente e desagradável do ato de respirar.
Semiologicamente, apresenta-se de duas maneiras: uma subjetiva, que é a dificuldade respiratória sentida pelo paciente, e outra objetiva, que se evidencia pela aceleração dos movimentos respiratórios (taquipneia) e pela participação ativa da musculatura acessória da respiração (músculos do pescoço na inspiração e músculos abdominais na expiração).

Na linguagem leiga, a dispneia recebe a designação de cansaço, canseira, falta de ar, fôlego curto, fadiga ou respiração difícil.

A dispneia em paciente com uma cardiopatia indica congestão pulmonar.

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5
Q

Sinais e sintomas cardiovasculares

Percepção dos batimentos cardíacos relacionados com arritmias

“sentindo que o coração está batendo rápido demais, que está falhando”

A

Palpitações

O pacientes podem relatar: “tremulantes”, “batimentos saltados”, “pancadas”, “saltos”, “paradas” ou “irregularidades

Principais: palpitações de esforço, as que traduzem alterações do ritmo cardíaco e as que acompanham os transtornos emocionais

Nem sempre significa alteração do ritmo cardíaco (arritmia)!

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6
Q

Sinais e sintomas cardiovasculares

Cansaço mesmo que em repouso

A

Astenia

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7
Q

Sinais e sintomas cardiovasculares

Tipicamente de MIs, geralmente é menos intenso no período da manhã e mais característico no período da noite.

A

Edema

Generalizado ou localizado

As expressões “inchaço” e “inchume” são as mais usadas pelos pacientes para relatar este sintoma, mas elas podem designar, também, crescimento ou distensão do abdome (p. ex., “inchaço na boca do estômago”).

aumento do líquido intersticial, proveniente do plasma sanguíneo. Embora possa haver edema intracelular, do ponto de vista semiológico, este termo refere-se ao extracelular ou intersticial.

Em condições normais, a pressão hidrostática e a pressão oncótica estão em perfeito equilíbrio dinâmico; no entanto, em condições patológicas, este equilíbrio é rompido.

Na insuficiência cardíaca direita, a elevação da pressão venosa central é o fator determinante do aumento da pressão hidrostática nos capilares venosos, aumentando a passagem de água para o interstício, o que é evidenciado clinicamente pelo aumento do peso corporal, pelo aparecimento de edema subcutâneo ou pelo acúmulo de líquido nas cavidades serosas.

Outro fator importante na gênese do edema cardíaco é a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona, que vai determinar a retenção de sódio e a eliminação de potássio.

A causa básica do edema cardíaco é a insuficiência ventricular direita por aumento da pressão hidrostática associado à retenção de sódio.

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8
Q

Sinais e sintomas cardiovasculares

Perda momentânea da consciência por alguns momentos com queda.

A

Síncope

Desmaio é a perda súbita e transitória da consciência e do tônus muscular postural (síncope).
A maior parte das crises de desmaio (crises vasovagais ou síncope vasodepressiva) ocorre quando o indivíduo está de pé, e são acompanhadas de queda da pressão arterial.

Pode ser de origem psicogênica (impactos emocionais, medo intenso) ou por redução aguda, mas transitória, do fluxo sanguíneo cerebral.

Quase sempre o quadro evolui rapidamente para a recuperação da consciência, pois, se não houver melhora da perfusão cerebral, sobrevirá a morte em curto período de tempo.

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9
Q

Sinais e sintomas cardiovasculares

É a sensação de que vai perder a consciência, mas não a perde.

A

Lipotimia

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10
Q

Sinais e sintomas cardiovasculares

Chiado no peito, dependendo do grau de edema pulmonar, ela é muito frequente.

A

Sibilância

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11
Q

Caso Clínico 1

Homem de 53 anos, sexo masculino, branco, natural e procedente de São Paulo, mora atualmente em Bauru, casado, corretor de imóveis

QD = Dor no peito há 4 meses

A

sempre descartar de doenças esofágicas → possuem alguns sintomas semelhantes

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12
Q

Características da dor anginosa

Localização?
Intensidade?
Caráter?

A
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13
Q

Características da dor anginosa

Irradiação?
Duração?

A

Poucos minutos até 10 minutos = Angina estável (prevista)
Até 20 minutos = Angina Instável (deixa de ser prevista, muda as características da dor, intensidade, duração e fatores de melhora e/ou piora)

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14
Q

Características da dor anginosa

Fatores de melhora?
Fatores de piora?
Fatores concomitantes?

