9. Doenças da Conjuntiva Flashcards
Conjuntiva - Histologia do epitélio da conjuntiva? Quantas camadas celulares? Como são as células?
- NÃO-QUERATINIZADO
- Cerca de 5 camadas celulares
- Células cubóides basais que se vão progressivamente transformando em células poliédricas achatadas e vão sendo eliminadas na superfície
Conjuntiva - Em que região da conjuntiva há maior densidade de células caliciformes?
¬- Região infranasal e fundos de saco
Conjuntiva - Em que parte da espessura conjuntival estão as glaundulas de Wolfring e Krause?
Estroma profundo
Conjuntiva - Histologia do estroma da conjuntiva?
- Tecido conjuintivo LAXO
- Ricamente vascularizado !
- Glandulas de Krause e Wolfring encontram-se no estroma profundo
Conjuntiva - O que é o CALT? O que é que o constitui?
- Tecido Linfóide associado à conjuntiva
- Respostas imunes da superfície ocular
Constituido por - Linfócitos dentro das camadas epiteliais
- Vasos linfáticos e sanguíneos associados
- Linfócitos e células plasmáticas com agregados foliculares
Conjuntiva - Como é feita a vascularização da conjuntiva?
- A. Ciliares Anteriores
- A. Palpebrais
Conjuntiva - Qual é a orientação dos vasos conjuntivais no tarso?
Os vasos sanguíneos do tarso são orientados VERTICALMENTE (tal como as G. Meibomius)
Conjuntiva - A que tipo de tecido correspondem a placa semilunar e a carúncula?
Tecido cutâneo modificado
Conjuntiva - Quais são as alterações da conjuntiva relacionadas com a idade?
- Perda de Transparencia
- Adelgaçamento
- Perda de elasticidade
- Vasos sanguíneos MAIS proeminentes :O
(2 primeiras = córnea)
Conjuntiva - Conjuntivite - Que tipos de secreção existem, e a que tipos de infeção se associam?
- Aquosa - Alérgica ou Viral Aguda
- Mucoide - Alérgica crónica ou olho seco
- Mucopurulenta - Bacteriana aguda ou Chlamydia
- Hiperpurulenta - Gonocócica
Conjuntiva - O que são as pseudomembranas / membranas? Porque é que umas sangram e outras não?
Coagulados de exsudato que aderem ao epitélio da conjuntiva que está inflamado (devido a recrutação de mediadores inflamatórios para o local)
Membranas sangram porque envolve a própria camada, que rasga durante remoção
Conjuntiva - Quais são as consequências das membranas para o epitélio da conjuntiva?
Perda de células caliciformes e de glândulas lacrimais acessórias
Conjuntiva - Quais são os principais tipos de conjuntivite associados à formação de membranas?
- Conjuntivite Adenovírica grave
- Conjuntivite Gonocócica
- Conjuntivites bacterianas
- Conjuntivite Lenhosa
- S. Stevens-Johnson
Conjuntiva - Qual é a conformação e a que correspondem histologicamente os folículos?
- Formações ELEVADAS e AVASCULARES translúcidas e redondas localizadas sob o epitélio conjuntival
- Resultam de HIPERPLASIA EPITELIAL com 1 centro germinativo LINFOIDE de linfócitos IMATUROS
Conjuntiva - Que tipos de conjuntivites podem causar Foliculos?
- Conjuntivite VIRAL ou por Chlamydia
- S. Oculoglandular de Parinaud (Bartonella)
- Estimulo inflamatório crónico persistente
- Hipersensibilidade a fármacos tópicos
Conjuntiva - Qual é a conformação e a que correspondem histologicamente os as papilas?
- Dobras de epitélio HIPERPLASICO com núcleo fibrovascular
- Infiltração estromal subepitelial de células inflamatórias
Conjuntiva - Que tipos de conjuntivites podem causar Papilas?
- Conjuntite alérgica
- Conjuntivite BACTERIANA
- Uso prolongado LC
- Blefarite Crónica
Conjuntiva - Qual é a localização predominante das Linfadenopatias nas conjuntivites?