A

Se após o nitrato a dor não passar, ir para o PS.

É muito importante o tempo que a dor leva para desaparecer após uso de nitrato sublingual. Na angina de peito, a dor desaparece 3 ou 4 minutos após; se levar maior tempo (5 ou 10 minutos), provavelmente não se trata de angina clássica, podendo ser angina instável.

A dor da pericardite aguda pode ser amenizada ou cessar quando o paciente inclina o tórax para frente ou o comprime com um travesseiro.

Alguns pacientes com quadro anginoso e outros com enfermidades gastrintestinais ou com ansiedade encontram alívio após eructação ou eliminação de gases.

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15
Q

Mecanismo Envolvido nos Sinais e Sintomas Cardíacos

A

Desequilíbrio entre oferta e consumo de O2. Ex: aterosclerose/esforço físico

Hipóxia celular

Sem que ocorra alterações necróticas (angina)
com necrose(IAM)

Estimulação de terminações nervosas por
substâncias químicas: ácido lático, potássio,
prostaglandinas entre outras (por isso dói)

Dor na isquemia miocárdica. A dor de origem isquêmica tem origem na hipoxia celular. Sempre que houver desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio, vale dizer, quando há isquemia miocárdica, ocorre estimulação das terminações nervosas da adventícia das artérias e do próprio músculo por substâncias químicas liberadas durante a contração. Não se sabe se tais substâncias são produzidas somente durante a isquemia ou se são metabólitos normais que se acumulam até atingir concentrações capazes de determinar dor se houver inadequada irrigação sanguínea.

É provável que as substâncias que estimulam ou aumentam a excitabilidade das terminações nervosas sensoriais sejam o ácido láctico, o potássio, as cininas, as prostaglandinas e os nucleotídios.

A causa mais comum de isquemia miocárdica é a aterosclerose coronária, assumindo características especiais na angina de peito e no infarto agudo do miocárdio.

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16
Q

Qual o sinal clínico?

A

Sinal de Levine

Sugere dor precordial / angina

Manifestado quando o paciente coloca o punho cerrado sobre o tórax, ao se queixar de dor torácica. É um sinal patognomônico de isquemia miocárdica.

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17
Q

Outras dores do precórdio

Dor de origem pericárdica:

A

A dor da inflamação é mais aguda, retroesternal e irradia para pescoço e dorso.

Costuma ser contínua e não se relaciona com exercício, piora com a respiração e com decúbito dorsal.

Melhora com a inclinação do tronco para frente. Dor de provável etiologia pelo atrito dos folhetos

O mecanismo provável da dor da pericardite é o atrito entre as membranas ou uma grande e rápida distensão do saco pericárdico por líquido.

É provável que a irritação das estruturas vizinhas – pleura mediastinal, por exemplo – também participe do mecanismo da dor da pericardite.

É diferente da dor anginosa –> Pericárdica não tem relação com esforço fisico, estresse emocional e não irradia para o MSE.

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18
Q

Outras dores do precórdio

Dor de origem aórtica:

A

Dissecção de aorta → emergência!!!

Dor lancinante, início súbito, retroesternal ou face anterior do tórax com irradiação para pescoço, região interescapular e ombros.

Paciente fica inquieto. Origem da dor provavelmente pela estimulação do plexo aórtico

Os aneurismas da aorta geralmente não provocam dor, mas a dissecção aguda da aorta determina quadro doloroso importante, com início súbito, muito intensa, do tipo lancinante, de localização retroesternal ou face anterior do tórax, com irradiação para o pescoço, região interescapular e ombros.

Durante a crise dolorosa, o paciente fica inquieto – deita-se, levanta-se, revira-se na cama, adota posturas estranhas, comprime o tórax com um travesseiro, tentando obter algum alívio.

A separação das camadas da parede arterial, particularmente da adventícia, com súbita distensão das terminações nervosas aí situadas, estimula as terminações nervosas do plexo aórtico, determinando a dor.

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19
Q

Outras dores do precórdio

Extra-cardíacas:

A

Alterações no esôfago, estômago, pleura, etc

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20
Q

Causas de palpitação:

A

Há três tipos principais de palpitações – as palpitações de esforço, as que traduzem alterações do ritmo cardíaco e as que acompanham os transtornos emocionais

Nem sempre significa alteração do ritmo cardíaco (arritmia)!

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21
Q

Causas de dor torácica.

Parede torácica

A
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22
Q

Causas de dor torácica.

Traqueia, brônquios, pulmões e pleuras

A
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23
Q

Causas de dor torácica.