- Pré-auricular
- Submandibular
Conjuntiva - Que tipos de conjuntivites estão mais associadas a Linfadenopatias?
- Mais frequentemente nas Conjuntivites VIRAIS
Pode também ocorrer em - Conjuntivite bacteriana GRAVE
- Conjuntivite por Chlamydia
- S. Oculoglandular de Parinaud (Bartonella)
Ganglios tipicamente afectados
Conjuntiva - Conjuntivites bacterianas - Sinais característicos? Em que formas acontece a secreção hiperaguda? Quais são os agentes mais preocupantes?
Porque é que esses agentes específicos são preocupantes?
- Secreção mucopurulenta, muito mais espessa do que na maioria das virais
- Doentes frequentemente acordam com pálpebras coladas
- Secreção HIPERAGUDA geralmente ocorre na Gonocócica ou Meningococica (nas Neisserias)
- Queratite superficial PONTUADA é COMUM
- Neisserias podem levar a ULCERA corneana (penetram epitélio intacto) com progressão RAPIDA para perfuração
Conjuntiva - Conjuntivites bacterianas - Em que situações está indicada a cultura?
- Pode estar indicada em cassos GRAVES
- Sobretudo para exclusão de Infeção Gonocócica e Meningococica (as Neisserias)
Conjuntiva - Conjuntivites bacterianas - Quais são as características da Neisseria à cultura? Qual é o meio de cultura preferido?
- São Diplococos intracelulares Gram-negativos
- Cultura com ágar chocolate
Conjuntiva - Conjuntivites bacterianas - Tratamento? Qual é o papel do antibiótico? Qual é a classe preferida?
- 60% resolve em 5 dias SEM tratamento :O
- Antibioticos permite ACELERAR resolução e prevenir RE-Infeção e transmissão
- NÃO há evidencia em relação à eficácia de cada subclasse
- O Clorafenicol tem como efeito secundário possível a Anemia Aplastica
Conjuntiva - Conjuntivites por Neisseria - como se tratam na criança? Qual é a preocupação?
- A Meningococica pode ser LIFE-THREATENING
- 30% desenvolve doença sistémica invasiva !!
- Tratamento IV com Ceftriaxone, Cefotaxime ou Benzilpenicilina intramuscular
Conjuntiva - Conjuntivites por Neisseria - como se tratam nos adultos?
- ATB tópico +/- sistémico
- Sistémico pode ser Quinolona, Cefalosporina de 3 geração ou Macrólido
Conjuntiva - Conjuntivites por H. Influenza - Que sintoma característico podem ter?
Como se tratam na criança? Porque é que se tem de tratar?
- Hemorragia subconjuntival
- Nas CRIANÇAS deve-se tratar com Amoxiclav oral
- Devido ao risco de 25% de desenvolver Otite ou patologia sistémica
Conjuntiva - Conjuntivite por Chlamydia - Que tipo de microorganismo é a Chlamydia?
- Bacteria INTRACELULAR obrigatória
Conjuntiva - Conjuntivite por Chlamydia - Como se trata em Crianças?
- Tratamento SISTEMICO recomendado devido ao risco de Pneumonite e Otite média
- Eritromicina ORAL 50 mg/kg por dia, 14 dias
Conjuntiva - Conjuntivite por Chlamydia - Quais são as 2 formas principais em adultos? Que serotipos estão associados a cada tipo?
Tracoma - Serotipos A-C
Conjuntivite de Inclusão - Serotipos D-K
Conjuntiva - Tracoma - Qual é a forma de transmissão?
- Associada a mas condições de higiene e sanitárias
- A MOSCA é um vector importante
Conjuntiva - Tracoma - Qual é o mecanismo? Que tipo de inflamação ocorre?
- O contacto inicial com o patogénio dá origem a uma imunidade parcial de curto prazo, mas que leva a uma reação inflamatória INTENSA na reinfeção
- A infeção recorrente leva a resposta imunitária cronica que envolve resposta celular tardia Tipo IV
Conjuntivite Folicular + Papilar - Purulenta
Conjuntiva - Tracoma - Como é que são as alterações crónicas?
- Alterações cicatriciais progressivas da CORNEA e CONJUNTIVA (+ na conjuntiva e tarso SUPERIORES)
- Formação de PANNUS corneano e VASCULARIZAÇÃO
Conjuntiva - Tracoma - O que são as Fossetas de Herbert?
- Depressões criadas por folículos superiores que se associam a triquíase, distiquíase, vascularização da córnea e entrópion cicatricial
Conjuntiva - Tracoma - Qual é o tratamento?
- Azitromicina ORAL em dose ÚNICA (ou ERITROMICINA tópica + sistémica) ou Tetraciclina (em crianças com mais de 8 anos)
Conjuntiva - Conjuntivite Adulta de inclusão - Qual é a forma de transmissão?
- É uma DST associada a uretrite ou cervicite
Conjuntiva - Conjuntivite Adulta de inclusão - Como é o padrão de inflamação? Está associada a Linfadenopatia pre-auricular?
- Reação FOLICULAR (= Tracoma, diferente da neonatal, que é papilar)
- Linfadenopatia PREAURICULAR
- SEM formação de membranas
Conjuntiva - Conjuntivite Adulta de inclusão - Como se trata?
- Tratamento com Eritromicina / Tetraciclina / Azitromicina
Conjuntiva - S. Oculoglandular de Parinaud - O que causa? Que organismos secundários podem causar? Como é o quadro?
- Bartonella hensaleae - bactéria gram-negativa (mas pode envolver outros microorganismos como Micobacterias, Francisella, Yersinia, T paliddum e Chlamidya)
- Conjuntivite UNILATERAL GRANULOMATOSA + Linfadenopatia pre-auricular ou submandibular
Conjuntiva - S. Oculoglandular de Parinaud - o Tratamento é obrigatório? Consiste em que?
- Na maioria dos casos NÃO é necessário tratamento
- Doença SISTEMICA é tratada com AZITROMICINA
Conjuntiva - Conjuntivites neonatais - Qual a incidência de Conjuntivites neonatais em países desenvolvidos / em desenvolvimento?
- 0,1% em países desenvolvidos
- 10% em países em desenvolvimento
Conjuntiva - Conjuntivites neonatais - Qual é a forma de transmissão mais frequente?
Organismo em causa infecta recém nascido durante a passagem pelo canal de parto
Conjuntiva - Conjuntivites neonatais - Quais são as formas principais e os timings?
- Neisseria Gonorrhoeae (Gonocócica) - 3-4 dias
- Chlamydia trachomatis - 1 semana
- Herpes Simplex (+ Tipo 2) - 1-2 semanas
Conjuntiva - Conjuntivites neonatais - Como se trata cada tipo?
- Neisseria Gonorrhoeae (Gonocócica) - Ceftriaxone IV (logo perante suspeita)
- Chlamydia trachomatis - 1 semana - Eritromicina / Azitromicina oral
Conjuntiva - Conjuntivites neonatais - A que se deve a conjuntivite química?
- Acontecia quando se usava nitrato de prata para profilaxia pos natal
Conjuntiva - Conjuntivites neonatais - Qual é a maneira ideal de fazer profilaxia ao nascimento, se necessário? Porque é que já não se faz com o Nitrato de Prata?
- O Nitrato de prata prevenia Neisseria gonoc, mas NÃO prevenia chlamydia, por isso deixou de ser usado
- Neste momento, perante risco, pode-se usar ERITROMICINA ou TETRACICLINA em pomada, que cobre os 2
Conjuntiva - Conjuntivites virais - Conjuntivite Adenovírica - Quais são os 4 padrões principais?
- Queratoconjuntivite Epidémica
- Febre Faringoconjuntival
- Conjuntivite Aguda Hemorrágica
- Conjuntivite Folicular Aguda
Conjuntiva - Conjuntivites virais - Conjuntivite Adenovírica - Como é o quadro clinico da Queratoconjuntivite Epidémica? Em que % e timing ocorrem os infiltrados subepiteliais?