Coração e pericárdio

A
24
Q

Causas de dor torácica.

Vasos

A
25
Q

Causas de dor torácica.

Esôfago

A
26
Q

Causas de dor torácica.

Mediastino

A
27
Q

Causas de dor torácica.

Órgãos abdominais

A
28
Q

Causas de dor torácica.

Causa psicogênica

A
29
Q

Causas de dispneia

A

Os dados anamnésicos possibilitam reconhecer os seguintes tipos de dispneia: dispneia de esforço, dispneia de decúbito (ortopneia), dispneia paroxística noturna e dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes.

30
Q

Tipos de dispneia

É o tipo mais comum na insuficiência ventricular esquerda; conforme sua denominação, aparece quando o paciente executa esforço físico, sendo classificada em dispneia aos grandes, médios e pequenos esforços.

A

Dispneia de esforço

grandes –> médios –> pequenos esforços (pior)

A evolução da dispneia de esforço da insuficiência ventricular esquerda caracteriza-se por ser de rápida progressão, passando dos grandes aos pequenos esforços em curto período de tempo. Este tipo de evolução a diferencia da dispneia que ocorre nas enfermidades pulmonares e nas anemias, condições em que a dispneia agrava-se lentamente ou é estacionária.

31
Q

Tipos de dispneia

Surge quando o paciente se põe na posição deitada. Para minorá-la, o paciente eleva a cabeça e o tórax, usando dois ou mais travesseiros; às vezes, inconscientemente, adota a posição semissentada ao dormir.

A

Dispneia de decúbito

A causa da dispneia de decúbito é o aumento da congestão pulmonar pelo maior afluxo de sangue proveniente dos membros inferiores e do leito esplâncnico, nesta posição. Este tipo de dispneia aparece tão logo o paciente se deita, o que a diferencia da dispneia paroxística noturna.

32
Q

Tipos de dispneia

Em fase mais avançada, quando a dispneia se torna muito intensa, o paciente é forçado a sentar-se na beira do leito, com as pernas para fora, quase sempre fletindo a cabeça para frente e segurando com as mãos as bordas do colchão, para ajudar o trabalho da musculatura acessória da respiração.

A

Ortopneia

33
Q

Tipos de dispneia

Ocorre com mais frequência à noite. Sua característica principal consiste no fato de o paciente acordar com intensa dispneia, a qual se acompanha de sufocação, tosse seca e opressão torácica, sendo obrigado a sentar-se na beira do leito ou levantar-se da cama.

A

Dispneia paroxística noturna

Durante a crise dispneica, pode haver broncospasmo, responsável pelo aparecimento de sibilos, cuja causa provável é a congestão da mucosa brônquica. Nessas condições, costuma ser chamada de asma cardíaca.

Ao examinar o paciente durante a crise dispneica, nota-se pele fria e pálida, às vezes cianótica, tórax expandido, sudorese e taquicardia.

Nas crises mais graves de dispneia paroxística noturna, além da intensa dispneia, há também tosse com expectoração espumosa – branca ou rosada –, cianose, respiração ruidosa pela ocorrência de sibilos e estertores. Este conjunto de sintomas e sinais caracteriza o edema agudo do pulmão.

Os pacientes que apresentam falência ventricular esquerda aguda, como a causada por um infarto agudo do miocárdio, ou que têm uma obstrução no nível da valva mitral – **estenose mitral **– são os mais propensos a desenvolver um quadro de edema agudo do pulmão.

Isso se dá devido ao aumento da pressão no átrio esquerdo, que ocorre nessas duas afecções, que se transmite às veias pulmonares, tal como em um sistema de vasos comunicantes. O aumento da pressão nos capilares pulmonares ocasiona transudação de líquido para o interstício, que, se ocorrer rapidamente, configura o quadro de edema agudo do pulmão.

34
Q

Tipos de dispneia

Caracteriza-se por períodos de apneia, seguidos de movimentos respiratórios, superficiais a princípio, mas que se tornam cada vez mais profundos, até chegar a um máximo; depois, diminuem paulatinamente de amplitude até uma nova fase de apneia, após o que se repetem os mesmos fenômenos

A

Dispneia periódica ou de Cheyne-Stokes

As pausas de apneia têm duração variável de 15 a 30 segundos, podendo alcançar até 60 segundos. Quando isso acontece, o enfermo apresenta-se em estado de torpor, sonolento ou inconsciente, as pupilas se contraem (miose), podendo aparecer cianose ao término da fase de apneia.