- MUITO contagiosa, associada a surtos epidémicos
- Conjuntivite FOLICULAR + adenopatia preauricular
- Pode envolver formação de membranas e edema palpebral
- Associada a queratite + INFILTRADOS SUBEPITELIAIS (podem-se formar so 10-15 dias depois do episodio)
- Os INFILTRADOS podem ocorrer em 20-50% dos casos
Conjuntiva - Conjuntivites virais - Conjuntivite Adenovírica - Como é o quadro clinico da Febre Faringoconjuntival?
- Hiperémia conjuntival + hemorragias subconjuntivais + epífora + edema palpebral
- Dor de garganta e febre !!
Conjuntiva - Conjuntivites virais - Qual é a preocupação do Adenovirus nos recém nascidos?
Uma pneumonia por Adenovirus num recém-nascido pode ser fatal
Conjuntiva - Conjuntivites virais - Mononucleose Infecciosa - Qual é o agente? Quais são os sintomas sistémicos? Que tipo de conjuntivite e queratite dá?
- Virus Epstein-barr
Sistémicos - Febre
- Linfadenopatia
- Faringite
- Envolvimento hepático
- Circulação de linfócitos atípicos no sangue
Ocular - Pode dar conjuntivite folicular
- Pode dar queratite NUMULAR :O
Conjuntiva - Conjuntivites virais - Molusco contagioso - Qual é o agente? Qual é a origem da conjuntivite? Como evitar?
- Causado pelo POXvirus (vírus de DNA)
- Lesões palpebrais ou perto do olho podem libertar vírus para a conjuntiva e dar conjuntivite FOLICULAR
Geralmente não se trata, mas se lesões forem perto do olho e houver risco de conjuntivite, podem-se desbridar
Conjuntiva - O que é a queratoconjuntivite Superior Límbica? Qual é a associação importante?
- Forma específica de conjuntivite na qual existe predileção pela conjuntiva SUPERIOR
Leva a - Olho seco
- Ptose
- Queratite Filamentosa
30% dos casos estão relacionados com Patologia Tiroideia !
Conjuntiva - Qual é o mecanismo fisiopatologógico em comum de todas as conjuntivites alérgicas?
Hipersensibilidade Tipo 1 com activação de IgE pelos mastócitos na superfície da conjuntiva
Conjuntiva - Queratoconjuntivite Vernal - Qual é o tipo de reação imunológica?
- Reação imunológica Tipo I e Tipo IV
Conjuntiva - Queratoconjuntivite Vernal - Epidemiologia? Sexo? Idade? Padrão?
- Mais frequente em HOMENS nas primeiras 2 décadas de vida
- Sazonal, com agravamento na primavera e outono
Conjuntiva - Queratoconjuntivite Vernal - Quais são as 2 formas principais?
Palpebral
Límbica
Conjuntiva - Queratoconjuntivite Vernal - Como é a forma Palpebral?
Reação papilar predominantemente conjuntiva tarsal superior
Conjuntiva - Queratoconjuntivite Vernal - Como é a forma Límbica? Quais são as estruturas características? A que correspondem?
Espessamento e opacificação da conjuntiva PERILIMBICA
- Pontos de Horner-trantas - Elevações perilímbicas acinzentadas, semelhantes a gelatina, correspondem a ACUMULAÇÕES de EOSINOFILOS
Conjuntiva - Queratoconjuntivite Vernal - Como se chama as lesões corneanas secundárias? De que resultam?
Shield Ulcers
- Resultam da progressão de lesões epiteliais pontuadas para defeitos maiores, devido à presença de papilas grandes
Conjuntiva - Queratoconjuntivite Atopica - Diferenças principais para a vernal?
- Não é sazonal
- Está relacionada com a Dermatite Atópica
- É muito mais grave
- Progride frequentemente para opacificação e neovascularização da córnea
Conjuntiva - Queratoconjuntivite Lenhosa - Deve-se a que? Lateralidade? Idade? Sinal característico?