A dispneia periódica surge de preferência nos portadores de enfermidades cardiovasculares, destacando-se hipertensão arterial, insuficiência ventricular esquerda e doença arterial coronariana, mas aparece, também, em pacientes com afecções do tronco cerebroespinal, hipertensão intracraniana, hemorragia cerebral, uremia, intoxicação por barbitúricos ou morfina.

Crianças sadias e pessoas idosas podem apresentar, durante o sono, este tipo de respiração.

35
Q

É um sintoma frequente na insuficiência ventricular esquerda, constituindo um mecanismo de valor na manutenção da permeabilidade da árvore traqueobrônquica nos casos em que houver aumento de secreções.

A

Tosse

É um ato reflexo que se inicia por uma inspiração profunda à qual se segue o fechamento da glote, com aproximação das cordas vocais, que determina grande retenção de ar nos pulmões. Posteriormente, ocorre uma brusca contração da musculatura expiratória, em especial dos músculos da parede abdominal, com deslocamento do diafragma em sentido ascendente, o qual se contrai violentamente.

A tosse da insuficiência ventricular esquerda é seca e mais intensa à noite, podendo ser muito incômoda.

Sua causa é a congestão pulmonar; por isso, ela quase sempre está associada à dispneia.

No edema pulmonar agudo, a tosse acompanha-se de expectoração espumosa de cor rósea.

36
Q

É o produto eliminado por intermédio da tosse, procedente das vias respiratórias. Cumpre notar que as crianças não conseguem eliminar o escarro e, por isso, elas o deglutem, eliminando-o, às vezes, pelo vômito.

A

Expectoração

A expectoração dos pacientes com insuficiência ventricular esquerda é do tipo seroso, de pouca consistência, contém ar e é rica em albumina, que lhe confere aspecto espumoso.

Sua principal causa é o edema agudo pulmonar. Como o líquido que inunda os alvéolos não é formado unicamente por plasma, pois contém hemácias, a expectoração pode adquirir aspecto hemoptoico.

A congestão pulmonar torna este órgão campo propício para implantação de infecção bacteriana. Deste modo, a ocorrência de expectoração mucopurulenta – de cor amarelada ou esverdeada – deve despertar a suspeita de bronquite ou broncopneumonia.

A expectoração de sangue nos pacientes cardíacos pode decorrer dos seguintes mecanismos: passagem de glóbulos vermelhos de vasos pulmonares congestos para os alvéolos, como ocorre no edema pulmonar agudo; ruptura de vasos endobronquiais dilatados, que fazem conexão entre a circulação venosa brônquica e a pulmonar, como acontece na estenose mitral; e necrose hemorrágica dos alvéolos, nos casos de infarto pulmonar.

37
Q

Como costumam dizer os pacientes, significa o aparecimento de um ruído junto com a respiração, a qual quase sempre se torna difícil.

A

Sibilância, chieira, chiado ou “pieira”

Este chiado traduz a passagem de ar, em alta velocidade, através de vias respiratórias estreitadas. À ausculta, é possível encontrar expiração prolongada e sibilos.

O sibilo é um som musical, contínuo, prolongado, predominantemente expiratório, e pode ocorrer também durante a inspiração. Este ruído é mais frequente na asma brônquica, na bronquite crônica e no enfisema pulmonar; contudo, pode ocorrer na dispneia paroxística noturna e na asma cardíaca, quando a congestão pulmonar se acompanha de broncospasmo.

A expiração prolongada e os sibilos da insuficiência ventricular esquerda são produzidos por edema da mucosa brônquica, que é a causa do estreitamento das vias respiratórias. Outro mecanismo provável é a broncoconstrição reflexa.

38
Q

Para o diagnóstico diferencial entre asma brônquica e asma cardíaca, destacam-se os seguintes elementos:

A

A asma cardíaca costuma surgir na posição deitada e melhora quando o paciente senta-se ou fica de pé, sendo acompanhada por taquicardia, ritmo de galope e estertores finos nas bases pulmonares;

Na asma brônquica, a dispneia não é aliviada pela mudança de posição, os sibilos são disseminados e predominam sobre os estertores.

No exame clínico do paciente como um todo, encontram-se dados que possibilitam este diagnóstico diferencial.
Caso persistam dúvidas, a radiografia simples do tórax é um recurso de grande valor, pois torna possível evidenciar a congestão pulmonar, que é o substrato anatomopatológico principal da asma cardíaca, enquanto, na asma brônquica, encontra-se hiperinsuflação pulmonar.

39
Q

É a expectoração ou eliminação de sangue pelas vias respiratórias, procedente da traqueia, dos brônquios ou pulmões

A

Hemoptise

A presença de sangue vermelho vivo, rutilante, arejado, sem restos alimentares, cuja eliminação** acompanha-se de tosse** – ainda que, às vezes, a hemoptise possa desencadear acessos de náuseas –, possibilita distinguir a hemoptise das hemorragias provenientes do nariz (epistaxe), da laringe, das gengivas e do sistema digestório (hematêmese).

Considera-se hemoptise a eliminação de mais de 2 mλ de sangue, podendo, em certas situações, ser grande o volume de sangue, chegando a ser fatal em alguns casos.

Os pacientes costumam relatar este sintoma com a expressão “escarrar sangue”, mas eventualmente se referem como “vômito de sangue”. Uma investigação correta impedirá confundi-la com o verdadeiro vômito de sangue, ou seja, a hematêmese.

A hemoptise pode ser precedida de sintomas prodrômicos, tais como calor retroesternal, prurido na laringe e sensação de gosto de sangue na boca.

O sangue proveniente do sistema digestório – esôfago, estômago e duodeno – pode ser eliminado como sangue vivo, do mesmo modo que ocorre nas varizes esofágicas, úlcera péptica, gastrites agudas e neoplasias, ou como sangue coagulado, “digerido” e de cor escura (podendo ter aspecto de “borra de café”). Na hematêmese, os sintomas prodrômicos são as náuseas e o mal-estar epigástrico.

40
Q

Diferencie síncope x lipotímia

A

Síncope e lipotimia (desmaio). Desmaio é a perda súbita e transitória da consciência e do tônus muscular postural (síncope). Nem sempre, contudo, o sintoma ocorre de maneira completa, podendo ser parcial a perda da consciência (pré-síncope ou lipotimia).

A maior parte das crises de desmaio (crises vasovagais ou síncope vasodepressiva) ocorre quando o indivíduo está de pé, e são acompanhadas de queda da pressão arterial.

41
Q

Significa coloração azulada da pele e das mucosas, em razão do aumento da hemoglobina reduzida no sangue capilar, chegando a 5 g por 100 mλ

A

Cianose

Generalizada (corpo todo) ou localizada (restringida)

A quantidade normal de hemoglobina reduzida é de 2,6 g por 100 mλ. É óbvio, portanto, que os pacientes intensamente anêmicos nunca apresentarão cianose, porque não haveria hemoglobina reduzida suficiente para produzir cianose, mesmo que a tensão de oxigênio sanguíneo permanecesse relativamente alta.

A cianose é um sinal importante de enfermidade cardíaca, principalmente na infância, podendo ser descoberta pelo próprio paciente ou pela família. No entanto, a modificação na coloração da pele nem sempre é notada pelos pacientes e familiares.

O grau da cianose e a coloração cianótica podem ser variáveis. Em alguns enfermos, a coloração da mucosa é ligeiramente azulada, sem mudança na cor da pele; em outros, a cor dos tegumentos pode ser azul-clara ou lilás intenso. Na cianose grave, as mucosas são quase negras.

O exame do paciente deve ser feito à luz do dia, observando-se os lábios, a ponta do nariz, a região malar (bochechas), os lóbulos das orelhas, a língua, o palato, a faringe e as extremidades das mãos e dos pés.

42
Q

Há quatro tipos de cianose:

A

Central, periférica, mista e por alterações da hemoglobina

43
Q

Cianose central

A
44
Q

Cianose periférica

A

A causa mais comum de cianose periférica é a vasoconstrição generalizada em consequência da exposição ao ar ou à água fria.

45
Q

Cianose mista

A
46
Q

Cianose por alteração da hemoglobina

A
47
Q

É uma sensação de fraqueza generalizada. Esta expressão define um sintoma de caráter subjetivo, que tem como base uma impotência motora funcional. Está presente na maioria dos pacientes com insuficiência cardíaca e infarto agudo do miocárdio.

A

Astenia

Na insuficiência cardíaca → ↓débito cardíaco → má oxigenação músculos esqueléticos
Casos avançados podem se relacionar com atrofia muscular (insuficiência cardíaca ou sedentarismo secundário)

Nos pacientes com insuficiência cardíaca, a astenia relaciona-se principalmente com a diminuição do débito cardíaco e com oxigenação insuficiente dos músculos esqueléticos.