- Secundária a deficiência GRAVE de PLASMINOGENIO TIPO 1 :O
- Doença RARA BILATERAL
- Afecta TODAS as idades
- Pseudomembranas fibrinosas na conjuntiva palpebral
Conjuntiva - Que classes de fármacos anti-alérgicos oculares existem?
- Antagonistas receptor H1
- Estabilizadores de mastócitos
- Vasoconstritores
(- Corticoides)
Conjuntiva - Fármacos anti-alérgicos oculares - quais têm acção mais rápida e quais tem acção mais lenta?
- Antagonistas do receptor H1 podem usar usados em SOS
- Estabilizadores de mastócitos necessitam de ALGUNS DIAS para terem efeito
Conjuntiva - S. Stevens-Johnson / Necrose Epidermoide Tóxica - Qual é a causa mais frequente? em que %? As outras causas são devido a que?
Fármacos (reação de HIPERSENSIBILIDADE) - 50-80% dos casos
- ANTICONVULSIVANTES
- SULFONAMIDAS
- AINEs
- ALOPURINOL
Infeções
- MYCOPLASMA pneumoniae
- HERPES SIMPLEX
- Adenovirus
- Streptococcus
Conjuntiva - S. Stevens-Johnson / Necrose Epidermoide Tóxica - Como é o pródromos?
- Geralmente envolve um pródromos sistémico com febre, mau estar e infecção respiratória superior
Conjuntiva - S. Stevens-Johnson / Necrose Epidermoide Tóxica - Quais são os critérios de diagnóstico?
- Necessita de envolvimento da pele + pelo menos 2 membranas Mucosas
Conjuntiva - S. Stevens-Johnson / Necrose Epidermoide Tóxica - O que distingue as 2 formas?
- S. Steven-Johnson - Envolvimento < 10% da superfície cutânea
- Entre 10 e 30% - overlap
- Necrose Epidérmica Tóxica - Envolvimento > 30% da superfície cutanea
Conjuntiva - S. Stevens-Johnson / Necrose Epidermoide Tóxica - Em que % ocorre o envolvimento ocular?
O Envolvimento ocular ocorre em 50% dos casos
Conjuntiva - S. Stevens-Johnson / Necrose Epidermoide Tóxica - Como é o atingimento ocular? Quais são as alterações agudas e crónicas?
Grande espectro, que vai desde conjuntivite mucopurulenta a perfuração corneana
Alterações AGUDAS
- Conjuntivite mucopurulenta + Episclerite
Alterações CRONICA
Ocorrem por
- Destuição das células caliciformes da conjuntiva
- Fibrose conjuntival com Simblefaro
- Queratinização da conjuntiva
- Cicatrizes corneanas com neovascularização
- Patologia palpebral com Distiquiase, Triquiase, entrópion e simblefaro
Conjuntiva - S. Stevens-Johnson / Necrose Epidermoide Tóxica - Em que % ocorrem complicações a longo prazo? Quais são?
27%
- Ectropion/entrópion cicatricial
- Olho seco
- Triquiase
- Conjuntivite crónica
- Vascularização corneana
- Simbléfaro
Conjuntiva - S. Stevens-Johnson / Necrose Epidermoide Tóxica - Como se trata? Qual é o papel dos CCE? Como se previnem as complicações a longo prazo?
- Geralmente a descontinuação da medicação / cura da infeção interrompem o quadro
- Terapia sistémica com CCE ou Imunoglobulina (controversa?)
- Lubrificação abundante
- Antibiotico para prevenir sobreinfeções
- Lise de aderências ou membranas
- Membrana amniótica (transplante na 1ª semana MELHORA MUITO prognóstico visual)
Conjuntiva - Pênfigo Mucoide Membranoso - MMP - O que é?
- Doença AUTOIMUNE
- Pode afectar TODAS as mucosas do corpo (boca, orofaringe, genitais, anus)
Conjuntiva - Pênfigo Mucoide Membranoso - MMP - Qual é o sintoma inicial Hallmark?