Nos pacientes em anasarca, uma diurese abundante, obtida pela administração de diurético, acompanha-se de redução do volume sanguíneo, que pode causar hipotensão postural, astenia e desmaio ao levantar. A depleção de sódio e potássio também determina astenia. Na hipopotassemia, outro sintoma importante é a ocorrência de cãibras.

A astenia dos cardiopatas pode estar relacionada também com atrofia muscular, seja em razão da própria insuficiência cardíaca ou por falta de exercício físico. Por fim, a inapetência causada por digital ou outros medicamentos provoca a redução de ingestão de alimentos, o que muito contribui para a astenia dos cardíacos.

48
Q

O exame físico do coração inclui a :

A

inspeção, a palpação e a ausculta.

49
Q

Inspeção e palpação

Realizam-se a inspeção e a palpação simultaneamente porque os achados semióticos tornam-se mais significativos quando analisados em conjunto. Os seguintes parâmetros devem ser sistematicamente analisados:

A

Pesquisa de abaulamento, análise do ictus cordis ou choque da ponta, análise de batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis e pesquisa de frêmito cardiovascular.

50
Q

Abaulamento

A

Para facilitar o reconhecimento de abaulamento, a observação da região precordial deve ser feita em duas incidências: tangencial, com o examinador de pé do lado direito do paciente, e frontal, o examinador fica junto aos pés do paciente, que permanece deitado.

Abaulamento desta região pode indicar a ocorrência de aneurisma da aorta, cardiomegalia, derrame pericárdico e alterações da própria caixa torácica.

51
Q

Ictus cordis e sua localização segundo o biotipo:

A

O ictus cordis, ou choque da ponta, é analisado pela inspeção e palpação, investigando-se localização, extensão, mobilidade, intensidade e tipo da impulsão, ritmo e frequência.

A localização do ictus cordis varia de acordo com o biotipo do paciente.

Nos mediolíneos, situa-se no cruzamento da linha hemiclavicular esquerda com o 5o espaço intercostal; nos brevilíneos, desloca-se aproximadamente 2 cm para fora e para cima, situando-se no 4o espaço intercostal; nos longilíneos, costuma estar no 6o espaço, 1 ou 2 cm para dentro da linha hemiclavicular.

Nos paciente com enfisema pulmonar ou quando há obesidade, musculatura muito desenvolvida ou grandes mamas, o ictus cordis pode tornar-se invisível e impalpável.

O deslocamento do ictus cordis indica dilatação e/ou hipertrofia do ventrículo esquerdo, como ocorre em estenose aórtica, insuficiência aórtica, insuficiência mitral, hipertensão arterial, miocardiosclerose, miocardiopatias e algumas cardiopatias congênitas.

Cumpre assinalar que a hipertrofia do ventrículo direito pouco ou nada repercute sobre o ictus cordis, pois esta cavidade não participa da ponta do coração.

52
Q

Avaliação do Ictus cordis

A

Na linguagem semiológica, ficaram consagradas algumas denominações mais abrangentes e muito significativas. Assim, fala-se em ictus cordis difuso quando sua área corresponde a três ou mais polpas digitais; e ictus cordis propulsivo, quando a mão que o palpa é levantada a cada contração, a primeira indicando dilatação e a segunda, hipertrofia.

53
Q

Batimentos ou movimentos

A

Além do ictus cordis, podem ser encontrados no precórdio e áreas vizinhas outros batimentos visíveis ou palpáveis, ou seja, retração sistólica, levantamento em massa do precórdio, choques valvares, cliques, pulsação epigástrica e pulsação supraesternal.

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Q

Frêmito cardiovascular

A

Frêmito cardiovascular é a designação aplicada à sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou nos vasos. É habitual compará-lo ao que se sente quando se palpa o pescoço de um gato que ronrona, de que proveio a denominação de frêmito catário.

Ao encontrar-se um frêmito, três características precisam ser investigadas: localização, usando-se como referência as áreas de ausculta; situação no ciclo cardíaco, diferenciando-se, então, pela coincidência ou não com o ictus cordis ou o pulso carotídeo, os frêmitos sistólico, diastólico e sistodiastólico; e intensidade, avaliada em cruzes (+ a ++++).

Os frêmitos correspondem aos sopros e a sua ocorrência têm grande importância no raciocínio clínico.

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Q

Quais pulsos devemos palpar de rotina:

A

-Carótidas
-Braquiais
-Radial e Ulnar
-Aorta Abdominal
-Artéria Femoral Comum
-Artéria Poplítea
-Artéria Tibial Posterior
-Artéria Pediosa

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Avaliação dos pulsos

A