Dificuldade em engolir
Conjuntiva - Pênfigo Mucoide Membranoso - MMP - Como é o quadro clínico?
- Ataques recorrentes de inflamação conjuntival
- Destruição das células caliciformes da conjuntiva
- Obstrução e destruição dos orifícios das várias glândulas lacrimais
- Isto tudo leva a queratinização da conjuntiva, com formação subsequente de simbléfaro e anquiloblefaro
Conjuntiva - Pênfigo Mucoide Membranoso - MMP - Como se chama o sistema de classificação? Como é?
Estadios de Foster
I - Conjuntivite CRONICA com FIBROSE Subconjuntival
II - Diminuição do fórnix conjuntival
III - Simblefaro
IV - Anquilobléfaro
Conjuntiva - Pênfigo Mucoide Membranoso - MMP - O que é que os Estadios de Mondino avaliam? Como é a Escala?
Estadios de Mondino
I – 0-25% perda fornix conjuntival inferior
II – 25-50% perda fornix conjuntival inferior
III – 50-75% perda fornix conjuntival inferior
IV – 75-100% perda fornix conjuntival inferior
Conjuntiva - Pênfigo Mucoide Membranoso - MMP - Como se faz o diagnóstico? Preocupações com a biópsia para diagnóstico? É obrigatória para o diagnóstico?
- Imunofluorescência directa
ou - Coragem com imunoperoxidase
- Deposição LINEAR HOMOGENIA de IgG, IgA, IgM e C3 ao longo da membrana basal
- % de deteção varia muito com laboratórios…
- As biópsias devem ser colhidas de uma junção entre saudável/não saudável, ou se envolvimento difuso, do fundo de saco INFERIOR
Diagnostico PODE SER ESTABELECIDO mesmo na presença de achados de biópsia NEGATIVOS
Conjuntiva - Pênfigo Mucoide Membranoso - MMP - Tratamento?
Tratamento
Exige IMUNOSSUPRESÃO SISTÉMICA
- Metotrexato
- Ciclofosfamida
- CCE
- Biológicos (anti-TNF alfa)
Conjuntiva - Qual é o diagnóstico Diferencial de Conjuntivite Cicatricial?
Infeccioso
- Adenovirus
- Chlamydia (Tracoma)
Ambientais / reações adversas
- Queratoconjuntivite atópica
- S. Stevens-Johnson
- Graft VS Host
Imune
- Penfigo muco-membranoso
- Lupus
- Sarcoidose
- Esclerodermia
Outros
- Trauma mecânico/químico
- Neoplasia
- Rosácea
- Radiação
Conjuntiva - Graft VS Host Disease - o que é?
- Representa um efeito secundário de Transplante Alogénico da Medula
Conjuntiva - Graft VS Host Disease - Que órgãos afecta?
- Pele
- Intestinos
- Pulmões
- Fígado
- Olho
(Pode ocorrer quadro ocular sem quadro sistémico)
Conjuntiva - Graft VS Host Disease - Em que timings ocorre? com que frequência?
Agudo
- Ocorre em 7% dos casos
Crónico - se inicia > 3 meses após o transplante
- Ocorre em 30-70% dos casos
Conjuntiva - Graft VS Host Disease - Quais são os factores de risco? (3)
- Receptores MASCULINOS de transplantes FEMININOS :O
- Asiáticos
- DM presentes antes do transplante
Conjuntiva - Graft VS Host Disease - Manifestações oculares
- Conjuntivite inflamatória + Queratoconjunvitite seca CRONICA
- Fibrose do ponto lacrimal é comum
- Queratite filamentar
Conjuntiva - Graft VS Host Disease - Como são os estadios de progressão para a forma aguda? (4 graus)
I – Hiperémia conjuntival
II – Hiperémia conjuntival com quemose e exsudatos serossanguinolentos
III – Conjuntivite pseudomembranosa
IV – Conjuntivte pseudomembranosa com lesão epitelial corneanas
Conjuntiva - Graft VS Host Disease - Como são os estadios de progressão para a forma crónica? (4 graus)
I – Hiperémia da conjuntiva palpebral ou bulbar
II - Alterações fibrovasculares conjuntivares 25%
III – Alterações fibrovasculares conjuntivares 25-75%
IV - Alterações fibrovasculares conjuntivares > 75%
Conjuntiva - Graft VS Host Disease - Como é a escala de gravidade associada à resposta ao tratamento?
Score 0 – Diagnostico e necessidade de LA
Score 1 (Ligeira) – LA ≤ 3x por dia, sem efeito nas AVD
Score 2 (Moderada) – LA > 3x por dia ou Plug lacrimal, AVD parcialmente afectadas
Score 3 (Grave) – LA não chegam, AVD gravemente afectadas
Conjuntiva - Graft VS Host Disease - Como se trata? Qual é a escalada terapêutica?
- LA intensa
- CCE topicos
- Ciclosporina tópica
- Casos graves poderão necessitar de Imunossupressão sistémica (muito difícil de se estabelecer num doente transplantado, requer cooperação)
Conjuntiva - Pterígio - Qual é a patogénese?
- Resulta da alteração da Homeostasia da superfície ocular
- Clusters HIPERproliferativos de células estaminais LIMBICAS
- Metaplasia epitelial
- Existencia de tecido fibrovascular ACTIVO
- Disrupção da Membrana de Bowman (ao longo da cabeça do pterígio)
Conjuntiva - Pterígio - Factores de risco?
- Exposição à luz UV
- Idade
- Sexo MASCULINO (motivos ocupacionais)
- Olho seco e inflamação ocular
- Expoição a agentes ambientais agressores (pó, vento)
- Raça NEGRA (relacionado com exposições solares variáveis)
Conjuntiva - Pterígio - Que sinal podem provocar na córnea? Em que circunstancias?
Linha de Stocker
- Deposição ferro na cabeça do pterígio
- Indica ESTASE no crescimento (para acumular ferro é porque está parado)
Conjuntiva - Pterígio - Factores de risco para recorrência após cirurgia?
- Idade JOVEM
- Maior inflamação
- Pterígios mais volumosos (carnudos)
- Raça NEGRA
Conjuntiva - Pterígio - Qual a taxa de recorrência com a técnica moderna? E com a antiga?
Técnica de excisão simples com bare sclera - 38-88%
Técnica moderna - 2-8%
Conjuntiva - Pterígio - Como se compara a taxa de recidiva entre o auto-enxerto e a membrana amniótica?
Recidiva ligeiramente superior se só for usada MA
Conjuntiva - Pterígio - Em que circunstancias se pode usar MMC? Quais são os riscos?
- Pode ser usado INTRA-operatóriamente em ALTOS riscos de recidiva
- Pode ser usado POS operatoriamente
Risco de - Adelgaçamento da esclera
- Ulceração
- Atraso na epitelização conjuntival
Conjuntiva - Pterígio - Que tratamentos alternativos podem ser feitos?
- MMC
- 5-FU
- Anti-VEGF (subconjuntival ou colírio)
- Ciclosporina (colírio)
Flictenulose - Qual é o microorganismo mais frequente em paises desenvolvidos e paises em desenvolvimento? Qual é o quadro clínico? Que tipo de inflamação apresentam?
Paises desenvolvidos - Staph Aureus
Paises em desenvolvimento - Mico Tuberculosis
Nódulos focais hiperémicos com células inflamatórias crónicas
Inflamação celular tipo IV
Pterígio e Pinguécula - Quais são as semelhanças e as diferenças histológicas?
- Ambos resultam de degeneração elastóide
Pterígio leva a proliferação fibrovascular com extensão corneana
Pingécula associa-se a padrão de degeneração mais hialina, sem invadir a cornea
(A degeneração hialina consiste na acumulação de material proteináceo no tecido conjuntival, resultado da degeneração do colagénio)